Com Lula na Bahia e ministros pelo País, Lula assina MP do Minha Casa Minha Vida

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou nesta terça-feira, 14, a Medida Provisória que lança o novo Minha Casa Minha Vida. O programa habitacional volta a focar na população de mais baixa renda com o chamado Faixa 1, que atenderá famílias com renda bruta de até R$ 2.640 - antes, o limite era de R$ 1.800. Lula oficializou o retorno do programa em agenda em Santo Amaro, na Bahia, onde fez a entrega de 684 unidades em dois conjuntos habitacionais. Ao todo, o governo previa inaugurar hoje 2.745 casas, em nove municípios de seis estados.

O conteúdo da MP ainda não foi divulgado pelo governo. Mas algumas novidades já foram anunciadas, como o novo valor de renda do Faixa 1, a ampliação da inclusão da locação social, a possibilidade de aquisição de moradia urbana usada e a inclusão de famílias em situação de rua no programa, além da meta de contratar 2 milhões de moradias até 2026. O ministro das Cidades, Jader Filho, afirmou na cerimônia que o programa vai gerar nos próximos quatro anos 1 milhão de novos empregos diretos e indiretos.

Segundo o Executivo, os empreendimentos estarão mais próximos a comércio, serviços e equipamentos públicos, e com melhor infraestrutura no entorno.

Como o arcabouço de regras do programa ainda não está fechado, as novas contratações do Faixa 1 ainda devem demorar, como mostrou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Enquanto isso, o governo quer colocar esforços e recursos para retomar obras em unidades dessa faixa que estavam paralisadas por falta de recursos. A previsão é de que hoje Lula anuncie que retomará 5.562 casas, localizadas em Rio Largo, em Alagoas, Chapadinha e Imperatriz, no Maranhão; Governador Valadares, em Minas Gerais, e Belém, no Pará. Ao todo, o governo diz que irá assegurar a continuidade ou retomada de obras de 186,7 mil moradias em todo o país.

Nos últimos anos, o programa habitacional cambaleou com a falta de recursos do orçamento. Tanto que o Casa Verde e Amarela, modelado no governo Bolsonaro, não oferecia o nível de benefícios do Faixa 1, que historicamente contou com subsídios de 85% a 95% do valor do imóvel. Com a aprovação da PEC da Transição, contudo, Lula conseguiu espaço para turbinar a política habitacional e futuramente voltar a contratar casas voltadas às famílias de mais baixa renda.

O orçamento do programa em 2023 ficou R$ 9,5 bilhões - ante R$ 34,2 milhões inicialmente previstos para o setor. Dos R$ 9,5 bilhões, a maior parcela, de R$ 7,8 bilhões, foi destinada justamente ao instrumento de sustentação do Faixa 1: o Fundo de Arrendamento Residencial (FAR).

Para entregar simultaneamente as unidades do MCMV, Lula enviou ministros para representar o governo nas outras cidades.

Segundo a presidente da Caixa, Rita Serrano, as obras entregues hoje estavam com 94% de conclusão já em 2016, mas ficaram paradas desde então. "Só agora, quando Lula voltou, é que elas foram concluídas. A Caixa cumpre seu papel mais primordial, social, de contribuir para o desenvolvimento do país. E junto com Lula, governos, prefeitos, estamos reconstruindo o Brasil", disse Serrano na cerimônia.

O ministro das Cidades disse ainda que "todos poderão apresentar sugestões" ao desenho do programa e propor mudanças. "Será sempre assim nessa gestão. É assim o regime democrático. Garanto a vocês que será um programa modelo a ser copiado por outras comunidades e países", afirmou.

Em outra categoria

A agência de espionagem da Coreia do Sul disse nesta quinta-feira, 27, que a Coreia do Norte parece ter enviado mais tropas para a Rússia, depois que seus soldados posicionados no front entre Rússia e Ucrânia sofreram pesadas baixas. O Serviço Nacional de Inteligência (NIS) disse em uma breve declaração que estava tentando determinar exatamente quantos soldados a mais a Coreia do Norte enviou para a Rússia.

O NIS também avaliou que as tropas norte-coreanas foram realocadas em frentes na região russa de Kursk na primeira semana de fevereiro, após uma retirada temporária da área. O presidente ucraniano Volodmir Zelenski, em um discurso no dia 7 de fevereiro, confirmou uma nova ofensiva ucraniana em Kursk e disse que as tropas norte-coreanas estavam lutando ao lado das forças russas no local.

A Coreia do Norte tem fornecido uma grande quantidade de armas convencionais para a Rússia e, no fim de 2024, enviou cerca de 10 mil a 12 mil soldados para a Rússia também, de acordo com autoridades de inteligência dos EUA, da Coreia do Sul e da Ucrânia. Os soldados norte-coreanos são altamente disciplinados e bem treinados, mas os observadores dizem que eles se tornaram alvos fáceis para ataques de drones e artilharia nos campos de batalha entre a Rússia e a Ucrânia devido à sua falta de experiência em combate e à falta de familiaridade com o terreno.

