Rússia: suspeitos por ataque que matou mais de 130 aparecem em tribunal com sinais de agressão

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Quatro homens acusados de realizar o ataque à casa de shows na Rússia, que matou mais de 130 pessoas, compareceram perante um tribunal de Moscou no domingo, 24, sob acusações de terrorismo, mostrando sinais de espancamentos severos. Um parecia estar quase inconsciente durante a audiência.

 

Declarações judiciais diziam que dois dos suspeitos aceitaram a sua culpa no ataque, embora a condição dos homens levantasse questões sobre se eles estavam falando livremente. Houve relatos conflitantes nos meios de comunicação russos que afirmavam que três ou todos os quatro homens admitiram a responsabilidade.

 

Os investigadores acusaram Dalerdzhon Mirzoyev, 32 anos, Saidakrami Rachabalizoda, 30, Shamsidin Fariduni, 25, e Mukhammadsobir Faizov, 19, por cometerem um ataque terrorista que resultou na morte de outras pessoas. O crime tem uma pena máxima de prisão perpétua.

 

O Tribunal do Distrito de Basmanny, em Moscou, ordenou que os homens, todos identificados nos meios de comunicação como cidadãos da antiga república soviética do Tajiquistão, fossem mantidos sob custódia até 22 de maio, enquanto se aguarda investigação e julgamento.

 

A mídia russa publicou que os homens foram torturados durante o interrogatório pelos serviços de segurança, e Mirzoyev, Rachabalizoda e Fariduni mostraram sinais de hematomas graves, incluindo rostos inchados. Rachabalizoda também tinha uma orelha enfaixada. A mídia russa disse no sábado (23) que um dos suspeitos teve a orelha cortada durante o interrogatório. A Associated Press não conseguiu verificar o relato ou os vídeos que pretendiam mostrar isso.

 

O quarto suspeito, Faizov, foi levado de um hospital ao tribunal em uma cadeira de rodas e ficou sentado com os olhos fechados durante todo o processo. Ele foi atendido por médicos enquanto estava no tribunal, onde vestiu uma bata e calças de hospital, e foi visto com vários cortes.

 

Luto nacional

 

As audiências ocorreram enquanto a Rússia observava um dia nacional de luto pelo ataque de sexta-feira na casa de shows suburbana Crocus City Hall, que matou pelo menos 137 pessoas. O ataque, reivindicado por um grupo afiliado do Estado Islâmico, foi o mais mortal em solo russo em anos.

 

As autoridades russas prenderam os quatro supostos agressores no sábado, com mais sete pessoas detidas sob suspeita de envolvimento no ataque, disse o presidente russo, Vladimir Putin, em um discurso à nação na noite de sábado. Ele procurou vincular o ataque à Ucrânia e afirmou que os agressores foram capturados enquanto fugiam para lá. Kiev tem negado firmemente qualquer envolvimento.

 

Os eventos em instituições culturais foram cancelados no domingo, 24, as bandeiras foram baixadas a meio mastro e o entretenimento e a publicidade televisivos foram suspensos, segundo a agência de notícias estatal RIA Novosti. Um fluxo constante de pessoas se juntou a um memorial improvisado perto da casa de shows incendiada, criando um enorme monte de flores.

 

"As pessoas vieram a um concerto, algumas pessoas vieram relaxar com as suas famílias e qualquer um de nós poderia estar nessa situação. E quero expressar minhas condolências a todas as famílias que foram afetadas aqui e quero prestar homenagem a essas pessoas", disse à AP Andrey Kondakov, um dos enlutados que foi depositar flores no memorial.

 

"É uma tragédia que afetou todo o nosso país", disse Marina Korshunova, que trabalha com jardim de infância. "Simplesmente não faz sentido que crianças pequenas tenham sido afetadas por este evento." Três crianças estavam entre os mortos.

 

'Ninguém viu nada, ninguém pôde dizer nada'

 

As equipes de resgate continuaram a revistar o prédio danificado e o número de mortos aumentou à medida que mais corpos foram encontrados, com parentes e amigos de alguns dos ainda desaparecidos aguardando notícias. O Departamento de Saúde de Moscou disse no domingo que começou a identificar os corpos dos mortos por meio de testes de DNA, dizendo que o processo levaria pelo menos duas semanas.

 

Igor Pogadaev procurava desesperadamente quaisquer detalhes sobre sua esposa, Yana, que foi ao show do ataque. A última vez que ele teve notícias dela foi quando ela lhe enviou duas fotos da casa de shows Crocus City Hall.

