Irã lança mísseis contra Israel; governo pede para israelenses se protegerem

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O Irã iniciou o ataque com mísseis balísticos contra Israel na tarde desta terça-feira, 1, segundo informações das Forças de Defesa de Israel (FDI). Os israelenses ouviram sirenes em diversas partes do país, incluindo Tel-Aviv e Jerusalém, as duas principais cidades de Israel.

Explosões estrondosas foram ouvidas nos céus acima de Tel Aviv, e flashes de luz do sistema de defesa Domo de Ferro eram visíveis, segundo o jornal americano The New York Times. Segundo a mídia israelense, mais de 100 mísseis foram lançados no ataque iraniano. De acordo com o Exército de Israel, o Irã lançou mísseis balísticos contra Israel.

O Exército de Israel afirmou que os mísseis seguem caindo em território israelense. As Forças de Defesa de Israel (FDI) destacou que as explosões ouvidas em todo o país são interceptações ou impactos dos mísseis iranianos. Não há registros de mortos ou feridos.

A Guarda Revolucionária do Irã afirmou em um comunicado que o Irã lançou mísseis balísticos contra Israel em resposta as mortes de diversos líderes do Hezbollah, incluindo o chefe do grupo, Hassan Nasrallah. Teerã apontou que lançaria novos ataques se o Irã fosse atacado.

Autoridades americanas haviam apontado na manhã desta terça que Teerã iria atacar o território israelense nas próximas horas. A autoridade, que falou sob condição de anonimato para discutir o assunto, disse que os EUA estão apoiando ativamente os preparativos defensivos israelenses.

O ataque iraniano ocorre em um momento em que as autoridades israelenses aumentaram as restrições de circulação em Jerusalém e Tel-Aviv. O governo israelense pediu que os moradores de Tel-Aviv se protejam nas próximas horas.

Funcionários do Pentágono apontaram que estão acompanhando os ataques iranianos e acreditam que nenhuma base americana no Oriente Médio deve ser atingida pelos mísseis de Teerã.

Espaço aéreo israelense é fechado

Autoridades aeroportuárias de Israel afirmaram que o espaço aéreo do país estava fechado e os voos foram redirecionados para destinos alternativos fora do território israelense.

Operação terrestre no Líbano

Na segunda-feira, 30, as Forças de Defesa de Israel (FDI) confirmam que soldados israelenses cruzaram a fronteira com o Líbano com o objetivo de destruir a infraestrutura da milícia xiita radical libanesa Hezbollah.

O Exército disse que um contingente de 10 mil soldados está participando de operações "limitadas" dentro do Líbano. Segundo Tel-Aviv, Israel optou por operações terrestres no país vizinho para que os moradores do norte do país possam voltar para suas casas sem o risco de foguetes do Hezbollah. Cerca de 60 mil pessoas foram deslocadas do norte de Israel por conta da escalada de tensões.

As FDI também pediram o deslocamento de cidadãos libaneses de comunidades próximas da fronteira com Israel por conta do aumento da atividade militar.

Operações secretas no Líbano

Segundo o porta-voz do Exército de Israel, Daniel Hagari, forças israelenses tem conduzido diversas operações no Líbano no último ano.

Mais de 70 operações foram conduzidas em território libanês desde o inicio das hostilidades, no dia 7 de outubro do ano passado, após o ataque terrorista do Hamas no sul de Israel. Segundo uma autoridade israelense que conversou com o jornal americano The Washington Post, mais de 1000 armazéns do Hezbollah foram destruídos.

"Estamos nos concentrando em uma área próxima a nossa fronteira", disse Hagari. Segundo o porta-voz, o Hezbollah tinha uma infraestrutura robusta nesta região para realizar um ataque similar ao do Hamas.

"Não vamos para Beirute. Não vamos para as cidades do sul do Líbano", apontou Hagari, abordando implicitamente as preocupações dos líderes internacionais de que a incursão de Israel seria expansiva.

Ataque iraniano

Ainda não está claro como o Irã está atacando Israel. Segundo o jornal The New York Times, três autoridades israelenses afirmaram que o ataque envolveria drones não tripulados. Já uma autoridade americana apontou que o ataque poderia envolver mísseis balísticos.

