Entenda a crise que pode levar a um ataque de Israel ao Irã

Internacional
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Autoridades dos Estados Unidos e da Europa afirmam que Israel está se preparando para lançar um ataque em breve contra o Irã.

Em outubro do ano passado, Israel foi alvo de um ataque de mísseis balísticos iranianos e reagiu com ataques aéreos, além de ter reconhecido publicamente, pela primeira vez, a realização de uma operação militar na região.

Entenda abaixo os últimos capítulos da tensão e o que pode levar a um ataque de Israel contra o Irã.

Israel planejou atacar o Irã há alguns meses

Há alguns meses, o governo do primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, planejou atacar o país liderado pelo aiatolá Ali Khamenei, no que viu como um momento de vulnerabilidade do país.

A estratégia não foi para frente por falta de apoio do presidente dos EUA, Donald Trump, que queria a chance de negociar com Teerã um acordo nuclear. Trump inclusive afirmou ter advertido Netanyahu sobre lançar ataques enquanto as negociações estavam em andamento.

EUA estão pessimistas sobre acordo nuclear

Essa também não é a primeira vez que os EUA tentam um acordo nuclear com o Irã. O país asiático havia aceitado, em 2015, um acordo negociado com nações como a França e a Rússia, além dos EUA, mas, após a saída unilateral dos norte-americanos do acordo, no primeiro governo de Trump, em 2018, os iranianos abandonaram o seu compromisso de limitar suas atividades nucleares.

No seu segundo mandato, Trump tem tentado fechar um novo acordo com o Irã para barrar o rápido avanço do programa nuclear de Teerã e proibir o desenvolvimento de bombas atômicas. Uma das propostas feitas pelos EUA é de que os iranianos continuem enriquecendo urânio, mas a níveis de pureza menores do que os atuais.

Nesta semana, Trump afirmou que está "menos confiante" em relação a um acordo com o Irã, porque o país teria adotado uma posição negocial "inaceitável". Uma nova reunião entre os negociadores das duas nações deve acontecer no final desta semana.

Em meio ao aumento da tensão no Irã, o governo Trump determinou a redução de sua presença diplomática e militar no Iraque, Kuwait e Bahrein, a partir desta quarta-feira, 11.

Irã dobrou enriquecimento de urânio em três meses

Enquanto negocia um novo acordo nuclear com os EUA, o Irã quase dobrou o estoque de urânio enriquecido com um alto grau de pureza em três meses, de acordo com um relatório da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), divulgado em maio.

Segundo a AIEA, o Irã acumulou, até 17 de maio, 408,6 quilos de urânio enriquecido em até 60% de pureza. O nível é quase o dobro do estimado em fevereiro pela agência: 274,8 quilos.

O aumento coloca o Irã como o único Estado sem armas nucleares em um ponto próximo de obtê-las, segundo a agência. Para construir uma bomba atômica, é necessário enriquecer urânio a 95%.

Israel pode atacar instalações do programa nuclear iraniano

Netanyahu disse no último mês que as principais instalações de produção de combustível nuclear do Irã nas cidades de Natanz e Fordow estão mais vulneráveis do que nunca, depois que as forças israelenses atacaram as defesas aéreas iranianas em outubro no ano passado.

Ao saber do relatório da AIEA, ele disse que as nações ao redor do mundo devem "agir agora para deter o Irã".

Os EUA acreditam que um ataque ao Irã neste momento prejudicaria seus esforços como intermediário de um acordo que proíba Teerã de construir uma bomba atômica.

Não há informações sobre o quão extenso seria o ataque de Israel, nem se Trump agirá para bloquear a ideia de Netanyahu.

Oficiais militares e governamentais iranianos já se reuniram para discutir sua resposta a um possível ataque israelense, de acordo com um oficial iraniano sênior.

O regime do Irã teria obtido ainda milhares de documentos sigilosos de Israel, segundo notícias publicadas na imprensa iraniana. Os documentos incluiriam informações sobre usinas nucleares israelenses, mas as reportagens não deram detalhes sobre eles ou provas de que tenham sido mesmo obtidos.

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A maioria dos brasileiros avaliou positivamente o desempenho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após o encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 12. Para 45% dos entrevistados, o petista saiu mais forte politicamente da reunião com o ex-presidente norte-americano, enquanto 30% acreditam que ele ficou mais fraco. Para outros 10%, o presidente saiu igual e 15% não souberam ou preferiram não opinar.

