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O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta quarta-feira, 25, às 14h, o julgamento sobre a responsabilização de provedores e redes sociais por publicações de usuários. Sete ministros já defenderam ampliar as obrigações das big techs na moderação de conteúdo. Faltam os votos de três ministros.

 

A votação foi suspensa no dia 12 deste mês após o voto do ministro Alexandre de Moraes, que defendeu a responsabilização das plataformas. Com sete votos favoráveis contra uma divergência, o julgamento será retomado com o voto do ministro Edson Fachin. Os ministros Kassio Nunes Marques e Cármen Lúcia também votarão.

 

Apesar de já ter formado maioria para a responsabilização dos provedores na sessão anterior, os ministros ainda precisam entrar em consenso sobre as normas para a aplicação da decisão.

 

A maioria considerou que a regra é insuficiente para proteger os usuários e defendeu ampliar a obrigação das plataformas de fiscalizarem os conteúdos que circulam na internet.

 

A única divergência até o momento veio do ministro André Mendonça, que votou para manter a sistemática atual de responsabilização das plataformas - apenas no caso do descumprimento de decisões judiciais - e para dificultar a remoção de perfis.

 

Até o momento, votaram os ministros Dias Toffoli, Luiz Fux, Luís Roberto Barroso, André Mendonça, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes.

 

O julgamento gira em torno do artigo 19 do Marco Civil da Internet, que proíbe a responsabilização das plataformas por conteúdos publicados pelos usuários, exceto se houver descumprimento de decisões judiciais para remover publicações.

 

Internamente, o julgamento é considerado o mais importante da história recente do Supremo. Os ministros aguardavam uma regulamentação das redes pelo Congresso, mas perderam a esperança desde o fracasso do PL das Fake News. O tribunal decidiu esperar as eleições passarem para se debruçar sobre o tema.

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, e o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, mantiveram suas versões nesta terça-feira, 24, durante acareação no Supremo Tribunal Federal (STF). Os dois ficaram frente a frente para confrontar pontos divergentes dos depoimentos que prestaram anteriormente na ação da trama golpista.

 

As principais divergências giram em torno de dois episódios: uma reunião na casa do ex-ministro, em Brasília, no dia 12 de novembro de 2022, e a suposta entrega de dinheiro por Braga Netto para financiar um plano de prisão e execução de autoridades.

 

Sobre este ponto, Cid alega ter recebido uma caixa de vinho com dinheiro das mãos do general no Palácio da Alvorada. Os recursos seriam usados para bancar os acampamentos em frente aos quartéis do Exército, segundo o tenente-coronel. Braga Netto nega ter entregado dinheiro ao ex-ajudante de ordens.

 

Lacrada

 

Ontem, o ex-ajudante de ordens afirmou que a sacola estava lacrada e que não chegou a ver o dinheiro, mas que o próprio Braga Netto afirmou que a quantia deveria ser usada para bancar os acampamentos. Ele afirmou que calculou o valor aproximado pelo peso da sacola, mas que em momento nenhum ela foi aberta.

 

Cid também afirmou que não mencionou a transação no primeiro depoimento porque ainda estava em "choque" após as prisões de antigos aliados na investigação.

 

Questionado pela defesa de Braga Netto sobre o local exato da entrega do dinheiro, ele não soube responder. Disse que poderia ter sido em uma das três áreas onde mais transitava no Palácio do Alvorada: a garagem privativa, a sala da ajudância de ordens ou o estacionamento ao lado da piscina.

 

"Também indagado pelo advogado do réu Braga Netto, o réu colaborador disse se recordar que o dinheiro foi recebido pela manhã, sem exatamente lembrar o horário, e que a entrega não foi presenciada por mais ninguém e que não possui provas materiais do recebimento do dinheiro", diz um trecho da ata da acareação.

 

Reunião

 

Sobre a reunião na casa de Braga Netto, Cid reiterou na acareação que os militares se reuniram para conversar sobre a "insatisfação" com o resultado das eleições. Enquanto o delator afirma que o encontro na casa do ex-ministro foi previamente agendado para debater medidas contra a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Braga Netto alega que o tenente-coronel apareceu de surpresa em seu apartamento funcional, em Brasília, acompanhado dos coronéis Hélio Ferreira Lima e Rafael Martins de Oliveira, das Forças Especiais do Exército, os chamados "kids pretos".

 

O tenente-coronel alega que não acompanhou o teor das conversas porque saiu antes do fim do encontro para preparar uma reunião para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Já Braga Netto disse que os coronéis foram apenas cumprimentá-lo e que todos foram embora juntos.

 

Mudança de versão

 

A defesa de Braga Netto questionou Mauro Cid ontem a respeito da alteração em sua versão sobre a reunião. No primeiro depoimento à Polícia Federal, ele declarou que a reunião na casa do ex-ministro ocorreu apenas porque Rafael Martins queria "tirar uma foto" com o general.

 

O tenente-coronel justificou que, em um primeiro momento, "pareceu que a reunião era mais uma no sentido de mostrar a insatisfação contra o resultado das eleições". "Porém que não passaria de mais uma bravata." Cid alegou que percebeu que o encontro era "algo mais sério" quando tomou conhecimento do plano "Punhal Verde e Amarelo", que previa a execução de autoridades como Lula, Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF Alexandre de Moraes.

 

A audiência não foi gravada por determinação de Moraes, relator do caso, para "evitar pressões indevidas, inclusive por meio de vazamentos pretéritos do que seria ou não perguntado aos corréus".

 

A audiência durou cerca de 1h30. O advogado José Luís Oliveira Lima, que representa Braga Netto, disse que vai oficiar a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) por violação às prerrogativas da defesa, porque Moraes não permitiu a gravação da audiência, que foi fechada à imprensa. "Todos mantiveram (as falas originais), Mauro Cid se contradisse mais ainda", disse Lima. "É uma pena que não tenha imagem, porque o general Braga Netto em duas oportunidades afirmou que o senhor Mauro Cid, que permaneceu durante todo o ato com a cabeça baixa, é mentiroso, e (Cid) não negou quando teve oportunidade de falar", disse o advogado após a audiência.

 

A acareação foi autorizada na semana passada por Moraes a pedido da defesa do general Braga Netto.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) aprovaram nesta terça-feira, 24, indicativo de greve e o ingresso de uma Ação Civil Pública que pede o afastamento dos três delegados que dirigem a organização, incluindo o diretor-geral, Luiz Fernando Corrêa, que é suspeito de ter agido em "conluio" com servidores investigados para atrasar investigações no caso da Abin paralela.

 

O comunicado foi feito por meio da Intelis (União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Abin), entidade que representa a categoria. De acordo com a organização, a assembleia geral extraordinária, que decidiu sobre o tema, "registrou participação recorde e demonstrou o alto grau de preocupação e revolta dos servidores".

