Bolsonaro visita comunidades em Brasília, sem máscara, e causa aglomeração

Política
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O presidente Jair Bolsonaro foi na manhã deste sábado à Ceilândia e ao Sol Nascente, regiões administrativas do Distrito Federal, onde, sem máscara, visitou moradores e uma feira coberta, causando aglomerações. O compromisso não estava na agenda oficial de Bolsonaro nem foi confirmado pela sua assessoria de imprensa. Vídeos e imagens do presidente no local, no entanto, foram divulgadas nas redes sociais. A ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, postou em sua conta do Instagram duas fotos de Bolsonaro, sem a proteção no rosto, no Sol Nascente, posando com apoiadores e tomando café na casa de moradores.

Em vídeos divulgados no Twitter, Bolsonaro aparece ainda provocando aglomeração na tradicional Feira da Ceilândia. O presidente posou para fotos em sua moto, sem a máscara, e cercado de apoiadores.

Em entrevista à TV A Crítica, em Manaus, na sexta-feira, 23, Bolsonaro disse que não pode ficar só dentro do Palácio do Alvorada, onde reside, em Brasília. Na visita à capital amazonense, Bolsonaro também não usou máscara, causou aglomerações e posou pra fotos. "Eu converso com o povo. Amanhã vou estar na rua de novo. A imprensa ao invés de me acompanhar e dizer o que está acontecendo, quando me acompanhava no passado era para dizer 'tá sem máscara'. Tá de sacanagem", afirmou. "Não posso ficar no Palácio da Alvorada, comendo bem, tem tudo lá dentro, e vendo o povo lá fora se virar. Não posso fazer isso. Eu estou sempre no meio do povo."

Na mesma entrevista, o presidente chegou a dizer que as Forças Armadas podem ir às ruas caso haja um "caos" no Brasil. "O que eu me preparo, não vou entrar em detalhes, um caos no Brasil. Essa política de lockdown, quarentena, fique em casa, toque de recolher, isso é um absurdo. Se tivermos problema, temos plano de como entrar em campo", afirmou o presidente, contrariando os especialistas que defendem as medidas de isolamento social para reduzir a propagação do coronavírus. "Tenho falado, falo 'meu' pessoal fala que não, eu sou o chefe supremo das Forças Armadas. O nosso Exército, as nossas Forças Armadas, se precisar, iremos para as ruas, não para manter o povo dentro de casa, mas para restabelecer todo o artigo 5º da Constituição, o direito de ir e vir, o direito a culto religioso", completou.

Viagens

Neste sábado, a assessoria do presidente informou que ele viaja à Bahia na segunda-feira, 26, para evento de entrega de 26 quilômetros de duplicação da BR-101, entre Feira de Santana (BA) e Divisa BA/SE. Bolsonaro percorrerá 1.363 km de Brasília até a região para a inauguração do trecho, equivalente, em São Paulo (SP), por exemplo, a pouco mais da distância do centro da cidade até o Autódromo de Interlagos.

De acordo com a assessoria do presidente, a cerimônia está prevista para as 11h, na região de Conceição de Jacuípe (BA). As obras de duplicação do trecho entre Feira de Santana e Sergipe, que tem 165 quilômetros, forma iniciadas em 2014, ainda no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, como parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Nas últimas semanas, Bolsonaro tem viajado para participar da inauguração de pequenas obras e outros eventos. Em Manaus (AM), ele participou de Cerimônia de Inauguração do Pavilhão de Feiras e Exposições do Centro de Convenções do Amazonas.

No início do mês, Bolsonaro foi a Foz do Iguaçu para cerimônia de término da obra civil da pista de pouso e decolagem do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu e inaugurações do novo pátio de manobras e da duplicação da via de acesso ao aeroporto.

Em março, o presidente também participou da inauguração da linha de produção de torres de transmissão de energia e da entrega dos últimos acumuladores à usina nuclear de Angra 3, em Itaguaí (RJ) e da inauguração do Terminal Ferroviário de São Simão, cidade do interior de Goiás.

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O presidente da Argentina, Javier Milei, aproveitou uma brecha na Constituição e preencheu duas vagas da Suprema Corte por decreto durante o recesso do Congresso. A manobra controvertida foi publicada em Diário Oficial nesta quarta-feira, 26, e enfrenta o primeiro desafio legal. Em petição apresentada à Justiça, uma organização da sociedade civil pede a nulidade das nomeações.

Sem força para aprovar as indicações de Manuel García Mansilla e Ariel Lijo à mais alta Corte de Argentina, a Casa Rosada se utilizou do artigo da Constituição que prevê a nomeação "em comissão", ou seja, de forma interina durante o recesso do Congresso. Para os críticos, contudo, o mecanismo deveria ser usado em casos excepcionais.

