Defesa de Torres busca afastar ex-ministro de blitze no 2º turno e live sobre urnas

Política
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A defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres tentou extrair das testemunhas nesta terça-feira, 27, que não houve "policiamento direcionado" nas eleições de 2022 nem teor político em reunião no dia 19 de outubro daquele ano. Na ocasião, seriam desenhadas as blitze em maior número na região Nordeste no segundo turno do pleito presidencial.

Nos depoimentos ao Supremo Tribunal Federal (STF) na ação penal que investiga tentativa de golpe de Estado, outro ponto explorado foi a "convocação" de Torres pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) para participar de live com ataques sem provas às urnas em eletrônicas, em 2021.

Dos 11 depoentes ouvidos nesta terça-feira, a defesa inquiriu cinco pessoas que disseram ter participado daquela reunião e todas elas negaram algum teor político ou de favorecimento a Bolsonaro no encontro em outubro.

Foram eles o ex-diretor de Operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Djairlon Henrique Moura; o ex-diretor Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal Caio Rodrigo Pelim; o ex-diretor-geral da Polícia Federal Marcio Nunes; o ex-diretor adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alessandro Moretti e o delegado da PF Marcos Paulo Cardoso.

Todas as testemunhas disseram que a reunião tratou do policiamento no segundo turno e de procedimentos de "praxe" da Polícia Federal. Um deles, Djairlon, foi alvo de contestação do procurador-geral da República, Paulo Gonet.

Ele lembrou que Djairlon foi indiciado em inquérito que investiga as blitze. Em razão disso, o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes disse que Djairlon teria resguardado o direito de mentir sobre esse episódio.

A denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) traz uma conversa em um grupo de WhatsApp em que a ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça Marília de Alencar afirmou que nessa reunião de 19 de outubro de 2022 Anderson Torres foi "isento p... nenhuma" e "meteu logo um 22", em referência ao número de urna de Jair Bolsonaro.

A defesa também procurou tirar das testemunhas a informação de que Anderson Torres teria sido obrigado por Bolsonaro a participar da live com ataques sem provas à lisura das urnas eletrônicas, em 2021. Duas delas afirmaram isso: o ex-secretário de Operações Integradas do Ministério da Justiça Braulio do Carmo Vieira e Marcio Nunes, ex-diretor-geral da PF.

Braulio falou que ele teria sido convocado e que Torres ainda teria sentido "desconforto" por ter "desconhecimento técnico" sobre o tema.

Nunes disse à defesa de Torres na tarde desta terça-feira que o ex-ministro foi "convocado" por Bolsonaro para participar daquela live.

Posteriormente, Gonet perguntou a Nunes como ele sabia disso. "Houve comentários. Esse contato (com Torres) era diário", respondeu o ex-diretor-geral. O procurador-geral insistiu e questionou se Torres teria sido formalmente convocado ou se a palavra foi usada no sentido de um mero chamamento. Nunes disse não ter feito essa distinção.

Além dos já mencionados, também depuseram o ex-diretor da Abin Saulo Moura da Cunha, a ex-subsecretária de Operações Integradas da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal Cintia Queiroz de Castro, o chefe da Divisão de Repressão a Crimes Eleitorais da Polícia Federal Fabrício Rocha, o ex-ministro da Educação Victor Godoy e o ex-diretor de combate ao crime organizado da Polícia Federal Luiz Flávio Zampronha.

Saulo disse que o órgão só teve condições de cravar a gravidade dos atos do 8 de Janeiro na véspera, Cintia afirmou que tinha conhecimento da chegada de caravanas a Brasília na noite do dia 5, mas não sabia da intenção de depredar patrimônio público.

Victor Godoy negou intenção antidemocrática em reunião ministerial que o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno falou em "virar a mesa" antes da eleição presidencial.

Zampronha disse não saber do teor do documento produzido por peritos da PF sobre a lisura das urnas eletrônicas e Rocha falou que é comum a presença ostensiva da PF nos dias de eleição.

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Um acidente com um ônibus deixou ao menos 37 pessoas mortas na madrugada desta quarta-feira, 12, em Arequipa, no Peru. O veículo saiu da pista após colidir com uma caminhonete na rodovia Panamericana Sul e cair em uma ribanceira. Outros 24 passageiros ficaram feridos, segundo as autoridades locais.

O gerente de saúde da região de Arequipa, Walther Oporto, disse à rádio local RPP que o ônibus bateu na caminhonete e saiu da estrada em uma curva, caindo mais de 200 metros até as margens do rio Ocoña. Segundo Oporto, o número de mortos pode aumentar porque há feridos graves.

A caminhonete ficou na saída da curva com a cabine totalmente destruída. O Ministério Público de Arequipa informou em um comunicado que o motorista da picape sobreviveu e "está detido". As autoridades não informaram se havia mais ocupantes na caminhonete.

O ônibus da empresa Llamosas, com 60 passageiros, havia partido da cidade de Chala, uma área mineradora também no sul do Peru, e seguia para a cidade de Arequipa.

Acidentes fatais com ônibus não são incomuns no Peru. A causa do acidente de quarta-feira não foi esclarecida, mas as autoridades afirmaram no passado que direção imprudente e velocidade excessiva estão por trás de muitos desses eventos.

Em agosto, um ônibus capotou em uma rodovia e 10 pessoas morreram. Em julho, outro ônibus que viajava de Lima para a região amazônica do Peru também capotou, deixando pelo menos 18 mortos e 48 feridos.