Depois que Pogadaev viu notícias de homens armados abrindo fogo contra os espectadores, ele correu para o local, mas não conseguiu encontrá-la nas inúmeras ambulâncias ou entre as centenas de pessoas que haviam conseguido sair da casa de shows.

 

"Eu dei uma volta, procurei, perguntei a todos, mostrei fotografias. Ninguém viu nada, ninguém pôde dizer nada", disse Pogadaev à AP em uma mensagem de vídeo. Ele observou as chamas saindo do prédio enquanto fazia ligações frenéticas para uma linha direta para parentes das vítimas, mas não recebeu nenhuma informação.

 

À medida que o número de mortos aumentava no sábado, Pogodaev vasculhou hospitais na capital russa e na região de Moscou, em busca de informações sobre pacientes recém-admitidos. Sua esposa não estava entre os 182 feridos relatados, nem na lista de 60 vítimas já identificadas pelas autoridades, disse ele.

 

'Ato terrorista bárbaro e sangrento'

 

A filial do Ministério de Emergência da região de Moscou postou um vídeo no domingo mostrando equipamentos desmontando a casa de shows danificada para dar acesso às equipes de resgate.

 

Putin chamou o ataque de "um ato terrorista bárbaro e sangrento" e disse que as autoridades russas capturaram os quatro suspeitos enquanto tentavam escapar para a Ucrânia através de uma "janela" preparada para eles no lado ucraniano da fronteira.

 

A mídia russa divulgou vídeos que aparentemente mostravam a detenção e o interrogatório dos suspeitos, incluindo um que disse às câmeras que foi abordado por um assistente não identificado de um pregador islâmico por meio de um aplicativo de mensagens e pago para participar da operação.

Putin não mencionou o Estado Islâmico no seu discurso à nação, e Kiev acusou e presidente e outros políticos russos de ligar falsamente a Ucrânia ao ataque para atiçar o fervor da luta da Rússia na Ucrânia, que recentemente entrou no seu terceiro ano.

 

Estado Islâmico

 

Autoridades de inteligência dos EUA disseram ter confirmado a reivindicação do grupo afiliado do Estado Islâmico. "O EI é o único responsável por este ataque. Não houve qualquer envolvimento ucraniano", disse a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Adrienne Watson, em um comunicado. Os EUA compartilharam informações com a Rússia no início de março sobre um ataque terrorista planejado em Moscou e emitiram um alerta público aos americanos na Rússia, disse Watson.

 

O ataque foi um grande constrangimento para Putin e aconteceu poucos dias depois de ele consolidar o seu controle sobre o país por mais seis anos, em uma votação que se seguiu à mais dura repressão à dissidência desde os tempos soviéticos.

 

Alguns comentaristas nas redes sociais russas questionaram como as autoridades, que suprimiram implacavelmente quaisquer atividades da oposição e processaram os críticos, não conseguiram impedir o ataque, apesar das advertências dos EUA.

 

O EI, que lutou contra a Rússia durante a sua intervenção na guerra civil síria, há muito tem como alvo o país. Em um comunicado publicado pela agência de notícias Aamaq do grupo, o afiliado do Afeganistão do EI disse que tinha atacado uma grande reunião de "cristãos" em Krasnogorsk.

 

O grupo divulgou um novo comunicado no sábado na Aamaq, dizendo que o ataque foi realizado por quatro homens que usaram rifles automáticos, uma pistola, facas e bombas incendiárias. O texto afirmou que os agressores dispararam contra a multidão e usaram facas para matar alguns espectadores, classificando o ataque como parte da guerra em curso do Estado Islâmico com países que o grupo diz estarem lutando contra o Islã.

 

Em outubro de 2015, uma bomba plantada pelo EI derrubou um avião de passageiros russo sobre o Sinai, matando todas as 224 pessoas a bordo, a maioria delas turistas russos que regressavam do Egito.

 

O grupo, que opera principalmente na Síria e no Iraque, mas também no Afeganistão e na África, também assumiu a responsabilidade por vários ataques no volátil Cáucaso e em outras regiões da Rússia nos últimos anos. Eles recrutaram combatentes da Rússia e de outras partes da antiga União Soviética. Associated Press.

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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), manteve-se aprovado por 61% dos eleitores de São Paulo. Os dados são da pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira, 27. O índice é o mesmo registrado em dezembro do ano passado e só um ponto abaixo do que havia sido apontado em abril de 2024. Por outro lado, a desaprovação a Tarcísio oscilou dois pontos para cima, passando de 26% em dezembro para 28% em fevereiro (um ponto a menos do que os 29% registrados em abril de 2024). Os eleitores que não souberam ou não responderam são 11% atualmente.

