STF faz maioria para enfrentar decisão da Câmara e seguir com ação do golpe

Política
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A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta sexta-feira, 9, em uma sessão extraordinária no plenário virtual, para limitar a resolução da Câmara dos Deputados que determinou a suspensão do processo do golpe contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) enquanto durar o mandato.

Como relator, o ministro Alexandre de Moraes foi o primeiro a se manifestar. Ele votou para dar sequência ao processo e foi acompanhado por Cristiano Zanin e Flávio Dino.

A votação fica aberta até a próxima terça-feira, 13, na plataforma virtual de julgamentos do STF. Nessa modalidade, não há debate entre os ministros. Eles registram os votos no sistema online. Estão pendentes as manifestações de Luiz Fux e Cármen Lúcia.

O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, que tem a maior bancada na Câmara, foi o autor da proposta de resolução. O texto foi aprovado por 315 votos a favor e 143 contra. Mais da metade dos votos veio de partidos do Centrão, que têm ministérios no governo Lula.

Os deputados se basearam em uma regra da Constituição que autoriza a Câmara e o Senado a suspenderam o andamento de processos criminais contra parlamentares, desde que a decisão tenha o apoio da maioria do plenário da Casa Legislativa.

Como Ramagem é um dos réus, a Câmara aprovou a suspensão, em uma tentativa de beneficiar também os demais alvos do processo, incluindo o ex-presidente.

Em seu voto, Alexandre de Moraes deixou expresso que Bolsonaro não pode ser beneficiado pela resolução porque ela vale apenas para parlamentares no exercício do mandato e, na avaliação do ministro, não se estende a outros réus no mesmo processo. Segundo Moraes, a prerrogativa tem "caráter personalíssimo".

Além disso, a regra vale apenas para crimes posteriores à diplomação. É com base nessa previsão que Moraes votou para manter a tramitação da ação penal e foi acompanhado pelos colegas.

Dois crimes imputados a Ramagem no processo são posteriores à diplomação - dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. São os crimes relacionados aos atos de vandalismo do 8 de Janeiro de 2023. Em relação a eles, Moraes defendeu a suspensão do processo até o fim do mandato.

O deputado também responde por outros três crimes - organização criminosa armada, golpe de estado e tentativa de abolição violenta do estado democrático - relacionados às supostas articulações do plano de golpe.

Em seu voto, o ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma, argumentou que a suspensão integral do processo produziria "efeitos não desejáveis em relação a corréus custodiados que, mesmo não possuindo imunidade material, teriam o trâmite das imputações que lhes pesam suspenso enquanto durar o mandato parlamentar correspondente". É o caso do general Walter Braga Netto, preso preventivamente do inquérito do golpe.

O ministro Flávio Dino defendeu que as funções típicas de cada Poder devem ser prestigiadas, enquanto que funções atípicas - em face da nota de excepcionalidade - exigem sempre interpretação restritiva".

"Nesse contexto, é evidente que o Congresso Nacional exerce funções de julgamento em alguns casos, adstrito contudo à responsabilidade político-administrativa. Incursões na seara da aplicação do Direito Penal e Processual Penal não constituem função típica do Poder Legislativo em nenhum país do mundo."

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O secretário de Saúde do Reino Unido, Wes Streeting, negou nesta quarta-feira, 12, estar conspirando para derrubar o primeiro-ministro Keir Starmer, em meio à crescente inquietação no Partido Trabalhista diante da queda nas pesquisas, menos de 18 meses após a vitória eleitoral do partido.

Streeting classificou como "autodestrutivos" e "contraproducentes" os rumores sobre um desafio à liderança, após assessores de Starmer afirmarem à imprensa que o premiê enfrentaria qualquer tentativa de afastamento. "É um boato totalmente contraproducente, até porque não é verdade", disse à Sky News.

Ele ironizou que "quem está espalhando isso tem assistido demais a 'Celebrity Traitors'", em referência ao reality show sobre traições.

Considerado um dos comunicadores mais eficazes do governo e cotado como possível sucessor, Streeting recebeu defesa pública de Starmer, que rebateu acusações da líder conservadora Kemi Badenoch sobre uma "guerra civil" no governo. "Somos uma equipe unida", afirmou, sob risos da oposição.

Rumores de rebelião surgem após pesquisas apontarem o Trabalhismo atrás do partido de direita Reform UK, de Nigel Farage, embora ainda à frente dos conservadores. A tensão deve crescer com o Orçamento de 26 de novembro, que pode incluir alta do imposto de renda.