 

Na nota, a entidade afirma que "as denúncias envolvendo a cúpula da Agência, que resultaram em indiciamentos, foram classificadas como 'graves', 'nojentas' e 'inaceitáveis'".

 

Os servidores da Abin pedem o afastamento de Corrêa desde o dia 17 de junho. O diretor-geral é um dos 35 indiciados pela Polícia Federal no caso da Abin paralela e pode ter atrapalhado a apuração sobre o aparelhamento da agência para fins políticos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

 

O diretor-geral foi mantido no cargo pelo presidente Luiz Inácio da Silva (PT) e prosseguiu após o indiciamento. Em nota, a Intelis, que planejava a assembleia desde 20 de junho, já tinha criticado "a falta de controle de questões sigilosas por parte da Polícia Federal, do Ministério da Justiça".

 

"Com o indicativo de greve aprovado, a entidade apresentará um conjunto de reivindicações formais. Caso não haja resposta satisfatória dentro do prazo estipulado, uma nova assembleia será convocada", afirma a organização que representa os servidores. O não atendimento das solicitações pode resultar em paralisação.

 

De acordo com a PF, a Abin paralela seria um esquema conduzido pelo vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e pelo seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Os políticos teriam criado uma estrutura para espionar ilegalmente ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), políticos opositores, jornalistas, deputados e outros brasileiros.

 

O objetivo, segundo a PF, seria atender os interesses políticos dos Bolsonaro, atacar opositores e desacreditar instituições democráticas.

 

Estima-se que quase 1,8 mil celulares tenham sido monitorados ilegalmente entre fevereiro de 2019 e abril de 2021 por meio dessa estrutura. A Polícia Federal ainda afirma que Bolsonaro seria o "centro decisório", que determinaria os alvos de monitoramento e usou a Abin para conduzir ataques às urnas eletrônicas.

A aposta de bolsonaristas para acelerar a aplicação de possíveis sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, parece não ter surtido o efeito desejado. Uma audiência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, realizada nesta terça-feira, 24, com a participação do blogueiro Paulo Figueiredo, terminou em embate com o deputado democrata James P. McGovern.

 

Durante suas considerações finais, Figueiredo afirmou que se sentia seguro como jornalista nos Estados Unidos e descreveu o país como "o mais livre do mundo". Em resposta, McGovern ironizou: "Fico feliz que você se sinta seguro como jornalista nos Estados Unidos. Eu, como político, não tenho certeza de me sentir tão seguro, mas essa é a realidade". Figueiredo retrucou, questionando se o país teria "presos políticos".

 

McGovern respondeu mencionando o ataque a opositores do presidente Donald Trump e afirmou: "Você acabou de ver um senador ser derrubado no chão e algemado. Também vimos pessoas sendo alvos de assassinato político neste país", em referência a ex-presidente da Câmara estadual, Melissa Hortman, e seu marido, Mark, mortos a tiros dentro de casa, em Brooklyn Park.

 

Figueiredo concluiu dizendo que o congressista seria "bem-vindo ao Brasil para ver como lá é pior". McGovern rebateu: "Estou tentando salvar a nossa democracia [norte-americana]".

 

Em seu perfil no X, Paulo Figueiredo publicou uma foto da audiência e escreveu: "Grande dia".

 

Durante a audiência, Figueiredo mencionou o pronunciamento do senador Marco Rubio que, em audiência na Câmara, declarou que "há uma grande possibilidade" de Moraes ser alvo de sanções com base na Lei Magnitsky, e cobrou urgência na decisão, afirmando que, se isso não acontecer logo, o Brasil estará no "ponto de não retorno".

 

Ele também citou os casos do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL) e da deputada Carla Zambelli (PL) como alvos de perseguição política no País, afirmando que Zambelli estava nos Estados Unidos para um "tratamento médico" e Eduardo temia uma prisão no Brasil. Figueiredo também mencionou o CEO da Rumble, Chris Pavlovsky, e Elon Musk como vítimas de Moraes.

 

Paulo Figueiredo e Eduardo Bolsonaro atuam juntos na busca por sanções contra o ministro do STF. Internamente, no entanto, bolsonaristas avaliam que o deputado federal não conseguiu, até o momento, obter resultados concretos. O congressista Chris Smith, do partido Republicano, que preside a comissão ao lado de McGovern, não conseguiu comparecer à audiência.

 

Ele enviou uma carta a Moraes em maio deste ano, afirmando que foram constatadas "graves violações" contra os direitos humanos por parte do governo brasileiro.

 

Eduardo Bolsonaro também compartilhou a foto de Paulo Figueiredo, afirmando que "medidas podem ser tomadas após a oitiva dos declarantes".

A deputada federal Érika Hilton (PSOL-SP) empregou dois maquiadores em seu gabinete. Ronaldo Cesar Camargo Hass e Índy Cunha Montiel da Rocha, trabalham desde maio de 2024 com a parlamentar e recebem, respectivamente, R$ 9.678,22 e R$ 2.126,59.

 

Nas redes sociais, tanto Hass como Rocha divulgam o trabalho como maquiadores, com a congressista aparecendo constantemente em publicações. Hass acompanhou Hilton em Paris (que foi à Europa a convite do Parlamento Europeu) para um show da Beyoncé no fim de semana. A informação da contratação dos maquiadores foi noticiada pelo portal Metrópoles e confirmada pelo Estadão.

 

Segundo Hilton, ambos exercem funções como secretários parlamentares, como "atuação na pauta LGBT e de cidades", "articulação com movimentos sociais", "interlocuções das mais diversas áreas" e "acompanhamento nas comissões" em Brasília e em São Paulo e ainda prestam serviço estético.

 

"Ambos os meus assessores são assessores com qualidade, são maquiadores sim, ótimos maquiadores, mas não são apenas maquiadores. São duas pessoas LGBTs com formação profissional, com graduação, que atuam em pautas importantes para o meu mandato", diz a deputada.

 

Ainda de acordo com a parlamentar, ela os conheceu pelo trabalho com maquiagem e que foram contratados por serem "amigos" dela, "da comunidade". "São profissionais da maquiagem, os conheci sendo profissionais da maquiagem, mas por serem meus amigos, por serem da minha comunidade, chamei para o meu mandato para que cumprisse um trabalho importante nas pautas que nós tocamos diariamente e são vozes necessárias", afirma. "Me acompanham nas viagens, ajudam a fazer foto, preparam os briefings, tudo isso é muito fácil de ser comprovado."

 

O trabalho de secretariado parlamentar é regulamentado por ato da mesa da Câmara. O texto, de 1997, diz que esse cargo, exercido pelos dois assessores de Erika, "tem por finalidade a prestação de serviços de secretaria, assistência e assessoramento direto e exclusivo nos gabinetes dos deputados para atendimento das atividades parlamentares específicas de cada gabinete".