Em janeiro, pelo menos seis pessoas morreram e 32 ficaram feridas quando um ônibus caiu em um rio.

Em 2024, houve aproximadamente 3.173 mortes como resultado de acidentes de trânsito no país sul-americano, de acordo com dados oficiais do Sistema de Informações sobre Mortes.

*Com informações de agências internacionais.

A Procuradoria de Milão abriu uma investigação contra turistas italianos suspeitos de pagar até € 100 mil (cerca de R$ 611 mil na cotação atual) para atirar em pessoas inocentes e crianças em viagens de caça a um "safari humano" em Sarajevo, na década de 1990, em meio à Guerra da Bósnia.

De acordo com o jornal La Repubblica, todas as sextas-feiras, os "turistas de guerra" percorriam cerca de 600 quilômetros entre Trieste, no nordeste da Itália, e Sarajevo. Primeiro, eles voavam até Belgrado, na Sérvia, pela companhia aérea Aviogenex. Depois, seguiam de helicóptero ou por terra até as colinas da capital da Bósnia e Herzegovina, onde recebiam armas e eram posicionados para atirar em civis.

As "excursões" ocorreram entre 1993 e 1995 e custavam de € 80 mil (R$ 489 mil) a € 100 mil por pessoa - mas aqueles que queriam atirar em crianças precisavam pagar um valor adicional. O dinheiro era entregue a intermediários das milícias sérvias.

Segundo a reportagem, o perfil dos atiradores não mudava muito: a maioria era composta por políticos ou simpatizantes da extrema-direita, que tinham paixão por armas, gostavam de atirar - fosse em estandes de tiros ou em viagens de caça - e procuravam por formas de adrenalina "sádica". Eles eram empresários, médicos e mercenários, com idades entre 40 e 50 anos, que moravam nas regiões de Lombardia, Piemonte e Triveneto.

Os promotores e o Esquadrão de Operações Especiais (ROS) dos Carabinieri - uma das quatro Forças Armadas da Itália - já levantaram nomes de testemunhas que serão convocadas para depor. Entre elas, está um ex-funcionário da agência de inteligência da Bósnia, que, de acordo com o La Repubblica, já afirmou que o Serviço de Inteligência e Segurança Militar (Sismi) da Itália foi alertado sobre a situação no início de 1994.

"Descobrimos que o safari partiu de Trieste. Interrompemos e o safari não acontecerá mais", respondeu a corporação na época. O ex-agente disse que o assunto nunca mais foi retomada entre as duas instituições.

Um oficial da Eslovênia, um bombeiro e os pais de uma bebê de um ano que foi morta no "beco dos atiradores" também devem ser ouvidos. O bombeiro depôs no julgamento do ex-presidente da Sérvia, Slobodan Milosevic, onde já havia citado os "atiradores turistas" com roupas e armas que destoavam do contexto. "Sou treinado e sei reconhecer quando uma criança que não conhece uma área é conduzida quase pela mão para dentro dela por alguém que a conhece bem", disse ele na época.

Alguns dos "turistas de guerra" também já foram identificados. Um deles era dono de uma clínica particular em Milão. Eles devem ser julgados por homicídio doloso agravado por crueldade e motivos torpes.

A história tem repercutido desde o lançamento do documentário "Sarajevo Safari", do diretor esloveno Miran Zupanic, que, em 2023, trouxe histórias e depoimentos sobre esse período. Os acontecimentos também foram denunciados pelo escritor Ezio Gavazzeni, com a ajuda do advogado Nicola Brigida e do ex-juiz e advogado Guido Salvini.

Toda essa situação ocorreu em meio ao cerco de Sarajevo, um dos capítulos mais sangrentos da Guerra da Bósnia, que ocorreu entre 1992 e 1995 durante a dissolução da antiga Iugoslávia (atual Sérvia). Segundo o La Repubblica, mais de 11 mil civis morreram - destes, 1.601 eram crianças. O número de feridos é estimado em 60 mil.

O secretário de Saúde do Reino Unido, Wes Streeting, negou nesta quarta-feira, 12, estar conspirando para derrubar o primeiro-ministro Keir Starmer, em meio à crescente inquietação no Partido Trabalhista diante da queda nas pesquisas, menos de 18 meses após a vitória eleitoral do partido.

Streeting classificou como "autodestrutivos" e "contraproducentes" os rumores sobre um desafio à liderança, após assessores de Starmer afirmarem à imprensa que o premiê enfrentaria qualquer tentativa de afastamento. "É um boato totalmente contraproducente, até porque não é verdade", disse à Sky News.

Ele ironizou que "quem está espalhando isso tem assistido demais a 'Celebrity Traitors'", em referência ao reality show sobre traições.

Considerado um dos comunicadores mais eficazes do governo e cotado como possível sucessor, Streeting recebeu defesa pública de Starmer, que rebateu acusações da líder conservadora Kemi Badenoch sobre uma "guerra civil" no governo. "Somos uma equipe unida", afirmou, sob risos da oposição.

Rumores de rebelião surgem após pesquisas apontarem o Trabalhismo atrás do partido de direita Reform UK, de Nigel Farage, embora ainda à frente dos conservadores. A tensão deve crescer com o Orçamento de 26 de novembro, que pode incluir alta do imposto de renda.

Desde julho de 2024, o governo Starmer tem lutado para cumprir promessas de reativar a economia e reduzir o custo de vida, com inflação persistente e desemprego em 5%, o maior nível desde 2016. Fonte: Associated Press.

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado