Defensoria da União propõe rever homenagens a figuras históricas com ideais racistas

Política
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A Defensoria Pública da União (DPU) divulgou na terça-feira, 21, em nota técnica, a recomendação para a remoção de homenagens a escravocratas, racistas e eugenistas em espaços públicos e monumentos. A medida, descrita como uma "reparação histórica à população negra", foi elaborada pelo Grupo de Trabalho de Políticas Etnorraciais do órgão e visa alinhar tais práticas ao respeito aos Direitos Humanos.

 

O documento publicado no último dia 15 foi motivado por um convite à DPU para participar de uma audiência pública relacionada a uma ação popular em São Luís (MA). A ação questiona uma homenagem concedida ao médico psiquiatra Raimundo Nina Rodrigues, que morreu em 1906. Conhecido por defender teorias racialistas e pela patologização de crimes, Nina Rodrigues é considerado um exemplo emblemático das figuras cujas homenagens vêm sendo reavaliadas.

 

Na análise do Grupo de Trabalho, o pensamento de Nina Rodrigues, centrado em ideais racistas e eugenistas, serviu como base para a construção de sua doutrina. A DPU destaca que tais concepções não foram incidentais, mas pilares de sua obra. Nesse contexto, a retirada de homenagens seria um passo no sentido de resgatar memórias historicamente marginalizadas e trazer visibilidade às violações de Direitos Humanos.

 

A nota técnica esclarece que a proposta não busca apagar a história, mas promover um direito à memória baseado na verdade. "O que se quer é recompor a verdade, lembrar o que de fato ocorreu, redescobrir o que até aqui foi negado enquanto memória da violação aos Direitos Humanos", diz o texto.

 

O conceito de justiça de transição, geralmente associado a períodos de regimes autoritários, foi aplicado pela DPU para abordar as consequências de um passado escravista. "Se uma homenagem prestada em espaços públicos carrega um caráter eminentemente simbólico, sua retirada consegue ter sensível efeito reverso. Ela significa que o Estado brasileiro, em sua atual configuração democrática, não compactua com a manutenção de deferências carregadas de violência contra grupos vulnerabilizados", explica a nota.

 

A DPU argumenta que os espaços públicos não devem celebrar indivíduos que legitimaram hierarquias raciais, ainda presentes na sociedade brasileira. Esse posicionamento é sustentado pela adesão do Brasil à Convenção da ONU sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, um compromisso internacional que reforça a necessidade de revisar práticas discriminatórias.

 

O documento também defende que a memória coletiva deve ser reconfigurada de maneira inclusiva e crítica, para reconhecer e reparar simbolicamente as injustiças do passado. Nesse sentido, a DPU sustenta que a retirada de homenagens não implica apagamento histórico, mas sim um resgate consciente do impacto de práticas discriminatórias em diversas gerações.

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Um ônibus de dois andares colidiu com um ponto de ônibus e atropelou um grupo de pessoas que aguardava no local em Estocolmo, capital da Suécia, na tarde desta sexta-feira, 14. Autoridades suecas confirmaram que há mortos e feridos, mas ainda não divulgaram o número exato de vítimas.

"Há feridos e mortos no incidente. A polícia não está comentando, neste momento, número, gênero ou idade das vítimas", disse autoridade local em um comunicado.

De acordo com a agência Tidningarnas Telegrambyrå (TT), a porta-voz da região de Estocolmo, Michelle Marcher, disse que há "cinco vítimas, duas das quais estão gravemente feridas e foram levadas para o hospital".

O alerta do acidente se deu às 15h23 no horário local (11h23 no horário de Brasília). O veículo atingiu passageiros que aguardavam em um ponto de ônibus na rua Valhallavägen, no distrito de Östermalm, perto do Instituto Real de Tecnologia.

O ônibus, que ficou com a parte dianteira destruída, não estava em serviço e não tinha passageiros a bordo, segundo a TT.

