Bioeconomia é a nossa vida, diz presidente da Ataic

Geral
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Falar em bioeconomia é falar da vida das comunidades ribeirinhas. O resumo é do presidente da Associação dos Trabalhadores Agroextrativistas da Ilha das Cinzas (Ataic), Francisco Malheiro. "Falar de bioeconomia é falar da nossa vida, de segurança alimentar, do nosso dia a dia", afirmou Malheiro durante painel sobre o tema na Cas'Amazônia, em Belém, nesta manhã. A Ataic é uma das 21 agroindústrias que fornecem manteigas, óleos e bioativos para a Natura. A fábrica na região marajoara produz a partir das amêndoas de muru-muru, andiroba e ucuuba.

"As sementes oleaginosas sempre estiveram nos territórios, mas não tinham valor agregado e acesso a mercado. Nos últimos dez anos, passaram a ser ofertadas", disse Malheiro. Ele contou que, quando esses ativos passaram a compor a renda das pessoas, houve um aumento grande na renda, nas casas das pessoas e, inclusive, um envolvimento de mais moradores da Ilha das Cinzas, uma área que compõem o arquipélago do Marajó no Pará.

Malheiro explica o processo de produção da comunidade ribeirinha precisa considerar o ritmo das marés ao longo do dia para definir quais atividades serão feitas. Da mesma forma, disse, é preciso respeitar a cultura tradicional e o modo de vida dos ribeirinhos ao pensar o modo de produção. "O modelo produtivo precisa se encaixar na vida das pessoas. Construímos a primeira indústria em área privada", afirmou o presidente da Ataic. A organização inaugurou, em maio, a primeira agroindústria com a energia de placas solares armazenada num sistema Bess (sigla em inglês para Battery Energy Storage System) conectado a um sistema de monitoramento remoto pela equipe da WEG na sede da empresa em Jaraguá do Sul (SC). A WEG e a Natura foram parceiras do projeto.

Presente no mesmo painel nesta manhã, o empresário Guilherme Leal, cofundador da Natura e da Dengo, afirmou que o tema da biodiversidade ingressou no universo da fabricante de cosméticos e produtos de higiene no fim dos anos 90. Foi quando os fundadores se questionaram onde a empresa queria chegar. "Vamos ser uma cópia dos franceses, dos americanos, dos japoneses? Ou queremos ser algo original? Entendemos que o uso das riquezas na Amazônia, na Mata Atlântica poderia nos diferenciar e gerar prosperidade compartilhada nas comunidades que conservam essas florestas", disse Leal. "Foi então que começamos a incorporar a biodiversidade brasileira e a investir fortemente nessa área para transformar a biodiversidade em bioeconomia", afirmou Leal.

O empresário contou que o pioneirismo cobrou um preço. Lembrou que a empresa errou muito porque "não havia um mapa do caminho" nem legislação. "Por termos sido pioneiros, fomos penalizados, multados. Nossa única certeza é que em alguma coisa íamos errar. O único jeito de nos proteger era ser transparentes e chamar as pessoas para participar dessa construção", diz.

Em outra categoria

Jojo Todynho decidiu se desligar da Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro, onde cursava Direito, após a confusão com um colega de turma que resultou em um boletim de ocorrência contra a influenciadora. O episódio aconteceu na última semana, durante um simulado, e foi registrado como suposta injúria.

Nos Stories do Instagram, na terça-feira, 11, Jojo contou que foi pessoalmente à secretaria da instituição para formalizar o pedido de saída. "Vim aqui hoje na secretaria dizer que queria sair da faculdade, procurar outra unidade", afirmou.

A cantora também ressaltou que sempre foi tratada como uma aluna comum: "Aqui dentro não tenho nenhum tipo de privilégio, não pago diferente. Aqui dentro sou Jordana, não sou Jojo Todynho."

Durante o desabafo, ela reforçou a importância do respeito nas relações interpessoais. "Todo mundo tem o direito de gostar ou não do outro, mas todos nós devemos respeitar o outro. Isso é muito importante", disse. Em outro trecho, acrescentou: "O que aprendemos aqui todos os dias é para que lá fora a gente se torne profissionais."

