Gaviões e Mancha desautorizam manifestações contra Bolsonaro em nome das torcidas na paulista

Política
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As torcidas organizadas Gaviões da Fiel (Corinthians) e Mancha Alvi Verde (Palmeiras) negaram nesta quarta-feira, 14, que tenham convocado filiados e torcedores para uma manifestação política no mesmo dia, horário e local em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pretende reunir apoiadores na Avenida Paulista, em São Paulo, no fim deste mês.

 

Gaviões e Mancha desautorizaram o uso dos nomes das torcidas em postagens e mensagens apócrifas que começaram a circular nas redes sociais nesta quarta. As mensagens afirmavam que diferentes torcidas organizadas de São Paulo estariam organizando o ato em defesa da democracia na mesma data anunciada pelos bolsonaristas.

 

Em nota divulgada nesta tarde, a Mancha Alvi Verde, principal torcida organizada do Palmeiras, diz que a torcida "tem como única finalidade apoiar a Sociedade Esportiva Palmeiras e preza pelas liberdades de escolha e de posicionamento de seus associados e simpatizantes".

 

"A torcida Mancha Alvi Verde esclarece que não fez qualquer convocação para que seus associados compareçam a manifestações de cunho político e desaprova a utilização indevida de seu nome em publicações apócrifas nas redes sociais", diz em nota.

 

A Gaviões da Fiel negou ao Estadão que esteja planejando ou incentivando o ato político na Avenida Paulista no próximo dia 25. Um dos integrantes da torcida, Danilo Pássaro, do movimento Somos Democracia, negou que as torcidas estejam organizando um ato comum para o mesmo dia da manifestação bolsonarista.

 

"Essa informação não procede. Não existe essa articulação. O que nos uniu em 2020 não foi apenas enfrentar bolsonaristas, foi defender a democracia. A gente avalia que, por ora, não se faz mais necessário. Ao contrário de 2020, a gente tem um governo que defende a democracia", afirmou em vídeo enviado Estadão. Em maio de 2020, grupos ligados a torcidas de futebol realizaram um ato pró-democracia e antifascista na Paulista.

 

O suposto ato das torcidas neste mês também foi negado por aliados de Bolsonaro à frente da organização do encontro marcado para o dia 25. O advogado Fábio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, chamou as postagens que começaram a circular nesta quarta-feira de "boataria". "Espero que as autoridades competentes desmintam referido absurdo. Torcidas organizadas já negaram envolvimento e participação", escreveu.

 

A Secretaria de Segurança de São Paulo (SSP) diz que já foi notificada da manifestação marcada para o próximo dia 25 e que faz um planejamento para garantir a "segurança e a ordem". O órgão não informa a ocorrência de dois atos distintos no mesmo local.

 

"A Polícia Militar esclarece que foi informada pela prefeitura sobre as manifestações marcadas para o próximo dia 25, na capital. Toda manifestação é acompanhada pela PM, que faz um planejamento para garantir a segurança e a ordem. O planejamento de atuação da polícia para as manifestações do dia 25 será realizado na próxima semana", diz a secretaria.

 

Em um vídeo distribuído nas redes sociais pelos perfis de aliados próximos, Bolsonaro convocou o ato para o próximo dia 25 com o argumento de que quer usar a ocasião para se defender, em meio às investigações da Polícia Federal.

 

Bolsonaro foi um dos alvos da Operação Tempus Veritatis na última semana e precisou entregar seu passaporte às autoridades. A PF apura a participação do ex-presidente em uma articulação para dar um golpe de Estado, impedindo as eleições de 2022 ou a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

 

A revelação de uma reunião em que o ex-presidente fala em "reagir" antes das eleições e as conversas de aliados sobre uma possibilidade de ruptura aproximaram as investigações do ex-chefe do Executivo. Ele teve o passaporte apreendido e está impedido de deixar o País.

 

A PF também apura outros casos envolvendo o ex-presidente e seu entorno, como a suposta venda de joias que pertenceriam a União, revelada pelo Estadão, a criação de uma "Abin paralela" no governo, a falsificação de dados de cartões de vacinação e a operação de milícias digitais.

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O presidente da França, Emmanuel Macron, destacou a necessidade de aumentar os investimentos em defesa na Europa, em meio às ameaças russas e ao conflito na Ucrânia. Em pronunciamento, Macron afirmou que a segurança europeia está diretamente ameaçada pela guerra na Ucrânia, que se transformou em um "conflito global".

"A Rússia segue aumentando seu orçamento de armamento para a guerra, e a Europa precisa conseguir se defender sozinha, sem ajuda dos EUA", declarou. Ele ressaltou que a paz no continente só será possível com o fortalecimento da capacidade militar europeia. "Precisamos tomar decisões agora para a segurança da Ucrânia e da UE", afirmou.

Macron mencionou que a França dobrou seus gastos militares nos últimos dez anos e que está trabalhando para aumentar os investimentos em defesa na Europa. "Faremos uma reunião com chefes de defesa europeus em Paris na semana que vem", anunciou, reforçando a importância de uma estratégia conjunta. O líder francês também abordou a "dissuasão nuclear", afirmando que as armas nucleares são um pilar de proteção para a França. Ele ainda sugeriu um debate sobre a extensão do "guarda-chuva nuclear" francês a outros parceiros europeus. No entanto, ele deixou claro que a decisão final sobre o assunto caberá exclusivamente ao presidente da França.

