Padilha: Lula não abriu discussão sobre sucessão de Dino no ministério da Justiça -

Política
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O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse nesta sexta, 1º, que o governo ainda não discute nomes do sucessor de Flávio Dino, indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF), no ministério da Justiça.

Segundo Padilha, o tema só será tratado após o retorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva da viagem internacional, numa agenda que inclui a participação na cúpula do clima da ONU, a COP-28. "Por parte do presidente Lula, ele não abriu qualquer discussão sobre isso", disse o ministro ao responder sobre quem sucederá Dino no ministério da Justiça, após participação no almoço da Febraban, a federação dos bancos.

Conforme Padilha, a possibilidade de divisão do ministério da Justiça também não entrou em pauta no governo, pelo menos por enquanto. O foco no momento, disse, está em assegurar que Dino seja sabatinado e tenha a indicação ao Supremo referendada pelo Senado até o dia 13. Ele manifestou confiança de que os senadores vão reconhecer o mérito e histórico jurídico de Dino.

Assim como fez durante o almoço com os banqueiros, o ministro de Relações Institucionais reiterou, em entrevista a jornalistas, que o governo vai seguir "à risca" as regras do marco fiscal, assim como suas metas. Segundo Padilha, o arcabouço fiscal impõe metas ousadas, mas que permitirão uma trajetória de reversão do déficit das contas primárias.

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As principais potências europeias reunidas em uma conferência sobre o futuro da guerra na Ucrânia discutiram nesta segunda-feira, 17, o envio de forças de paz para garantir uma trégua entre russos e ucranianos. A proposta, defendida pelo premiê britânico, Keir Starmer, e pelo presidente francês, Emmanuel Macron, vem ganhando força e a missão estaria condicionada ao apoio logístico e de defesa aérea dos EUA, mas não é unanimidade no continente.

Líderes europeus e da Otan se reuniram ontem em Paris para mostrar uma frente unida diante da mudança de política dos EUA na guerra. Eles temem que Donald Trump feche um acordo com a Rússia em negociações que excluam a Ucrânia e a Europa.

O diálogo direto entre Trump e o líder russo, Vladimir Putin, que começa nesta terça, 18, na Arábia Saudita, vem provocando calafrios na Europa. Macron defende um planejamento mais concreto sobre o apoio europeu à Ucrânia e o alcance de um consenso sobre o envio de tropas. Ele conversou por telefone com Trump antes da reunião.

Embora Washington tenha rejeitado a presença de tropas americanas na Ucrânia, autoridades europeias afirmam que a equipe de Trump não excluiu a possibilidade de apoiar uma força europeia - a dúvida é sobre que tipo de apoio os EUA poderiam fornecer.

Apoio militar

As solicitações dos governo europeus aos EUA incluem capacidades de inteligência, vigilância e reconhecimento, e possível cobertura aérea ou ajuda com defesas aéreas para proteger essa força de paz.

Após a reunião, Starmer defendeu que Washington dê garantias para impedir a Rússia de atacar a Ucrânia novamente. "O que está em jogo não é apenas o futuro da Ucrânia, é uma questão existencial para a Europa como um todo", disse Starmer. Segundo ele, as cobranças de Trump para que a Europa faça mais "não deveriam ser uma surpresa". Para ele, os europeus terão de aumentar seu protagonismo.

O plano europeu prevê uma força de "garantia" ou "dissuasão" de algumas brigadas, possivelmente de 25 mil a 30 mil soldados, que não ficariam estacionados ao longo da linha de contato, mas estariam prontos como uma demonstração de força se os russos tentassem reiniciar a guerra. As tropas poderiam ser apoiadas por mais forças de fora da Ucrânia, caso precisassem se mobilizar rapidamente.

Starmer anunciou pela primeira vez, na noite de domingo, 16, que estava pronto para enviar tropas britânicas para a Ucrânia como parte de um acordo, "se necessário", o que pressionou outros líderes europeus a fazer promessas semelhantes.

A França e o Reino Unido, as duas únicas potências nucleares entre os europeus, estão na vanguarda das discussões, que envolveram pelo menos uma dúzia de países, incluindo Polônia, Holanda, Alemanha e países nórdicos e bálticos.

Divergências

A reunião em Paris, no entanto, mostrou algumas fissuras dentro da Europa. O premiê da Eslováquia, Robert Fico, que não foi convidado para o encontro, disse ontem que o grupo não falava em nome de toda a Europa.

Donald Tusk, premiê da Polônia, rejeitou a ideia de enviar tropas, assim como o chanceler alemão, Olaf Scholz. "O debate sobre envio de tropas agora é prematuro e inapropriado", disse - parte da cautela de Scholz pode ser atribuída às eleições na Alemanha, no domingo.

O premiê da Holanda, Dick Schoof, não descartou totalmente a possibilidade de enviar tropas à Ucrânia, mas também disse que qualquer envolvimento tem de ser coordenado com os EUA, em caso de retomada do conflito.

Como Trump prometeu um acordo para interromper a guerra, os europeus recentemente se tornaram mais abertos à ideia de enviar tropas. A proposta, no entanto, causou alvoroço quando Macron a sugeriu pela primeira vez, no ano passado. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, teve uma conversa telefônica com o presidente da França, Emmanuel Macron, na qual ambos compartilharam a visão de que as garantias de segurança devem ser robustas e confiáveis.

"Qualquer outra decisão, como um cessar-fogo frágil, serviria apenas como mais um engano da Rússia e estabeleceria as bases para uma nova guerra russa contra a Ucrânia ou outras nações europeias", diz o comunicado do governo ucraniano.

Macron também informou Zelensky sobre suas conversas com outros líderes mundiais e concordaram em permanecer em contato constante e coordenar esforços para alcançar uma paz sólida, que só pode ser assegurada por meio de fortes garantias de segurança, acrescenta a nota.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, e o assessor de assuntos externos de Putin, Yuri Ushakov, chegaram à capital saudita nesta segunda-feira, de acordo com a TV estatal russa, para a reunião com os principais diplomatas dos EUA. Ushakov disse que as conversas seriam "puramente bilaterais" e não incluiriam autoridades ucranianas.

Altos funcionários americanos e russos conversarão sobre como melhorar seus laços e negociar o fim da guerra na Ucrânia, disseram as autoridades hoje, no que seria a reunião mais significativa entre os lados desde a invasão em grande escala de Moscou em seu vizinho há quase três anos.

As conversações programadas para terça-feira, 18, marcam outro passo fundamental do governo de Donald Trump para reverter a política dos EUA de isolar a Rússia, e têm o objetivo de preparar o caminho para uma reunião entre o presidente dos EUA e o presidente russo, Vladimir Putin.