Quando levada em consideração a avaliação do governo, houve melhora nos índices. A avaliação positiva passou de 37% para 41%. Já a regular passou de 37% para 34%. Os que apontam que o governo é negativo oscilaram de 13% para 14%. São 11% os que não souberam ou não responderam.

A Genial/Quaest também pediu que o eleitor avaliasse as áreas de atuação do governo. A atração de empresas foi a que obteve o melhor resultado, com 49% fazendo uma avaliação positiva desta área. Outros 34% usaram o conceito "regular", enquanto 17% usaram o "negativo". A área de infraestrutura e mobilidade também tem boa avaliação do eleitorado, com 45% dos eleitores avaliando positivamente o trabalho (37% regular e 18% negativo).

No caso da educação, são 39% os que fazem uma avaliação positiva da gestão, mesmo índice de emprego e renda.

Os piores resultados de Tarcísio se dão na área de segurança e saúde. Nas duas o conceito "negativo" foi mais citado que o "positivo". São 34% os que criticam a atuação de Tarcísio na segurança, contra 29% os que avaliam positivamente (37% apontam a atuação como regular). Na saúde, o conceito "positivo" foi apontado por 30%, contra 32% que atribuíram uma avaliação negativa ao governo. Os outros 38% afirmaram que a atuação na área é regular.

A pesquisa ouviu 1.644 eleitores entre os dias 19 e 23 de fevereiro, de forma presencial. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%.

Comparativo com outros Estados tem leve piora

De acordo com a pesquisa Genial/Quaest, ao serem perguntados se São Paulo está melhor ou pior que outros Estados, 60% dos paulistas acham que está melhor. O índice se manteve em relação a dezembro. Contudo, o número daqueles que acham que está pior aumentou: de 25% para 29%. São 11% os que não sabem ou não responderam.

O maior porcentual dos eleitores aponta que São Paulo está "parado" atualmente. São 44%. Enquanto isso, 35% dos paulistas acham que o Estado está melhorando e 19% acham que está piorando.

Tarcísio lidera eventual disputa pela reeleição

A Genial/Quaest também questionou os paulistas sobre se o governador Tarcísio de Freitas merece ou não ser reeleito. São 55% os que acham que sim, e 36% os que acham eu não. Os demais 9% não souberam ou não responderam. Tarcísio tem indicado a intenção de disputar novamente o cargo, embora haja pressão de aliados para que concorra ao Palácio do Planalto.

Houve a simulação de um cenário estimulado (com os nomes dos candidatos apresentados) em uma eventual disputa ao Palácio dos Bandeirantes com a presença do governador. Nele, Tarcísio aparece com 38% das intenções de voto, contra 15% de Fernando Haddad (PT). Já Pablo Marçal (PRTB) surge com 12%. O ex-coach está inelegível por decisão da Justiça Eleitoral, mas cabe recurso. Márcio França (PSB) completa a lista com 6%. Os indecisos seriam 8% e os brancos/nulos e indecisos somam 21%.

Segundo a pesquisa, 10% dos paulistas se consideram lulistas ou petistas, 12% se dizem de esquerda, 24% de direita, 11% bolsonaristas e 41% não se identificam com nenhum desses rótulos. Os outros 2% não souberam ou não responderam.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos criticou nesta quarta-feira, 26, o bloqueio de redes sociais pela Justiça do Brasil, classificando as decisões como "censura". O órgão, equivalente ao Ministério das Relações Exteriores, fez uma publicação no X na qual afirma que tais medidas são "incompatíveis com os valores democráticos". A postagem não cita o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e foi compartilhada pela embaixada dos EUA no País.

Por meio do Itamaraty, o governo Lula reagiu e condenou o que considerou uma tentativa de distorcer e politizar decisões judiciais. "A manifestação distorce o sentido das decisões do STF, cujos efeitos destinam-se a assegurar a aplicação, no território nacional, da legislação brasileira pertinente. A liberdade de expressão brasileira deve ser exercida, no Brasil, em consonância com os demais preceitos legais vigentes, sobretudo os de natureza criminal", diz a nota (mais informações nesta página).

