Trump diz que Irã é maior força destrutiva do Oriente Médio, mas oferece 'um futuro melhor'

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Em discurso durante o Fórum de Investimentos na Arábia Saudita, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez duras críticas ao regime iraniano, classificando o Irã como "a maior força destrutiva do Oriente Médio". Segundo ele, o país "causou sofrimento em Gaza, Síria e Líbano" e "os Estados árabes estão focados na estabilidade, e o Irã no terror".

Apesar do tom confrontador, Trump disse estar aberto a negociações. "Estou aqui hoje não apenas para condenar as escolhas passadas dos líderes do Irã, mas para lhes oferecer um novo e melhor caminho em direção a um futuro muito mais promissor", afirmou. Segundo ele, "a decisão é inteiramente do Irã".

O presidente americano garantiu que sua "preferência será sempre pela paz e pela parceria", mas fez advertências: "se o Irã não aceitar um acordo, colocaremos pressão máxima sobre o petróleo iraniano. Podemos levar o país à falência com sanções". Ele reiterou que "o Irã nunca terá arma nuclear" e avisou: "minha oferta ao Irã não durará para sempre".

Trump reforçou sua disposição para o diálogo: "quero fazer um acordo com o Irã. Ficaria muito feliz", mas alertou que "não haverá misericórdia para qualquer inimigo que tentar nos causar mal". Ao falar sobre a capacidade militar dos EUA, destacou: "sei do poder destrutivo das armas nucleares, mas acredito na paz acima da força". Ele advertiu: "não hesitaremos em usar o poder americano, se for preciso."

O presidente também comentou sobre os houthis, garantindo que "não atacarão qualquer 'coisa' americana". Sobre a Síria, afirmou que ordenará o fim das sanções ao país e declarou "esperar que um novo governo tenha sucesso". Ainda no discurso, Trump mencionou acordos econômicos recentes, pontuando que "a China concordou em abrir seu mercado para nós".

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A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou nesta terça-feira, 13, um reajuste de 5% no salário do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). A medida eleva automaticamente o teto do funcionalismo público estadual, que é atrelado à remuneração do chefe do Executivo. Com a mudança, Tarcísio passará a receber R$ 36,3 mil por mês - R$ 1.728 a mais do que no início do mandato. O projeto foi aprovado em votação simbólica. Apenas o PSOL foi contra.

Além de Tarcísio, também tiveram seus salários reajustados em 5% o vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth (PSD), e todos os secretários de Estado. O impacto financeiro estimado é de R$ 18 milhões mensais, totalizando R$ 230 milhões anuais, incluindo os reflexos sobre aposentadorias e pensões. Para o exercício de 2025, considerando a vigência a partir de junho, o impacto projetado é de R$ 144 milhões.

A medida, apresentada originalmente em dezembro de 2024 pela Mesa Diretora, foi incluída às pressas na pauta desta quinta após reunião do Colégio de Líderes e aprovação de requerimento de urgência.

Inicialmente, o reajuste de Tarcísio seria de 9,68%, conforme substitutivo do deputado Carlão Pignatari (PSDB). O percentual, porém, foi reduzido na tarde desta terça-feira por meio de um novo texto. A mudança ocorreu para evitar que o reajuste do governador fosse maior do que o dos demais servidores paulistas, que tiveram os vencimentos reajustados em 5% na mesma sessão na Alesp. O impacto neste caso é de R$ 2,4 bilhões neste ano e R$ 3,7 bilhões para 2026, mesmo custo previsto para 2027.

O último reajuste salarial para o cargo de governador e do primeiro escalão ocorreu no final de 2022, antes de Tarcísio tomar posse. Na ocasião, o índice aplicado foi de 50% e o vencimento do chefe do Executivo saltou de R$ 23 mil para R$ 34,5 mil. Com a nova correção, a remuneração de Tarcísio passa a ser de R$ 36,3 mil, a do vice-governador sai de R$ 32,8 mil para R$ 34,4 mil e a dos secretários de R$ 31,1 mil para R$ 32,6 mil.

A medida também beneficia categorias que somados salário, auxílios e benefícios recebem mais do que o governador. Há um desconto, chamado de "abate teto", que retém o valor excedente. Agora, como o teto aumentou, o desconto será menor e esses servidores passarão automaticamente a ganhar mais.

"Isso foi um acordo amplo entre o presidente André do Prado, a Mesa Diretora e todos os deputados, que entenderam a solicitação dos auditores fiscais, que ficariam sem reajuste, e também dos demais que entram nesse limite do teto", disse o líder de Governo, Gilmaci Santos (Republicanos).