As tensões se expandiram no último mês por conta de uma troca de ataques mais intensa entre Israel e o Hezbollah, que tirou o foco da guerra em Gaza. A milícia xiita radical libanesa jurou vingança contra Israel após as explosões de pagers e walkie-talkies de membros do grupo, uma ação atribuída a Tel-Aviv, que deixaram 37 mortos.

O ataque mais forte contra o grupo libanês ocorreu na sexta-feira, 27, com a morte de Hassan Nasrallah após um bombardeio israelense no subúrbio de Beirute.

Teerã tem enfrentado uma pressão crescente para ajudar o Hezbollah, mas está calculando os riscos de uma ação militar mais agressiva contra Israel por conta de possíveis retaliações que poderiam destruir o seu programa nuclear ou matar membros importantes da teocracia.

Três autoridades israelenses destacaram que os iranianos atacariam três bases militares e um quartel-general de inteligência em Tel-Aviv.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou nesta terça-feira que o governo Biden estava acompanhando "cuidadosamente" a situação no Oriente Médio. "É claro que estamos acompanhando de perto os acontecimentos no Oriente Médio e os Estados Unidos estão comprometidos com a defesa de Israel", disse Blinken.

Ataque do Irã em abril

Este seria o segundo ataque do Irã contra o território israelense. No dia 13 de abril, os cidadãos de Israel se abrigaram em bunkers por conta de um ataque direto Teerã, considerado o maior da história do país.

A magnitude do ataque organizado pelo país persa surpreendeu e o tamanho do arsenal militar iraniano chamou atenção. A ofensiva do Irã contou com 170 drones, 30 mísseis de cruzeiro e 120 mísseis balísticos.

O ataque contra Israel ocorreu em retaliação a um bombardeio aéreo atribuído a Tel-Aviv que matou sete pessoas, incluindo dois oficiais da Guarda Revolucionária do Irã, no dia 1 abril na embaixada do país em Damasco. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), tem a melhor avaliação entre oito chefes de Executivo estadual que tiveram seus governos medidos em pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira, 27. Já o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), tem o pior resultado, sendo o único com desaprovação maior que a aprovação. Como mostrou o Estadão, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é aprovado por 61% e rejeitado por 28%. Veja os resultados dos demais governadores:

Caiado é o mais bem avaliado entre oito Estados

Segundo a pesquisa realizada entre 19 e 23 de fevereiro, Caiado alcança 86% de aprovação em Goiás, contra apenas 9% que desaprovam sua gestão. Outros 5% não souberam ou não responderam. Os índices mudaram pouco em relação a dezembro do ano passado, quando 88% aprovavam o goiano, 9% desaprovavam e 4% não souberam ou não responderam.

A avaliação positiva de Caiado alcança 74%, enquanto a negativa fica em 4%. São 17% os que apontam que seu governo é regular e 5% não souberam ou não responderam.

O bom desempenho de Caiado se dá sobretudo por conta de seus bons índices de avaliação positiva em segurança (74%) e educação (72%). Mesmo o pior resultado, em saúde, tem avaliação positiva maior que a negativa (50% a 20%).

Em Goiás, foram ouvidos 1.104 eleitores de forma presencial. A margem de erro em todos os sete Estados é de três pontos porcentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%

Ratinho Júnior alcança 81% de aprovação no Paraná

O segundo governador com a melhor avaliação entre esses oito Estados é Ratinho Júnior (PSD), do Paraná, aprovado por 81% e desaprovado por 14%. São 5% os que não souberam ou não responderam.

Quanto à avaliação o governo, 65% apontam que a gestão é positiva (índice que subiu seis pontos desde dezembro), 24% indicam que é regular e 6% dão o conceito negativo. São 5% os que não souberam ou não responderam.

A área mais bem avaliada no governo, entre as pesquisadas, é a educação, aprovada por 66% dos paranaenses, seguida pela geração de emprego e renda e a atração de empresas, ambas com 65%. As piores avaliações se dão na saúde e na segurança, com índices de 50% de conceito positivo e 16% e 14% de negativo, respectivamente.

No Paraná também foram ouvidos 1.104 eleitores de forma presencial.

