COP-30: Brasil não espera participação de Trump ou representante dos EUA na Cúpula dos Líderes

Política
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A Presidência da República não espera a participação do presidente Donald Trump nem de qualquer representante político dos Estados Unidos, na Cúpula de Líderes da COP-30, organizada pela primeira vez neste formato, em Belém (PA). A reunião ocorrerá nos dias 6 e 7 de novembro. Segundo um integrante do Palácio do Planalto, "o governo americano não estará na Cúpula de Líderes".

Nesta sexta-feira, 31, além dos Estados Unidos, o governo confirmou a ausência da Argentina.

O governo brasileiro estima que 57 chefes de Estado e de governo participem, na semana que vem, da reunião de líderes.

Na última reunião com Trump, na Malásia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva insistiu que ele viesse, ainda que para manifestar suas conhecidas posições contrárias à emergência climática. Ao retornar ao poder, ele retirou os EUA do Acordo de Paris, o que terá efeito a partir de 2026.

Nos bastidores, a diplomacia brasileira e ambientalistas temiam uma participação americana que criasse obstáculos e diziam que, para o andamento da COP-30, o melhor seria a ausência de Trump.

Até esta sexta-feira, dia 31, o governo evitava ao máximo divulgar uma lista de líderes globais confirmados para o encontro, um evento criado para discussões de nível político. Ela não foi ainda detalhada: apenas um número geral foi informado pelo Itamaraty.

O presidente Lula pretende usar a cúpula como plataforma para lançar o Fundo Florestas Tropicais Para Sempre (TFFF) e promover discussões vinculadas à fome e à pobreza e ainda receber apoios de um compromisso para quadruplicar a produção e o consumo de biocombustíveis.

Embora 143 países devam estar presentes, nem todos serão com chefes de Estado ou de governo. Há possibilidade de participação de vice-presidentes, vice-premiês e ministros de Estado. Segundo a chancelaria, haverá ao menos 39 países representados por ministros.

O governo Lula buscava uma participação massiva, mas entende que a maioria dos presentes deve vir de países da América Latina, da África e da Europa. Segundo um integrante da Presidência, virão líderes de peso "comprometidos" com a agenda do clima.

O Palácio do Planalto recebeu indicações de que o governo americano pode enviar alguma delegação para as semanas de discussões da COP-30, entre 10 e 21 de novembro. A expectativa, no entanto, é que seja algum nome de baixo escalão, até da própria embaixada no Brasil, para acompanhar as discussões.

Apesar de ter saído do Acordo de Paris, os EUA seguem como membros da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC).

Programação

Um dia antes do início da Cúpula, no dia 5, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de reuniões bilaterais. Lula abrirá a Cúpula na quinta-feira, 6, pela manhã.

Após a abertura, haverá uma rodada de discursos dos chefes de Estado que deve se estender até o dia 7. Em paralelo à plenária, no primeiro dia o presidente brasileiro oferecerá um almoço sobre o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês).

"O governo brasileiro está negociando algumas declarações para adesão de algumas áreas, mas não há documento final de todos países", afirmou o embaixador Mauricio Lyrio, secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Itamaraty.

Lyrio foi questionado sobre as áreas prioritárias, mas não detalhou.

A cúpula também terá três sessões temáticas: uma sobre florestas e oceanos; outra sobre transição energética e uma terceira sobre 10 anos do Acordo de Paris, Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) e financiamento.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou que a expectativa é de que os líderes cheguem com boas sinalizações para influenciar positivamente na COP-30.

"O que a gente espera é que a Cúpula possa dar o termo de referência para os negociadores. Que os chefes de Estado cheguem com uma mensagem que seja metabolizada por aqueles que ficarão durante o período da própria COP", disse.

Marina defendeu que sejam abordados temas como financiamento e a transição rumo ao fim do uso de combustíveis fósseis, termo este que foi acordado durante a COP-28 em Dubai.

