Pré-candidatos da direita prometem indulto a Bolsonaro se eleitos à Presidência; saiba quem

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Pré-candidatos à Presidência da direita tentam se cacifar para a disputa com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Para atrair a base bolsonarista, eles apostam em uma promessa em comum: um indulto ao ex-chefe do Executivo. Os governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), já se comprometeram publicamente com a medida, enquanto aguardam uma sinalização de Bolsonaro sobre quem deve apoiar nas eleições do ano que vem.

Primeiro a se manifestar pela anistia ao ex-presidente, Caiado defende a pauta desde fevereiro de 2024. Em entrevista ao jornal Valor Econômico na véspera de manifestações convocadas por Bolsonaro em São Paulo, o governador de Goiás afirmou que a anistia seria um caminho para pacificar o Brasil: "Precisamos acalmar o País e lutar por um clima político de convivência pacífica".

Em maio deste ano, Caiado voltou a defender publicamente o indulto ao ex-presidente. Durante entrevista à Globonews, o governador defendeu o perdão a Bolsonaro e aos condenados no Supremo Tribunal Federal pelos atos antidemocráticos que culminaram na invasão e na depredação da sede dos Três Poderes em Brasília.

"Ronaldo Caiado, presidente da República: vou anistiar e começar uma nova história no Brasil", afirmou o governador, antes de reiterar: "Caiado vai, chegando à Presidência da República e, no meu momento, vou resolver esse assunto, anistiar essa situação toda. E vamos discutir o problema de crescimento e de pacificação do País".

O apoio a um indulto do ex-presidente é tratado como um dos requisitos para que a família Bolsonaro apoie publicamente um dos nomes da direita para o Planalto no ano que vem. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, que o candidato do bolsonarismo terá que ser alguém "que tenha o comprometimento" com a pauta.

"Vai ter que ser alguém na Presidência que tenha o comprometimento, não sei de que forma, de que isso (o indulto) seja cumprido", afirmou o senador.

Um dos nomes mais cotados para receber o apoio do ex-presidente é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ex-ministro de Bolsonaro. O ex-chefe do Executivo sinalizou que está disposto a apoiá-lo como candidato a presidente na eleição de 2026 em uma chapa que teria como vice a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL).

Como mostrou o Estadão, a informação circula entre membros do primeiro-escalão do governo paulista e parlamentares de direita. Pelo menos dois interlocutores de Tarcísio confirmaram a informação.

Pesquisa Genial/Quaest publicada na semana passada aponta que Tarcísio e Michelle empatam dentro da margem de erro com Lula em um eventual segundo turno da eleição presidencial. O atual presidente leva vantagem de dez pontos porcentuais contra o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Em março deste ano, Tarcísio questionou o motivo de a Justiça brasileira tornar o ex-presidente inelegível: "Qual razão para afastar Jair Messias Bolsonaro das urnas? É medo de perder eleição, porque sabem que vão perder?".

Tarcísio também falou da anistia de presos e condenados pelo 8 de Janeiro: "A gente está aqui para pedir, lutar e mostrar que todos estamos juntos para exigir anistia daqueles inocentes que receberam penas desarrazoadas (...) Quero ver quem vai ter coragem de se opor (ao projeto da anistia)", afirmou o chefe do Poder Executivo paulista.

Governador de Minas busca apoio

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, afirmou no início deste mês que pretende se candidatar à Presidência como um dos postulantes da direita. Questionado sobre se mantém a pretensão mesmo depois que a pesquisa Genial/Quaest o colocou como o último nome da direita cotado para a Presidência, Zema desconversou e disse ficar satisfeito com o cenário porque ele mostra que a direita, pelo número de candidatos que possui, está mais preparada para tirar a esquerda do comando do País.

Questionado sobre se pretende sair candidato à Presidência mesmo sem o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, Zema disse que o que quer é ajudar o Brasil e que participará de qualquer coisa para ver o PT fora do governo.