 

Procurado, o gabinete ainda enviou imagens dos dois assessores acompanhando a deputada em atividade legislativa. Nessas imagens, Rocha aparece acompanhando a deputada nas dependências da Câmara dos Deputados, em Brasília, enquanto Hass segue a parlamentar em evento no interior de São Paulo.

 

A oposição na Câmara reagiu e anunciou que irá protocolar representação no Conselho de Ética da Câmara, por quebra de decoro parlamentar e outra representação junto ao Ministério Público Federal, por possível prática de improbidade administrativa e crime de responsabilidade.

 

"Eles não me querem dentro do Parlamento, eles odeiam a minha voz, odeiam o meu mandato, odeiam o trabalho sério que eu realizo dentro da Câmara, mas fora dela", afirma Hilton. "Fazem de tudo para me colocar em uma situação ruim às vésperas das eleições, porque sabem da minha capacidade de transformar as realidades e de levar para a política corpos e vozes que nunca puderam estar lá."

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, e o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, mantiveram suas versões nesta segunda-feira, 24, na acareação no Supremo Tribunal Federal (STF).

 

Os dois ficaram frente a frente para confrontar suas versões sobre pontos divergentes dos depoimentos que prestaram anteriormente na ação da trama golpista.

 

As divergências giram em torno de dois episódios: uma reunião na casa do ex-ministro, em Brasília, no dia 12 de novembro de 2022, e a suposta entrega de dinheiro por Braga Netto para financiar um plano de prisão e execução de autoridades.

 

Reunião na casa de Braga Netto

 

Enquanto Mauro Cid afirma que o encontro na casa do ex-ministro foi previamente agendado para debater medidas contra a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Braga Netto alega que o tenente-coronel apareceu de surpresa em seu apartamento funcional, em Brasília, acompanhado dos coronéis Hélio Ferreira Lima e Rafael Martins de Oliveira, das Forças Especiais do Exército, os chamados "kids pretos".

 

Mauro Cid reiterou na acareação que os militares se reuniram para conversar sobre a "insatisfação" com o resultado das eleições. O tenente-coronel alega que não acompanhou o teor das conversas porque saiu antes do fim do encontro para preparar uma reunião para Bolsonaro. Já Braga Netto disse que os coronéis foram apenas cumprimentá-lo e que todos foram embora juntos.

 

Mudança de versão

 

A defesa de Braga Netto questionou Mauro Cid nesta terça a respeito da alteração em sua versão sobre a reunião. No primeiro depoimento à Polícia Federal, ele declarou que a reunião na casa do ex-ministro ocorreu apenas porque Rafael Martins queria "tirar uma foto" com o general.

 

O tenente-coronel justificou que, em um primeiro momento, "pareceu que a reunião era mais uma no sentido de mostrar a insatisfação contra o resultado das eleições, porém que não passaria de mais uma bravata". Cid alegou que percebeu que o encontro era "algo mais sério" quando tomou conhecimento do plano "Punhal Verde e Amarelo", que previa a execução de autoridades como Lula, Geraldo Alckmin (PSB) e Alexandre de Moraes.

 

Entrega de dinheiro

 

Mauro Cid alega ter recebido uma sacola de vinho com dinheiro das mãos do general no Palácio do Alvorada. Os recursos seriam usados para bancar os acampamentos em frente aos quartéis, segundo o tenente-coronel. Braga Netto nega ter entregado dinheiro ao ex-ajudante de ordens.

 

Nesta terça, Mauro Cid afirmou que a sacola estava lacrada e que não chegou a ver o dinheiro, mas que o próprio Braga Netto afirmou que a quantia deveria ser usada para bancar os acampamentos. Ele afirmou que calculou o valor aproximado pelo peso da sacola, mas que em momento nenhum ela foi aberta.

 

O ex-ajudante de ordens também afirmou que não mencionou a transação no primeiro depoimento porque ainda estava em "choque" após as prisões de antigos aliados na investigação.

 

Questionado pela defesa de Braga Netto sobre o local exato da entrega do dinheiro, Mauro Cid não soube responder. Disse que poderia ter sido em uma das três áreas onde mais transitava no Palácio do Alvorada: a garagem privativa, a sala da ajudância de ordens ou o estacionamento ao lado da piscina.

 

"Também indagado pelo advogado do réu Braga Netto, o réu colaborador, disse se recordar que o dinheiro foi recebido pela manhã, sem exatamente lembrar o horário, e que a entrega não foi presenciada por mais ninguém e que não possui provas materiais do recebimento do dinheiro", diz um trecho da ata da acareação.

 

A audiência não foi gravada por determinação do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, para "evitar pressões indevidas, inclusive por meio de vazamentos pretéritos do que seria ou não perguntado aos corréus".

O secretário do Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, criticou nesta quarta-feira, 25, o testemunho do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, ao Congresso, realizado na terça-feira, 24. Lutnick defendeu que as taxas de juros norte-americanas deveriam ser cortadas devido ao ambiente de baixa inflação e "aumento impressionante de receita" graças a tarifas.

 

"Juros mais baixos reduzirão o nosso déficit ao diminuir os custos de empréstimo, e vão acelerar o crescimento econômico impulsionando ainda mais a receita tributária. Ganho, ganho, ganho", escreveu o secretário, em publicação no X.

 

Lutnick acusou Powell de exagerar ao apontar que as novas políticas tarifárias podem aumentar a inflação, observando que não houve materialização de qualquer impacto nos últimos dois meses e meio. "Ele evita discutir o aumento incrível de receita com as tarifas", disse, estimando que o governo americano recebe ao menos US$ 30 bilhões por mês com as novas políticas.

 

O secretário repetiu ofensas do presidente dos EUA, Donald Trump, a Powell, chamando-o de "perdedor" por manter "a taxa de juros mais elevada para um país de primeira classe por ter medo demais de agir". "Cada corte de 1% economizaria centenas de bilhões de dólares em pagamentos de juros", afirmou.

 

E frisou: "Jerome Powell - seu trabalho é ajudar os americanos, não machucá-los, então faça seu trabalho e CORTE nossas taxas de juros absurdas em sua próxima reunião."

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), pautou também para esta quarta-feira, 25, o projeto de lei (PL) que isenta do Imposto de Renda quem ganha até dois salários mínimos. A agenda de votação foi anunciada por Motta em seu perfil na rede X, antigo Twitter, às 23h35 da terça-feira, 24.

 

A agenda inclui o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que derruba o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) do governo Lula e mais duas medidas provisórias: a MP que autoriza o uso de até R$ 15 bi por ano do Fundo Social para habitação popular e permite ao governo leiloar óleo e gás excedente, com potencial de arrecadar até R$ 20 bi e a MP que permite a contratação de crédito consignado por trabalhadores do setor privado.

