Livro: um negócio de altos e baixos

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A notícia de hoje é boa: as vendas de e-book e audiolivro dispararam no Brasil em 2020. A de 15 dias atrás, péssima: em 15 anos, o mercado editorial encolheu 30%. E assim, entre altos e baixos, com duas importantes redes de livrarias em recuperação judicial e devendo milhões às editoras, num país de baixos índices de leitura e lutando contra a taxação do livro, um dos itens da reforma tributária, e sem interlocução com o governo desde o início da gestão Bolsonaro, o mercado editorial busca seu equilíbrio e sobrevivência.

Aos 57 e em seu 7º e último ano como presidente do Sindicato Nacional de Editores dos Livros, Marcos da Veiga Pereira, um dos fundadores da Sextante, conversou com o Estadão sobre a crise e o futuro do negócio do livro.

O mercado editorial encolheu 30% em 15 anos. O que houve?

De 2006 a 2011, houve um crescimento bastante robusto e dois movimentos: o aumento da venda do livro e a diminuição do preço. Tínhamos a Avon, e livrarias como a Cultura e a Saraiva estavam investindo. Com a desoneração, as editoras apostaram na ideia da diminuição do preço. O Brasil estava bombando. Havia uma euforia enorme, que não se sustentou porque não investimos no hábito da leitura nem na educação. Em 2011, chegamos a 280 milhões de livros vendidos para o mercado e ficamos nesse patamar até 2014. Com a recessão a partir de 2015, vamos ladeira abaixo. O número de exemplares vendidos ao mercado em 2016 é igual ao de 2020.

Mas essa não é apenas uma crise macroeconômica. O que poderia ter sido feito diferente, que erros poderiam ter sido evitados?

É difícil separar. O desemprego em 2015 e 2016 foi muito forte e isso leva a uma diminuição de consumo. Temos que considerar também como as pessoas ocupam seu tempo. A pesquisa Retratos da Leitura mostra que o brasileiro não lê mais por falta de tempo. Mas ele tem tempo de ver WhatsApp, ficar no Instagram, maratonar séries. É uma questão de escolha, e não de tempo. O que poderíamos ter feito diferente? Demoramos para perceber que tinha um limite na diminuição do preço do livro, que as margens estavam ficando muito comprimidas, principalmente no varejo. O varejo também demorou para perceber isso e que o processo de expansão não ia dar certo. Pensavam que o negócio era faturar, quando era preciso ter lojas rentáveis. No caso de Saraiva e Cultura, o grande erro foi não enxergar cada livraria como um pequeno negócio que tem de dar lucro. E investimos pouco na promoção do livro.

Há cinco anos, o cenário era outro, com Cultura e Saraiva desempenhando um importante papel na cadeia. Como imagina esse cenário das livrarias em 2025? O que deve acontecer com as duas?

Imagino que as duas continuem vivas e sendo marcas importantes, com uma quantidade de lojas muito menor, mas ainda relevantes. Elas têm uma dívida impagável. A questão é saber se essa dívida será perdoada e se elas vão tentar se reinventar como redes menores ou conseguir vender os ativos. Certamente o novo modelo de livraria é diferente daquele modelão megastore. Agora são lojas de 500 m² a 1.200 m², com mais curadoria e serviço, um bom acervo de lançamentos e eventos. Na pandemia, o varejo online avançou 5 anos e capturou uma importante participação de mercado. Pensando agora em 2025, olhando a expansão da Leitura e da Vila, por exemplo, vejo o varejo de livros se reorganizando para voltar a ocupar o que espero que seja metade da participação das vendas.

Como está o ranking hoje das livrarias? Quem são ou serão os novos grandes players?

Amazon é a líder de mercado. Falando pela Sextante, depois aparecem Leitura, Curitiba, Submarino e Magalu. Neste momento, para a editora, as vendas online estão representando 60%. O Submarino foi uma força muito grande no início da década passada e com a pandemia voltou a ser importante. Magazine Luiza entrou no jogo. E o Mercado Livre é um novo player interessante, atuando como um hub de livrarias, que não precisam mais investir em seu próprio e-commerce se não quiserem. Mas tem que ter curadoria, profissionais que conheçam os livros e os leitores e inteligência para administrar isso.

Quais são os desafios hoje?

A curtíssimo prazo, a reforma tributária. Achamos que o projeto da CBS (Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços) estava sepultado, mas não está. Ele pode ter um impacto avassalador. A indústria hoje é imune de impostos e isenta de tributos. Tributando, tira-se a margem de editores, livreiros e distribuidores, que vão buscar isso aumentando o preço. Um preço maior vai ter impacto no consumo. Não sei o que vai acontecer. De Brasília, podemos esperar muita coisa. Temos também o desafio da reconstrução. Foi muito encorajador ver o comportamento do leitor durante a pandemia, e a preocupação é como manter o interesse nos livros quando as pessoas começarem a circular mais e voltarem a seus hábitos anteriores. Outro desafio é a reconstrução do varejo, que está caminhando a passos mais largos do que a gente esperava. E temos o desafio permanente da educação, do investimento na formação de leitores nas escolas, investir no professor para que o momento da descoberta do livro seja especial.