Segundo a postagem do governo de Donald Trump, "o respeito à soberania é uma via de mão dupla com todos os parceiros dos EUA, incluindo o Brasil". "Bloquear o acesso à informação e impor multas a empresas sediadas nos Estados Unidos por se recusarem a censurar pessoas que vivem nos EUA é incompatível com os valores democráticos, incluindo a liberdade de expressão", afirma o texto publicado no perfil do Escritório do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado.

Esta é a primeira vez que o governo Trump faz menção ao assunto. Apesar de não citar Moraes diretamente, a manifestação faz referência implícita à decisão do magistrado sobre a plataforma Rumble.

Na semana passada, o ministro do Supremo determinou o bloqueio da Rumble no País, sob o argumento de que a rede de vídeos cometeu "reiterados, conscientes e voluntários descumprimentos das ordens judiciais, além da tentativa de não se submeter ao ordenamento jurídico e ao Poder Judiciário brasileiros". Moraes havia exigido que a empresa indicasse um representante no Brasil. O bloqueio é por tempo indeterminado, até o cumprimento da ordem judicial e o pagamento de multas. Além disso, o magistrado tinha pedido a suspensão da conta do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos na plataforma.

Soberania

A Rumble e a Trump Media, empresa ligada ao presidente americano, processaram Moraes nos Estados Unidos, acusando-o de violar a soberania americana. A ação tramita em um tribunal federal da Flórida. As empresas alegam que o ministro violou a lei americana ao ordenar à Rumble a suspensão da conta de Allan dos Santos, foragido da Justiça brasileira e alvo de mandado de prisão preventiva por disseminação de desinformação e ataques ao Supremo.

Rumble e Trump Media entraram com pedido de liminar em um tribunal dos EUA contra Moraes que foi negado. Na decisão, a juíza Mary Scriven não analisou o mérito da ação, argumentando que as decisões do brasileiro não se aplicam nos Estados Unidos e não houve qualquer tentativa de impor seu cumprimento em território americano.

Projeto de Lei

Ainda no mais recente embate de Moraes com plataformas digitais, o Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes dos EUA aprovou ontem um projeto de lei criado para barrar o ministro. O comitê tem atribuições semelhantes à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, e o projeto deve ir a plenário.

O dispositivo "No Censors on our Shores Act" ("Sem Censura em nosso Território") prevê que autoridades estrangeiras que atuarem contra a liberdade de expressão de americanos sejam impedidas de entrar nos EUA ou possam ser deportadas. Um dos autores da proposta, o deputado republicano Darrell Issa, da Califórnia, disse no X: "Censure um cidadão americano e você não será bem-vindo".

O nome de Moraes não aparece no texto, mas seus autores - além de Issa, a republicana María Elvira Salazar - já o chamaram de "aplicador da censura". Em nota, María Elvira, da Flórida, disse que "o juiz da Suprema Corte do Brasil Alexandre de Moraes é a vanguarda de um ataque internacional à liberdade de expressão contra cidadãos americanos como Elon Musk", em referência ao dono do X e secretário de Trump. Nesta semana, Musk sugeriu sanções ao ministro.

O projeto que avançou ontem foi apresentado em setembro, pouco depois de o X ter sido suspenso no Brasil por ordem do ministro, após descumprir decisões judiciais. Parlamentares bolsonaristas comemoraram a aprovação. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) postou no X que o texto "não tardará para virar lei". A deputada Bia Kicis (PL-DF) foi outra a elogiar a decisão.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A desaprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva cresceu acima dos dois dígitos desde dezembro em Pernambuco e Bahia, Estados que historicamente são base eleitoral do petista. Segundo pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta, 26, a taxa de reprovação do petista ultrapassa 60% nos outros seis Estados onde foram realizadas entrevistas: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás.

Lula era desaprovado por 33% dos eleitores baianos em dezembro passado. O índice cresceu 18 pontos porcentuais desde então e chegou a 51%. A aprovação caiu de 66% para 47% no mesmo período. Outros 2% não souberam ou não responderam. Movimento similar ocorreu em Pernambuco. A desaprovação do presidente cresceu 17 pontos porcentuais, saindo de 33% para 50%, enquanto a aprovação caiu de 65% para 49% -1% não soube ou não respondeu.

O levantamento foi realizado entre os dias 19 e 23 de fevereiro. Os oito Estados onde foram feitas as entrevistas correspondem a 62% do eleitorado brasileiro. Foram ouvidas 1.644 pessoas em São Paulo, onde a margem de erro é de dois pontos porcentuais; nas demais unidades da Federação, a margem é de três pontos.

