STJ nega transferir advogado condenado por homicídio para sala com frigobar, escrivaninha e TV

Política
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O ministro Herman Benjamin, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), rejeitou um habeas corpus do advogado Carlos Geraldo de Albuquerque Nogueira para cumprir pena em regime domiciliar ou em uma sala equipada com frigobar, escrivaninha, livros e televisão.

 

O advogado foi condenado a 20 anos e seis meses de prisão, em regime inicial fechado, pelo assassinato de um homem a pauladas, em fevereiro 2021, em Manaus. Por ser um crime doloso contra a vida, ele foi julgado no Tribunal do Júri. Os jurados concluíram que o homicídio foi agravado porque teve motivação fútil.

 

Carlos Geraldo de Albuquerque Nogueira está detido no Centro de Detenção Provisória de Manaus II, em uma sala de Estado-Maior, como estabelece o Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

 

Ao dar entrada no habeas corpus, a defesa argumentou que o alojamento não tem "janela, frigobar, água gelada, escrivaninha, livros, televisão e instrumentos para exercer sua profissão". O advogado pediu transferência para a sala de Estado-Maior da seccional da OAB no Amazonas.

 

O pedido foi negado primeiro por um desembargador do Amazonas. Na sequência, o habeas corpus subiu para o Superior Tribunal de Justiça.

 

O ministro Herman Benjamin não chegou a analisar o mérito do pedido. Ele usou um argumento processual para negar o HC. Afirmou que não houve julgamento colegiado no Tribunal de Justiça do Amazonas e, por isso, o STJ não poderia julgar o caso. Seria, na avaliação do ministro, pular uma instância.

 

"A decisão combatida foi proferida monocraticamente pelo desembargador relator na origem. Não há, pois, deliberação colegiada sobre a matéria trazida na presente impetração, o que inviabiliza o seu conhecimento pelo Superior Tribunal de Justiça", diz a decisão.

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O presidente Donald Trump fez um pronunciamento, na noite desta quarta-feira, 26, sobre o "ato de terror" onde dois soldados da Guarda Nacional americana foram baleados à queima-roupa em um ataque próximo à Casa Branca. Ele confirmou que o homem responsável pelo atentado é um afegão que chegou ao país em setembro de 2021, segundo informações do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos.

Trump chamou os afegãos que entraram nos EUA durante a administração do presidente Joe Biden de "aliens". O termo, apesar de ser um sinônimo para "imigrante" na legislação específica do país sobre o tema e em outros contextos legais, no uso geral, é considerado ofensivo.

"Ele (o suspeito detido) foi trazido para cá durante a administração Biden, num daqueles voos infames que todos comentavam", afirmou. Trump se referia a retirada das tropas americanas no Afeganistão, que aconteceu entre fevereiro de 2020 e agosto de 2021. Na época, civis afegãos também deixaram a capital temendo uma retaliação do regime Taleban.

O republicano aproveitou a oportunidade para criticar seu antecessor, chamando-o de "desastroso" e classificando-o como "o pior presidente da história do país", disparou. "O governo anterior permitiu a entrada de 20 milhões de imigrantes desconhecidos 'não verificados', vindos de todas as partes do mundo".

"Devemos tomar as medidas necessárias para garantir a retirada de qualquer 'alien' (imigrante) de qualquer país que não pertença ou que não traga benefícios para o nosso país", continuou. "Se eles não amam nosso país, não queremos eles aqui", completou.

Durante o pronunciamento, Trump informou, ainda, que mais 500 soldados da Guarda Nacional serão enviados à capital, com o objetivo de "Make America Totally Safe Again", num trocadilho com a MAGA.

Bombeiros continuam, nesta quinta-feira, 27, o combate ao incêndio em um complexo de prédios residenciais em Hong Kong. A tragédia já deixou, ao menos, 55 pessoas mortas, além de 71 feridas. Outras 279 seguiam desaparecidas até à 0h da madrugada de hoje (horário local) e cerca de 900 pessoas precisaram ser deslocadas para abrigos temporários durante a noite. Segundo a força, a operação de combate ao fogo pode durar, pelo menos, até o final desta quinta.

O fogo atingiu sete dos oito edifícios do complexo com prédios de 31 andares; em quatro deles as chamas já estão controladas. O fogo começou em andaimes de bambu erguidos para uma reforma que se espalham rapidamente já ao redor dos prédios.

As autoridades suspeitam que alguns materiais nas paredes externas dos edifícios não atendiam aos padrões de resistência ao fogo, permitindo a propagação rápida das chamas. A polícia também informou ter encontrado isopor altamente inflamável fixado nas janelas de cada andar, próximo ao hall do elevador da única torre que não foi atingida.

Na quarta, 26, três homens foram detidos por homicídio culposo. Na quinta, a polícia realizou buscas no escritório da Prestige Construction & Engineering Company, responsável pelas reformas, no complexo e apreendeu caixas de documentos como prova, de acordo com a mídia local. Ainda nesta quinta, as autoridades devem realizar inspeções em todos os conjuntos habitacionais da cidade que estão em reforma para garantir que os andaimes e os materiais de construção atendam aos padrões de segurança.

O complexo residencial tinha cerca de 4,8 mil moradores, entre eles muitos idosos. Construído na década de 1980, o prédio passava por uma grande reforma.

O líder chinês Xi Jinping expressou condolências ao bombeiro falecido e manifestou solidariedade às famílias das vítimas, segundo a emissora estatal CCTV. Ele também pediu esforços para minimizar o número de vítimas e os prejuízos.

Esse foi o incêndio mais mortal a atingir o território honconguês em décadas. Em novembro de 1996, 41 pessoas morreram em um prédio comercial em Kowloon em um incêndio que durou cerca de 20 horas. (Com informações de agências internacionais)

A Venezuela anunciou nesta quarta-feira, 26, que revogou as licenças de operação de seis companhias aéreas. O país acusa as empresas de "terrorismo" após a suspensão de suas rotas em decorrência de um alerta dos Estados Unidos sobre atividades militares na região.

A medida se aplica à Iberia (Espanha), à TAP (Portugal), à Avianca (Colômbia), à Latam (Subsidiária colombiana da bilionária Latam), à Gol (Brasil) e à Turkish Airlines (Turquia), segundo publicação do Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC). As companhias aéreas são acusadas de "unir-se às ações de terrorismo de Estado promovidas pelo governo dos Estados Unidos, suspendendo unilateralmente suas operações aéreas comerciais", diz o comunicado.

Na semana passada, os EUA alertaram as aeronaves que sobrevoavam o espaço aéreo venezuelano para que "exercessem extrema cautela" devido ao "agravamento da situação de segurança e ao aumento da atividade militar dentro e ao redor da Venezuela". (Com informações da Associated Press)