O mercado ainda sonha com a lei do preço fixo do livro?

Essa é uma das minhas frustrações. O projeto bateu na trave. Chegou na Casa Civil no final do mandato de Michel Temer e não foi para a frente. Tive um encontro com o primeiro secretário de Cultura do governo e logo ele saiu. E, desde então, não tive mais nenhuma interlocução com a Secretaria da Cultura ou Ministério da Educação. Não sei se vamos ter capacidade para retomar essa questão. Talvez tenhamos que esperar o próximo governo.

Os novos números do livro digital são bons, mas, em dezembro, completam-se 9 anos da chegada dos grandes players. Por que isso não deslanchou no Brasil?

Foram nove anos difíceis, em que andamos para trás em vários índices. Quando lançamos o e-book no Brasil, achávamos que haveria uma base de equipamentos suficiente. A oferta de títulos era pequena. Depois, achamos que as pessoas leriam mais no iPad. Isso tudo fez com que a curva de adesão fosse muito mais lenta do que imaginávamos. Mas, a cada ano, ampliamos o acervo. Com as promoções na pandemia, os números foram muito bons e a participação subiu de 4% para 6%. Ainda está engatinhando, mas para editoras como a Sextante, do segmento de obras gerais, esse número é bem mais relevante e está chegando a algo entre 8% e 10%. E o audiolivro é um formato que pode ter um ganho relevante no Brasil nos próximos cinco anos.

Há quem diga que o livro é caro e que só rico lê no Brasil, como está no recente relatório da Receita Federal.

Uma questão importante é a ideia de preço e valor. As pessoas atribuem muito pouco valor ao livro, e isso é muito ruim para a sociedade. O livro brasileiro ficou muito mais acessível ao longo do tempo. Livros que deveriam custar R$ 100 custam R$ 60, por exemplo. Mas taxar o livro é ir contra o princípio constitucional. O livro é imune, porque ele é importante para a sociedade. A diversidade de ideias é importante, e daí vem a imunidade tributária. Não acredito no argumento de que vão investir o dinheiro da taxação em políticas públicas de formação de leitores. Isso não vai acontecer. Taxando o livro, interrompemos um processo de recuperação, o preço vai aumentar e um universo de livrarias não vai sobreviver. Isso, a curto prazo. Com menos livrarias, editoras passam a apostar menos e a concentração do varejo online será ainda maior. E concentração nunca é bom. Precisamos de estímulos à leitura, de uma Secretaria da Cultura que invista em eventos literários e bibliotecas, de um Ministério da Educação que também invista em biblioteca, em acervo e em professores. Precisamos de uma política pública efetiva em favor do livro e da leitura.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A festa do líder João Pedro rendeu uma discussão no BBB 25 entre ele e o irmão gêmeo, João Gabriel. Ambos brigaram na noite desta quarta-feira, 26, por conta de um chapéu que foi entregue pela produção para o líder.

João Gabriel pensou que o chapéu era seu, apesar do acessório ter sido entregue para João Pedro pela produção do programa.

Vinícius e Aline intervieram e aconselharam João Gabriel, que insistia que o chapéu era dele. "A festa é dele. Na sua festa, você estava de chapéu. Você vai deixar ele sem chapéu?", questionou Aline. João Gabriel retrucou que "o problema não era ele usar" e sim "cair no chão" e estragar a peça, que ficou amassada.

Vinícius enfatizou que a produção havia trazido o chapéu para João Pedro.

Os brothers tentaram desamassar o chapéu usando vapor. Foi então que a produção do programa interveio e cedeu um chapéu extra para os irmãos, deixando o item na despensa da casa.

Ainda chateado, João Gabriel deitou por alguns momentos no Quarto Fantástico, mas logo voltou para a festa do irmão.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais

O ator Gene Hackman, de 95 anos, encontrado morto ao lado da mulher nesta quarta-feira, 26, em sua casa no Novo México, nos Estados Unidos, era considerado um dos maiores nomes de Hollywood.

Vencedor de dois prêmios Oscar - Melhor Ator em 1971 por Operação França e Melhor Ator Coadjuvante em 1992 por Os imperdoáveis -, o ator também foi conhecido por seus papéis em Mississippi em Chamas, Bonnie e Clyde e A Conversação.

Em 1978, interpretou a primeira versão de Lex Luthor nos cinemas. Ao lado de Christopher Reeve e Margot Kidder, marcou toda uma geração como os icônicos personagens de Superman. Também foi colaborador frequente dos cineastas Francis Ford Coppola e Clint Eastwood.

