Fã de Taylor Swift foi morto com 23 facadas em assalto, diz laudo da polícia

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O fã de Taylor Swift que foi morto no domingo, 19, na Praia de Copacabana, enquanto estava no Rio de Janeiro para assistir a um show da cantora, levou 23 facadas, segundo laudo da necropsia realizada pela Polícia Civil do Rio e confirmada ao Estadão nesta segunda-feira, 20. As autoridades prenderam um dos assaltantes.

 

Primos da vítima, Gabriel Mongenot Santana Milhomem Santos, de 25 anos, contaram ao Estadão que ele era de Mato Grosso do Sul, mas cursava engenharia aeroespacial em Belo Horizonte, em Minas Gerais. O estudante viajou com amigos para assistir ao show da cantora no Rio.

 

O segundo suspeito, autor das facadas, já foi identificado. Conforme a PM, ele foi preso na sexta-feira, 17, por furto e receptação, mas uma decisão judicial o liberou no mesmo dia. O homem também tem ficha criminal por homicídio, roubo, porte de arma de fogo e lesão corporal.

 

As polícias Civil e Militar continuam procurando pelo segundo suspeito, que seria um morador de rua, segundo depoimento do homem detido. A Delegacia de Homicídios da Capital investiga o caso.

 

Luciano Mongenot, primo da vítima, disse que os pais do estudante estão "sem chão" com a notícia. Gabriel era filho único.

 

O estudante é a segunda vítima sul-mato-grossense a morrer no Rio de Janeiro durante a turnê The Eras Tour, de Taylor Swift. Ana Clara Benevides, de 23 anos, veio a óbito após passar mal no primeiro show da cantora na cidade.

 

A artista adiou apresentação do sábado, 18, poucas horas antes de subir ao palco devido às extremas temperaturas - o Rio de Janeiro bateu recorde de sensação térmica e temperatura. O show foi remarcado para esta segunda-feira, 20.

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A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu em flagrante dois membros de uma quadrilha especializada em roubar relógios de luxo nesta quinta-feira, 25. Segundo a investigação, o grupo é de São Paulo e viajava mensalmente à capital fluminense para cometer os crimes, preferencialmente na zona sul.

Os suspeitos, que têm 25 e 35 anos, foram presos quando se preparavam para cometer assaltos no bairro de Botafogo, de acordo com a 10ª Delegacia de Polícia. Um terceiro membro do grupo conseguiu escapar.

A investigação descobriu que, quando estavam no Rio, os acusados se instalavam na comunidade São Carlos para planejar os crimes. Depois, voltavam para o Estado de origem para vender os objetos roubados. No decorrer das investigações, os agentes obtiveram imagens dos acusados exibindo os relógios em redes sociais.

A Polícia Civil afirma que as investigações continuam para identificar os receptadores e para que outras vítimas possam reconhecer os suspeitos.

O subsecretário de Assuntos Econômicos e Fiscais do Ministério da Fazenda, João Paulo de Resende, disse nesta sexta-feira, 26, que o governo brasileiro espera ter o Fundo de Floresta Tropicais para Sempre (TFFF), estruturado e com US$ 125 bilhões na COP 30. O evento acontece em Belém, em novembro de 2025.

O fundo pretende remunerar países de renda baixa e média pela manutenção de florestas desse tipo, desde que apresentem taxas de desmatamento controladas. Segundo levantamento da delegação brasileira, há 67 países no mundo que poderão se beneficiar do mecanismo, entre eles o Brasil.

Resende e o diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, Garo Batmanian, disseram hoje a jornalistas que o projeto do fundo de investimentos foi bem recebido em reunião da delegação brasileira com representantes de Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Noruega, Cingapura e Emirados Árabes. Esses países teriam se comprometido a analisar o novo instrumento e, possivelmente, defendê-lo já na COP 29, em Baku, no Azerbaijão.

A ideia, disse Resende, é que esse grupo de países faça os primeiros investimentos necessários ao fundo, estimados pela delegação brasileira em US$ 25 bilhões, e que o restante venha de outros países e da iniciativa privada.

O montante a ser investido pelos países, disse o subsecretário, deve ser captado a uma taxa de juros média de 5% ao ano e reinvestido de forma mais rentável, por exemplo, em títulos de países desenvolvidos, capazes de render entre 7,5% e 8% ao ano. Desse diferencial é que viria o pagamento aos países beneficiários. Isso, disse, pode render uma média de US$ 4 por hectare preservado. No caso do Brasil, se o País conseguir zerar o desmatamento, poderia receber uma média de US$ 1,3 bilhão anualmente por meio do TFFF.

