Lula diz não ter dito 'Holocausto' ao criticar Israel: Netanyahu interpretou fala

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou que tenha utilizado a palavra "Holocausto" para se referir ao conflito entre Israel e o grupo Hamas, responsabilizando a interpretação de sua fala ao primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu. Apesar da acusação, o chefe do Executivo disse que não se pode ser "hipócrita" e "achar que uma morte é diferente da outra".

As declarações estão em um trecho da entrevista que o presidente concedeu ao programa É Notícia, do jornalista Kennedy Alencar, da RedeTV!, nesta terça-feira, 27, que será exibida às 22h. Mesmo após a repercussão negativa de sua fala comparando a guerra no Oriente Médio ao Holocausto, Lula disse que "diria a mesma coisa".

Embora não tenha utilizado a palavra Holocausto, no último dia 18, em coletiva na Etiópia, o chefe do Executivo brasileiro fez um paralelo entre a morte de palestinos com o extermínio de judeus feito pelo líder da Alemanha Nazista, Adolf Hitler. Durante o regime nazista, que ocorreu entre 1933 e 1945, 6 milhões de judeus foram mortos.

"O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler resolveu matar os judeus", afirmou Lula a jornalistas em Adis Abeba, na Etiópia, onde participou como convidado da cúpula anual da União Africana.

As declarações foram imediatamente repudiadas pelo primeiro-ministro israelense, que afirmou que Lula "cruzou uma linha vermelha". A fala desencadeou uma crise diplomática entre Brasil e Israel, com Lula sendo considerado "persona non grata" por Tel-Aviv e ambos os embaixadores sendo convocados para consulta.

"É exatamente o que está acontecendo na Faixa de Gaza. A gente não pode ser hipócrita de achar que uma morte é diferente da outra. Ou seja, você não tem na Faixa de Gaza uma guerra de um Exército altamente preparado contra Exército altamente preparado. Você tem, na verdade, uma guerra de um Exército altamente preparado contra mulheres e crianças", disse o petista em entrevista gravada nesta manhã.

"Porque, das cem mil pessoas feridas, ou seja, você tem 30 mortos, 80% mulheres, 8 mil crianças, além de 8 mil desaparecidos. Ou seja, quantas pessoas do Hamas já foram apresentadas mortas? Ou seja, você inventa determinadas mentiras e passa a trabalhar como se fosse verdade", acrescentou.

Lula disse que não falou a palavra "Holocausto" e que isso foi "interpretação" de Netanyahu; "não foi minha". O chefe do Executivo brasileiro, contudo, ponderou que não esperava que o governo de Israel fosse compreender sua fala. "Conheço o cidadão [Netanyahu] historicamente já há algum tempo, sei o que ele pensa ideologicamente", afirmou.

"Morte é morte. Eu e o Brasil fomos o primeiro país a condenar o gesto terrorista do Hamas. O primeiro país. Mas eu não posso condenar o gesto terrorista do Hamas e ver o Estado de Israel através do seu Exército, do seu primeiro-ministro, fazendo com inocente da mesma barbaridade", disse.

Por fim, o presidente voltou a pedir por um cessar-fogo e que se permita a chegada de alimentos, remédios, médicos e enfermeiros para que se possa fazer um corredor humanitário e tratar os feridos.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou já ter escolhido a pessoa que irá comandar o Ministério das Relações Institucionais. O petista ponderou, porém, que ainda não falou com a pessoa sobre a decisão, e só irá comunicar à imprensa após fazê-lo.

"Já está escolhido o nome para a SRI, mas eu não contei para vocês ainda. Eu vou contar quando eu falar com a pessoa primeiro, senão eu vou indicar a pessoa sem ter falado. Tudo vai acontecer no tempo certo", disse o presidente, em fala a jornalistas nesta quarta-feira, 26. Em seguida, Lula pediu paciência para os jornalistas.

O chefe do Executivo e o ministro da Educação, Camilo Santana, foram nesta tarde em uma agência da Caixa localizada no Palácio do Planalto para fazer o saque do pagamento do Pé-de-Meia, acompanhados de uma estudante que se formou no terceiro ano do colegial e passou em medicina.