Em petição à Justiça, o Centro de Estudos para a Promoção da Igualdade e da Solidariedade (CEPIS) solicitou a anulação do decreto, além de medida cautelar que anule os seus efeitos. No caso, encaminhado a tribunal federal em La Plata, a organização denuncia a "arbitrariedade e ilegalidade" do decreto e aponta para violação de "disposições constitucionais, bem como tratados internacionais que garantem a independência do Poder Judiciário".

No campo político, o líder da União Pela Pátria, José Mayans, ameaçou que a oposição peronista no Senado derrubaria as indicações de Milei no retorno do Legislativo, mês que vem. E até mesmo o PRO, de Mauricio Macri, que tem ministério no governo, se posicionou contra o nome de Ariel Lijo para Suprema Corte. Após reunião da alta cúpula, o partido sinalizou que a maior parte dos seus senadores votaria contra a nomeação, embora tenha decidido não emitir uma declaração pública sobre o encontro.

A Casa Rosada, se defende dizendo que o decreto visa normalizar os trabalhos da Suprema Corte e acusa o Senado de politizar as escolhas de Javier Milei para o Judiciário. "O Senado, em vez de ter realizado uma análise séria e objetiva da adequação dos candidatos propostos, optou repetidamente por adiar seu pronunciamento com base em considerações motivadas por conveniência política", acusou o governo no decreto.

As indicações de Javier Milei para ocupar duas das cinco vagas existentes na Corte enfrentam resistência tanto dos peronistas, quanto de aliados ocasionais do governo. O impasse se arrasta há quase um ano. As críticas recaem especialmente sobre a escolha de Ariel Lijo, acusado de atrasar investigações sobre corrupção envolvendo empresários e políticos. O juiz nega.

Sem conseguir os dois terços do Senado necessários para aprovar as indicações, a Casa Rosada apelou para o decreto. Nesse caso, as nomeações são interinas. Para garantir a vaga na Corte, os juízes precisam ser confirmados pelo Senado até o fim da próxima legislatura, em março de 2026. Antes disso, os argentinos renovam parte do Congresso nas eleições de meio de mandato e espera-se que o partido de Milei, A Liberdade Avança, amplie a sua bancada.

Em meio às críticas, o governo argumenta que está amparado pela Constituição e promete manter as negociações para garantir aprovação de Manuel García Mansilla e Ariel Lijo no Senado. O último presidente argentino a nomear juízes da Suprema Corte por decreto foi Mauricio Macri, que acabou recuando diante da repercussão negativa e agora critica publicamente a escolha de Lijo. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou hoje a revogação das concessões concedidas ao regime de Nicolás Maduro, da Venezuela, por meio de um acordo sobre petróleo firmado durante o governo de Joe Biden. Assinado em 26 de novembro de 2022, o acordo tinha como objetivo principal a retomada parcial das atividades de exploração de petróleo na Venezuela, com a Chevron, uma das maiores petroleiras dos EUA, entre as beneficiadas. Em contrapartida, o regime de Maduro se comprometeria a implementar reformas políticas, incluindo a realização de eleições livres e justas, além da libertação de prisioneiros políticos.

"Estamos, por meio deste, revertendo as concessões que o desonesto Joe Biden fez a Nicolás Maduro", escreveu Trump em seu perfil na Truth Social. De acordo com o republicano, o regime venezuelano não cumpriu as condições estabelecidas, especialmente no que diz respeito à realização de eleições democráticas e à devolução de "criminosos violentos enviados ao nosso país". Trump afirmou que Maduro não tem cumprido a promessa de retornar esses "criminosos com a rapidez com que haviam acordado".

Em sua publicação, Trump também anunciou a decisão de encerrar o que chamou de "ineficaz e não cumprido 'Acordo de Concessão' de Biden". O presidente americano determinou que o acordo será encerrado na data da opção de renovação prevista para 1º de março de 2025.

O Escritório de Administração e Orçamento dos Estados Unidos e o Escritório de Gestão de Pessoal solicitaram de maneira conjunta que as agências federais enviem "planos de reorganização" e se preparem para iniciar demissões em larga escala, a pedidos do presidente do país, Donald Trump, segundo memorando divulgado nesta quarta-feira, 26.

No documento, é mencionado que o governo federal é "caro, ineficiente e profundamente endividado" e não está produzindo resultados, o que exige que a medida seja colocada em prática. "O dinheiro dos impostos está sendo desviado para financiar programas improdutivos e desnecessários que beneficiam grupos de interesse radicais enquanto prejudicam cidadãos americanos trabalhadores", justifica a nota.

O comunicado cita que o Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês) instruiu as agências a "eliminar o desperdício e o inchaço" dos trabalhadores, como parte da "transformação crítica da burocracia federal".