Deep Purple e Alice Cooper são confirmados em festival de São Paulo; saiba os detalhes

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Deep Purple e Alice Cooper, nomes históricos do rock, foram confirmados como atrações do Festival Best Of Blues and Rock, em São Paulo, que ocorre em dois fins de semana do mês junho no Parque Ibirapuera.

Eles vão tocar nos dias 14 e 15 de junho. As vendas já estão abertas pelo site da Eventim.

Anteriormente, o festival já havia anunciado outras atrações de peso: Dave Matthews Band e Richard Ashcroft (ex-The Verve), para os dias 7 e 8 de junho. Também estão confirmadas bandas nacionais como Hurricanes, Barão Vermelho e Black Pantera.

A banda britânica dos hits Smoke On The Waker e Hush se apresentou na última edição do Rock In Rio, no ano passado. Já o performático cantor norte-americano de sucessos como Poison e School's Out veio pela última vez ao Brasil em 2017, também para o Rock In Rio daquele ano.

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Educar no século 21 significa ir além do currículo tradicional. Atualmente, 92% das crianças e adolescentes brasileiros entre 9 e 17 anos são usuários de internet, o que representa 24,5 milhões de pessoas, segundo a pesquisa TIC Kids Online Brasil 2025, realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br).

A preocupação chega às escolas, que ampliam o olhar para além dos conteúdos obrigatórios e começam a formar estudantes capazes de navegar com responsabilidade, segurança e senso crítico na internet e nas redes sociais. Da Educação Infantil ao Ensino Médio, cresce o número de iniciativas voltadas a desenvolver competências digitais e midiáticas.

O "Relatório de Monitoramento Global da Educação 2023: Tecnologia na educação: uma ferramenta a serviço de quem?", da Unesco, aponta as competências digitais como parte de um pacote básico de aprendizagem, reconhecendo que essas habilidades são cada vez mais indispensáveis na vida moderna. Algumas delas são, segundo a publicação, discernimento para avaliar informações de forma crítica, de participar de ambientes colaborativos virtuais, proteger dados pessoais e entender os riscos online, além de produzir conteúdos digitais com responsabilidade, entre outras.

Conhecimento dos alunos é validado

Esse tema é presente no Colégio Magno Mágico de Oz, em São Paulo, onde a gestão integra ao ambiente escolar tudo aquilo que desperta o interesse dos alunos. A diretora Cláudia Tricate explica que, embora crianças e adolescentes sejam muito envolvidos com tecnologia e dominem diversas ferramentas, ainda carregam a ingenuidade própria da idade e, por isso, precisam de apoio.

"Até para que fiquem, no termo que eles mesmos usam, espertos [...] Em todas as séries, tanto nas atividades regulares quanto nas extracurriculares, o ponto de partida é entender o interesse deles. Não adianta abordar segurança na web se isso não fizer sentido para eles", conta.

Na Educação Infantil, as crianças são introduzidas a conceitos básicos de segurança online de maneira lúdica, por meio de jogos, histórias e atividades cooperativas. Já nos anos iniciais do Ensino Fundamental, a escola oferece trilhas formativas mais estruturadas em que os estudantes aprendem sobre algoritmos e fontes confiáveis de informação. Uma das ações, prevê que alunos se transformem em tutores e ajudem colegas a utilizarem ferramentas como o Google for Education, permitindo que eles se tornem usuários críticos da internet.

Para os anos finais e Ensino Médio, o Magno promove ações que incentivam a criatividade e o design digital, por meio do desenvolvimento de apresentações, infográficos e sites para apoiar projetos e exposições.

Segundo a diretora Cláudia, a inteligência artificial também aparece como tema de estudo, tanto na compreensão e discussão sobre o seu funcionamento e no centro de debates éticos, quanto como ferramenta pedagógica para a criação de prompts que criam imagens a partir da leitura de clássicos e complementam atividades de sala de aula.

Prompts x escolhas humanas

A criação de um vídeo por inteligência artificial serviu como ponto de partida para que alunos do Ensino Fundamental do Colégio Vital Brazil investigassem os princípios da educação midiática, como autoria, confiabilidade, linguagem audiovisual e o funcionamento das ferramentas digitais. As crianças puderam refletir o que a IA produz a partir de um prompt simples e o que depende de escolhas humanas.