"Isso exige de nós e de todos países produtores e consumidores de petróleo que tenhamos indicadores de esforço que sejam gradativamente aumentados para além do que nós temos", disse a ministra.

Embora a COP-30 comece somente no dia 10, nos dias que antecedem a conferência os negociadores já começarão a se reunir. Há 170 países credenciados, segundo a presidência da conferência.

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A polícia da Índia anunciou nesta quarta-feira, 12, que pelo menos cinco pessoas foram detidas e serão interrogadas após a explosão de um carro, que deixou 12 mortos e mais de 30 feridos em Nova Délhi. As prisões ocorreram durante uma série de batidas realizadas desde a noite de terça-feira, 11, no distrito de Pulwama, na região da Caxemira. O caso é investigado como um possível ataque terrorista - uma medida que amplia a liberdade dos investigadores para efetuar prisões.

Se o incidente for confirmado como um ataque terrorista, ele se tornará o mais mortal em Nova Délhi desde 2011. A explosão ocorreu na segunda-feira, 10, perto do Forte Vermelho, um ponto turístico popular da capital indiana. Inicialmente, a polícia havia confirmado oito mortos e 20 feridos, mas os números foram atualizados para 12 mortos e mais de 30 feridos nesta quarta-feira pelo diretor médico do hospital LNJP, Ritu Saxena.

O incidente ocorreu horas depois de a polícia de Caxemira - que é controlada pela Índia - ter anunciado o desmantelamento de um grupo militante que atuava na região e nos arredores de Nova Délhi. A imprensa indiana especula que os casos possam estar relacionados, mas a polícia afirma que a investigação ainda está em andamento.

As autoridades suspeitam que o veículo que explodiu era dirigido por um médico ligado ao grupo militante de Caxemira. Elas investigam se o motorista provocou a explosão deliberadamente para evitar a prisão ou se os explosivos detonaram acidentalmente.

A mãe e dois irmãos do médico foram interrogados na segunda-feira. A cunhada dele, Shagufta Jan, afirmou que não tem notícias do homem desde a última sexta-feira, 7, quando ele contou à família que estava sendo procurado pelo polícia. "Ele ligou para nós na sexta-feira, e eu disse para ele voltar para casa. Ele disse que viria depois de três dias", disse Shagufta. "Essa foi a última vez que falamos com ele."

Parte da região da Caxemira é controlada pela Índia, enquanto outra é administrada pelo Paquistão. O governo indiano acusa o país vizinho de apoiar ataques em seu território e alega que esses atentados são realizados por criminosos baseados no lado paquistanês da fronteira.

Grupos militantes na parte da Caxemira sob controle indiano lutam contra o domínio de Nova Délhi desde 1989. No entanto, as autoridades indianas insistem que essas organizações são grupos terroristas patrocinados pelo Paquistão, que negam as acusações. (Com informações de agências internacionais)

Uma juíza de Utah rejeitou na segunda-feira, 10, um novo mapa eleitoral elaborado por parlamentares republicanos e adotou uma proposta alternativa que cria um distrito favorável aos democratas antes das eleições legislativas de meio de mandato de 2026.

Os republicanos ocupam todas as quatro cadeiras de Utah na Câmara dos Representantes dos EUA e haviam proposto um mapa desenhado para proteger essas posições. No entanto, a juíza Dianna Gibson decidiu, pouco antes do prazo final da meia-noite, que o mapa elaborado "favorece indevidamente os republicanos e desfavorece os democratas".

Ela havia determinado que os legisladores apresentassem um mapa que seguisse os padrões aprovados pelos eleitores para evitar o favorecimento deliberado de um partido - prática conhecida como gerrymandering. Caso os legisladores falhassem, Gibson advertiu que poderia considerar outros mapas apresentados pelos autores do processo que a levou a anular o documento.

