CEO lamenta demissão de Caixinha e dificuldades na gestão: 'Saudosismo vai matar o Santos'

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Pedro Martins, CEO do Santos, concedeu uma entrevista coletiva, nesta terça-feira, para explicar a demissão do técnico Pedro Caixinha e fazer um balanço de seus cem dias à frente da gestão do clube. O dirigente lamentou a saída do treinador português, afirmou que a agremiação precisa se espelhar em outros clubes para evoluir e reclamou da mentalidade atrasada de setores internos.

Embora tenha participado do processo que culminou na decisão de rescindir o contrato de Pedro Caixinha, Pedro Martins se mostrou contrariado. Para ele, o comandante português ajudou na reconstrução do clube após o retorno da Série B do Campeonato Brasileiro e foi o bode expiatório de um "fracasso coletivo".

"O Pedro Caixinha assumiu em uma época de incertezas e foi importante na mudança da cultura no CT Rei Pelé, na quebra de uma série de vícios e para que o Santos começasse a se preparar para a Série A. Ele não ficou para ver os resultados. Quando o critério é resultado, a derrota é de todos. Uma demissão de treinador no Santos é uma derrota para a instituição", afirmou o CEO. "Assim como as vitória e os títulos, o fracasso também é uma construção coletiva. Precisamos entender o que fizemos de errado para que o Caixinha fosse demitido."

De acordo com Martins, apesar de contribuir no processo de melhoria do Santos, como na integração dos departamentos, o técnico português pagou pelos maus resultados. "Não se via percepção de melhora ou de evolução da equipe. Achamos melhor ajustar no início da competição, projetando o final da temporada", explicou, com ressalvas. "O clube não pode normalizar o processo de demissão de um treinador. Se fizer isso a cada três ou quatro derrotas, será um fracasso."

Segundo o dirigente, "o Santos não tem negociação em estágio avançado com nenhum treinador" e não há pressa para anunciar um novo nome. "A demissão do Pedro Caixinha é um passo atrás e, por isso, vamos tomar o tempo necessário para escolher o novo comandante", disse, detalhando o perfil procurado. "Não vamos entregar a chave do clube, ele tem de vir e aceitar trabalhar em conjunto. São parte da construção de um projeto."

Pedro Martins também alfinetou dirigentes do clube que, segundo ele, pensam a curto prazo, dificultam o processo de mudanças e atrapalham a modernização do Santos. O CEO usou rivais como exemplos de como o Santos precisa evoluir para voltar a figurar entre os grandes clubes do país.

"O Santos precisa diferenciar o orgulho do passado, que vai pavimentar o caminho para o futuro, do saudosismo. O saudosismo matar o clube", disse. "Ainda existem travas institucionais para fazer essa evolução. É o famoso 'aqui sempre foi feito assim'. Mudar a cultura de uma organização não é fácil nem simples. Mas, se quiser ser competitivo, precisa ver o que outros clubes fazem e mudar a cultura. Precisamos produzir equipes vencedoras todos os anos, não em um só", analisou.

"A resposta sempre foi 'contrata um treinador, contrata outro jogador'. Sabe quantas rescisões o Santos está pagando? Ninguém quer falar sobre isso. O Santos precisa lidar com a realidade. O Santos está num processo de reconstrução e que precisa de humildade para ganhar nos próximos 10 ou 15 anos", afirmou Martins, que ainda ressaltou a importância de Neymar nesse processo.

"O Neymar tem sido muito importante para acelerar o processo, buscar novos parceiros e melhorar a estrutura. Eu o vejo muito feliz com o projeto. A chegada dele foi importante para acelerar, mas não significa que não temos que confrontar o Santos com sua realidade. A receita do Santos não é condizente com sua importância histórica. Com o que fatura hoje, o Santos não está entre as principais equipes do futebol brasileiro. Esse é o maior desafio."

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Ministério da Saúde atualiza, nesta quarta (15), o número de notificações de intoxicação por metanol após consumo de bebida alcoólica. Até o momento, 148 notificações foram registradas, sendo 41 casos confirmados e 107 em investigação. Outras 469 notificações foram descartadas. 

O estado de São Paulo concentra 60,81% das notificações, com 33 casos confirmados e 57 ainda em investigação.  

Até a última atualização, apenas os estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul haviam registrado casos confirmados. Agora, o estado de Pernambuco também confirmou casos por esse tipo de intoxicação. Com isso, os números de casos confirmados são: 33 em SP, 4 no PR, 3 em PE e 1 no Rio Grande do Sul. 

Em relação aos casos em investigação, São Paulo investiga 57, Pernambuco (31), Rio de Janeiro (6), Mato Grosso do Sul (4), Piauí (3), Rio Grande do Sul (3), Alagoas (1), Goiás (1) e Paraná (1). 

Em relação aos óbitos, 6 foram confirmados no estado de São Paulo e 2 em Pernambuco. Outros 10 seguem em investigação, sendo 4 em SP, 3 em PE, 1 no MS, 1 na PB e 1 no PR. 

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Os dados mostram ainda diferenças importantes entre grupos. Enquanto 60% das mulheres dizem se preocupar com saúde mental, entre os homens esse índice é de 44%. A preocupação também é mais forte entre os jovens da Geração Z (60%) do que entre os Boomers (40%), indicando uma mudança geracional na forma como o tema é percebido.

A pesquisa também revela desafios estruturais. Oito em cada dez brasileiros afirmam não conseguir arcar com os custos de uma boa assistência à saúde, e 57% acreditam que a qualidade dos serviços de saúde ainda pode melhorar nos próximos anos. Além disso, 70% apoiam a vacinação obrigatória e 55% temem que a obesidade aumente no país.

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A mamografia é considerada um dos métodos mais eficazes para o diagnóstico precoce do câncer de mama, o tipo de câncer mais letal entre as mulheres no Brasil. Trata-se de um exame de imagem que permite identificar alterações suspeitas antes mesmo de sintomas surgirem, aumentando as chances de um tratamento bem-sucedido.

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De acordo com o Ministério da Saúde, recomenda-se que mulheres entre 40 e 69 anos realizem o exame a cada dois anos como forma de rastreamento. Já mulheres com menos de 40 anos podem ser orientadas a fazer a mamografia caso haja histórico familiar de câncer de mama ou risco de tumores hereditários.

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