Durante o ano, os alunos também participaram de atividades desplugadas para desenvolver conceitos de lógica, sequência, padrões e tomada de decisão usando jogos de tabuleiro, setas, cartas e desafios no papel. O objetivo é fazer com que as crianças aprendam o raciocínio por trás da programação sem precisar de telas, desenvolvendo organização de ideias, para depois explorar as plataformas que possibilitam a criação de animações e histórias interativas.

As iniciativas fazem parte do currículo regular de Tecnologia e Inovação dos anos iniciais do Ensino Fundamental do Vital Brazil. A professora Fernanda Lourenço diz que por conta das aulas os alunos já demonstram mais autonomia no uso das tecnologias, uma postura mais responsável nas interações online, mais cuidado ao verificar informações, maior engajamento nas produções digitais e uma compreensão mais clara sobre os riscos e as possibilidades do mundo virtual.

"Além disso, os alunos demonstram evolução significativa no pensamento crítico e na capacidade de interpretar e questionar conteúdos da mídia. As crianças deixam de ser apenas consumidoras de tecnologia e passam a ser produtoras de conteúdo, criando, explorando e dando vida às próprias ideias", afirma Fernanda.

Mão na massa com ChatGPT e Gemini

Para desmistificar e explicar o funcionamento da IA generativa, o Colégio Dante Alighieri, em São Paulo, realizou uma oficina "mão na massa" com as famílias dos alunos sobre o uso de plataformas como Gemini, ChatGPT e Notebook LMS. Foram simulados alguns prompts que embasaram a discussão sobre limites éticos e vieses.

Valdenice Minatel, Diretora Institucional e de Tecnologia, lembrou que esse tipo de recurso digital, por se assemelhar à interação humana, acaba trazendo um tipo de fascínio sobre os resultados, mas é necessário ter criticidade. "Uma das conclusões que chegamos é de que precisamos fazer um bom prompt para ter um resultado muito bom. Ou seja, é preciso qualificar o repertório de interação, entender exatamente o que preciso e quero, que é algo que trabalhamos muito com os alunos, a construção desse arcabouço de pensamento crítico."

Outra iniciativa do Dante é a Jornada de Cidadania Digital, um evento anual, que aborda temas como inteligência artificial e cultura digital, envolvendo alunos, professores e famílias em atividades, palestras e projetos formativos.

Cada turma participa de uma atividade diferente adequada à sua faixa etária e a escola incentiva que as discussões sejam continuadas no ambiente familiar dos estudantes. Entre as crianças menores, por exemplo, a escola propôs atividades desplugadas e conversas sobre como se divertir sem utilizar as telas. Já entre as turmas dos estudantes mais velhos foram discutidos temas como segurança, privacidade e responsabilidade nos espaços virtuais.

"Há uma oportunidade incrível de aprendermos com os adolescentes, mas dentro deste contexto onde a segurança são eixos dessa convivência. A escola tem o dever de trazer um conteúdo curado e a ideia é qualificar esse diálogo entre pais e filhos também fora da escola", acrescenta Valdenice.

Além dessas iniciativas pontuais, o letramento digital e a educação midiática aparecem de forma interdisciplinar no currículo e projetos do colégio, como em produções textuais sobre infocracia e algoritmos e na simulação da Organização das Nações Unidas (ONU) realizada pelos alunos do Ensino Médio, segundo a diretora. "Não tem como ser diferente, se a IA está em todo o lugar, como vamos represar essa discussão em apenas um componente. Seria empobrecê-la."

Escape room e produção audiovisual

No Colégio Visconde de Porto Seguro, o letramento digital ocorre de forma transversal em toda a jornada do aluno. Neste ano, por exemplo, os alunos do 4º ano, fizeram um escape room com desafios lógicos e enigmas baseados em conceitos como proteção de dados, senhas seguras, sites confiáveis e comportamento respeitoso na internet.

Outro destaque foi a criação de um super-herói da internet segura. Cada personagem tinha um superpoder digital: o de verificar fontes, proteger senhas ou denunciar comportamentos inadequados.

A partir do 7º ano, os projetos ganham complexidade: os alunos produziram campanhas audiovisuais sobre cyberbullying, explorando direitos digitais e ética na produção multimídia e realizando projetos autorais completos com todas as etapas da criação de vídeos.