Goiás, Paraná e Pernambuco tiveram 1.104 entrevistados cada, enquanto a Bahia teve 1.200 entrevistas. No Rio de Janeiro foram 1.400; no Rio Grande do Sul, 1.404; e em Minas Gerais, 1.482. O nível de confiança é de 95%.

Lula é desaprovado pela maioria da população dos Estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste onde houve a pesquisa. A maior taxa negativa foi registrada em Goiás (70%), seguido de São Paulo (69%), Paraná (68%), Rio Grande do Sul (66%), Rio de Janeiro (64%) e Minas Gerais (63%).

Nesses Estados, a maior aprovação do petista foi no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, ambos com 35%. O índice foi de 33% entre os gaúchos e de 30% entre os paranaenses.

Sobre 2026

A pesquisa trata ainda do cenário eleitoral para 2026. Segundo a Quaest, Lula seria derrotado por adversários da direita em pelo menos cinco dos oito Estados onde o levantamento foi realizado. O presidente perderia no segundo turno para nomes como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) - que está inelegível - e o cantor Gusttavo Lima em São Paulo, Minas, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás.

Ao mesmo tempo, Lula ganharia dos oponentes no Rio de Janeiro, na Bahia e em Pernambuco. O recorte leva em consideração, em alguns locais, a vantagem numérica dos adversários sobre o atual presidente. Quando considerada a margem de erro, pode haver empate técnico.

O melhor desempenho entre os candidatos aptos a concorrer foi o de Tarcísio. Ele ganharia de Lula por 54% a 30% em São Paulo, por 46% a 29% em Goiás e por 46% a 30% no Paraná. O governador aparece numericamente na liderança, mas empatado tecnicamente com o presidente dentro da margem de erro em Minas Gerais (40% a 37%) e no Rio Grande do Sul (41% a 36%).

Por outro lado, Lula ganharia de Tarcísio na Bahia (59% a 25%), em Pernambuco (58% a 26%) e no Rio de Janeiro, onde a vantagem é numérica e há empate técnico, por 39% a 35%.

'Provável'

Tarcísio tem negado que será candidato a presidente na eleição de 2026 e afirmado que seu objetivo é tentar se reeleger em São Paulo. Apesar disso, como mostrou o Estadão, aliados enxergam que a candidatura presidencial do chefe do Executivo paulista é cada vez mais provável por três motivos: a inelegibilidade de Bolsonaro, também denunciado pela tentativa de golpe; o bom desempenho do governador nas pesquisas; e a piora na aprovação de Lula.

Embora esteja inelegível por determinação da Justiça Eleitoral, a Quaest testou um embate entre Bolsonaro e Lula. O ex-presidente ganharia em São Paulo (45% a 36%), no Paraná (51% a 30%) e em Goiás (50% a 30%). A vantagem de Bolsonaro está dentro da margem de erro no Rio Grande do Sul, onde teria 44% ante 38% do petista, e em Minas Gerais, local em que o placar é de 42% a 40%. No Rio de Janeiro há empate também numérico: cada um tem 41%.

Cenários

Lula lidera sobre Bolsonaro apenas na Bahia (59% a 26%) e em Pernambuco (57% a 31%). O cenário é similar quando o adversário é Gusttavo Lima: o petista ganharia nesses dois Estados por 57% a 26% e por 57% a 28%, além do Rio de Janeiro (41% a 30%).

O cantor sertanejo tem vantagem numérica sobre o atual presidente da República em São Paulo (39% a 35%), em Minas Gerais (43% a 37%) e no Rio Grande do Sul (41% a 36%). Gusttavo Lima, porém, ganha de Lula fora da margem de erro no Paraná (47% a 28%), em Goiás (55% a 25%) e no Paraná (47% a 28%).

Outro inelegível, o influenciador Pablo Marçal (PRTB) aparece com vantagem sobre Lula nos mesmos cinco Estados: São Paulo (41% a 34%), Minas Gerais (40% a 38%), Paraná (44% a 30%), Rio Grande do Sul (41% a 37%) e em Goiás (46% a 28%). O presidente venceria Marçal nos outros três: 42% a 33% no Rio de Janeiro, 60% a 24% na Bahia e 59% a 26% em Pernambuco.

Na semana passada, a Justiça Eleitoral de São Paulo condenou Marçal por abuso de poder político e econômico durante a campanha para a Prefeitura de São Paulo em 2024. A decisão do juiz Antonio Maria Patiño Zorz, da 1.ª Zona Eleitoral, declarou o influenciador inelegível por oito anos. Ele nega as acusações e pode recorrer da decisão.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.