Em janeiro, o NIS disse que cerca de 300 soldados norte-coreanos haviam morrido e outros 2.700 haviam sido feridos. Zelenski anteriormente estimou o número de norte-coreanos mortos ou feridos em 4.000, embora as estimativas dos EUA fossem menores, em torno de 1.200.

A Coreia do Sul, os EUA e seus aliados temem que a Rússia possa recompensar a Coreia do Norte transferindo tecnologias de armas de alta tecnologia que possam aprimorar consideravelmente seu programa de armas nucleares. Espera-se que a Coreia do Norte também receba assistência econômica da Rússia.

Durante conversas na Arábia Saudita na semana passada, a Rússia e os EUA concordaram em começar a trabalhar para acabar com a guerra e melhorar seus laços diplomáticos e econômicos. As autoridades ucranianas não estavam presentes nas conversas. Isso marcou uma mudança extraordinária na política externa dos EUA sob o comando do presidente Donald Trump e um claro afastamento dos esforços liderados pelos EUA para isolar a Rússia de sua guerra na Ucrânia.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, reafirmou a disposição do país em buscar uma solução pacífica para a crise ucraniana e destacou o papel crucial das Forças Armadas russas na criação das condições para um diálogo produtivo. "Foram eles, com sua bravura e vitórias diárias, que criaram as condições para o início de um diálogo sério sobre a resolução fundamental da crise ucraniana, claro, nunca abrimos mão disso, de forma pacífica", afirmou Putin durante uma reunião com o Serviço Federal de Segurança (FSB) russo.

Putin também ressaltou a importância da cooperação internacional e observou que os primeiros contatos com o novo governo dos Estados Unidos geram "certas esperanças". "Há uma disposição mútua para trabalhar na restauração das relações intergovernamentais, na resolução gradual de um enorme volume de problemas sistêmicos e estratégicos na arquitetura mundial", disse ele. Para Putin, esses problemas, incluindo o conflito na Ucrânia, estão ligados a questões mais amplas no cenário global.

Além disso, o presidente russo abordou a necessidade de proteger a soberania e os interesses da Rússia, deixando claro que "não há como a segurança de um país ser garantida à custa ou em detrimento da segurança de outro, e certamente não à nossa custa, não à custa da Rússia". Ele também enfatizou a importância de fortalecer as defesas da fronteira russa, sugerindo que "medidas adicionais sérias devem ser tomadas para proteger a fronteira do estado" e destacando a necessidade de intensificar a cobertura nas áreas mais vulneráveis.

Putin alertou sobre o aumento da atividade das agências de inteligência estrangeiras e sublinhou a necessidade de aprimorar a segurança cibernética. Ele afirmou que o governo russo está comprometido em enfrentar esses desafios, ressaltando o papel das agências de segurança, como a FSB, na proteção dos interesses nacionais.

O presidente dos EUA, Donald Trump, recebe nesta quinta-feira, 27, no Salão Oval o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, para uma reunião bilateral que deve abordar o fim da guerra na Ucrânia. Assim como o presidente francês, Emmanuel Macron, fez na segunda-feira, Starmer deve reafirmar seu apoio a Kiev enquanto Trump busca uma solução negociada com Moscou.

Antes do encontro, o premiê britânico divulgou um comunicado em que destacou a importância da aliança entre os países ocidentais. "O mundo está se tornando cada vez mais perigoso, e é mais importante do que nunca que estejamos unidos com nossos aliados", afirmou. Segundo o texto, Starmer vai reforçar o compromisso britânico com a "paz justa e duradoura" na Ucrânia.

"O primeiro-ministro deixará claro que não pode haver negociações sobre a Ucrânia sem a Ucrânia e reconhecerá a necessidade de a Europa desempenhar seu papel na defesa global, fortalecendo a segurança coletiva europeia", diz o comunicado. Na terça-feira, Starmer anunciou um plano para elevar gastos militares a 2,5% do PIB.

Outro tema central do encontro será a cooperação tecnológica entre os dois países. O governo britânico destacou que as conversas terão "foco especial nas oportunidades que uma maior parceria em tecnologia e IA pode proporcionar", incluindo computação quântica, inteligência artificial e exploração espacial.

A reunião ocorre na véspera da visita de Volodimir Zelenski a Washington, onde o líder ucraniano deve discutir e possivelmente assinar um acordo para a exploração de minerais ucranianos pelos EUA. Na sequência, ele segue para o Reino Unido para um encontro com líderes europeus no domingo, que discutirão o conflito e o fortalecimento da defesa do continente, segundo o Politico. Macron e o premiê da Polônia, Donald Tusk, também estarão no país no domingo, além de líderes da Itália, Alemanha e de outros países.

O encontro entre Trump e Starmer acontece um dia depois de o republicano atacar a União Europeia (UE), alegando que o bloco foi criado para "ferrar" os EUA. Trump também ameaçou impor tarifas de 25% sobre importações europeias.

Mais cedo, nesta quibna, o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, publicou em seu perfil no X que a UE "não foi criada contra ninguém", mas sim fundada em favor do multilateralismo, da paz e do desenvolvimento econômico. "Diante da ameaça de retrocesso e do fechamento das economias, apostamos no progresso e na abertura ao mundo."