No 9º ano, o foco se voltou ao futuro do trabalho e à inteligência artificial, com pesquisas sobre impactos tecnológicos, habilidades necessárias e dilemas éticos. Já no Ensino Médio, a escola incentiva projetos avançados com uso de IA, programação e robótica, aplicando o uso ética da IA na criação de soluções para pesquisas interdisciplinares.

Alessandra Buriti, coordenadora de Educação Digital do Colégio Visconde de Porto Seguro, ressalta que a criação de conteúdo digital faz com que os estudantes assumam um posicionamento. "Informamos, inspiramos ou impactamos. Ensinar nossos jovens a fazer isso com ética é preparar cidadãos conscientes."

Para a coordenadora, o mundo atual conectado, na qual a informação circula com velocidade e, muitas vezes, sem filtro, é necessário que os estudantes se tornem "protagonistas de sua presença digital e sejam capazes de identificar e combater a desinformação". "Ao integrar tecnologia, ética, empatia e pensamento crítico, construímos muito mais do que habilidades técnicas, formamos valores", finaliza.

A Secretaria Estadual de Educação de São Paulo (Seduc-SP) incorporou um capítulo sobre Educação Digital e Midiática no currículo paulista. Depois de passar por consulta pública e discussões com grupos de trabalho e instituições como a União dos Dirigentes Municipais de Educação SP (Undime), o documento foi aprovado pelo Conselho Estadual de Educação no dia 19 de novembro.

O novo capítulo traz recomendações de como as escolas da rede estadual de São Paulo e dos demais municípios que utilizam o currículo paulista podem trabalhar o tema, a partir das orientações da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) Computação. Ele está ancorado em três pilares:

. no desenvolvimento do pensamento computacional focado em raciocínio lógico e resolução de problemas;

. na cultura digital para promoção do uso ético e crítico das tecnologias;

. no mundo digital que prevê desenvolver a compreensão de como a internet funciona

Luana Garcia, diretora de currículo da Seduc-SP, explica que as iniciativas voltadas à educação digital e midiática dentro das escolas precisam ganhar mais complexidade a cada etapa do ensino. "Na educação infantil sugerimos que as escolas trabalhem de forma transversal integrada às experiências das crianças, lembrando sempre que o objetivo é formar o estudante capaz de usar e pensar as tecnologias", afirma.

Segundo Luana, a abordagem transversal também deve aparecer nas turmas dos anos iniciais do ensino fundamental, em um contexto mais lúdico, de brincadeiras e exploração. Já nos anos finais e no ensino médio, a recomendação é avançar para um aprofundamento em componentes curriculares específicos, incluindo temas de preparação para o mundo do trabalho, uma demanda que surgiu entre as 27 mil contribuições recebidas durante o período em que o capítulo esteve em consulta pública.

"Temos de preparar nosso estudante para os desafios do mundo atual para que ele consiga viver em sociedade, conectado, mas sabendo driblar fake news, por exemplo", acrescenta Luana.

Fakes news e IA

Ter discernimento para identificar as notícias falsas foi uma das necessidades mais destacadas pelos estudantes na consulta pública. Além disso, de acordo com Luana, os alunos responderam que gostariam de saber utilizar ferramentas de inteligência artificial. A pesquisa TIC Kids Online Brasil 2025, realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), mostrou que 65% das crianças e adolescentes já incorporaram o uso de IA generativa em suas rotinas, incluindo auxílio nos estudos e criação de conteúdo.

Por isso, o assunto aparece com destaque no currículo, justamente por despertar interesse e curiosidade das crianças e dos adolescentes. "Se o aluno gosta do que está sendo trabalhado, está prestando mais atenção e vai ter um melhor desempenho. Teremos IA olhando para cada etapa, pensando nas habilidades que podem ser desenvolvidas dentro de cada ciclo", afirma a diretora.

Luana ressalta que a Secretaria da Educação não vai oferecer o "componente IA" dentro do currículo, mas sim, utilizá-la como ferramenta para gerar pesquisas, relatórios e incorporar outras práticas para o ensino de história ou matemática, por exemplo. "Esse terreno ainda não é tão visual para nós. Agora precisamos pegar o que está no currículo e desenvolver as habilidades de forma mais compreensível para que o nosso professor consiga executar."