Romeu Zema tem 62% de aprovação em Minas

Em Minas Gerais, o governador Romeu Zema (Novo), outro já em segundo mandato e com pretensões nacionais, é aprovado por 62% dos eleitores e desaprovado por 30%. Os que não souberam ou não responderam são 8%.

Quando à avaliação e governo, são 41% os que veem seus resultados como positivos. Outros 37% acham que é regular e 14% veem como negativo. São 8% novamente os que não souberam ou não responderam.

Zema tem seus melhores resultados nas políticas para educação (50% de avaliação positiva e 17% de negativa) e atração e empresas (45% de avaliação positiva e 18% de negativa). Os piores desempenhos se dão em infraestrutura e mobilidade (31% de positivo e 27% de negativo) e saúde (37% de positivo e 25% de negativo).

Em Minas Gerais foram ouvidos 1.482 eleitores de forma presencial.

Eduardo Leite alcança 62% de aprovação no Rio Grande do Sul

Resultado semelhante tem Eduardo Leite (PSDB), outro presidenciável já em segundo mandato no Rio Grande do Sul. Ele é aprovado por 62% e desaprovado por 33%. Os que não souberam ou não responderam são 5%.

A avaliação positiva do trabalho de Eduardo Leite alcança 40%, enquanto 39% veem seu governo como regular e 16% citam o conceito negativo. São 5% os que não souberam e não responderam mais uma vez.

Quanto às áreas de governo, educação e atração e empresas são avaliadas positivamente por 45% dos eleitores. Já a saúde é aprovada por apenas 33% dos gaúchos, ainda assim mais que os 30% que rejeitam.

No Rio Grande do Sul foram ouvidos 1.104 eleitores.

Jerônimo Rodrigues alcança 61% de aprovação na Bahia

Na Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), que está em primeiro mandato, viu seus índices de popularidade aumentarem e a aprovação chegou a 61% (em dezembro eram 54%). Já a desaprovação caiu de 35% para 31%. Os que não souberam ou não responderam são 8% (eram 11%).

A avaliação positiva do governo também saltou significativamente, passando de 32% para 42%. O conceito regular encolheu de 35% para 29%. Já a avaliação negativa oscilou de 22% para 21%. São novamente 8% os que não souberam e não responderam.

Os melhores resultados de Jerônimo se dão na educação e na atração de empresas, com 48% de avaliação positiva e 23% de avaliação negativa em ambas. Os piores se dão em saúde e segurança, ambas com 33% de avaliação positiva. A negativa, na primeira, é de 38% e, na segunda, de 39%.

Na Bahia foram ouvidas 1.200 pessoas, presencialmente.

Raquel Lyra é aprovada por 51% dos pernambucanos

Enquanto isso, Raquel Lyra (PSDB), que também está em seu primeiro mandato, registra aprovação de 51% (três pontos porcentuais a menos do que em dezembro), enquanto 44% a desaprovam (eram 42%). Os que não sabem ou não responderam são 5%.

Em relação à avaliação de governo, o conceito regular foi atribuído por 37% dos eleitores. Já 32% avaliaram a gestão como positiva e 26% como negativa. Novamente 5% não souberam ou não responderam.

O melhor desempenho de Raquel Lyra se dá na área de educação, na qual seu trabalho é avaliado positivamente por 57% dos eleitores e negativamente por 16%. Já os piores índices se dão na saúde (34% de positivo e 33% de negativo) e segurança (34% de positivo e 35% de negativo).

Em Pernambuco foram ouvidos 1.104 eleitores.

Cláudio Castro tem desaprovação maior que a aprovação no Rio

Por fim, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), já em segundo mandato, é desaprovado por 48% dos eleitores fluminenses e aprovado por 42%. Os que não souberam ou não responderam são 10%.

Quanto à avaliação de sua gestão, o conceito positivo foi atribuído por 24%, enquanto o negativo foi citado por 31%. Outros 35% disseram que a gestão é regular. Já os que não souberam ou não responderam são 10%.