 

IOF

 

O impasse em torno do aumento do IOF rendeu, em menos de um mês, três decretos diferentes do governo Lula. O primeiro foi publicado em 22 de maio, quando o governo elevou a alíquota sobre empresas, previdência privada e operações de câmbio. Após pressão do setor financeiro, no mesmo dia o governo recuou e desistiu da tributação de aplicações de fundos brasileiros no exterior, publicando um novo decreto.

 

Após críticas do Congresso e do setor privado, em 11 de junho o governo anunciou um terceiro decreto com mais recuos no IOF e uma medida provisória (MP) com propostas alternativas de compensação. As medidas referentes ao IOF, publicadas em decreto, já estão em vigor.

 

Em 16 de junho, a Câmara aprovou um requerimento de urgência do projeto de decreto legislativo (PDL) para derrubar o decreto que aumenta o IOF. Por 346 votos a 97, os deputados decidiram acelerar a tramitação do texto, apresentado sob a narrativa de que a Casa não "aceita mais aumento de impostos sem corte de gastos". O requerimento de urgência é um instrumento que acelera a tramitação de uma proposta no plenário da Casa, sem precisar passar por comissões.

 

Na ocasião, Motta indicou que a votação da urgência do PDL era "muito simbólica sobre o sentimento da Casa" e repetiu que "há um esgotamento de medidas que vêm a procurar aumentar a arrecadação".

As vendas de moradias novas nos Estados Unidos caíram 13,7% em maio ante abril, para o ritmo anual sazonalmente ajustado de 623 mil unidades, segundo pesquisa divulgada pelo Departamento do Comércio do país nesta quarta-feira, 25. O resultado ficou abaixo da expectativa de analistas consultados pela FactSet, que previam recuo de 7,2% nas vendas.

 

Na comparação anual, as vendas de moradias novas tiveram queda de 6,3% em maio.

 

O dado de vendas de abril sofreu revisão para baixo, de 743 mil para 722 mil unidades.

O governo federal enviou nesta quarta-feira, 25, ao Congresso Nacional um pedido de abertura de crédito suplementar no valor de R$ 686 milhões, com o objetivo de acomodar o programa educacional Pé-de-Meia no Orçamento de 2025, conforme antecipou a Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

 

Na prática, a medida implica um corte equivalente em despesas discricionárias, em cumprimento à decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), que determinou ao Executivo a adoção de providências, em até 120 dias, para adequar o programa às regras orçamentárias. O prazo estabelecido pelo TCU à equipe econômica se encerrou nesta quarta-feira.

 

A Broadcast apurou que o Ministério da Educação (MEC) solicitou esse valor de crédito suplementar com base na projeção de que todos os recursos já alocados no fundo do Pé-de-Meia serão executados ainda em 2025. Para fechar as contas do ano, portanto, seria necessário complementar o orçamento com esse valor adicional de R$ 686 milhões. Ao todo, o programa conta com cerca de R$ 12 bilhões em recursos, mas apenas R$ 1 bilhão foi incluído na Lei Orçamentária de 2025. O restante está alocado em um fundo privado, que opera fora do Orçamento.

 

A reportagem mostrou que técnicos de Orçamento do Legislativo já avaliavam que, mesmo que o programa fosse incorporado na peça orçamentária deste ano, o valor tenderia de fato a ser bastante reduzido, já que, até o Congresso deliberar sobre o tema, o programa continuará sendo operado fora fluxo orçamentário, conforme permitido pelo TCU. A Corte de Contas determinou que a execução do programa poderá ocorrer fora do Orçamento enquanto o tema não for decidido pelo Legislativo.

 

Como a tentativa do Executivo de incluir o Pé-de-Meia na medida provisória que substitui o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) - ao enquadrar o programa entre as despesas que compõem o piso constitucional da Educação - não atendeu integralmente aos critérios definidos pelo TCU, foi necessário enviar ainda neste ano um crédito com a substituição de despesas.

 

Na prática, a ação prevista na MP atende apenas parcialmente à determinação da Corte de Contas, ao prever que a despesa com o programa Pé-de-Meia será incorporada ao Orçamento e submetida às regras fiscais. No entanto, ainda é necessário indicar a fonte dos recursos, uma vez que o programa, atualmente, é operado fora do Orçamento.

 

Reforma tributária

 

O governo também enviou nesta quarta ao Congresso um pedido de abertura de crédito suplementar de R$ 8,3 bilhões para destinar ao Fundo de Compensação de Benefícios Fiscais (FCBF), criado pela reforma tributária.

 

O texto constitucional aprovado pelo Congresso previu a extinção gradual dos benefícios fiscais ligados ao ICMS e ao ISS, sendo que as alíquotas desses tributos serão reduzidas entre 2029 e 2032, com extinção total em 2033. O FCBF foi criado para compensar a perda de arrecadação de Estados e do Distrito Federal durante essa transição.

 

Como na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025 consta apenas R$ 80,9 milhões de transferência para o fundo, é necessário abrir um crédito suplementar para alcançar o valor exigido pela Emenda Constitucional. Essa despesa tem natureza financeira, o que significa que não impacta o resultado primário e não está sujeita aos limites de despesas primárias fixados pelo arcabouço fiscal.

Uma prática cada vez mais comum entre brasileiros com dificuldade de acesso ao crédito é o chamado “empréstimo de nome” — quando uma pessoa faz compras utilizando os dados ou cartões de outra. Segundo levantamento do SPC Brasil e da CNDL, 29% dos consumidores já utilizaram o nome de terceiros para realizar compras, revelando um cenário preocupante do ponto de vista financeiro e social.

A principal motivação para isso é a recusa de crédito: 24% afirmaram ter recorrido ao nome de outra pessoa por não conseguirem aprovação em seu próprio nome. Além disso, 21% pediram emprestado o cartão de crédito de parentes ou amigos.

Apesar do risco de endividamento para quem cede o nome, 84% dos entrevistados garantem que já quitaram ou mantêm as parcelas em dia. No entanto, especialistas em finanças alertam que essa prática pode trazer sérias consequências — inclusive o comprometimento da pontuação de crédito do titular do nome caso a dívida não seja paga corretamente.

Quem empresta mais?

Segundo os dados, os pedidos de nome emprestado costumam ser feitos a:

  • Cônjuges (26%)

  • Pais (18%)

  • Irmãos (18%)

  • Amigos (15%)

Os produtos mais adquiridos nessas transações são:

  • Roupas, calçados e acessórios (16%)

  • Eletrônicos (15%)

  • Compras de supermercado (15%)

Riscos e recomendações

Para o economista César Bergo, do Conselho Federal de Economia, o empréstimo de nome é sempre um risco. “É uma relação de confiança, mas que pode se romper com um simples atraso. O ideal é que quem precisa busque alternativas como crédito consignado ou renegociação com instituições financeiras, sem comprometer terceiros”, explica.