Jojo comentou ainda que considerou constrangedor o momento vivido em sala de aula, envolvendo o professor da disciplina. "Não fica legal para ninguém", afirmou. Apesar do episódio, ela disse estar tranquila em relação ao futuro. "Serei uma ótima advogada", garantiu. "Fico muito feliz de poder receber o feedback da aluna maravilhosa que eu sou", completou.

A influenciadora finalizou a mensagem com uma reflexão sobre respeito. "Divergências acontecem em qualquer lugar. Onde eu estiver, prezarei sempre pelo respeito, porque o respeito é bom e todo mundo gosta - e comigo ele jamais será seletivo", concluiu. "É isso. Até 2027", disse, fazendo referência ao ano previsto para sua formatura.

Virginia Fonseca falou pela primeira vez sobre a convivência dos filhos com Ana Castela, atual namorada de Zé Felipe, seu ex-marido. O cantor e a influenciadora são pais de três crianças: Maria Alice, de 4 anos, Maria Flor, de 3, e José Leonardo, de 1.

Em entrevista ao colunista Lucas Pasin, do Metrópoles, Virginia contou que as meninas já admiravam a cantora antes mesmo do relacionamento com o pai. "Eu fico muito feliz em saber que a Ana está tratando bem os meus filhos, que os meus filhos gostam dela", afirmou.

A influenciadora relembrou ainda que costumava colocar as músicas da boiadeira para as filhas ouvirem nas aulas de hipismo. "Fico muito feliz e muito grata por ela (Ana Castela) estar cuidando bem dos meus filhos. Cuidando assim, né? Não está cuidando, mas está com eles lá, né? Tem um carinho", explicou.

Segundo Virginia, essa é sua maior preocupação como mãe. Ela também destacou a importância da harmonia familiar: "O Zé estando bem e feliz é maravilhoso, porque ele poderá dar o máximo para os filhos. E ela tratando bem os meus filhos, está tudo bem e perfeito."

A influenciadora e Zé Felipe se separaram em maio, após quatro anos de casamento. Em outubro, o cantor assumiu o relacionamento com Ana Castela. Dias depois, Virginia foi pedida em namoro pelo jogador de futebol Vini Jr.

Primavera nos Dentes: A História do Secos & Molhados, série documental que revisita a trajetória meteórica de uma das bandas mais revolucionárias da música brasileira, em cartaz no Canal Brasil, mostra que, 50 anos depois, algumas feridas ainda não cicatrizaram completamente. O reflexo disso está no fato de que o documentário não traz as músicas originais. O caminho foi, então, criar canções novas.

Ney Matogrosso, Gerson Conrad, Emilio Carrera e Willy Verdaguer voltaram aos estúdios meio século após o fim da formação original. Não para gravar os clássicos que venderam mais de um milhão de discos entre 1973 e 1974. Isso porque João Ricardo, o terceiro integrante-fundador e principal compositor do grupo, não autorizou o uso das canções que ajudou a criar. Curiosamente, para o filme Homem com H, que revisitou os 50 anos de carreira de Ney, todas as músicas solicitadas foram liberadas.

"Sinto muito que tenha sido assim. Por dinheiro, né? Mas foi o que tinha que ser", afirma Ney, ao Estadão, com a franqueza característica. Sobre a ausência de João Ricardo na série, ele é direto. "Não me abala porque eu conheço a peça, gente. Eu conheço a peça", diz, rindo.

Saídas

A solução? Criar músicas inéditas que carregassem o DNA daquele som que revolucionou a MPB em plena ditadura militar. Impedidos de usar os maiores sucessos da banda, a produtora Santa Rita Filmes convidou Emilio Carrera (pianista) e Willy Verdaguer (contrabaixista) - músicos que fizeram parte do Secos & Molhados em 1973 e 1974 - para voltarem aos estúdios e criarem novas canções originais inspiradas na sonoridade do grupo.

O resultado é Ouvindo o Silêncio, composição de Gerson Conrad e Paulo Mendonça (autores de grandes sucessos da banda), interpretada por Ney e Gerson. A canção encerra a série e ganhou um videoclipe especial que marca o reencontro histórico, 50 anos depois. Emilio e Willy assinam o arranjo e direção musical, recriando aquela atmosfera poética e provocadora que fez o Brasil parar.