Desde julho de 2024, o governo Starmer tem lutado para cumprir promessas de reativar a economia e reduzir o custo de vida, com inflação persistente e desemprego em 5%, o maior nível desde 2016. Fonte: Associated Press.

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado

O rei da Espanha, Felipe VI, e o presidente da China, Xi Jinping, assinaram nesta quarta-feira, 12, acordos sobre intercâmbio linguístico, economia e exportação de produtos aquáticos, durante a primeira visita de Estado do monarca espanhol ao país. Ambos prometeram reforçar a cooperação bilateral.

A visita ocorre enquanto a Espanha, quarta maior economia da zona do euro, busca estreitar laços com Pequim e atrair investimentos chineses, em meio a tensões com os Estados Unidos sob o governo de Donald Trump. Em abril, o primeiro-ministro Pedro Sánchez já havia se reunido com Xi, defendendo "relações mais equilibradas entre a União Europeia e a China".

"Pequim está pronta para trabalhar lado a lado com Madri para construir uma parceria estratégica mais estável, dinâmica e influente", afirmou Xi, segundo a agência oficial Xinhua, acrescentando que a China importará mais produtos espanhóis.

Felipe VI também deve se reunir com o premiê Li Qiang e com Zhao Leji, presidente do principal órgão legislativo chinês. Antes de chegar a Pequim, o rei participou em Chengdu de um fórum empresarial Espanha-China com ministros e líderes empresariais.

A Espanha tem adotado uma postura menos confrontacional com a China e busca reduzir o desequilíbrio comercial. O país, que gera mais da metade de sua eletricidade com fontes renováveis, depende de matérias-primas críticas e tecnologias verdes chinesas, e Xi disse ver espaço para ampliar a cooperação em energia renovável e inteligência artificial (IA). Fonte: Associated Press

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado

A polícia da Índia anunciou nesta quarta-feira, 12, que pelo menos cinco pessoas foram detidas e serão interrogadas após a explosão de um carro, que deixou 12 mortos e mais de 30 feridos em Nova Délhi. As prisões ocorreram durante uma série de batidas realizadas desde a noite de terça-feira, 11, no distrito de Pulwama, na região da Caxemira. O caso é investigado como um possível ataque terrorista - uma medida que amplia a liberdade dos investigadores para efetuar prisões.

Se o incidente for confirmado como um ataque terrorista, ele se tornará o mais mortal em Nova Délhi desde 2011. A explosão ocorreu na segunda-feira, 10, perto do Forte Vermelho, um ponto turístico popular da capital indiana. Inicialmente, a polícia havia confirmado oito mortos e 20 feridos, mas os números foram atualizados para 12 mortos e mais de 30 feridos nesta quarta-feira pelo diretor médico do hospital LNJP, Ritu Saxena.

O incidente ocorreu horas depois de a polícia de Caxemira - que é controlada pela Índia - ter anunciado o desmantelamento de um grupo militante que atuava na região e nos arredores de Nova Délhi. A imprensa indiana especula que os casos possam estar relacionados, mas a polícia afirma que a investigação ainda está em andamento.

As autoridades suspeitam que o veículo que explodiu era dirigido por um médico ligado ao grupo militante de Caxemira. Elas investigam se o motorista provocou a explosão deliberadamente para evitar a prisão ou se os explosivos detonaram acidentalmente.

A mãe e dois irmãos do médico foram interrogados na segunda-feira. A cunhada dele, Shagufta Jan, afirmou que não tem notícias do homem desde a última sexta-feira, 7, quando ele contou à família que estava sendo procurado pelo polícia. "Ele ligou para nós na sexta-feira, e eu disse para ele voltar para casa. Ele disse que viria depois de três dias", disse Shagufta. "Essa foi a última vez que falamos com ele."

Parte da região da Caxemira é controlada pela Índia, enquanto outra é administrada pelo Paquistão. O governo indiano acusa o país vizinho de apoiar ataques em seu território e alega que esses atentados são realizados por criminosos baseados no lado paquistanês da fronteira.

Grupos militantes na parte da Caxemira sob controle indiano lutam contra o domínio de Nova Délhi desde 1989. No entanto, as autoridades indianas insistem que essas organizações são grupos terroristas patrocinados pelo Paquistão, que negam as acusações. (Com informações de agências internacionais)