Entretanto, para garantir que as habilidades digitais sejam desenvolvidas entre os alunos, a Secretaria Estadual da Educação afirmou que vai preparar o professor. Para isso, segundo Luana, a Secretaria vai aplicar um auto diagnóstico sobre saberes digitais para mapear o nível de proficiência de cada profissional sobre o tema. A partir dos resultados, além das trilhas formativas já disponibilizadas, haverá novos cursos e formações que capacitem os professores a aplicar o currículo.

"Estamos colocando toda a rede para pensar na educação digital e midiática, formando o nosso professor, reformulando o nosso currículo, apresentando algo mais atual para o nosso estudante para incorporar a educação digital nas nossas escolas", finaliza Luana.

A Universidade de São Paulo (USP) escolhe nesta quinta-feira, 27, seu 29.º reitor em meio às incertezas sobre o futuro do seu financiamento. A eleição será online, entre 9 horas e 18 horas, e o resultado já deve sair na mesma noite.

Os três candidatos - Aluísio Segurado, Ana Lúcia Duarte Lanna e Marcílio Alves - reforçaram durante a campanha a importância de se garantir a autonomia da instituição por meio de um orçamento previsível. Com a reforma tributária, a partir de 2026, deixará de existir gradualmente o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Desde 1989, a universidade recebe 5% da arrecadação do tributo do Estado. Os valores e a origem dos recursos terão de ser discutidos pelo novo reitor ou reitora com o governo do Estado.

"A autonomia das universidades estaduais paulistas é única e foi responsável pelo desenvolvimento do ecossistema de ciência e tecnologia do Estado", disse Segurado, em entrevista ao Estadão. O professor da Faculdade de Medicina e ex-pró-reitor de graduação foi o mais votado na consulta feita a professores, alunos e funcionários da USP na semana passada. Ele teve 4.969 votos, seguido da ex-diretora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Ana Lanna, que recebeu 4.062 votos.

A consulta à comunidade universitária tem apenas caráter indicativo à Assembleia Universitária, que é o grupo que vai, de fato, participar da eleição nesta quinta. Fazem parte dela os membros do Conselho Universitário, órgão máximo da USP, dos conselhos centrais, das congregações das unidades e dos conselhos deliberativos dos museus e dos institutos especializados.

No total, são 2.230 pessoas, a maioria professores, mas há também representantes de alunos e servidores técnicos-administrativos. Nesta quarta-feira, 26, eles recebem um e-mail com a senha que permite a entrada no sistema de votação. Após a contagem dos votos, a USP vai divulgar a lista tríplice que será enviada ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) - como nestas eleições são somente três candidatos, todos farão parte dela.

Historicamente, o mais votado internamente é nomeado reitor para o próximo período, que vai de janeiro de 2026 a janeiro de 2030. Já houve, porém, exceções. Em 2009, o professor da Faculdade de Direito João Grandino Rodas foi o segundo mais votado e acabou como o escolhido pelo então governador José Serra (PSDB).

"A universidade deve saber quanto vai receber e poder gastar, e a autonomia precisa deixar de ser um decreto, passando a uma lei, para evitar negociações ano a ano. Se não criarmos esse movimento, fica muito difícil", avaliou a candidata Ana, que foi pró-reitora de Diversidade e Inclusão e ex-diretora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU). Em 91 anos de história, a USP só teve uma reitora, Suely Vilela, entre 2005 e 2009. "Isso, no mínimo, indica que a carreira docente, ao chegar ao topo da titularidade, é muito excludente", afirmou.

Para se candidatar a reitor, é preciso ter um cargo de professor titular, que é considerado o topo da carreira na USP, e obtido por meio de concurso público. "A USP, pelos vários rankings, é muito bem colocada, e isso em parte é porque ela tem um recebimento fixo de valores que permite o planejamento", reforçou o candidato a reitor, o engenheiro Marcílio Alves.

Segurado também lembra que as universidades federais precisam negociar ano a ano seus recursos com o Ministério da Educação (MEC) e vive "uma angústia" por causa dessa imprevisibilidade. Ele e os outros candidatos ainda falaram em entrevistas ao Estadão sobre a atratividade atual do ensino superior, mudanças na forma de ensinar na mais conceituada universidade do País e diversidade.

A USP tem aproximadamente 90 mil estudantes, entre graduação e pós, 5,3 mil professores e é responsável por 22% da produção científica brasileira.