Direita liderada por Macri define apoio a Milei na Argentina e sofre divisão

Internacional
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O grupo liderado pelo ex-presidente Mauricio Macri anunciou nesta quarta-feira, 25, apoio ao candidato libertário Javier Milei no segundo turno da disputa presidencial argentina, dia 19 de novembro. A decisão rachou a coalizão Juntos pela Mudança, que representou as forças de centro-direita antikirchneristas nas últimas eleições.

Milei, que obteve 30% dos votos e chegou em segundo no primeiro turno, já moderou o discurso para atrair os votos da centro-direita e derrotar o ministro da Economia, Sergio Massa, candidato governista, que teve 36,7% dos votos no domingo.

"Com Milei, temos diferenças, por isso competimos. Mas nos encontramos diante do dilema entre a mudança e a continuidade mafiosa. A maioria (dos eleitores argentinos) escolheu a mudança e nós representamos isso", justificou Patricia Bullrich, que ficou em terceiro lugar, com 23% dos votos. "Temos a obrigação de não ficarmos neutros."

Oposição

Bullrich afirmou ter perdoado Milei pelas acusações que ele fez contra ela durante a campanha - que renderam processos na Justiça - e disse que o objetivo era combater o kirchnerismo. O apoio foi sacramentado na noite de terça-feira durante encontro de Milei com Macri.

Segundo a imprensa argentina, além da entrega de cargos em um eventual governo, Milei teria concordado com um pedido de desculpas a Bullrich pela acusação de que ela teria colocado "bombas em jardins de infância" - uma referência ao passado dela, que entrou para a política na adolescência como militante peronista e foi cunhada de Rodolfo Galimberti, líder da guerrilha Montoneros.

O apoio de Macri veio de seu homem de confiança, Federico Angelini, que assumiu o comando do partido Proposta Republicana (Pro, fundado pelo ex-presidente e até a campanha presidido por Bullrich). "O kirchnerismo é um limite, e dar liberdade de ação não seria apropriado", disse Angelini. O ex-presidente deve confirmar nos próximos dias o seu apoio a Milei.

Aliança

Os principais aliados do Pro, a União Cívica Radical (UCR) e a Coalizão Cívica, decidiram não apoiar ninguém. Gerardo Morales, presidente da UCR, acusou Macri e Bullrich de abandonarem a coalizão. "Macri está feliz, era o que ele queria desde o início. Atrapalhar Patricia e acabar com Milei", disse. "Milei é indigerível."

A deputada Elisa Carrió, uma das líderes da Coalizão Cívica, acusou Macri de destruir a aliança Juntos pela Mudança. "O kirchnerismo já venceu. Patricia cometeu um erro histórico."

Para completar a possível implosão da coalizão, o atual prefeito de Buenos Aires e candidato derrotado por Bullrich nas primárias de agosto, Horacio Rodríguez Larreta, disse que ficará neutro no segundo turno. "Ambas as opções são muito ruins para todos os argentinos", afirmou.

"A posição de Patricia não é surpresa alguma", disse Fabian Calle, professor de ciências políticas da Universidade Católica Argentina. "Macri tem uma excelente relação com Milei e Patricia claramente joga por onde joga Macri."

A insatisfação também afetou a coalizão Liberdade Avançam, de Milei. Alguns deputados eleitos no domingo, 22, afirmaram que deixariam a aliança e criariam um novo bloco no Congresso, criticando a "traição" do candidato libertário por se aliar a Macri e Bullrich, que até então eram execrados por ele.

Celebração

Os aliados do candidato governista, porém, comemoraram o racha da oposição. "Se me contassem no sábado, antes da eleição, eu não acreditaria. É o melhor cenário que poderíamos ter", disse um estrategista da campanha de Massa citado pelo jornal Clarín. (COLABOROU JÉSSICA PETROVNA)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou já ter escolhido a pessoa que irá comandar o Ministério das Relações Institucionais. O petista ponderou, porém, que ainda não falou com a pessoa sobre a decisão, e só irá comunicar à imprensa após fazê-lo.

"Já está escolhido o nome para a SRI, mas eu não contei para vocês ainda. Eu vou contar quando eu falar com a pessoa primeiro, senão eu vou indicar a pessoa sem ter falado. Tudo vai acontecer no tempo certo", disse o presidente, em fala a jornalistas nesta quarta-feira, 26. Em seguida, Lula pediu paciência para os jornalistas.

O chefe do Executivo e o ministro da Educação, Camilo Santana, foram nesta tarde em uma agência da Caixa localizada no Palácio do Planalto para fazer o saque do pagamento do Pé-de-Meia, acompanhados de uma estudante que se formou no terceiro ano do colegial e passou em medicina.

