Após apagões, ministério vê razões para cancelar contrato da Enel em SP

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Após reiterados apagões em São Paulo nos últimos seis meses, com clientes ficando dias sem abastecimento até na região central da capital paulista, o Ministério de Minas e Energia (MME) encaminhou ofício nesta segunda-feira, 1º, à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) solicitando a abertura de um processo para avaliar a atuação da Enel São Paulo. O ofício do MME destaca, em vários momentos, que a análise da Aneel deve levar em consideração uma possível caducidade (cancelamento) do contrato.

O grupo italiano disse, em nota oficial, que cumpre todas as determinações contratuais. A Aneel terá 20 dias para responder ao MME, apresentando as primeiras ações de fiscalização. A estimativa é de que um eventual cancelamento do contrato, se levado a efeito, poder demorar seis meses.

No ofício, o MME destaca a necessidade de avaliar não somente a prestação dos serviços em relação a indicadores e parâmetros de qualidade como também se há justamente "descumprimento das cláusulas contratuais". Outra meta é verificar se a concessionária "deixou de atender intimação da agência reguladora para a regularização da prestação do serviço".

O texto diz ainda que a "adimplência contratual da concessionária deve ser rigorosamente avaliada e, na eventual inobservância caracterizada pela Aneel, sanções devem ser impostas, eventualmente incluindo a declaração de caducidade", citando o contrato de concessão. Esse cancelamento seria precedido de processo administrativo para verificação das infrações ou falhas, sendo assegurado amplo direito de defesa e garantida a indenização das parcelas dos investimentos vinculados.

Multas

Por outro lado, o ofício cita que, após as sucessivas falhas de fornecimento desde novembro, o MME já tinha notificado a Aneel para que acompanhasse a atuação da Enel SP e tais solicitações embasam demanda para fins de regularização da prestação dos serviços, nos termos de outra cláusula contratual - que diz que, em casos de descumprimento das penalidades impostas por infração ou descumprimento de notificação, "poderá ser decretada a caducidade".

Nessa cláusula contratual, fala-se em perda de contrato 'independentemente da apuração das responsabilidades da concessionária pelos fatos que motivaram a medida" - nos vários eventos, a concessionária destacou a contribuição de tempestades incomuns, ação de outras empresas (como a Sabesp) e mesmo situações atípicas causadas pelo aquecimento global.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou existir mais de R$ 300 milhões em multas aplicadas à concessionária e nenhuma foi paga. À Globo News nest segunda, 1º, ele disse que "a Enel demonstra de forma reiterada que está despreparada para prestar o serviço à altura do que a população brasileira exige" e que já foram dadas todas as oportunidades. Em nota, a concessionária negou ter multas em atraso. Informou que já pagou parte delas e outras se encontram em "fase de recurso, seguindo trâmites normais do setor".

Indicadores

Ainda conforme o ofício, o tempo médio de restabelecimento do fornecimento pela Enel SP está pior que a média das demais distribuidoras. Houve, de acordo com o MME, aumento considerável da quantidade de interrupções e de unidades consumidoras afetadas por desligamentos superiores a 24h.

Além disso, o tempo médio de preparação - que avalia a eficiência dos meios de comunicação - esteve 95% superior à média das demais concessionárias de distribuição do Estado de São Paulo nos anos de 2022 e 2023. A empresa, por sua vez, destacou em nota que todos os seus indicadores são melhores do que os anteriores à concessão e acima dos propostos pela Aneel.

O que diz a Enel

A Enel declarou em nota oficial que "cumpre integralmente com todas as obrigações contratuais e regulatórias relacionadas à concessão em São Paulo" e disse reiterar seu compromisso "com a população em todas as áreas em que atua" e que "seguirá investindo para entregar uma energia de qualidade".

Ainda na nota, a concessionária afirma estar implementando um plano estruturado que inclui investimentos no fortalecimento e na modernização da estrutura da rede, na digitalização do sistema e na ampliação dos canais de comunicação com os clientes, além da mobilização antecipada de equipes em campo em caso de contingências. Também diz que o plano contempla o aumento significativo do quadro de pessoal próprio. "Em São Paulo, desde 2018, quando assumiu a concessão, a Enel já investiu R$ 8,36 bilhões." Segundo a empresa, como reflexo dos investimentos, os indicadores operacionais registraram melhora de quase 50% e estão acima das metas estabelecidas pela Aneel. Por fim, o grupo italiano reiterou que pretende investir no Brasil R$ 18,4 bilhões até 2026.