O primeiro-ministro da Suécia, Ulf Kristersson, disse em uma publicação no X que recebeu "a trágica notícia de que várias pessoas foram mortas e feridas em um ponto de ônibus". "Pessoas que talvez estivessem voltando para casa para encontrar familiares, amigos ou para desfrutar de uma noite tranquila em casa", lamentou.

"Ainda não sabemos a causa disso, mas neste momento meus pensamentos estão principalmente com aqueles que foram afetados e seus familiares", acrescentou Kristersson.

De acordo com a porta-voz da polícia local, Nadya Norton, a causa do acidente ainda será investigada. O motorista do ônibus foi detido e prestará depoimento. "Precisamos interrogá-lo, depois veremos se ele será liberado ou mantido sob custódia", disse Nadya.

Até o momento, o caso é tratado como homicídio culposo - quando não há a intenção de matar. No entanto, todas as circunstâncias ainda serão investigadas.

Ao jornal Expressen, a enfermeira Michelle Mac Key disse que desceu de outro ônibus no local da tragédia logo após o ocorrido. Ela viu pessoas mortas e feridas no chão e foi prestar ajuda à polícia, junto com um médico.

"Disseram-nos para ficarmos perto dos corpos", disse a mulher. "A princípio, pensei que fosse uma simulação. Que talvez fossem manequins. Era tão surreal. Caótico", acrescentou.

*Com informações de agências internacionais.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira que pedirá ao Departamento de Justiça (DoJ) que investigue os supostos vínculos de Jeffrey Epstein com grandes instituições financeiras e figuras democratas de destaque, incluindo o ex-presidente Bill Clinton. O movimento ocorre após a divulgação de milhares de documentos por um comitê do Congresso, que reacendeu questionamentos sobre a própria relação de Trump com Epstein.

Em publicações na Truth Social, Trump disse que solicitará à procuradora-geral Pam Bondi, ao DoJ e ao FBI que apurem a participação e relação de Epstein com Clinton, o ex-secretário do Tesouro Larry Summers, o cofundador do LinkedIn e democrata, Reid Hoffman, o JPMorgan Chase "e muitas outras pessoas e instituições". Segundo ele, o objetivo é "determinar o que estava acontecendo com eles, e com ele".

À Reuters, o JPMorgan afirmou lamentar qualquer associação que tenha sido feita ao caso Epstein e negou tê-lo ajudado a "cometer seus atos horríveis. Encerramos nossa relação com ele anos antes de sua prisão por acusações de tráfico sexual".

Trump acusou os democratas de usar o caso para desviar atenções do "desastroso SHUTDOWN". Para o presidente, a oposição estaria "fazendo tudo em seu poder decadente" para reacender o tema, mesmo após o DoJ divulgar 50 mil páginas de documentos. O republicano concluiu dizendo que Epstein "era um democrata, e é problema dos democratas".

O porta-voz do Ministério da Defesa da China, coronel Jiang Bin, fez um alerta para que os cidadãos chineses não realizem viagens ao Japão e disse que, caso o lado japonês "não aprenda com a história e ouse correr riscos", ou até mesmo usar a força para interferir na questão de Taiwan, "sofrerá uma derrota esmagadora contra o Exército de Libertação Popular da China (ELP) e pagará um preço muito alto", em declaração feita nesta sexta-feira, 14.

O comentário acontece em resposta à afirmação da primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, dizendo que, se a China continental usar navios de guerra e outras forças contra Taiwan, isso criará uma situação que pode ameaçar a sobrevivência do Japão. Segundo ela, diante do possível cenário, as Forças de Autodefesa do Japão podem exercer "o direito de autodefesa coletiva de acordo com a lei".

Jiang classificou as declarações de Tóquio sobre Taiwan como "errôneas" e alegou que constituem "uma grave interferência nos assuntos internos da China", não admitindo interferência estrangeira. "Tais palavras são de natureza ultrajante e causaram um impacto muito negativo. São extremamente irresponsáveis e perigosas", cita o texto.