O petista foi perguntado se o programa será a marca da gestão Lula 3. "Tem muita coisa que pode ser a marca. O que eu acho é que pode ser o Pé de Meia e outras coisas que a gente ainda vai fazer na educação", afirmou. "Nós acreditamos que a educação é a única fórmula, a mais rápida para a gente tirar o País desse empobrecimento escolar, desse empobrecimento na formação profissional das pessoas, e para o Brasil se transformar em um pai's competitivo em qualidade", comentou. "Espero que muitos jovens se dediquem a estudar."

Segundo Lula, para ser um País "grande e rico", não se pode ficar exportando apenas commodities. "É bom exportar porque a gente faz uma reserva em dólares. Mas um país precisa exportar inteligência, conhecimento", completou.

O presidente demitiu na terça-feira, 25, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, e escolheu o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, para substituí-la. Com as mudanças, que continuarão nos próximos dias, o presidente tenta impor um freio de arrumação na segunda metade de seu mandato para estancar o desgaste e se preparar para 2026, quando ele pretende disputar a reeleição.

Um dos principais cotados para a SRI é o deputado federal José Guimarães (PT-CE), atual líder do governo na Câmara. Também é cotada a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.

O ministro da Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França (PSB), afirmou nesta quarta, 26, que se sente apto para disputar as eleições ao governo do Estado de São Paulo em 2026. Ele disse ter falado com Fernando Haddad, mas o ministro da Fazenda não teria interesse de concorrer ao cargo. A declaração ocorreu em entrevista à CNN Brasil.

"Na eleição passada, o presidente Lula me pediu e eu então abri para que Haddad fosse o candidato", lembrou França. "Dessa vez, como Haddad me disse que não gostaria de disputar, eu me sinto apto", acrescentou, porém, destacando que "2 anos em política é muito tempo".

O ministro afirmou que não tem receio de concorrer à cadeira mais alta do Palácio dos Bandeirantes contra o atual governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). "Acho que ele pode ter seus méritos, mas ele representa um tipo de pensamento e eu represento outro tipo de pensamento."

França disse ainda não ter certeza se o atual chefe do Executivo paulista vai disputar as eleições em São Paulo, dado a incerteza de Jair Bolsonaro (PL), inelegível, ser o nome da direita para o pleito presidencial de 2026. "Vai haver uma pressão muito grande agora no Bolsonaro para que ele decida antecipadamente e decida pelo Tarcísio, que é o candidato evidentemente mais forte do campo adversário para uma eleição presidencial", avaliou França.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, organizaram uma missa para rezar pela saúde do Papa Francisco, internado há 12 dias com pneumonia em ambos os pulmões. A cerimônia será realizada nesta quarta-feira, 26, às 18h, no Palácio da Alvorada.

A celebração foi coordenada por Gilberto Carvalho, ex-secretário-geral da Presidência no primeiro mandato de Lula e amigo próximo do petista. A missa será conduzida por três padres jesuítas e contará com a presença de Dom Raymundo Damasceno, cardeal e arcebispo emérito de Aparecida.

Em nota, o Planalto destacou o "imenso carinho, respeito e admiração" que Lula e Janja têm pelo pontífice.

No início do mês, Janja esteve em Roma, onde participou de compromissos da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e encontrou o Papa Francisco. Em um vídeo publicado em seu perfil no Instagram, ela aparece cumprimentando o pontífice e conversando com ele em um escritório.

A primeira-dama contou ter agradecido ao Papa pelas orações direcionadas à recuperação de Lula, que, após um acidente doméstico em outubro do ano passado, precisou passar por uma cirurgia de emergência em dezembro para drenar um hematoma intracraniano. "Ele perguntou muito sobre isso", disse Janja.

Lula e Janja já haviam se encontrado com Francisco em junho de 2023, durante uma visita oficial ao Vaticano. Na ocasião, o casal trocou presentes com o líder da Igreja Católica em uma reunião de cerca de 45 minutos. "Toda vez que encontro com ele, é sempre muita emoção", afirmou a primeira-dama no início do mês.

O Papa Francisco apresentou leve melhora nesta quarta-feira, 26. No fim de semana, ele teve crises respiratórias, anemia, queda de plaquetas e precisou de oxigênio e transfusões de sangue.

Mesmo no hospital, Francisco se reuniu na terça-feira, 25, com o secretário de Estado do Vaticano para aprovar decretos sobre possíveis santos. Na segunda-feira, centenas de fiéis, incluindo cardeais e bispos, se reuniram na Praça de São Pedro para rezar pelo pontífice, e as orações continuarão diariamente.