O melhor resultado de Castro por área de atuação se dá na atração e empresas para o Estado, com 30% de avaliação positiva e 28% de negativa. O pior se dá na segurança pública, na qual 12% dos fluminenses consideram que a gestão é positiva e 59% que é negativa. Cláudio Castro também tem baixo desempenho em saúde (16% de avaliação positiva), transporte público (21%) e emprego e renda (22%).

No Rio de Janeiro foram 1.404 entrevistas.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), manteve-se aprovado por 61% dos eleitores de São Paulo. Os dados são da pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira, 27. O índice é o mesmo registrado em dezembro do ano passado e só um ponto abaixo do que havia sido apontado em abril de 2024. Por outro lado, a desaprovação a Tarcísio oscilou dois pontos para cima, passando de 26% em dezembro para 28% em fevereiro (um ponto a menos do que os 29% registrados em abril de 2024). Os eleitores que não souberam ou não responderam são 11% atualmente.

Quando levada em consideração a avaliação do governo, houve melhora nos índices. A avaliação positiva passou de 37% para 41%. Já a regular passou de 37% para 34%. Os que apontam que o governo é negativo oscilaram de 13% para 14%. São 11% os que não souberam ou não responderam.

A Genial/Quaest também pediu que o eleitor avaliasse as áreas de atuação do governo. A atração de empresas foi a que obteve o melhor resultado, com 49% fazendo uma avaliação positiva desta área. Outros 34% usaram o conceito "regular", enquanto 17% usaram o "negativo". A área de infraestrutura e mobilidade também tem boa avaliação do eleitorado, com 45% dos eleitores avaliando positivamente o trabalho (37% regular e 18% negativo).

No caso da educação, são 39% os que fazem uma avaliação positiva da gestão, mesmo índice de emprego e renda.

Os piores resultados de Tarcísio se dão na área de segurança e saúde. Nas duas o conceito "negativo" foi mais citado que o "positivo". São 34% os que criticam a atuação de Tarcísio na segurança, contra 29% os que avaliam positivamente (37% apontam a atuação como regular). Na saúde, o conceito "positivo" foi apontado por 30%, contra 32% que atribuíram uma avaliação negativa ao governo. Os outros 38% afirmaram que a atuação na área é regular.

A pesquisa ouviu 1.644 eleitores entre os dias 19 e 23 de fevereiro, de forma presencial. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%.

Comparativo com outros Estados tem leve piora

De acordo com a pesquisa Genial/Quaest, ao serem perguntados se São Paulo está melhor ou pior que outros Estados, 60% dos paulistas acham que está melhor. O índice se manteve em relação a dezembro. Contudo, o número daqueles que acham que está pior aumentou: de 25% para 29%. São 11% os que não sabem ou não responderam.

O maior porcentual dos eleitores aponta que São Paulo está "parado" atualmente. São 44%. Enquanto isso, 35% dos paulistas acham que o Estado está melhorando e 19% acham que está piorando.

Tarcísio lidera eventual disputa pela reeleição

A Genial/Quaest também questionou os paulistas sobre se o governador Tarcísio de Freitas merece ou não ser reeleito. São 55% os que acham que sim, e 36% os que acham eu não. Os demais 9% não souberam ou não responderam. Tarcísio tem indicado a intenção de disputar novamente o cargo, embora haja pressão de aliados para que concorra ao Palácio do Planalto.

Houve a simulação de um cenário estimulado (com os nomes dos candidatos apresentados) em uma eventual disputa ao Palácio dos Bandeirantes com a presença do governador. Nele, Tarcísio aparece com 38% das intenções de voto, contra 15% de Fernando Haddad (PT). Já Pablo Marçal (PRTB) surge com 12%. O ex-coach está inelegível por decisão da Justiça Eleitoral, mas cabe recurso. Márcio França (PSB) completa a lista com 6%. Os indecisos seriam 8% e os brancos/nulos e indecisos somam 21%.

Segundo a pesquisa, 10% dos paulistas se consideram lulistas ou petistas, 12% se dizem de esquerda, 24% de direita, 11% bolsonaristas e 41% não se identificam com nenhum desses rótulos. Os outros 2% não souberam ou não responderam.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos criticou nesta quarta-feira, 26, o bloqueio de redes sociais pela Justiça do Brasil, classificando as decisões como "censura". O órgão, equivalente ao Ministério das Relações Exteriores, fez uma publicação no X na qual afirma que tais medidas são "incompatíveis com os valores democráticos". A postagem não cita o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e foi compartilhada pela embaixada dos EUA no País.