O petista foi perguntado se o programa será a marca da gestão Lula 3. "Tem muita coisa que pode ser a marca. O que eu acho é que pode ser o Pé de Meia e outras coisas que a gente ainda vai fazer na educação", afirmou. "Nós acreditamos que a educação é a única fórmula, a mais rápida para a gente tirar o País desse empobrecimento escolar, desse empobrecimento na formação profissional das pessoas, e para o Brasil se transformar em um pai's competitivo em qualidade", comentou. "Espero que muitos jovens se dediquem a estudar."

Segundo Lula, para ser um País "grande e rico", não se pode ficar exportando apenas commodities. "É bom exportar porque a gente faz uma reserva em dólares. Mas um país precisa exportar inteligência, conhecimento", completou.

O presidente demitiu na terça-feira, 25, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, e escolheu o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, para substituí-la. Com as mudanças, que continuarão nos próximos dias, o presidente tenta impor um freio de arrumação na segunda metade de seu mandato para estancar o desgaste e se preparar para 2026, quando ele pretende disputar a reeleição.

Um dos principais cotados para a SRI é o deputado federal José Guimarães (PT-CE), atual líder do governo na Câmara. Também é cotada a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.

O ministro da Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França (PSB), afirmou nesta quarta, 26, que se sente apto para disputar as eleições ao governo do Estado de São Paulo em 2026. Ele disse ter falado com Fernando Haddad, mas o ministro da Fazenda não teria interesse de concorrer ao cargo. A declaração ocorreu em entrevista à CNN Brasil.

"Na eleição passada, o presidente Lula me pediu e eu então abri para que Haddad fosse o candidato", lembrou França. "Dessa vez, como Haddad me disse que não gostaria de disputar, eu me sinto apto", acrescentou, porém, destacando que "2 anos em política é muito tempo".

O ministro afirmou que não tem receio de concorrer à cadeira mais alta do Palácio dos Bandeirantes contra o atual governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). "Acho que ele pode ter seus méritos, mas ele representa um tipo de pensamento e eu represento outro tipo de pensamento."

França disse ainda não ter certeza se o atual chefe do Executivo paulista vai disputar as eleições em São Paulo, dado a incerteza de Jair Bolsonaro (PL), inelegível, ser o nome da direita para o pleito presidencial de 2026. "Vai haver uma pressão muito grande agora no Bolsonaro para que ele decida antecipadamente e decida pelo Tarcísio, que é o candidato evidentemente mais forte do campo adversário para uma eleição presidencial", avaliou França.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, organizaram uma missa para rezar pela saúde do Papa Francisco, internado há 12 dias com pneumonia em ambos os pulmões. A cerimônia será realizada nesta quarta-feira, 26, às 18h, no Palácio da Alvorada.

A celebração foi coordenada por Gilberto Carvalho, ex-secretário-geral da Presidência no primeiro mandato de Lula e amigo próximo do petista. A missa será conduzida por três padres jesuítas e contará com a presença de Dom Raymundo Damasceno, cardeal e arcebispo emérito de Aparecida.

Em nota, o Planalto destacou o "imenso carinho, respeito e admiração" que Lula e Janja têm pelo pontífice.

No início do mês, Janja esteve em Roma, onde participou de compromissos da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e encontrou o Papa Francisco. Em um vídeo publicado em seu perfil no Instagram, ela aparece cumprimentando o pontífice e conversando com ele em um escritório.

A primeira-dama contou ter agradecido ao Papa pelas orações direcionadas à recuperação de Lula, que, após um acidente doméstico em outubro do ano passado, precisou passar por uma cirurgia de emergência em dezembro para drenar um hematoma intracraniano. "Ele perguntou muito sobre isso", disse Janja.

Lula e Janja já haviam se encontrado com Francisco em junho de 2023, durante uma visita oficial ao Vaticano. Na ocasião, o casal trocou presentes com o líder da Igreja Católica em uma reunião de cerca de 45 minutos. "Toda vez que encontro com ele, é sempre muita emoção", afirmou a primeira-dama no início do mês.

O Papa Francisco apresentou leve melhora nesta quarta-feira, 26. No fim de semana, ele teve crises respiratórias, anemia, queda de plaquetas e precisou de oxigênio e transfusões de sangue.

Mesmo no hospital, Francisco se reuniu na terça-feira, 25, com o secretário de Estado do Vaticano para aprovar decretos sobre possíveis santos. Na segunda-feira, centenas de fiéis, incluindo cardeais e bispos, se reuniram na Praça de São Pedro para rezar pelo pontífice, e as orações continuarão diariamente.