Um dos primeiros passos para angariar o apoio do ex-presidente foi a promessa pública de que se eleito pretende conceder indulto ao ex-presidente Bolsonaro. "Sou totalmente favorável, totalmente favorável. Nós já demos indulto no passado e anistia para quem assassinou, sequestrou", disse, acrescentando que vê como muito errado condenar alguém que pichou com batom uma estátua.

O governador mineiro se referiu à cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, que pichou com batom a estátua A Justiça, em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal durante os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

Em outra categoria

A BBC pediu desculpas nesta quinta-feira, 13, ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por uma edição enganosa de seu discurso de 6 de janeiro de 2021, mas afirmou que não houve difamação, rejeitando os argumentos de sua ameaça de processo de US$ 1 bilhão.

A BBC informou que o presidente Samir Shah enviou uma carta pessoal à Casa Branca dizendo que ele e a emissora lamentavam a edição do discurso proferido por Trump antes de alguns de seus apoiadores invadirem o Capitólio dos EUA, enquanto o Congresso se preparava para certificar os resultados da vitória do presidente eleito Joe Biden nas eleições de 2020.

A BBC afirmou que não há planos de retransmitir o documentário, que juntou trechos do discurso proferidos com quase uma hora de intervalo.

"Reconhecemos que nossa edição, involuntariamente, criou a impressão de que estávamos exibindo uma única seção contínua do discurso, em vez de trechos de diferentes pontos, e que isso deu a impressão equivocada de que o presidente Trump havia feito um apelo direto à violência", escreveu a BBC em uma retratação.

O advogado de Trump enviou uma carta à BBC exigindo um pedido de desculpas e ameaçando entrar com um processo de US$ 1 bilhão pelos danos causados pelo documentário. Ele havia estabelecido um prazo até sexta-feira, 14, para que a BBC respondesse.

A disputa foi desencadeada por uma edição do principal programa jornalístico da BBC, "Panorama", intitulada "Trump: Uma Segunda Chance?", exibida dias antes da eleição presidencial americana de 2024.

A produtora terceirizada que fez o filme juntou três citações de duas seções do discurso de 2021, proferidas com quase uma hora de intervalo, no que parecia ser uma única citação na qual Trump incitava seus apoiadores a marcharem com ele e "lutarem com todas as suas forças".

Entre as partes cortadas estava uma seção em que Trump dizia querer que seus apoiadores se manifestassem pacificamente.

O diretor-geral, Tim Davie, e a chefe de jornalismo, Deborah Turness, renunciaram no domingo, 9, alegando que o escândalo estava prejudicando a BBC e que "como CEO da BBC News and Current Affairs, a responsabilidade final é minha".

A carta do advogado de Trump exigia um pedido de desculpas ao presidente e uma retratação "completa e justa" sobre o documentário, além de outras "declarações falsas, difamatórias, depreciativas, enganosas ou inflamatórias" sobre Trump.

A carta também afirmava que o presidente deveria ser "devidamente" indenizado pelos "impactantes danos financeiros e à sua reputação".

Especialistas jurídicos disseram que Trump enfrentaria dificuldades para levar o caso à Justiça, mas poderia usar o erro como forma de pressionar por uma indenização.

Os prazos para entrar com o processo nos tribunais ingleses, onde as indenizações por difamação raramente ultrapassam 100 mil libras (cerca de R$ 699 mil), expiraram há mais de um ano. Como o documentário não foi exibido nos EUA, seria difícil demonstrar que os americanos passaram a ter uma opinião pior dele por causa de um programa que não puderam assistir.

Mas o pedido de desculpas e a retratação ocorrem enquanto a BBC afirma estar investigando uma reportagem do Daily Telegraph que aponta que uma edição de seu programa Newsnight de 2022 havia feito o mesmo, editando trechos do mesmo discurso de Trump.

Caso o processo fosse a julgamento, no entanto, especialistas jurídicos afirmaram que a BBC poderia demonstrar que Trump não sofreu prejuízos, já que acabou sendo eleito presidente em 2024.

*Fonte: Associated Press

Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial. Saiba mais em nossa Política de IA.