Organizações de defesa do consumidor também alertam para o risco de golpes e fraudes em compras feitas por terceiros. A recomendação é evitar ao máximo o uso do nome de outra pessoa, mesmo que haja confiança, e buscar educação financeira como forma de conquistar autonomia e segurança no consumo.

A China afirmou que responderá à decisão de Taiwan de adicionar várias empresas chinesas, incluindo a Huawei, a uma lista de controle de exportação que restringe seu acesso a tecnologia avançada. "Tomaremos medidas enérgicas para proteger a ordem normal de intercâmbio econômico e comercial através do estreito", disse Zhu Fenglian, porta-voz do Escritório de Assuntos de Taiwan, em uma coletiva nesta quarta-feira, sem dar mais detalhes.

 

Zhu afirmou que um "bloqueio tecnológico não pode parar o ritmo da inovação científica e tecnológica na China continental" e que isso apenas prejudicará as empresas taiwanesas.

 

O Escritório de Assuntos de Taiwan faz parte do Conselho de Estado da China.

 

No início deste mês, a Administração de Comércio Internacional, sob o Ministério de Assuntos Econômicos de Taiwan, anunciou a adição de 601 entidades a uma lista de sanções e controle, incluindo a Huawei Technologies e a Semiconductor Manufacturing International Corp. As empresas taiwanesas precisarão obter uma licença se quiserem fazer negócios com as duas empresas chinesas.

 

A medida ocorre em meio a tensões entre Pequim e Washington sobre tecnologia avançada, com os EUA buscando restringir o acesso de algumas empresas a certas tecnologias.

 

Huawei e SMIC não responderam aos pedidos de comentário. Os pedidos de comentário ao Ministério das Relações Exteriores de Taiwan e a autoridades comerciais não foram imediatamente respondidos. Fonte: Dow Jones Newswires*.

 

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

O elenco do Porto foi recebido sob protestos da torcida no desembarque no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, em Portugal, na terça-feira. Os portugueses criticaram o desempenho do clube no Mundial de Clubes, disputado nos Estados Unidos.

 

A equipe desembarcou em solo português na madrugada de terça. Os atletas foram insultados por dezenas de torcedores que estavam na região do aeroporto. Em determinado momento, quando o ônibus da delegação deixava o local, alguns torcedores se aproximaram do veículo para cobrar os jogadores. Policiais tiveram que intervir. Segundo a imprensa de Portugal, a polícia teve que usar balas de borracha para contornar a tensa situação.

 

O Porto encerrou a competição no terceiro lugar do Grupo A, com dois pontos. A chave ainda contava com Palmeiras, Inter Miami e Al-Ahly. Os times brasileiro e americano avançaram às oitavas de final.

 

O time português estreou no Mundial de Clubes com um empate em 0 a 0 com o Palmeiras. Depois, perdeu de virada para o Inter Miami, por 2 a 1. Na terceira rodada, a equipe europeia empatou em 4 a 4 com o Al-Ahly em um duelo frenético.

A direção do Barcelona oficializou nesta quarta-feira que o time voltará a jogar em seu tradicional estádio no dia 10 de agosto. O reformado Camp Nou vai receber o Troféu Joan Gamper, partida amistosa que costuma dar o pontapé inicial da temporada da equipe catalã.

 

O retorno de Lamine Yamal e companhia ao estádio encontrará um Camp Nou parcialmente pronto. A reforma, que começou há dois anos, ainda está em processo de execução. E somente parte das arquibancadas será liberada para a torcida.

 

De acordo com o clube, ainda estão em processo de conclusão "a construção da nova terceira arquibancada, o duplo anel VIP, a instalação da cobertura, assim como a adaptação final de alguns espaços interiores e a urbanização exterior do entorno do estádio".

 

O time catalão vinha jogando no estádio Olímpico de Montjuic, também em Barcelona. Nesta casa temporária, a equipe do técnico Hansi Flick faturou o título do Campeonato Espanhol e da Copa do Rei e alcançou a semifinal da Liga dos Campeões na última temporada europeia.

 

A longa reforma do Camp Nou contou com atraso na entrega. A previsão inicial era de que o estádio estivesse em condições de sediar jogos, mesmo com abertura parcial, em novembro de 2024. Em fevereiro deste ano, uma nova estimativa foi feita, de retorno até o fim da última temporada, com perspectiva de receber até 60 mil torcedores. Mas essa previsão também não foi atingida.

 

As obras pretendem alcançar objetivo ambicioso do clube catalão: ter o estádio com a maior capacidade da Europa. Assim, a previsão é de que o renovado Camp Nou possa receber 105 mil torcedores. A capacidade anterior já se destacava no continente, com 99.354 assentos.

 

Em fevereiro deste ano, ao fazer a segunda previsão sobre entrega (não cumprida), o clube informou que a reforma deve se estender ao longo da próxima temporada, para instalação de uma cobertura total para o estádio até junho do ano que vem.

 

O Camp Nou é um candidato potencial para sediar a final da Copa do Mundo de 2030, que a Espanha organizará em conjunto com Portugal e Marrocos, além do trio de sul-americanos formado por Argentina, Uruguai e Paraguai.

A Federação Alemã de Futebol foi condenada por evasão fiscal nesta quarta-feira no caso judicial que começou com uma suspeita de corrupção no processo de escolha do país para sediar a Copa do Mundo de 2006. Na prática, a suspeita de compra de votos se tornou um caso de sonegação de impostos, gerando uma multa à entidade alemã.

 

A decisão desta quarta encerrou um processo que durou cerca de 10 anos motivado por alegações de que a Alemanha usou um fundo secreto para comprar votos de membros do então Comitê Executivo da Fifa para garantir a realização do torneio no país europeu.

 

Um tribunal regional de Frankfurt multou a federação, conhecida pela sigla alemã DFB, em 110 mil euros, cerca de R$ 702 mil ao fim de um julgamento de quase 16 meses, após o término do processo de investigação. Os promotores pressionavam por uma multa maior após acusarem a DFB de não pagar aproximadamente 2,7 milhões de euros em impostos relacionados ao pagamento de 6,7 milhões de euros à Fifa, em abril de 2005.

 

Esse pagamento liquidou um empréstimo que o alemão Franz Beckenbauer, chefe do comitê organizador da Copa do Mundo, havia contraído três anos antes junto a Robert Louis-Dreyfus, ex-executivo da Adidas e então coproprietário da agência de marketing Infront.

 

O dinheiro foi canalizado por meio de um escritório de advocacia suíço para uma empresa do Catar pertencente a Mohammed Bin Hammam, então membro do Comitê Executivo da Fifa. O objetivo exato do dinheiro nunca foi determinado.