Para Ney, já não há sentimentos envolvidos nessa história. "Secos & Molhados foi importante? Foi importante. Merece o meu esforço para me levantar? Sim, merece. Eu vou e faço. Mas não tem sentimentos. Sentimentos ficaram todos pra trás, sabe?", diz.

Dirigida e roteirizada por Miguel De Almeida e produzida por Marcelo Braga, a série mergulha na trajetória apoteótica de uma das bandas mais marcantes da MPB. Em quatro episódios de 60 minutos, Primavera nos Dentes reconstrói a história do grupo que, em plena ditadura militar, provocou uma revolução estética e comportamental no Brasil dos anos 1970.

O projeto traz depoimentos exclusivos de Ney Matogrosso, Gerson Conrad, Emilio Carrera, Willy Verdaguer, Helena Ignez, Roberto Frejat, Ana Cañas e outros nomes, além de imagens de arquivo raras. Um mosaico afetivo que revela os bastidores e as origens das marcas do grupo - como a maquiagem icônica de Ney, inspirada em um personagem da montagem histórica do Teatro Oficina para O Rei da Vela, de José Celso Martinez Corrêa e Noilton Nunes.

O fenômeno

A série mostra o sucesso estrondoso de uma banda que, em pouco mais de um ano, vendeu um milhão de discos, lotou ginásios e chegou a superar Roberto Carlos em vendas. Foram mais de 20 mil pessoas no Maracanãzinho, 365 apresentações em 11 meses. A gravadora Continental teve que derreter vinis de outros artistas encalhados para suprir a demanda.

Sangue Latino, O Vira, Rosa de Hiroshima - canções que driblaram a censura com letras contundentes sobre liberdade, enquanto Chico Buarque e Taiguara eram proibidos. A série também aborda as tentativas de censura e o incômodo das gravadoras multinacionais diante do sucesso de uma banda de capital nacional que transformou arte em ato político.

O terceiro episódio revela o desgaste interno e as disputas que culminaram no fim da banda em 1974. Ao longo da série, Ney, Gerson e outros convidados como Moracy do Val, Cláudio Tovar e Charles Gavin falam abertamente sobre o relacionamento conturbado com João Ricardo e o rompimento que levou ao fim do grupo.

Quando questionado se alguma história deixou de ser contada pela ausência do ex-parceiro, Ney é pragmático. "Não dá pra contar tudo. É. Em situação nenhuma. No meu filme também não dá pra contar tudo. Porque ali são 50 anos em duas horas e nove, não é isso? Não dá pra contar", diz. E completa, sobre o imbróglio com João: "já está resolvido, ultrapassado".

Uma nova juventude

Hoje, Ney Matogrosso vive um momento peculiar. O filme Homem com H, que estreou nos cinemas em 2023 e chegou à Netflix em 2025, o colocou frente a frente com um público ainda mais jovem. "Eu sempre andei na rua sossegado, agora já não é tanto assim", conta, bem-humorado. "Todas as pessoas falam comigo. Fiquei muito impressionado. Isso não era assim, sabe? Claro que quando eu sempre andei na rua as pessoas falavam comigo, mas era assim. Uma, duas... Agora não, agora é uma atrás da outra", diz.

Sobre essa avalanche de reconhecimento tardio, ele filosofa. "Olha, eu acho que melhor que essas coisas aconteçam quando a gente tá vivo, não é isso? E pra gente assistir de camarote, né? Essa loucura toda", revela, sem guardar a empolgação.

Primavera nos Dentes encerra com o reencontro de parte dos integrantes, 50 anos após o fim do grupo, celebrando o impacto cultural do Secos & Molhados. Sem autorização para regravar os clássicos originais, a solução encontrada acabou se tornando um gesto especial aos fãs: novas músicas que carregam o DNA daquela época, mas olham para o futuro.

O que fica é a certeza de que, mesmo sem poder usar Sangue Latino ou O Vira, o espírito revolucionário dos Secos & Molhados continua vivo. Cinquenta anos depois, a história, mesmo incompleta por ausências e disputas, merece ser contada.

Onde assistir a 'Primavera nos Dentes'

Os capítulos de Primavera nos Dentes são exibidos semanalmente, nas sextas-feiras, às 21h30, no Canal Brasil. Os horários alternativos para assistir aos episódios já lançados são aos sábados, às 17h, e aos domingos, às 19h. A série, de quatro episódios, estreou no dia 31 de outubro.