Além da base de apoio ao governador, a oposição também foi favorável à proposta. "Há categorias que estão com os salários represados e, com isso, perdemos bons profissionais", justificou Donato (PT), líder da bancada do partido.

Como há servidores públicos que ganham menos que o mínimo paulista, os deputados também aprovaram o aumento do abono complementar, no mesmo percentual de 10%, para que a lei seja cumprida.

Dessa forma, os salários serão complementados pelo abono quando forem inferiores a R$ 1.804 para 40 horas de jornada, a R$ 1.353 para 30 horas e a R$ 902 para 20 horas. São 91 mil servidores beneficiados.

A medida foi criticada pela oposição. "O governo dribla sua obrigação ao conceder o piso através do abono. O abono não é incorporado ao salário para fins previdenciários", disse Guilherme Cortez, líder do PSOL. Segundo o governo, o impacto do reajuste do abono complementar será de R$ 122,3 milhões neste ano e de R$ 204,8 milhões em 2026. O valor se repete em 2027.

Todos os reajustes aprovados pela Alesp entram em vigor após a sanção do governador e não são retroativos.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse na rede social X, nesta terça-feira, 13, que ingressou no Supremo Tribunal Federal (STF) com uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) para que prevaleça a votação pela suspensão da ação penal contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).

"Ingressamos nesta terça-feira no Supremo Tribunal Federal com uma ação para que prevaleça a votação pela suspensão da ação penal contra o deputado Delegado Ramagem (PL-RJ)", escreveu.

Motta continuou: "Por meio de uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), a ser julgada pelo plenário do STF, esperamos que os votos dos 315 deputados sejam respeitados. A harmonia entre Poderes só ocorre quando todos usam o mesmo diapasão e estão na mesma sintonia".

A Câmara havia aprovado a sustação da ação penal contra Ramagem. Pelo texto aprovado, até mesmo o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros acusados de golpe de Estado poderia ser paralisado.

Após a decisão, porém, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, enviou a decisão para a Primeira Turma que, em julgamento no plenário virtual, por unanimidade, rejeitou a amplitude do texto. O STF suspendeu o processo contra Ramagem apenas em relação a crimes praticados após a diplomação, os de dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União.

O STF manteve o processo em andamento no caso dos crimes mais graves, como o de golpe de Estado e também a integralidade da análise sobre as ações dos demais corréus na trama, para protestos dos parlamentares.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu nesta terça-feira, 13, a condenação do deputado cassado Chiquinho Brazão, do irmão dele, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, e do ex-chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, pelo assassinato da vereadora Marielle Franco.

Em alegações finais ao Supremo Tribunal Federal (STF), o órgão reafirma que Chiquinho e Domingos Brazão foram os mandantes do crime e defende que eles sejam "integralmente responsabilizados".

Já Rivaldo é acusado de dar as "diretrizes de execução" e de usar o cargo para "assegurar a impunidade dos autores materiais".

A execução da vereadora teria sido motivada pela exploração imobiliária em áreas dominadas pela milícia, especialmente em comunidades em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio, segundo a denúncia.

A PGR pede a condenação em regime fechado e aponta três qualificadoras - motivo fútil, sem chance de defesa das vítimas e perigo comum (quando um número indeterminado de pessoas é colocado em risco). As qualificadoras são circunstâncias previstas em lei que aumentam a pena dos réus em caso de condenação.

"O crime foi praticado mediante promessa de recompensa e por motivo torpe, pois os agentes visavam manter a lucratividade de seus negócios ilícitos. Da execução, resultou perigo comum, caracterizado pelos múltiplos disparos efetuados em via pública, a partir do interior de um veículo, em direção a espaço aberto. Por fim, o meio de execução dificultou expressivamente a defesa dos ofendidos, que se encontravam desarmados, no interior de outro automóvel e foram surpreendidos por disparos de arma semiautomática, em ângulo que os impediu de notar a aproximação dos atiradores", afirma o vice-procurador-geral da República Hindemburgo Chateaubriand.

A Procuradoria-Geral da República pediu ainda as condenações do policial militar Ronald Alves Pereira e de Robson Calixto da Fonseca, ex-assessor do Tribunal de Contas do Rio.

Outro pleito da PGR é a perda dos cargos públicos e o pagamento indenização aos familiares da vereadora e do motorista Anderson Gomes.