 

Theo Zwanziger, que era presidente da DFB na época, disse à revista Spiegel em 2015 que "havia com certeza um fundo secreto na candidatura alemã à Copa do Mundo". Ele acusou seu sucessor, Wolfgang Niersbach, de mentir sobre o assunto. Ambos faziam parte do comitê organizador da Copa do Mundo de 2006.

 

A DFB ocultou o reembolso do empréstimo como uma contribuição para uma festa de abertura da Copa do Mundo que acabou não acontecendo. E teria declarado falsamente o gasto como despesa comercial um ano depois.

 

Zwanziger, Niersbach e o secretário-geral da DFB, Horst R. Schmidt, foram inicialmente acusados no julgamento. O processo contra os três, que negaram as acusações de evasão fiscal, acabou sendo arquivado após o pagamento de multas.

 

"O tribunal está certo, sem dúvida, de que a DFB sonegou impostos e que os envolvidos toleraram isso", disse a juíza Eva-Marie Distler na quarta-feira, em comentários divulgados pela agência de notícias DPA. A DFB foi inicialmente multada em 130 mil euros, mas 20 mil euros foram dispensados devido a "atrasos processuais" no caso. A DFB tem uma semana para recorrer da decisão.

O Fluminense fecha a primeira fase do Mundial de Clubes nesta quarta-feira, às 16h (de Brasília), contra o Mamelodi Sundowns, da África do Sul, no Hard Rock Stadium, em Miami. Ao mesmo tempo, Borussia Dortmund e Ulsan HD jogam no TQL Stadium, em Cincinnati.

 

O Grupo F não tem nenhum dos times definidos para avançar às oitavas. A única certeza é de que o Ulsan não tem mais chances de classificação. Fluminense e Borussia têm quatro pontos cada, e o Mamelodi tem três.

 

Para classificar, o time de Renato Gaúcho precisa apenas de um empate. Mesmo uma derrota seria suficiente, mas apenas se combinada com um improvável revés do Borussia. A vitória, a depender do outro jogo, pode garantir a liderança.

 

A situação dos alemães é semelhante. Basta uma vitória para classificar, mas outros resultados também podem servir. Para o Mamelodi, apenas a vitória classifica, junto de uma, já provável, derrota do Ulsan.

 

Apesar da vitória na segunda rodada, o técnico Renato Gaúcho fez cobranças pela desatenção do time do Fluminense, que sofreu uma virada no final do primeiro tempo.

 

"Nós estávamos bem na partida, fizemos o gol, o que era importante e, no momento que tomamos o gol, teve a parada técnica, nosso time relaxou e acabamos tomando a virada. No intervalo, corrigi algumas coisas, cobrei outras, porque a coisa que mais converso com meu grupo é para eles ficarem focados nos 90 minutos. No momento que você não fica focado no trabalho, as coisas acontecem", reclamou Renato, em entrevista coletiva após a partida.

 

O próximo adversário é, em tese, o mais fraco do grupo. O treinador, contudo, não acredita em caminho fácil. "Será um jogo difícil, muito perigoso. Vamos nos preparar da mesma maneira que nos preparamos desde que chegamos. Temos de ter a mesma atenção que tivemos contra o Borussia. Sem a bola, vamos tomar os cuidados defensivos. Com a bola, vamos jogar e buscar o gol. Jamais vou preparar minha equipe para jogar pelo empate", garantiu o técnico.

 

Entretanto, pode ser que Renato precise preservar alguns jogadores. O regulamento do Mundial prevê suspensão por acúmulo de dois cartões amarelos. Nonato, Martinelli e Keno estão pendurados.

 

MAMELODI TAMBÉM FEZ FRENTE AO BORUSSIA E TENTA REPRESENTAR A ÁFRICA NAS OITAVAS

O time sul-africano chegou a abrir o placar no duelo contra os alemães. Apesar de ter sofrido a virada e ver o rival abrir vantagem, a equipe do técnico português Miguel Cardoso competiu até o fim.

 

"Entendemos que podemos competir com esses tipos de time (mais potentes). Essa é a perspectiva que levaremos para a próxima partida e que possamos competir novamente", avaliou o comandante.

 

"Eu sei que a África do Sul vem, há muito tempo, pedindo por um futebol bonito, para que possamos alcançar nossa própria identidade. Sempre fomos e seremos fortes, resilientes e corajosos", completou.

 

O Mamelodi Sundowns é a base da seleção sul-africana, líder do seu grupo nas eliminatórias africanas para a Copa do Mundo de 2026. Na Data Fifa de março, nove atletas do clube foram convocados. Já no começo de junho, eles foram preservados, já visando o Mundial.

 

É um brasileiro, porém, o astro do time. O atacante Lucas Ribeiro é o artilheiro da equipe na temporada, com 21 gols em 49 jogos. O maranhense fez grande parte da carreira no futebol belga. Ele marcou uma vez no Mundial, contra o Borussia.

 

Os times classificados no Grupo F enfrentam os dois melhores do Grupo E. O líder da chave é o River Plate, que joga contra a Inter de Milão, segunda colocada. O Monterrey ainda tem chances de avançar e joga contra o já eliminado Urawa Reds Diamons. Ambos os jogos são às 22h (de Brasília).

 

FICHA TÉCNICA

 

MAMELODI SUNDOWNS X FLUMINENSE

 

MAMELODI - Ronwen Williams; Khuliso Mudau, Keanu Cupido, Grant Kekana e Divine Lunga; Teboho Mokoena, Themba Zwane e Marcelo Allende; Lucas Ribeiro, Tashreeq Matthews e Iqraam Rayners. Técnico: Miguel Cardoso.

 

FLUMINENSE - Fábio; Samuel Xavier, Thiago Silva, Freytes e Fuentes; Bernal e Hércules; Jhon Arias, Ganso e Serna. Cano. Técnico: Renato Gaúcho.

 

ÁRBITRO - Anthony Taylor (ING).

 

HORÁRIO - 16h (de Brasília).

 

LOCAL - Hard Rock Stadium, em Miami.

Filipe Luis sabe da dificuldade que o Flamengo vai enfrentar, domingo, em Miami, diante do Bayern de Munique, pelas oitavas de final do Mundial de Clubes. O treinador elogiou muito o adversário alemão.

 

"Bayern faz parte desta elite. Gigante, colosso europeu. Dominador e dono de um elenco extraordinário, com treinador excelente. Um time que nos dá ideias para copiar, mas em um jogo tudo pode acontecer", disse o técnico flamenguista, nesta terça-feira, após o empate por 1 a 1 com o Los Angeles na final da primeira fase.

 

Filipe Luis não adiantou o que vai planejar para o jogo decisivo contra a equipe alemã. "Não decidi nada para o jogo com o Bayern. Vou estuar primeiro antes de decidir", afirmou.

