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Huck retoma tom como candidato, mas diz que é preciso abrir mão por terceira via

Política
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O apresentador Luciano Huck voltou a discursar em tom de candidato à Presidência da República durante duas horas de Live com banqueiros, empresários e economistas na noite deste domingo, 27. Ele, que se retirou do jogo eleitoral para substituir Fausto Silva aos domingos na programação da TV Globo, defendeu a importância de outros eventuais candidatos às eleições de 2022 abrirem mão da disputa em favor da construção de uma terceira via no Brasil.

"Minha saída vai abrir espaço. A gente vai ter de chegar num só... O poder a qualquer preço não funciona, o ego... Temos de abrir mão da candidatura pelo bem da eleição, ter uma terceira via", disse Huck, durante live, promovida neste domingo pelo Parlatório, uma organização sem fins lucrativos.

Sem querer "fulanizar" a discussão, ou seja, apontar culpados, Huck afirmou que "gostaria muito de um governo diferente do que está aí", que prega a "colisão". Alertou, contudo, que será difícil chegar à perfeição, mas que a busca tem de ser pela união do maior número de vertentes, indo do centro-esquerda para o centro-direita.

"Não terá perfeição. A perfeição não terá capacidade eleitoral no ano que vem. Precisamos de um governo capaz de consertar estragos desses últimos anos e que estamos vivendo agora", destacou Huck.

Para Huck, o Brasil não tem agenda e "atira para qualquer lado". Ele reforçou, por diversas vezes, a importância que a defesa e o respeito à democracia terão nas eleições de 2022. Na sua visão, a democracia "está em risco no Brasil", com um dos poderes atuando de maneira "muito controversa e muito pouco produtiva", em referência ao governo de Jair Bolsonaro, mas sem citá-lo. Para ele, a desinformação virou um "modo de governar", o que classificou como "perigosíssimo".

"Antes de janeiro de 2023, teremos entre outubro e novembro de 2022 uma discussão muito importante quanto à defesa da democracia, nossa maior riqueza das últimas décadas. Será uma luta entre os que são a favor da democracia e aqueles que não são".

Ao criticar os extremos, Huck afirmou que o País precisa de projetos "populares" e não "populistas". Para ele, a terceira via para ter sucesso tem de se conectar com as ruas, com os brasileiros, e que é necessário acabar com a "desigualdade de oportunidades" que separa ricos e pobres no País.

Questionado sobre temas atuais em discussão no governo Bolsonaro, o apresentador se disse favorável à privatização da Eletrobras e à reforma tributária. No primeiro, contudo, criticou o surgimento de "jabutis" - trechos estranhos ao teor da proposta original. Já no segundo, disse que é necessário "tributar a preguiça", numa referência à cobrança de impostos aos donos de fortunas e heranças, que, na sua visão, não produzem riqueza ao País.

Além das eleições presidenciais, Huck chamou atenção para a necessidade da formação de boas lideranças nos estados e o fortalecimento do "sarrafo ético" no Senado e na Câmara dos Deputados. "Não fossem os governadores e prefeitos, estaríamos mais estropiados ainda na pandemia".

Organizada pelo Parlatório, a Live contou com participantes como os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Michel Temer;, banqueiros como o presidente do Credit Suisse no Brasil, José Olympio, e do UBS, Sylvia Coutinho; os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Luiz Fernando Furlan, além de empresários como Chaim Zaher, Jorge Gerdau, dentre outros.

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O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou nesta terça, 13, que um Boeing 747 presenteado pelo Catar será usado pelo governo como Air Force One temporário até a chegada de novos Boeings, que, segundo o republicano, "estão muito atrasados na entrega"

O avião está sendo "entregue à Força Aérea dos Estados Unidos, NÃO A MIM! É um presente de uma nação, o Catar, que defendemos com sucesso por muitos anos", justificou Trump em um post na Truth Social.

Ele também disse que "somente um tolo" não aceitaria o presente em nome dos EUA.

A perspectiva de aceitar um avião estrangeiro provocou nos últimos dias a resistência dos democratas e até mesmo de alguns aliados do presidente. As críticas vão desde favorecimento pessoal à preocupações com espionagem.

O ex-presidente do Uruguai José "Pepe" Mujica teve uma vida marcada pela defesa da democracia, independente de ideologias políticas, contribuiu pelo fim da popularização da sociedade uruguaia e pregou a importância de uma vida simples, avalia o cientista político Adolfo Garcé, professor da Universidade da República, no Uruguai.

