Desde 2017, o mês de dezembro é marcado pela campanha do Dezembro Vermelho, uma iniciativa nacional de conscientização sobre a prevenção ao HIV, a importância do diagnóstico precoce e o combate ao preconceito contra pessoas vivendo com o vírus. A ação reforça o alerta para um tema que, embora tenha avançado nos últimos anos, ainda enfrenta desafios significativos.
HIV no Brasil: Um retrato atual
De acordo com dados do Ministério da Saúde, o Brasil registrou mais de 900 mil casos de HIV/AIDS desde o início da epidemia nos anos 1980. Apesar da redução no número de óbitos em função dos avanços no tratamento, estima-se que cerca de 150 mil pessoas vivem com o vírus e não sabem, o que reforça a necessidade do diagnóstico precoce.
A infectologista Carla Medeiros explica que o diagnóstico tardio ainda é um problema. "Muitas pessoas só descobrem o HIV em estágios avançados, quando já desenvolveram AIDS. Isso reduz as chances de tratamento eficaz e aumenta os riscos de transmissão", alerta.
Prevenção como prioridade
O Dezembro Vermelho também tem como foco a disseminação de informações sobre métodos de prevenção ao HIV, que vão muito além do preservativo. Atualmente, as estratégias incluem:
- PrEP (Profilaxia Pré-Exposição): Medicamento diário que reduz significativamente o risco de infecção pelo HIV.
- PEP (Profilaxia Pós-Exposição): Tratamento emergencial para pessoas que tiveram exposição ao vírus, se iniciado até 72 horas após o contato.
- Testagem rápida: Disponível gratuitamente no SUS, permite o diagnóstico em poucos minutos, facilitando o início do tratamento.
Além disso, campanhas têm destacado a importância de práticas sexuais seguras e do diálogo aberto sobre saúde sexual.
Combate ao preconceito
Apesar das campanhas de conscientização, o estigma ainda é uma barreira significativa para pessoas vivendo com HIV. Segundo uma pesquisa da Unaids, cerca de 64% dos brasileiros têm medo ou evitam interagir com pessoas soropositivas.
Para João Henrique, que vive com HIV há cinco anos, o preconceito é mais difícil do que lidar com o tratamento. "Hoje, os remédios permitem uma vida normal. O problema é o olhar das pessoas, o julgamento, como se eu fosse perigoso", relata.
Nesse sentido, o Dezembro Vermelho também promove a empatia e a informação, desmistificando conceitos ultrapassados e mostrando que pessoas com HIV podem viver de forma saudável e sem transmitir o vírus, desde que sigam o tratamento adequado.
Acesso ao tratamento
O Brasil é referência mundial no tratamento do HIV, com distribuição gratuita de medicamentos antirretrovirais pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Esses medicamentos permitem que pessoas vivendo com HIV atinjam a carga viral indetectável, o que significa que o vírus não é transmissível sexualmente.
Entretanto, desafios ainda persistem, como a necessidade de ampliação da cobertura e acesso à saúde em comunidades vulneráveis.
Dezembro Vermelho: Uma causa coletiva
Mais do que uma campanha, o Dezembro Vermelho é um chamado para toda a sociedade. A luta contra o HIV é coletiva, e passa por ações de prevenção, políticas públicas efetivas e, principalmente, pela quebra de preconceitos.
“Informação é a principal arma contra o HIV e contra o estigma. Falar sobre o tema salva vidas”, conclui a infectologista Carla Medeiros.
Serviços disponíveis:
Durante o mês de dezembro, unidades de saúde em todo o Brasil intensificam as ações de testagem e conscientização. Consulte o posto de saúde mais próximo para mais informações.
Dezembro Vermelho: A Luta Contra o HIV e a Importância da Prevenção
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