Por meio do Itamaraty, o governo Lula reagiu e condenou o que considerou uma tentativa de distorcer e politizar decisões judiciais. "A manifestação distorce o sentido das decisões do STF, cujos efeitos destinam-se a assegurar a aplicação, no território nacional, da legislação brasileira pertinente. A liberdade de expressão brasileira deve ser exercida, no Brasil, em consonância com os demais preceitos legais vigentes, sobretudo os de natureza criminal", diz a nota (mais informações nesta página).

Segundo a postagem do governo de Donald Trump, "o respeito à soberania é uma via de mão dupla com todos os parceiros dos EUA, incluindo o Brasil". "Bloquear o acesso à informação e impor multas a empresas sediadas nos Estados Unidos por se recusarem a censurar pessoas que vivem nos EUA é incompatível com os valores democráticos, incluindo a liberdade de expressão", afirma o texto publicado no perfil do Escritório do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado.

Esta é a primeira vez que o governo Trump faz menção ao assunto. Apesar de não citar Moraes diretamente, a manifestação faz referência implícita à decisão do magistrado sobre a plataforma Rumble.

Na semana passada, o ministro do Supremo determinou o bloqueio da Rumble no País, sob o argumento de que a rede de vídeos cometeu "reiterados, conscientes e voluntários descumprimentos das ordens judiciais, além da tentativa de não se submeter ao ordenamento jurídico e ao Poder Judiciário brasileiros". Moraes havia exigido que a empresa indicasse um representante no Brasil. O bloqueio é por tempo indeterminado, até o cumprimento da ordem judicial e o pagamento de multas. Além disso, o magistrado tinha pedido a suspensão da conta do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos na plataforma.

Soberania

A Rumble e a Trump Media, empresa ligada ao presidente americano, processaram Moraes nos Estados Unidos, acusando-o de violar a soberania americana. A ação tramita em um tribunal federal da Flórida. As empresas alegam que o ministro violou a lei americana ao ordenar à Rumble a suspensão da conta de Allan dos Santos, foragido da Justiça brasileira e alvo de mandado de prisão preventiva por disseminação de desinformação e ataques ao Supremo.

Rumble e Trump Media entraram com pedido de liminar em um tribunal dos EUA contra Moraes que foi negado. Na decisão, a juíza Mary Scriven não analisou o mérito da ação, argumentando que as decisões do brasileiro não se aplicam nos Estados Unidos e não houve qualquer tentativa de impor seu cumprimento em território americano.

Projeto de Lei

Ainda no mais recente embate de Moraes com plataformas digitais, o Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes dos EUA aprovou ontem um projeto de lei criado para barrar o ministro. O comitê tem atribuições semelhantes à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, e o projeto deve ir a plenário.

O dispositivo "No Censors on our Shores Act" ("Sem Censura em nosso Território") prevê que autoridades estrangeiras que atuarem contra a liberdade de expressão de americanos sejam impedidas de entrar nos EUA ou possam ser deportadas. Um dos autores da proposta, o deputado republicano Darrell Issa, da Califórnia, disse no X: "Censure um cidadão americano e você não será bem-vindo".

O nome de Moraes não aparece no texto, mas seus autores - além de Issa, a republicana María Elvira Salazar - já o chamaram de "aplicador da censura". Em nota, María Elvira, da Flórida, disse que "o juiz da Suprema Corte do Brasil Alexandre de Moraes é a vanguarda de um ataque internacional à liberdade de expressão contra cidadãos americanos como Elon Musk", em referência ao dono do X e secretário de Trump. Nesta semana, Musk sugeriu sanções ao ministro.

O projeto que avançou ontem foi apresentado em setembro, pouco depois de o X ter sido suspenso no Brasil por ordem do ministro, após descumprir decisões judiciais. Parlamentares bolsonaristas comemoraram a aprovação. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) postou no X que o texto "não tardará para virar lei". A deputada Bia Kicis (PL-DF) foi outra a elogiar a decisão.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.