Mujica morreu nesta terça-feira, 13, aos 89 anos, em decorrência de um câncer de esôfago diagnosticado em abril do ano passado. Ele passou por tratamentos com quimioterapia, mas interrompeu quando descobriu que a doença havia se espalhado. Em janeiro deste ano ele concedeu sua última entrevista em tom de despedida.

"Há dois grandes momentos na vida de Pepe Mujica. O Mujica antes da ditadura, que foi preso político, o Mujica guerrilheiro, por um lado, e, por outro, o Mujica pós-ditadura, em liberdade a partir de 1985, o Mujica da legalidade, o Mujica que ajudou os antigos Tupamaros do MLN a se tornarem parte da legalidade", avalia Garcé.

Mujica entrou no grupo guerrilheiro Movimento de Libertação Nacional - Tupamaros em 1960, de inspiração na Revolução Cubana. Como integrante, foi preso por cerca de 14 anos no total, até receber anistia junto com demais presos políticos. Em liberdade, contribuiu para transformar o movimento clandestino em partido político.

"Mujica tomou gosto pela competição eleitoral, tanto que acabou sendo a fração mais votada, o MPP, o Movimento de Participação Popular, do partido mais votado da Frente Ampla. Portanto, o primeiro grande legado de Mujica, além de tudo isso, é o fato de ele ter sido uma peça-chave na construção de um movimento político formidável que o levou à presidência e que levou Orsi à presidência dentro da Frente Ampla", completa.

Yamandú Orsi é o atual presidente do Uruguai e herdeiro político de Mujica, que foi eleito em 2024 graças ao apoio de seu padrinho. Mesmo doente, Mujica participou de alguns comícios do então candidato. Foi Orsi quem deu a notícia da morte.

Outro legado importante do ex-presidente, argumenta o professor, foi seu papel em despolarizar o Uruguai, hoje visto como um dos países com menor índice de polarização da região.

"Na década de 1960, Mujica contribuiu para polarizar, rachar e confrontar o Uruguai. Após a ditadura, mas principalmente durante o século XXI, o veterano Mujica, já adulto, primeiro como presidente e depois da presidência, contribuiu para o diálogo, para o encontro daqueles que pensam de forma diferente", diz.

Como exemplo dessa despolarização ele cita a vinda de Mujica para a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2023, acompanhado do então presidente Luis Lacalle Pou e do ex-presidente Julio María Sanguinetti, cujas vertentes ideológicas eram distintas das suas.

"Esses tipos de gestos, de concórdia, de diálogo, de boa vontade, de despolarização, eram frequentes no veterano Pepe Mujica, como presidente e depois que ele se tornou ex-presidente. Esse é um legado importante", completa.

Por conta de seu um jeito simples de viver e pela filosofia do desapego que praticava, a imagem de Mujica que mais ficará na cabeça das pessoas, provavelmente, será de um presidente de um país andando de fusca azul e vivendo na fazenda. Esse estilo, argumenta Garcé, também ficará como um de seus legados mais importantes. "Ele dizia tantas vezes que não vale a pena viver amarrado ao trabalho, escravizado, como se o trabalho fosse a única coisa importante, que não vale a pena viver atrás de dinheiro, que não vale a pena viver atrás de coisas e que é necessário viver atrás de causas."

Por fim, Pepe Mujica se tornou um símbolo das esquerdas latino-americanas. Era amigo pessoal de Lula e Alberto Fernández, ex-presidente da Argentina, foi próximo de Cristina Kirchner e de Hugo Chávez. Mas isso não o impediu de se tornar um crítico das ditaduras de esquerda da região, como Nicolás Maduro na Venezuela e Daniel Ortega na Nicarágua.

"No cenário da esquerda, Mujica era conhecido por se dar bem com todos, desde a esquerda mais moderada, por exemplo, Lula no Brasil ou Tabaré Vázquez no Uruguai, até a esquerda mais radical, como o chavismo", afirma.

"Mas por ter se dado bem com Chávez, por ter cultivado um vínculo com Chávez, Mujica também não teve problemas nos últimos anos em liderar, o distanciamento da esquerda em relação ao chavismo e, em particular, aos últimos anos do regime de Maduro", continua.