 

O técnico gostou da produção do Flamengo no empate com o Los Angeles. "Fizemos um grande jogo. Várias chances, marcamos alto, controlamos o jogo, tivemos posse de bola e sempre vertical, mas infelizmente a boa não entrou. Mas saímos com força de não ter perdido e sem lesão."

O Corinthians assinou nesta terça-feira um memorando para renovar o contrato com a Nike como fornecedora esportiva do clube. O novo acordo será válido até 2036, estendendo a parceria que começou em 2003.

 

O contrato prevê pagamento de R$ 59 milhões por ano ao Corinthians. É praticamente o dobro do que recebia até então. Outra mudança é que os vencimentos serão corrigidos anualmente.

 

Desta forma, o Corinthians tem expectativa de fechar os 10 anos acumulando um valor semelhante ao que foi oferecido pela Adidas, algo próximo de R$ 1 bilhão. A renovação foi noticiada inicialmente pelo ge e confirmada pelo Estadão.

 

A aproximação do Corinthians com a Adidas se deu durante a gestão de Augusto Melo, atualmente afastado. Quando Osmar Stabile assumiu interinamente, ele adotou um discurso de valorização dos parceiros do clube.

 

O acordo com a marca americana previa que o clube tem de avisar antecipadamente sobre uma negociação com uma empresa concorrente. Uma reunião com representantes da Nike foi realizada na última semana e uma contraproposta ficou de ser feita pela empresa americana.

 

Caso o clube optasse pela Adidas, o Corinthians poderia ter de arcar com uma briga judicial com a Nike. A gestão de Augusto Melo estava disposta a bancar a decisão, o que não seguiu com Stabile.

 

Os detalhes do contrato não foram divulgados. Fontes ouvidas pela reportagem garantem que o contrato é comercialmente melhor para o clube.

 

Também foi discutida uma melhor entrega de material para os torcedores, que reclamavam da falta de camisas nas lojas. Sucesso entre os corintianos, a camisa all black lançada no ano passado passou bastante tempo esgotada em parte dos pontos de venda.

 

O contrato anterior entre Corinthians e Nike havia sido renovado automaticamente até o fim de 2029, mesmo sem discussão entre as partes para aplicação de melhorias. A direção comercial já aprovou o layout da camisa da temporada 2026.

 

Entretanto, o clube argumentava que a empresa transferiu sua operação no Brasil para a Fisia Esportes. Assim, o Corinthians apontava quebra de cláusula, o que invalidaria a extensão. A questão está resolvida com o novo acordo.

Finanças

As Melhores

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"Sempre somos a solução, nunca o problema", disse o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sanchez, nesta quarta-feira (25) em resposta indireta a críticas recentes do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre os níveis de gasto em defesa de aliados europeus. Após ser questionado sobre as declarações do republicano, durante coletiva na cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Sanchez afirmou: "ainda não tive chance de falar com Trump" no evento.

 

O premiê defendeu o nível atual de investimento em defesa do país, sem se comprometer explicitamente com a meta de 5% do PIB estabelecida pela Otan. "Consideramos suficiente e compatível o investimento atual da Espanha", afirmou. Mais cedo, no entanto, um comunicado divulgado pela aliança militar afirma que todos os aliados se comprometeram com a nova meta de gastos com o setor.

 

Sanchez assegurou, no entanto, que a Espanha irá "cumprir metas de capacidade acordadas na cúpula", em referência aos compromissos firmados entre os aliados. Segundo estimativas do Ministério da Defesa e das Forças Armadas do país ibérico, mencionadas pelo premiê, alcançar esses objetivos exigiria gastos equivalentes a 2,1% do PIB.

 

Ele também agradeceu aos aliados pela compreensão frente às "particularidades" espanholas. "Quero agradecer aos membros da aliança por respeitar nossa soberania", disse.

 

Sanchez antecipou ainda sua expectativa para os debates no Conselho da União Europeia (UE), que começam nesta quinta-feira (26). "Esperamos que amanhã no Conselho da UE falemos menos sobre porcentagens do PIB e mais sobre coprodução e compras conjuntas", concluiu.

O secretário de Estado americano, Marco Rubio, afirmou que os Estados Unidos continuarão a engajar com a Rússia, em entrevista para o Politico, nesta quarta-feira. "Se houver uma oportunidade para fazer a diferença e levá-los à mesa de negociações, vamos aproveitá-la", defendeu.

 

Rubio disse ainda que o presidente dos EUA, Donald Trump, irá contrariar os apelos da Europa para aumentar as sanções à Rússia pela guerra com a Ucrânia porque os americanos ainda querem espaço para negociar um acordo de paz.

 

"Não tiramos nenhuma sanção à Rússia, todas ainda 'estão no lugar'. No entanto, se fizéssemos o que todos querem que façamos, que é entrar e esmagá-los os russos com mais sanções, provavelmente perderíamos nossa capacidade de falar com eles sobre o cessar-fogo e, então, quem estaria falando com eles?", ponderou.

 

De acordo com o secretário, Trump "saberá o momento e o lugar certos" para novas medidas econômicas.

O vice-chefe do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, classificou a União Europeia (UE) como "uma organização globalista politizada e ferozmente russofóbica", em mensagem no Telegram, nesta quarta-feira (25).

 

De acordo com o representante russo, os europeus "sonham com uma vingança" contra Moscou e os "políticos idiotas" do bloco "têm feito todos os esforços para conseguir isso".

 

"Bruxelas hoje é uma verdadeira inimiga da Rússia. A União Europeia representa uma ameaça para nós não menor do que a Aliança do Atlântico Norte (Otan)", escreveu Medvedev, ao dizer que o bloco está "abarrotado de armas".

A acne é um dos problemas de pele mais comuns no mundo, afetando principalmente adolescentes, mas também persistindo ou surgindo na fase adulta. Trata-se de um processo inflamatório das glândulas sebáceas e dos folículos pilossebáceos, resultando nos temidos cravos, espinhas, nódulos e cistos.

Principais causas

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a acne pode ser desencadeada por uma série de fatores, incluindo:

  • Alterações hormonais (como na adolescência e no ciclo menstrual);

  • Produção excessiva de sebo pela pele;

  • Acúmulo de bactérias, como a Propionibacterium acnes;

  • Fatores emocionais, como estresse e ansiedade;

  • Cansaço e fadiga crônica;

  • Herança genética (histórico familiar de acne).

Áreas mais afetadas

As regiões mais comumente atingidas são rosto, ombros, peito, costas e braços — locais com maior concentração de glândulas sebáceas.

Como a acne se desenvolve?

  1. A pele produz queratina e sebo em excesso, que se acumulam nos poros.

  2. Os poros ficam obstruídos e impedem a liberação de células mortas e sebo.

  3. Cravos se formam e bactérias se proliferam, levando à inflamação.

  4. O quadro pode evoluir para espinhas inflamadas, nódulos e até cicatrizes permanentes.

Dicas para prevenção e tratamento

  • Higienização: lavar o rosto duas vezes ao dia com sabonete neutro e água morna.