O levantamento também mostrou otimismo quanto às relações comerciais entre os dois países. Questionados sobre a possibilidade de um acordo para reduzir tarifas, 51% afirmaram acreditar que Lula e Trump chegarão a um entendimento, ante 39% que consideram improvável uma convergência entre os dois líderes. A reunião ocorreu no último dia 26, no horário de Brasília, em Kuala Lumpur, na Malásia, onde ambos participaram como convidados da 47ª Cúpula de Líderes da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean).

A pesquisa Genial/Quaest foi realizada entre os dias 6 e 9 de novembro, por meio de entrevistas presenciais. O levantamento ouviu 2.004 brasileiros com 16 anos ou mais em todas as regiões do País. A margem de erro é de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos, dentro de um nível de confiança de 95%.

As declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre segurança pública foram desaprovadas pela maioria dos eleitores, inclusive entre seus próprios apoiadores. De acordo com pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 12, cerca de sete em cada dez eleitores lulistas (66%) discordam da frase do petista segundo a qual "os traficantes também são vítimas dos usuários".

A declaração foi feita durante viagem à Malásia, quando Lula se encontrou com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. No total, 81% dos brasileiros discordam da afirmação, 14% concordam e 5% não souberam responder. A rejeição é expressiva até entre segmentos próximos ao governo: 78% entre eleitores de esquerda não lulistas e 81% entre independentes.

A Quaest entrevistou presencialmente 2.004 brasileiros com 16 anos ou mais entre os dias 6 e 9 de novembro. O levantamento tem margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e nível de confiança de 95%. A pesquisa foi realizada em meio à repercussão da megaoperação no Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos, tornando-se a mais letal da história do Estado, e reacendeu o debate sobre a política de segurança pública. A ação contou com ampla aprovação popular: segundo a Quaest, 67% dos brasileiros disseram aprovar a operação, enquanto 25% a desaprovam e 8% não opinaram.

Na última terça-feira, 4, o presidente voltou a tratar do assunto e classificou como "desastrosa" a ação da polícia no Rio. A nova fala também foi mal recebida pela maioria da população, mas encontrou respaldo entre seus eleitores. De acordo com a Genial/Quaest, 57% dos brasileiros discordam da avaliação de Lula, enquanto 38% concordam e 5% não souberam responder.

Entre os lulistas, porém, 57% concordam com o presidente, e 38% discordam. O apoio à declaração também é majoritário entre eleitores de esquerda não lulistas (67%), mas minoritário entre independentes (38%) e quase inexistente entre eleitores da direita (15%) e bolsonaristas (19%).

A reação às falas e o avanço do debate sobre segurança pública se refletem nos índices gerais de aprovação do governo. A nova rodada da pesquisa Genial/Quaest mostra que o tema freou a recuperação de Lula. A desaprovação ao governo oscilou negativamente de 49% para 50%, enquanto a aprovação recuou de 48% para 47%, registrando a primeira oscilação negativa nas avaliações desde maio.

Na análise da gestão, a parcela que considera o governo positivo caiu de 33% para 31%, enquanto a avaliação negativa oscilou de 37% para 38%. Outros 28% avaliam o governo como regular. O desgaste ocorre em um momento em que a segurança pública voltou a ocupar o centro das preocupações dos brasileiros. A violência é citada por 38% dos entrevistados como o principal problema do País, uma alta em relação a outubro, quando o índice era de 30%. O resultado reforça a dificuldade do governo em manter apoio estável num tema historicamente dominado pela oposição.

A percepção dos brasileiros sobre a economia segue predominantemente negativa, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 12. Para 43% dos entrevistados, a economia piorou no último ano, enquanto 32% afirmam que permanece igual e 24% avaliam que melhorou. Em relação aos próximos 12 meses, há um leve otimismo: 42% acreditam que o cenário econômico vai melhorar, 35% preveem piora e 18% esperam estabilidade.

A pesquisa também apontou as percepções do brasileiro sobre inflação e emprego. São 58% os que acham que os preços dos alimentos no mercado subiram no último mês, contra 63% do levantamento de outubro. Agora, são 23% os que acham que ficou igual (eram 21%) e 17% os que apontam que caiu (eram 15%).

Quanto ao mercado de trabalho, são 50% os que acham que está mais difícil conseguir emprego hoje do que há um ano. Enquanto isso, 39% apontam que está mais fácil e 5% acham que ficou igual.

O levantamento foi realizado entre os dias 6 e 9 de novembro, por meio de entrevistas presenciais. Foram ouvidos 2.004 brasileiros com 16 anos ou mais, em todas as regiões do País. A margem de erro é de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.