O Brasil enfrenta um crescimento expressivo nos casos de ansiedade, insônia e esgotamento emocional, especialmente entre jovens e adultos economicamente ativos. Segundo dados mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), o país continua liderando os índices de transtornos de ansiedade na América Latina, com estimativas apontando que 1 em cada 3 brasileiros apresenta sintomas frequentes da condição.
Especialistas indicam que o fenômeno é multifatorial: a pressão por produtividade, o uso excessivo de telas, a insegurança econômica e a hiperconexão digital são alguns dos gatilhos mais recorrentes. Além disso, o impacto prolongado da pandemia ainda se faz sentir, mesmo após o controle sanitário, contribuindo para um quadro de exaustão crônica e distúrbios do sono.
“Estamos vivendo uma epidemia silenciosa de sofrimento psíquico. Muitas pessoas não percebem que seus sintomas físicos – como dores de cabeça, alterações de apetite ou insônia – estão ligados diretamente à saúde mental”, afirma a psiquiatra Mariana Ferraz, do Instituto de Saúde Coletiva da USP.
Apesar do aumento da demanda, o acesso a atendimento psicológico ainda é desigual no país. Enquanto grandes centros urbanos concentram clínicas e serviços particulares, muitas regiões ainda enfrentam carência de profissionais na rede pública. O Ministério da Saúde tem ampliado os investimentos em Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), mas especialistas alertam para a necessidade urgente de políticas públicas mais robustas e campanhas de conscientização contínuas.
A recomendação de médicos e terapeutas é que sinais de ansiedade e insônia persistentes sejam levados a sério. “Buscar ajuda profissional não é fraqueza. É uma atitude de autocuidado e prevenção que pode evitar complicações futuras”, reforça a psicóloga clínica Adriana Caldas.
Enquanto o tema ganha visibilidade, cresce também o número de iniciativas voltadas à saúde mental no ambiente de trabalho, nas escolas e nas redes sociais. Em tempos de sobrecarga e incerteza, o bem-estar emocional deixa de ser secundário — e passa a ser um dos principais indicadores de saúde coletiva no Brasil contemporâneo.
Casos de ansiedade e insônia disparam no Brasil e acendem alerta para saúde mental
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