A China pediu nesta quinta-feira, 13, que a primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, retire suas declarações sobre Taiwan ou o Japão irá assumir "todas as consequências". Na última semana, Sanae afirmou que um ataque chinês a Taiwan poderia representar uma "ameaça à sobrevivência". Segundo a primeira-ministra, a ação poderia gerar uma resposta militar de Tóquio.

Em uma publicação no X (antigo Twitter), o porta-voz do Ministérios das Relações Exteriores da China, Lin Jian, classificou os comentários como "provocativos" e exigiu uma retratação da primeira-ministra.

A fala de Sanae, segundo Jian, viola gravemente "o princípio de uma só China, os princípios orientadores estabelecidos nos quatro documentos políticos China-Japão e as normas básicas das relações internacionais", sendo uma interferência nos assuntos internos do país chinês. "A China se opõe firmemente e não tolerará de forma alguma tais declarações", afirmou.

"Nossa mensagem ao Japão é clara: o Japão deve se arrepender totalmente de seus crimes de guerra, parar imediatamente com suas declarações e ações erradas e provocativas que interferem nos assuntos internos da China e parar de brincar com fogo na questão de Taiwan. Quem brinca com fogo acaba se queimando", escreveu.

A China, que reivindica o território de Taiwan, ameaçou ainda responder militarmente se o Japão "ousar intervir" nas discussões sobre Taiwan. "Taiwan pertence à China. Como resolver a questão de Taiwan e realizar a reunificação nacional é uma questão a ser decidida pelo povo chinês e não admite interferência de nenhuma força externa", concluiu.

Líder na indústria de desenvolvimento de chips semicondutores, Taiwan se vê na constante sombra da ameaça de invasão chinesa. Pequim tem um plano de unificar as regiões autônomas sob a visão de "uma só China", o que também engloba territórios como Hong Kong.

Turistas italianos suspeitos de participar de "safáris humanos" pagavam valor adicional para atirar e matar crianças. Os crimes ocorreram em meio ao cerco de Sarajevo, um dos capítulos mais sangrentos da Guerra da Bósnia, entre 1992 e 1995, período da dissolução da antiga Iugoslávia (atual Sérvia).

A denúncia é investigada pelo Ministério Público de Milão e foi aberta após uma investigação do repórter e escritor italiano Ezio Gavazzeni, que concedeu uma entrevista ao jornal La Repubblica. Segundo a reportagem, as "excursões" custavam de € 80 mil (cerca de R$ 493 mil) a € 100 mil (R$ 616 mil) por pessoa.

O dinheiro era entregue a intermediários das milícias sérvias. Os suspeitos devem ser julgados por homicídio doloso agravado por crueldade e motivos torpes.

Como funcionava o esquema

De acordo com a denúncia, os turistas italianos voavam até Belgrado, na Sérvia, pela companhia aérea Aviogenex. Depois, seguiam de helicóptero ou por terra até as colinas da capital da Bósnia e Herzegovina, onde recebiam armas e eram posicionados para atirar em civis.

Quem são os suspeitos?

Segundo a reportagem, a maioria dos atiradores era composta por políticos ou simpatizantes da extrema-direita, entre 40 e 50 anos, que tinham paixão por armas e procuravam por formas de adrenalina "sádica". Eles moravam nas regiões de Lombardia, Piemonte e Triveneto.

Dentre os "turistas de guerra", estão:

empresários - um deles era dono de uma clínica particular em Milão;

médicos;

Mercenários.

Quem será ouvido pelo Ministério Público de Milão?

- um ex-funcionário da agência de inteligência da Bósnia, que, de acordo com o La Repubblica, já afirmou que o Serviço de Inteligência e Segurança Militar (Sismi) da Itália foi alertado sobre a situação no início de 1994;

- um oficial da Eslovênia;

- um bombeiro que depôs no julgamento do ex-presidente da Sérvia, Slobodan Milosevic. Na ocasião, ele citou os "atiradores turistas" com roupas e armas que destoavam do contexto;

- os pais de uma bebê de um ano que foi morta no "beco dos atiradores".