A visão do setor

O diretor-presidente da Associação Brasileira de Companhias de Energia Elétrica (ABCE), Alexei Vivan, defendeu a Enel e pediu cuidado à agência, em entrevista à CNN. "Não acreditamos haver fundamento para a aplicação da pena mais grave da caducidade da concessão, ou seja, de cancelamento."

Reação na política

No ofício, o Ministério de Minas e Energia cita que "a classe política, em representação aos interesses da população, também tem se manifestado e cobrado a atuação do Poder Público". O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), criticou a empresa várias vezes e até já a acionou judicialmente. "Chegou o momento de o governo federal entender o sofrimento das pessoas. Então o caminho deve ser esse mesmo, porque a Enel não tem condições de tocar esse processo", disse Nunes ontem.

Anteriormente, a empresa deixou de prestar o serviço em Goiás após vários blecautes, em setembro de 2022, quando optou por vender a distribuição de energia no Estado para a Equatorial, por R$ 1,6 bilhão. "Enel é caso de polícia. Tem de ser jogo pesado. Eu consegui expulsá-los", afirmou o governador Ronaldo Caiado (União), em novembro, à Coluna do Estadão.

Reação de especialistas

O envio do ofício não teve aval de muitos especialistas. "Não sei se a melhor forma de se fazer as coisas é pressionando a Aneel. É bom para a opinião pública, mas não sei se é a maneira mais adequada", disse o ex-diretor da Aneel Edvaldo Santana. Para ele, existem várias maneiras para não se chegar a esse ponto, e citou o chamado da empresa para conversar sobre as falhas.

Para o advogado especialista em energia André Edelstein, é necessário que a concessionária tenha a prévia oportunidade de sanar as irregularidades apontadas.

Por fim, para o advogado sócio do escritório Lefosse, Raphael Gomes, embora efetivamente caiba ao MME cobrar a Aneel algum tipo de análise sobre o caso, a iniciativa do ministro tem uma conotação política e carrega "antecipação de entendimentos", com uma aparição na mídia que o preocupa.

O presidente do Instituto Acende Brasil, Claudio Sales, criticou o que vê como uso político da medida.

Tempo de resposta em 2024 é o pior da história

Os indicadores de tempo para preparação de equipes e execução de serviços até o restabelecimento de energia elétrica da Enel São Paulo chegaram aos piores patamares da série histórica nos dois primeiros meses de 2024, segundo dados da Aneel obtidos pelo Broadcast/Estadão (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. As equipes responsáveis na capital paulista e em mais 23 cidades da região metropolitana de São Paulo levaram mais de 13 horas (783,28 minutos, mais precisamente) para se prepararem para atendimento emergencial.

O indicador - chamado formalmente de Tempo Médio de Preparação (TMP), que avalia fatores como a eficiência da comunicação, o dimensionamento das equipes e dos fluxos de informação dos centros de operação - supera em mais de uma hora o período médio calculado para 2023, de pouco mais de 11 horas ou 668,75 minutos, que já era o pior desde 2009, quando começam os registros.

Já o tempo médio para o restabelecimento do serviço em caso de emergência, o Tempo Médio de Execução (TME), ultrapassou pela primeira vez a marca de duas horas ao saltar para 125,8 minutos. Antes, a pior marca havia sido de 2016, com 112,41 minutos. À época, a concessão era da AES Eletropaulo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A atriz Blake Lively está processando Justin Baldoni, seu diretor e colega de elenco no filme É Assim Que Acaba, por um suposto assédio sexual e "esforço coordenado para destruir sua reputação". A informação foi divulgada pelo site TMZ, que teve acesso ao processo. À revista Variety, um advogado do cineasta negou as acusações.

Desde seu lançamento em agosto, o longa inspirado no best-seller da escritora Colleen Hoover tem causado polêmica, incluindo rumores de um conflito interno nos bastidores do filme e entre seus protagonistas.

Conforme divulgado pelo TMZ, a situação teria ficado tão ruim durante as gravações do filme que foi realizada uma reunião para discutir as alegações sobre o ambiente de trabalho hostil.

Nesta reunião, segundo o processo, Lively teria exigido que Baldoni deixasse de mostrar vídeos ou imagens de mulheres nuas para ela, que não mencionasse mais um "vício em pornografia" pelo qual passou e não discutisse experiências sexuais anteriores.

A atriz também pediu que o colega não mencionasse mais a genitália do elenco e da equipe e que parasse de fazer questionamentos sobre seu corpo e seu peso. Na reunião, a qual o marido de Lively, Ryan Reynolds, estava presente, ela também exigia que Baldoni não adicionasse mais "cenas de sexo, sexo oral ou clímax na câmera" além do que já estava no roteiro inicialmente aprovado.