Ele destacou que a guerra na Ucrânia não será decidida pela Rússia ou pelos EUA, mas sim por um esforço coletivo. "Precisamos de um acordo que garanta paz duradoura na Ucrânia", disse, acrescentando que "a paz não pode ser conquistada se abandonarmos a Ucrânia".

O francês ainda criticou as tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, alertando para os impactos negativos que elas podem ter não apenas na Europa, mas em todo o mundo. "As tarifas de Trump vão impactar a economia americana e a economia europeia", disse, acrescentando que é preciso convencer o republicano de que essas medidas não são positivas.

A Suprema Corte dos Estados Unidos, de maioria conservadora, manteve nesta quarta-feira, 5, o bloqueio à ordem do presidente Donald Trump que congelava US$ 2 bilhões (R$ 11,6 bilhões) em pagamentos a organizações de ajuda internacional.

Dividida, a Suprema Corte formou a estreita maioria de 5-4 para manter a decisão da instância inferior, exigindo que o governo faça os pagamentos devidos. O resultado é uma derrota para o governo, que buscava repreender o juiz distrital Amir Ali por suspender o corte de gastos de Donald Trump.

Apesar da maioria conservadora na Corte, essa foi a segunda vez que o governo tentou, sem sucesso, persuadir o Supremo a intervir imediatamente contra um juiz de instância inferior em disputas legais envolvendo ações de Trump na Casa Branca.

A maioria dos juízes observou que o governo não contestou a ordem inicial de Ali, apenas o prazo imposto - que, de qualquer forma, já havia expirado na semana passada.

A votação dividiu a ala conservadora da Corte, composta por seis do total de nove juízes. O presidente do Supremo, John Roberts, e a juíza Amy Coney Barrett, indicada pelo próprio Donald Trump, votaram com os três progressistas para manter a ajuda internacional.

Na divergência, Samuel Alito questionou a autoridade de Amir Ali para ordenar a liberação dos recursos da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e do Departamento de Estado.

"Um único juiz de distrito, que provavelmente não tem jurisdição, tem o poder de forçar o governo dos Estados Unidos a pagar (e provavelmente perder para sempre) US$ 2 bilhões dos contribuintes?", questionou.

"A resposta a essa pergunta deveria ser um sonoro 'Não', mas a maioria deste tribunal aparentemente pensa o contrário. Estou pasmo", disse Alito. Ele foi acompanhado na dissidência pelos conservadores Clarence Thomas, Neil Gorsuch e Brett Kavanaugh.

O governo argumentou que a situação mudou porque substituiu o congelamento total decretado por Donald Trump por ordens individuais, resultando no cancelamento de 5,8 mil contratos da USAID e 4,1 mil concessões do Departamento de Estado, que totalizavam quase US$ 60 bilhões.

Na decisão, contudo, a Suprema Corte manteve a suspensão temporária de Amir Ali e instruiu o juiz a detalhar quais as obrigações devem ser cumpridas pelo governo. Na quinta-feira, Ali realizará uma audiência para decidir se mantém de forma mais duradoura o bloqueio ao decreto de Trump.

Entenda o caso

Logo após voltar à Casa Branca, Donald Trump ordenou o congelamento das contribuições da USAID e do Departamento de Estado a organizações de ajuda internacional. O decreto classificava os programas como desperdício de dinheiro e alegava que estariam desalinhados com os objetivos da política externa.

A ordem foi questionado na Justiça em ação que alertava contra a suspensão do financiamento de programas emergenciais em outros países.

O juiz Amir Ali, nomeado por Joe Biden, determinou no mês passado que o financiamento fosse restabelecido temporariamente. Passadas duas semanas, ele concluiu que o governo não demonstrava intenção de cumprir a ordem e estabeleceu o prazo para a liberação de pagamentos devidos.

O governo recorreu, classificando a ordem de Ali como "extremamente intrusiva e profundamente equivocada", além de protestar contra o prazo imposto para a liberação dos recursos.

O controvertido decreto é parte dos esforços de Donald Trump para cortar gastos do governo federal, em operação liderada pelo homem mais rico do mundo, o bilionário Elon Musk, chefe do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE).

Um dos seus objetivos é cortar a ajuda da USAID, que tem programas de saúde e emergência em cerca de 120 países. Trump disse que a agência é "administrada por lunáticos radicais", enquanto seu novo braço direito a descreveu como uma "organização criminosa". (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Em declaração conjunta publicada nesta quarta-feira, 5, os ministros das Relações Exteriores da França, Alemanha e Reino Unido pediram que o cessar-fogo entre Israel e o Hamas seja mantido, que todos os reféns sejam libertados e que o fluxo contínuo de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza seja garantido.

"Solicitamos a todas as partes que se envolvam de forma construtiva na negociação das fases subsequentes do acordo para ajudar a garantir sua implementação total e o fim permanente das hostilidades. Saudamos os esforços do Egito, do Catar e dos EUA na mediação e na busca de um acordo para a extensão do cessar-fogo".

Os ministros ainda afirmaram que o Hamas deve pôr fim "a seu tratamento degradante e humilhante" e reiteraram a solidariedade com o povo israelense diante dos ataques terroristas cometidos pelo Hamas em 7 de outubro de 2023.