Nesse desenho, os países investidores do TFFF são "subordinados", tomando o risco de serem os últimos a serem remunerados pelos investimentos, mas ganhando o benefício do combate às mudanças climáticas.

Resende fez questão de frisar que esse é apenas um esboço da arquitetura do fundo, que será desenvolvida e definida nos próximos meses, dentro da trilha de florestas do G20. Ele disse que montantes alocados pelos países no FMI, os chamados direitos especiais de saque (SDR), poderiam, por exemplo, ser usados para investir no mecanismo.

Questionadas sobre a figura do gestor do TFFF, as autoridades brasileiras disseram que isso ainda será definido, mas que pode ser uma gestora privada designada, um banco multilateral ou ambos.

Os casos de febre oropouche no Brasil dispararam em 2024. Enquanto em 2023 foram contabilizados 832 casos, segundo dados do Ministério da Saúde, neste ano o número saltou para 7.236. Com a confirmação de dois óbitos e a investigação da relação da doença com casos de microcefalia, a preocupação com a disseminação do vírus aumenta.

De acordo com a pasta, o salto está associado à ampliação dos testes para a detecção da doença, distribuídos para toda a rede nacional de Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen). A partir daí, foi descoberta a disseminação de casos, até então concentrados na região Norte, em Estados de todo o Brasil.

Confira abaixo as principais informações sobre o tema e o atual cenário do País:

O que é a febre oropouche?

A febre oropouche é uma doença causada por um arbovírus (vírus transmitido por mosquitos) chamado Orthobunyavirus oropoucheense (OROV). Transmitido aos seres humanos principalmente pela picada do Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, esse vírus foi detectado no Brasil na década de 1960, a partir de amostra de sangue de um bicho-preguiça capturado durante a construção da rodovia Belém-Brasília.

Desde então, casos isolados e surtos foram relatados no Brasil, principalmente nos Estados da região Amazônica. Também já foram relatados casos e surtos em países como Panamá, Argentina, Bolívia, Equador, Peru e Venezuela.

Como ocorre a transmissão?

A transmissão ocorre quando o mosquito maruim pica uma pessoa ou animal infectado e, em seguida, pica uma pessoa saudável, passando a doença para ela. Assim, existem dois tipos de ciclo de transmissão da doença:

Ciclo silvestre: nesse ciclo, animais como bichos-preguiça e macacos são os hospedeiros do vírus. Alguns tipos de mosquito, como o Coquilletti diavenezuelensis e o Aedes serratus, também podem carregar o vírus, mas o maruim é considerado o principal transmissor nesse ciclo.

Ciclo urbano: os humanos são os principais hospedeiros do vírus. O maruim é o vetor principal, porém alguns casos também podem estar associados ao Culex quinquefasciatus, comumente encontrado em ambientes urbanos.

"A diversidade de mosquitos envolvidos na transmissão do vírus é uma das preocupações mais sérias em relação ao aumento de casos no Brasil, especialmente em regiões além da Amazônia, uma vez que a disseminação pode ocorrer de maneira mais rápida, considerando que as pessoas também são hospedeiras", afirmou ao Estadão a infectologista do Hospital Israelita Albert Einstein Emy Gouveia.

Como diferenciar a febre oropouche da dengue?

Além da diferença entre os mosquitos vetores (no caso da dengue, é o Aedes aegypti), as doenças se diferenciam pela evolução do quadro clínico.

Enquanto os pacientes diagnosticados com dengue podem desenvolver dores abdominais intensas e, nos casos mais graves, hemorragias internas, tais sintomas não costumam ser observados na febre oropouche. No caso da oropouche, especificamente, os quadros mais severos podem envolver o comprometimento do sistema nervoso central, ocasionando meningite asséptica e meningoencefalite, sobretudo em pacientes imunocomprometidos.

Apesar disso, vale destacar que, nos óbitos registrados pela primeira vez no Brasil, as pacientes apresentaram sintomas semelhantes aos da dengue grave.

Qual a relação entre febre oropouche e microcefalia?

Pesquisadores do Instituto Evandro Chagas (IEC), associado ao Ministério da Saúde, encontraram evidências de que a febre oropouche pode ser passada da mãe para o bebê durante a gestação e iniciaram a investigação sobre a relação entre casos de óbito e malformação fetal com a infecção.

O IEC identificou a presença de anticorpos contra o vírus em quatro bebês nascidos com microcefalia, além de material genético do vírus em um feto natimorto com 30 semanas de gestação.

O ministério fez um alerta para o risco às gestantes, mas destacou que, embora os achados sejam evidências da transmissão vertical do vírus, as limitações do estudo não permitem confirmar que a infecção durante a gestação seja causa de malformações neurológicas nos bebês.

