Aliado de Maduro, chefe do MP anuncia investigação contra María Corina

Internacional
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O Ministério Público da Venezuela, comandado pelo chavista Tarek William Saab anunciou nesta segunda-feira, 29, ter aberto uma investigação sobre um "ataque informático ao sistema de transmissão de dados do Conselho Nacional Eleitoral (CNE)". Ele indicou que são considerados suspeitos os líderes opositores María Corina Machado, Leopoldo López e Lester Toledo, os dois últimos exilados.

Durante o anúncio do resultado das eleições de ontem, o presidente do CNE Elvis Amoroso denunciou um suposto ataque hacker para justificar o atraso na divulgação dos números. A oposição, porém, aponta entraves propositais do CNE para transmitir as atas eleitorais a fim de declarar Nicolás Maduro vencedor por meio de fraude.

"Felizmente, essa ação não teve sucesso, mas atrasou o processo e o anúncio dos resultados", afirmou em discurso. "Queriam adulterar as atas. Segundo a informação classificada que recebemos, o principal envolvido nesse ataque seria o cidadão Lester Toledo, tristemente célebre fugitivo da justiça que se encontra no exterior. Junto a ele, aparecem como envolvidos o fugitivo da justiça venezuelana Leopoldo López e María Corina Machado. Os fiscais estão recolhendo os elementos de convicção dessas ações que tentaram adulterar os resultados."

Venezuelanos foram às urnas neste domingo, 28, em uma eleição presidencial tensa e crucial, que colocou à prova a continuidade do chavismo, no poder há 25 anos.

O ditador Nicolás Maduro, que enfrentava como principal adversário Edmundo González Urrutia, venceu as eleições com 51,2% dos votos, de acordo com o Conselho Nacional Eleitoral, controlado pelo chavismo. Com a vitória, ele terá um terceiro mandato consecutivo, que o projeta para 18 anos na presidência venezuelana.

A oposição, por outro lado, contesta o resultado e afirma que venceu com 70% dos votos. "Hoje queremos dizer a todos os venezuelanos e ao mundo inteiro que a Venezuela tem um novo presidente eleito e é Edmundo Gonzalez Urrutia", disse a líder opositora María Corina Machado, que considera "impossível" o resultado divulgado pelo CNE.

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O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), lidera a disputa para as eleições ao governo do Estado em 2026. O chefe do Executivo municipal aparece com 29% das intenções de voto contra 20% do senador Flávio Bolsonaro (PL), segundo levantamento divulgado pela Genial/Quaest nesta quinta-feira, dia 27.

Na sequência, aparecem a deputada federal Benedita da Silva (PT), com 7%; o secretário estadual de Transportes, Washington Reis (MDB), com 5%; e o presidente da Assembleia do Rio (Alerj) Rodrigo Bacellar (União), com 2%. A vereadora do Rio Monica Benício (PSOL), tem 1%; e o atual vice-governador, Thiago Pampolha (União), 0%. Os indecisos somam 12% e os votos em branco, nulo e que não vão votar somam 24%.

A pesquisa ouviu pessoalmente 1.404 eleitores entre os dias 19 e 23 de fevereiro. A margem de erro é de três pontos porcentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.

A campanha de Paes à reeleição na prefeitura do Rio foi marcada por declarações e promessas de que ele não abandonaria o quarto mandato para se candidatar ao governo do Rio. Apesar das afirmações, o prefeito já sinaliza a aliados que pode rever sua posição diante da falta de nomes competitivos capazes de derrotar a base bolsonarista no Estado.

Flávio Bolsonaro encerrará o mandato de senador em 2026, assim como seu colega de partido Carlos Portinho. O Estado terá duas vagas disponíveis para o Senado e deve abrir uma disputa dentro do PL pelas indicações ao posto. O governador Cláudio Castro (PL) não descarta uma candidatura ao Congresso após deixar o comando do Palácio Guanabara.

Sucessor de Castro

O levantamento da Genial/Quaest ainda questionou os entrevistados se acham que Cláudio Castro merece eleger um sucessor ao governo. De acordo com a pesquisa, 39% responderam que sim, 52%, não, e outras 9% afirmaram que não sabem ou não responderam.

A ex-deputada federal Cristiane Brasil, filha do ex-deputado federal Roberto Jefferson, divulgou em suas redes sociais um serviço de regularização de imigrantes nos Estados Unidos.

Segundo a ex-deputada federal, a consultoria é voltada a quem se sente perseguido politicamente no Brasil e pretende solicitar asilo às autoridades americanas. "Se você é de direita, assim como eu, e se identifica com essas pautas, o asilo também é para você", afirmou Cristiane.

Roberto Jefferson foi investigado pelo inquérito das fake news e se tornou réu por incitar o uso de violência e grave ameaça contra o livre exercício dos Poderes. Ao denunciar o ex-deputado federal, em junho de 2022, a Procuradoria-Geral da República elencou entrevistas em que Jefferson clamava para que a população "praticasse vias de fato" contra os integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19. O ex-parlamentar também fez menções a explodir o prédio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Jefferson estava em prisão domiciliar quando se tornou réu. O ex-deputado federal descumpriu uma série de medidas cautelares e teve o benefício revogado. Ao receber agentes da Polícia Federal (PF) que cumpriam o mandado de prisão, Jefferson atirou granadas e disparou tiros de fuzil contra os policiais. O episódio ocorreu em 23 de outubro de 2022, dias antes do segundo turno entre o então presidente Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Jefferson foi condenado pelo STF em dezembro de 2024 por calúnia, homofobia, incitação ao crime e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. A pena é de nove anos, um mês e cinco dias de reclusão.