Gibson acabou selecionando um mapa elaborado pelos autores da ação, a Liga das Mulheres Eleitoras de Utah e o grupo Mulheres Mórmons por um Governo Ético. O novo desenho mantém o condado de Salt Lake quase inteiramente dentro de um único distrito, em vez de dividir o centro populacional fortemente democrata entre os quatro distritos, como ocorria anteriormente.

A vice-governadora Deidre Henderson, republicana, afirmou na rede social X que é provável que o estado apresente um recurso de emergência, mas disse que, mesmo assim, as novas fronteiras devem começar a ser implementadas para que tudo esteja pronto para o registro de candidaturas em janeiro.

"O povo de Utah merece uma eleição ordeira e justa, e faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para garantir isso", afirmou Henderson na terça-feira.

Henderson havia dito que segunda-feira era o último dia possível para aprovar um novo mapa, a fim de dar tempo aos cartórios eleitorais de preparar o processo de inscrição de candidatos.

A decisão representa um revés inesperado para os republicanos em um estado onde esperavam vitória total, enquanto o partido busca ganhar em outros estados. No cenário nacional, os democratas precisam conquistar três cadeiras adicionais na Câmara dos Representantes em 2026 para retomar o controle da Casa, atualmente dominada pelo Partido Republicano - que tenta evitar a tendência histórica de perda de assentos nas eleições de meio de mandato.

O novo mapa aprovado aumenta significativamente as chances dos democratas de conquistar uma cadeira. A última vez que o estado teve um democrata no Congresso foi no início de 2021.

Os republicanos argumentam que Gibson não tem autoridade legal para impor um mapa que não foi aprovado pelos parlamentares. O deputado Matt MacPherson classificou a decisão como um "grave abuso de poder" e disse que apresentou um projeto de lei para iniciar um processo de impeachment contra a juíza.

Em agosto, Gibson havia anulado o mapa eleitoral aprovado após o censo de 2020, alegando que o Legislativo havia ignorado os padrões anti-gerrymandering aprovados pelos eleitores.

A decisão coloca Utah no centro da batalha nacional pela redistribuição distrital, em meio ao incentivo do ex-presidente Donald Trump para que estados controlados por republicanos redesenhem seus mapas a fim de ajudar o partido a manter o controle da Câmara em 2026. Texas, Missouri e Carolina do Norte já adotaram novos mapas em resposta ao apelo de Trump. Em conformidade com a Constituição estadual, um painel bipartidário de Ohio também aprovou recentemente um novo mapa que pode melhorar as chances republicanas em dois distritos.

Mas os democratas também estão reagindo. Eleitores da Califórnia aprovaram na semana passada novos distritos eleitorais que podem abrir caminho para cinco cadeiras adicionais ao partido, compensando ganhos republicanos no Texas.

*Com informações da Associated Press.

Os iraquianos votaram nesta terça-feira, 11, em uma eleição parlamentar marcada por segurança rigorosa e boicote de um grande bloco político.

O único relato imediato de violência grave foi um confronto durante a noite entre apoiadores de partidos na cidade de Kirkuk, no norte, que deixou dois policiais mortos.

A presença foi escassa em muitas seções eleitorais visitadas por jornalistas da Associated Press. Após o fechamento das urnas, autoridades eleitorais anunciaram uma participação de 55% entre os eleitores registrados.

No entanto, muitos dos 32 milhões de eleitores elegíveis não se registraram. Apenas 21,4 milhões atualizaram suas informações e obtiveram cartões de eleitor, uma diminuição em relação aos 24 milhões na última eleição parlamentar em 2021.

Enquanto isso, a pressão dos EUA se intensifica sobre o governo iraquiano para conter a influência de facções armadas alinhadas ao Irã, algumas das quais tinham candidatos na votação desta terça-feira.

A eleição afirma "o compromisso do povo com esta prática democrática", disse o primeiro-ministro Mohammad Shia al-Sudani, concorrendo a um segundo mandato. Apenas um primeiro-ministro serviu por mais de um mandato desde 2003.

*Com informações da Associated Press.

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação da Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.