Os pedidos da atriz teriam sido acatados pela produtora do filme, a Sony Pictures, mas o processo ainda acusa Baldoni de "manipulação social". Ela alega que o cineasta lançou uma campanha para arruinar a sua reputação.

A atriz e o diretor não foram vistos juntos em nenhum momentos durante a divulgação do longa, o que contribuiu para os rumores de conflitos na produção.

Em um comunicado à revista Variety, Bryan Freedman, advogado de Baldoni e de sua produtora Wayfarer Studios, chamou o processo de "vergonhoso" e afirmou que as acusações são "categoricamente falsas".

Freedman afirma que o processo é uma tentativa de consertar a "reputação negativa" de Lively, que, segundo ele, "foi obtida a partir de seus próprios comentários e ações durante a campanha para o filme."

"A Wayfarer Studios tomou a decisão de contratar proativamente um gerente de crise antes da campanha de marketing do filme (...) devido às várias exigências e ameaças feitas pela Sra. Lively durante a produção, que incluíam a ameaça de não comparecer ao set de filmagem e a ameaça de não promover o filme", diz a nota.

Ele acusa ainda a Lively e Reynolds de contratarem uma representante "para plantar histórias negativas e completamente fabricadas e falsas na mídia, mesmo antes do início de qualquer marketing para o filme."

Malu Barbosa, sócia e amiga de Preta Gil, fez uma atualização sobre o estado de saúde da cantora. Preta, que enfrenta um câncer desde o começo de 2023, retirou tumores em um procedimento que demorou cerca de 20 horas na quinta, 19.

"Por aqui tudo bem. Tudo como programado. Obrigada pelas mensagens e pela energia positiva. Preta é muito forte", escreveu Malu na manhã deste sábado, 21.

A intervenção médica foi realizada no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde ela segue internada. Inicialmente, o procedimento cirúrgico seria realizado no domingo, 15, mas foi adiado.

Na sexta, Flora Gil, madrasta de Preta, afirmou à revista Quem que a cantora teve uma boa cirurgia: "Longa como esperada, e agora a equipe médica irá analisar dia após dia de recuperação. Sabemos que será lenta e por isso a calma e o dia após dia será nosso foco."

Nas redes sociais, o músico Francisco Gil - filho de Preta - também falou sobre o procedimento médico. "Ela é uma guerreira e passou por mais essa. Seguimos fortes. Muito amor. Axé", disse.

Preta Gil foi diagnosticada com câncer de intestino no início de 2023. Entre os sintomas que a fizeram suspeitar de um problema de saúde estavam uma intensa constipação intestinal e fezes achatadas, com muco e sangue.

À época, ela realizou sessões de radioterapia e tratamento cirúrgico. A artista também teve de passar por uma histerectomia total abdominal, procedimento que consiste na remoção do útero.

Após o tratamento primário, entrou em uma fase sem manifestação da doença, comumente chamada de "remissão", conforme médicos ouvidos pelo Estadão. Em outras palavras, o câncer não era mais detectável por exames físicos, de imagem, tomografia e/ou sangue.

Em agosto de 2024, porém, a artista informou que o câncer havia voltado e foi detectado em dois linfonodos, no peritônio - membrana na cavidade abdominal que envolve órgãos como estômago e intestino - e no ureter.

Em 2024, Zeca Pagodinho comemora os seus 40 anos de carreira. Como ponto final nestas celebrações, o cantor se apresenta no Rio de Janeiro neste fim de semana. Mas antes, o intérprete do hit Deixa a Vida Me Levar concedeu uma entrevista ao repórter Chico Regueira, no Jornal Hoje desta sexta-feira, 20.

Na conversa, Zeca Pagodinho reforçou que vai dar uma pausa nos shows. Ele já tinha anunciado uma pausa de cinco meses para se dedicar à família.

"Eu preciso ver meus netos crescerem, quero andar junto com eles, buscar na escola, na creche", disse, acrescentando que sofre muito quando está distante da família, cumprindo a agenda de shows.

Zeca é avô de seis netos e espera o sétimo que deve nascer em abril.

Na entrevista, Zeca Pagodinho falou ainda sobre seus grandes parceiros, como Beth Carvalho (1946-2019), Arlindo Cruz e Almir Guineto (1946-2017) e sobre a criação do Instituto Zeca Pagodinho. A organização oferece aulas de música para crianças de Xerém, distrito de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. "Todo mundo precisa de música. Música é um remédio", declarou o sambista ao explicar o porquê da fundação do Instituto.

A conversa acaba com Zeca falando sobre os planos para o futuro, depois do hiato de cinco meses nos shows. O músico, que completará 66 anos em fevereiro, foi direto ao assunto e disse que pretende fazer "quase nada".