Ex-apresentador de televisão, Jefferson ingressou na política dos anos 1980 e integrou a base do ex-presidente Fernando Collor. Em 2005, ficou nacionalmente conhecido ao ser um dos principais delatores do escândalo do mensalão, esquema pelo qual foi condenado e teve os direitos políticos suspensos. Mesmo após a suspensão dos direitos políticos, manteve-se à frente do PTB, sigla que dirigiu durante quatro décadas.

Cristiane Brasil foi vereadora carioca (2005-2015) e deputada federal pelo Rio de Janeiro (2015-2019) pelo partido, que integrou a base de apoio do ex-presidente Michel Temer (MDB). Em janeiro de 2018, chegou a ser nomeada pelo presidente para o Ministério do Trabalho, mas teve a indicação suspensa após vir à tona uma condenação de Cristiane na Justiça trabalhista. Desde 2018, a ex-parlamentar tenta, sem sucesso, retornar à Câmara dos Deputados.

O PTB foi extinto ao se fundir com o Patriota para a criação do PRD. A fusão foi aprovada pelo TSE em janeiro de 2024.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), manteve-se aprovado por 61% dos eleitores de São Paulo. Os dados são da pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira, 27. O índice é o mesmo registrado em dezembro do ano passado e só um ponto abaixo do que havia sido apontado em abril de 2024. Por outro lado, a desaprovação a Tarcísio oscilou dois pontos para cima, passando de 26% em dezembro para 28% em fevereiro (um ponto a menos do que os 29% registrados em abril de 2024). Os eleitores que não souberam ou não responderam são 11% atualmente.

Quando levada em consideração a avaliação do governo, houve melhora nos índices. A avaliação positiva passou de 37% para 41%. Já a regular passou de 37% para 34%. Os que apontam que o governo é negativo oscilaram de 13% para 14%. São 11% os que não souberam ou não responderam.

A Genial/Quaest também pediu que o eleitor avaliasse as áreas de atuação do governo. A atração de empresas foi a que obteve o melhor resultado, com 49% fazendo uma avaliação positiva desta área. Outros 34% usaram o conceito "regular", enquanto 17% usaram o "negativo". A área de infraestrutura e mobilidade também tem boa avaliação do eleitorado, com 45% dos eleitores avaliando positivamente o trabalho (37% regular e 18% negativo).

No caso da educação, são 39% os que fazem uma avaliação positiva da gestão, mesmo índice de emprego e renda.

Os piores resultados de Tarcísio se dão na área de segurança e saúde. Nas duas o conceito "negativo" foi mais citado que o "positivo". São 34% os que criticam a atuação de Tarcísio na segurança, contra 29% os que avaliam positivamente (37% apontam a atuação como regular). Na saúde, o conceito "positivo" foi apontado por 30%, contra 32% que atribuíram uma avaliação negativa ao governo. Os outros 38% afirmaram que a atuação na área é regular.

A pesquisa ouviu 1.644 eleitores entre os dias 19 e 23 de fevereiro, de forma presencial. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%.

Comparativo com outros Estados tem leve piora

De acordo com a pesquisa Genial/Quaest, ao serem perguntados se São Paulo está melhor ou pior que outros Estados, 60% dos paulistas acham que está melhor. O índice se manteve em relação a dezembro. Contudo, o número daqueles que acham que está pior aumentou: de 25% para 29%. São 11% os que não sabem ou não responderam.

O maior porcentual dos eleitores aponta que São Paulo está "parado" atualmente. São 44%. Enquanto isso, 35% dos paulistas acham que o Estado está melhorando e 19% acham que está piorando.

Tarcísio lidera eventual disputa pela reeleição

A Genial/Quaest também questionou os paulistas sobre se o governador Tarcísio de Freitas merece ou não ser reeleito. São 55% os que acham que sim, e 36% os que acham eu não. Os demais 9% não souberam ou não responderam. Tarcísio tem indicado a intenção de disputar novamente o cargo, embora haja pressão de aliados para que concorra ao Palácio do Planalto.

Houve a simulação de um cenário estimulado (com os nomes dos candidatos apresentados) em uma eventual disputa ao Palácio dos Bandeirantes com a presença do governador. Nele, Tarcísio aparece com 38% das intenções de voto, contra 15% de Fernando Haddad (PT). Já Pablo Marçal (PRTB) surge com 12%. O ex-coach está inelegível por decisão da Justiça Eleitoral, mas cabe recurso. Márcio França (PSB) completa a lista com 6%. Os indecisos seriam 8% e os brancos/nulos e indecisos somam 21%.

Segundo a pesquisa, 10% dos paulistas se consideram lulistas ou petistas, 12% se dizem de esquerda, 24% de direita, 11% bolsonaristas e 41% não se identificam com nenhum desses rótulos. Os outros 2% não souberam ou não responderam.