"O presidente mais pobre do mundo"

Assim José Alberto Mujica Cordano, o Pepe Mujica, foi chamado pelo jornal espanhol El Mundo há uma década, quando se tornou presidente do Uruguai e ganhou fama mundial. A simplicidade do uruguaio, que preteriu à residência oficial para continuar morando em uma chácara nos arredores de Montevidéu, sempre foi um contraste com outros chefes de Estado.

Nas muitas vezes em que foi perguntado sobre esse modo de vida, Mujica refutou a ideia de que a austeridade era sinônimo de pobreza. "Meu mundo é este, nem melhor nem pior, é outro", disse certa vez. Com frequência, as respostas eram seguidas de um discurso de rejeição ao consumismo e críticas ao capitalismo.

Mujica foi militante da guerrilha urbana Tupamaros nos anos 1960, levou 6 tiros, ficou 15 anos presos, sendo 11 deles em uma solitária. Foi torturado. Esse período, segundo descreveu, foi crucial para formar sua visão de mundo.

Ele e os outros presos políticos foram libertados em 1985 sob uma anistia geral. O Tupamaro se juntou à coalizão de esquerda conhecida como Frente Ampla (FA) - do atual presidente - e se reorganizou como um partido político legal, o Movimento de Participação Popular (MPP), para as eleições de 1989. Mujica tornou-se uma das principais vozes do MPP. Foi eleito deputado pela primeira vez em 1994, aos 59 anos.

Em 2009, tornou-se presidente em um eleição de segundo turno contra Luis Alberto Lacalle. A presidência foi marcada por aprovação de leis pioneiras na América Latina, como legalizações do aborto e da maconha e casamento de pessoas do mesmo sexo. Mujica também aumentou os gastos sociais e o salário mínimo.

As políticas o alçaram a um dos políticos mais populares da esquerda mundial. Mas foi a filosofia de vida de Mujica que o tornou um símbolo. Pepe morou até o fim da vida numa chácara chamada La Puebla, nos arredores de Montevidéu, numa casa de um quarto com teto de zinco. Durante a presidência, doava 90% do seu salário de presidente e declarava sua profissão oficial como "chacareiro". O único bem em seu nome era um Fusca azul de 1987. "Dizem que sou um presidente pobre. Pobres são aqueles que precisam de muito", dizia.

O primeiro-ministro canadense, Mark Carney, disse na terça-feira, 13, que está disposto a alterar as regras federais que podem representar obstáculos para a construção de projetos de energia e capitalizar a abundância de recursos naturais do país.

Carney reiterou seu compromisso em ajudar a construir um oleoduto de oeste para leste para transporte de petróleo bruto - desde que haja um consenso nacional. O premiê disse que procura posicionar o país como uma superpotência energética que inclui, mas não se limita, à produção de petróleo e gás.

"O teste é que os canadenses merecem resultados - não retórica e nem falar uns com os outros", disse Carney em uma entrevista à CTV News Network do Canadá. "Acredito que, tanto por trabalhar no setor privado quanto no governo ao longo dos anos, você não consegue obter resultados a menos que trabalhe com parceiros."

Seus compromissos com o desenvolvimento energético surgem no momento em que o líder de Alberta, rica em recursos, pondera realizar um referendo no ano que vem sobre se a província deve se separar do país. A primeira-ministra de Alberta, Danielle Smith, disse que se opõe à secessão, mas os moradores da província estão irritados e frustrados com a política ambiental federal - sob o comando do ex-primeiro-ministro Justin Trudeau - que, segundo ela, frustrou as perspectivas econômicas da região.

"Podemos ser uma superpotência energética e temos todos os componentes - em energia nuclear, energia hidrelétrica e, potencialmente, na captura e armazenamento de carbono, o que será um dos determinantes da competitividade industrial e da produtividade em vários setores."

Ele disse que já prometeu reduzir o escopo das avaliações ambientais necessárias antes que os projetos de energia possam receber sinal verde. "Essa é uma grande mudança de abordagem que potencialmente abre uma série de projetos."

Carney nomeou um ex-banqueiro do Goldman Sachs Tim Hodgson como Ministro da Energia. Na entrevista, Carney elogiou a gestão de Hodgson como presidente da Hydro One e como a empresa de distribuição de eletricidade fez incursões com as comunidades indígenas do Canadá para obter consenso sobre importantes projetos de recursos.