Ao longo de seis décadas, foi uma das figuras mais versáteis de Hollywood. Apesar de ser amado pela indústria cinematográfica, Hackman não fazia a menor questão de se portar como uma celebridade. Recluso, o ator evitava aparições públicas e era vocal em seu desdém sobre o show business.

Ao todo, fez cerca de 80 filmes em sua carreira. Além das duas vitórias no Oscar, foi indicado em mais três ocasiões - 1967, 1970 e 1988. Também venceu quatro Globos de Ouro, três prêmios Bafta e um Urso de Ouro de Melhor Ator no Festival de Berlim.

Em 2004, estrelou em seu último filme - Uma eleição muito atrapalhada. Como era de praxe, no entanto, o anúncio de sua aposentadoria só veio quatro anos depois, em 2008.

"Não dei uma entrevista coletiva para anunciar minha aposentadoria, mas sim, não vou mais atuar. Nos últimos anos, me disseram para não dizer isso, caso surgisse algum papel realmente maravilhoso, mas eu realmente não quero mais fazer isso", afirmou à agência de notícias Reuters.

Hackman também escreveu três romances com o arqueólogo submarino Daniel Lenihan: Wake of the Perdido Star, de 1999, Justice for None, de 2004, e Escape From Andersonville, de 2008. Seu trabalho de 2011, Payback at Morning Peak, e de 2013, Pursuit, foram suas últimas publicações.

Desde então, o ator fazia poucas aparições na mídia norte-americana. Ao lado da mulher, a pianista Betsy Arakawa, vivia em uma casa no Novo México. Na manhã desta quinta-feira, 27, o casal foi encontrado morto em sua residência. Hackman deixa os filhos, Christopher, Elizabeth e Leslie.

Não há suspeita de crime, mas as autoridades não divulgaram detalhes sobre as circunstâncias das mortes e disseram que uma investigação está em andamento.

A noite desta quarta-feira, 26, no Big Brother Brasil 25 contou com a festa do líder João Pedro. O tema escolhido foi o sertanejo e o brother curtiu a noite, mesmo após barrar Camilla da festa.

Essa não foi a única novidade: houve clima de romance entre João Pedro e Thamiris. Ambos conversaram sobre o jogo também, e a sister levou alguns apontamentos para Maike.

Apesar de não ter havido nenhuma apresentação de artistas convidados, os participantes do reality curtiram o momento entre si. O líder, protagonista da noite, também esteve em uma discussão com o irmão, João Gabriel, por conta de um chapéu entregue pela produção.

Veja o resumo da madrugada de festa do líder no BBB 25:

Camilla barrada

João Pedro vetou a sister, que não conseguiu cumprir o desafio do "Barrado no Baile" até o final para participar da festa. Ela desistiu de encontrar as chaves na dinâmica inédita.

A sister procurou por algumas horas pelas chaves escondidas nas bolinhas, mas desistiu depois de encontrar apenas três das cinco. Ela foi liberada após o final da festa para retornar para a casa.

O veto do líder na irmã de Thamiris não agradou a sister. Ela conversou com João Pedro, Maike e Gracyanne sobre o assunto, em momentos diferentes.

Com o líder, ela explicou que não ficou chateada com a escolha dele: "Não vou ficar com raiva pelas suas escolhas. Só que é minha irmã. Fiquei chateada por ela estar lá, é isso", disse.

Maike e Gracyanne opinam

Thamiris levou seu desabafo sobre o veto da irmã até Maike e Gracyanne. Ambos deram suas opiniões.

A participante comentou com o brother que Camilla deveria "estar arrasada" por não poder curtir a festa. Maike respondeu: "É bom para ela se ligar".

"Eles vão acabar se prejudicando por causa desse jogo", concluiu ela.

"O que me incomoda aqui, é que as pessoas jogam levando em consideração mil coisas, menos o jogo. Eu não vou colocar quem vota em mim, eu não vou colocar quem me vetaria, eu não vou colocar quem de fato eu gostaria de colocar. Eu vou colocar de acordo com o que está acontecendo porque eu não me comprometo", falou Thamiris sobre João Pedro.

Posteriormente, Gracyanne retomou o assunto em uma conversa com Daniele Hypólito.

Delma e Vilma conversam

Embora tenham protagonizado desavenças no passado, Delma e Vilma esqueceram o "caso do café" durante a festa. Elas conversaram sobre o jogo e trocaram elogios entre si.

Briga entre irmãos

João Gabriel discutiu com João Pedro por conta de um chapéu entregue pela produção. Ele acusou o líder de ter amassado o acessório e a produção interveio, mesmo após Aline e Vinícius tentaram apaziguar a conversa.

Clima de romance

Não só de discussão foi a noite: Thamiris e João Pedro flertaram durante a festa e ficaram abraçados. Em outro momento, ambos quase se beijaram.