De acordo com Pedro Vasconcelos, pesquisador do IEC e um dos envolvidos na investigação, embora ainda sejam necessários testes que demonstrem a presença de antígenos virais para haver a comprovação, existem grandes chances de o vírus ser, de fato, o causador dos casos de microcefalia documentados.

"Porque o encontro do anticorpo IgM no sistema nervoso central é muito indicativo de infecção no local, ou seja, de que o vírus penetrou, infectou e induziu a formação de anticorpos na região", afirmou.

O ministério está investigando seis possíveis ocorrências de transmissão vertical da doença. São três casos em Pernambuco, um na Bahia e dois no Acre. Dois casos evoluíram para óbito fetal, houve um aborto espontâneo e três casos apresentaram anomalias congênitas, como a microcefalia.

Febre oropouche mata?

Nesta quinta-feira, 25, o Ministério da Saúde confirmou duas mortes por febre oropouche no interior da Bahia. De acordo com a pasta, não havia registro de óbitos causados por essa doença na literatura científica mundial - esses foram os primeiros casos fatais.

As vítimas, ambas mulheres com menos de 30 anos e sem comorbidades, apresentaram sintomas semelhantes aos de dengue grave. Elas relataram dor muscular, abdominal, na cabeça e atrás dos olhos; além de diarreia, náuseas e vômitos.

De acordo com relatório elaborado pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), as pacientes também apresentaram "fenômenos hemorrágicos e envolvimento hepático", semelhantes aos da dengue hemorrágica, e a evolução do quadro do início dos sintomas até a morte foi rápida (apenas alguns dias).

Por esses fatores e pela disseminação do vírus pelo Brasil, o relatório considera que a oropouche "já representa um surto de grande preocupação para a população" e destaca que as semelhanças com a dengue podem representar um desafio para o diagnóstico, favorecendo a subnotificação.

"Se não fosse pela extensa avaliação laboratorial e pelo surto de OROV em curso na região (no sul da Bahia, onde os casos aconteceram), esses casos provavelmente teriam sido classificados inadequadamente como mortes por dengue", diz o texto.

Quais são os grupos de risco?

De acordo com Gouveia, os idosos e as crianças são os principais grupos de risco. No caso dos idosos, o perigo está relacionado à maior possibilidade de desidratação e presença de comorbidades. Já entre crianças, além da desidratação, a dificuldade de controlar a febre é o que amplia o risco de a doença evoluir.

As autoridades de saúde também chamam a atenção para o cuidado com as gestantes, diante das evidências de transmissão vertical e da possibilidade de o vírus afetar os bebês.

Onde há casos da doença no Brasil?

Em 2024, foram registrados 7.236 casos da doença, em 20 Estados brasileiros:

Amazonas: 3.224

Rondônia: 1.709

Bahia: 830

Espírito Santo: 412

Acre: 265

Roraima: 236

Santa Catarina: 155

Pernambuco: 86

Minas Gerais: 83

Pará: 74

Rio de Janeiro: 62

Ceará: 39

Piauí: 27

Mato Grosso: 17

Amapá: 7

Maranhão: 3

Paraná: 3

Tocantins: 2

Mato Grosso do Sul: 1

Paraíba: 1

Como prevenir?

De acordo com o Ministério da Saúde, as formas de prevenção incluem:

Evitar áreas onde há muitos mosquitos, se possível;

Usar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplicar repelente nas áreas expostas;

Manter a casa limpa, removendo possíveis criadouros de mosquitos, como potes com água parada e folhas acumuladas;

Se houver casos confirmados na sua região, é recomendado seguir as orientações da autoridade de saúde local para reduzir o risco de transmissão.

Como o diagnóstico é feito?

O exame que identifica a doença é o RT-PCR desenvolvido pela Fiocruz Amazonas. A análise é feita a partir do sangue do paciente nos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacens).

Por causa da disponibilidade restrita de exames, eles são realizados apenas em pessoas com sintomas típicos da fase aguda da doença ou que testaram negativo para dengue ou chikungunya. Além disso, quando o paciente não é da Amazônia, mas teve passagem pela região, a atenção é redobrada.

O Ministério da Saúde orienta que todos os casos suspeitos e/ou com diagnóstico laboratorial de infecção pelo OROV devem ser investigados, visando a descrever as características clínicas e epidemiológicas, bem como identificar as espécies de vetor envolvidas na transmissão.

Como é o tratamento?

Ainda não há um medicamento específico para tratar a febre oropouche. Por isso, o tratamento é de suporte, ou seja, costumam ser administradas medicações para dor, náuseas e febre, além da indicação de hidratação e repouso.