  • Evite manipular as lesões: espremer espinhas aumenta inflamações e causa cicatrizes.

  • Maquiagem adequada: escolha produtos "oil-free" e não comedogênicos.

  • Remoção diária da maquiagem com sabão e água morna.

  • Homens com acne no rosto devem preferir barbeadores elétricos; se usarem lâmina, é recomendável amaciar os pelos antes.

Para casos moderados a graves, o acompanhamento com dermatologista é essencial. O tratamento pode incluir uso de antibióticos, ácidos tópicos, retinoides e, em casos específicos, medicamentos via oral como a isotretinoína.

Cuidar da pele é um investimento em saúde e autoestima. Com hábitos corretos e orientação profissional, é possível controlar a acne e minimizar suas marcas físicas e emocionais.

De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria Médica, Odontológica e Hospitalar (Abimo), todos os anos, aproximadamente 2,4 milhões de próteses dentárias são disponibilizadas para pacientes que buscam a reabilitação oral. Isso representa o triplo do número de implantes realizados, que, não ultrapassam 800 mil em nosso país.


Para o dentista Daniel Borges, optar por uma prótese dentária normalmente representa um investimento bem menor do que a realização de um implante. "Além da questão financeira, a prótese tem menos etapas clínicas, ou seja, menos consultas. A facilidade de manutenção e o uso de materiais mais simples também são pontos positivos quando pensamos na economia", afirma o dentista.


Ainda segundo Borges, outra vantagem da prótese em relação ao implante é que ela dispensa cirurgia, o que torna o tratamento mais simples, rápido e confortável para a maioria dos pacientes. "Trata-se de um procedimento minimamente invasivo, que não exige nenhum tipo de incisão na gengiva ou perfuração do osso. Todo o processo é feito com moldagens, ajustes e provas, sem necessidade de bisturi, anestesia profunda ou pontos cirúrgicos, como ocorre na colocação de implantes. O risco menor de complicações é evidente", explica.


Em situações em que o paciente precisa recuperar o sorriso rapidamente — como em eventos, compromissos profissionais ou bem-estar psicológico — as próteses também oferecem uma reabilitação quase imediata, muitas vezes com soluções provisórias no mesmo dia. "No tratamento com implantes, após a cirurgia para instalar o pino de titânio no osso, é preciso aguardar o processo de osseointegração — que pode levar de 3 a 6 meses, dependendo do caso. Já as próteses tradicionais podem ser entregues em dias ou poucas semanas, após as moldagens e provas", avalia Borges.


Pacientes portadores de doenças sistêmicas como diabetes mellitus descompensado, hipertensão severa, insuficiência renal, imunossuprimidos ou em tratamento com anticoagulantes têm contraindicações relativas ou absolutas para cirurgias invasivas, como a instalação de implantes. Nesses casos, por conta da manutenção da saúde, a indicação de próteses também é a melhor recomendação.


Creme fixador é indispensável para o melhor uso das próteses


O uso de cremes fixadores, como o Fixodent, pode oferecer uma sensação extra de estabilidade, aumentando a confiança do paciente no dia a dia. "Para manter a prótese mais firme, evitando deslocamentos e a sensação de insegurança, é fundamental usar um creme fixador, como o Fixodent, que traz mais firmeza e tranquilidade emocional", finaliza o dentista.


Com fixação prolongada de até 13 horas, o produto promove mais confiança para comer, sorrir e falar, é o que garante Carlos Alberto Dimarzio Filho, Gerente Geral da Euroart Import, importadora oficial do Fixodent. "Escolher um bom fixador é questão de qualidade de vida, é a garantia de que a prótese ficará firme, evitando problemas e desconfortos", comenta.

O sedentarismo tem se consolidado como um dos maiores desafios à saúde pública entre adolescentes e jovens adultos no Brasil. De acordo com um estudo recente do Instituto Nacional de Cardiologia (INC), mais de 60% dos brasileiros entre 15 e 29 anos não praticam a quantidade mínima de atividade física recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 150 minutos por semana. O dado acende um alerta para os riscos futuros de doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes tipo 2 e até transtornos emocionais, como ansiedade e depressão.

O fenômeno, segundo especialistas, está ligado a uma combinação de fatores: a alta exposição a telas, a diminuição das atividades ao ar livre, o aumento do tempo de trabalho e estudo remoto, além da precariedade do acesso a espaços públicos seguros e gratuitos para a prática esportiva. “Estamos diante de uma geração que, apesar de conectada, se movimenta cada vez menos. E isso trará consequências sérias nas próximas décadas”, afirma a cardiologista Dra. Denise Horta, pesquisadora do INC.

Para tentar reverter esse cenário, campanhas educativas vêm sendo promovidas por escolas, universidades e instituições de saúde em todo o país. Iniciativas como “Movimenta Jovem”, do Ministério da Saúde, e programas municipais de incentivo ao uso de bicicletas, caminhadas e esportes coletivos buscam reconectar os jovens com a importância da atividade física como parte da rotina. Além disso, médicos defendem que a prática de exercícios deve ser incorporada ao discurso sobre bem-estar mental, uma vez que há evidências sólidas sobre os benefícios da atividade física na regulação do humor e na prevenção de quadros depressivos.

O desafio, no entanto, não é apenas individual. Envolve políticas públicas de urbanismo, mobilidade, educação e saúde integradas, que promovam o movimento como um direito social. A médio e longo prazo, o combate ao sedentarismo será fundamental para garantir uma população mais saudável, produtiva e resiliente — e o esforço precisa começar agora.

A 27ª edição da Bienal Internacional do Livro de São Paulo superou expectativas em 2025 e confirmou a força da literatura no cenário cultural brasileiro. Com mais de 850 mil visitantes ao longo de dez dias, o evento realizado no Expo Center Norte se consolidou como um dos maiores da América Latina, reunindo editoras, autores, leitores, educadores e agentes literários em torno de um mercado em transformação.

O tema deste ano — “Ler o Mundo” — destacou o papel da literatura como ferramenta de empatia, conhecimento e diversidade. A programação incluiu mais de 400 atividades culturais, entre mesas de debate, oficinas, lançamentos e encontros com autores nacionais e internacionais. Chamaram a atenção o espaço dedicado às literaturas indígenas e afro-brasileiras e a presença recorde de autores LGBTQIA+, mulheres e escritores periféricos, reforçando o compromisso do evento com a representatividade.

Outro destaque foi o crescimento da participação de jovens leitores. O pavilhão infantojuvenil registrou aumento de 30% na circulação de visitantes em comparação à edição anterior, impulsionado por parcerias com escolas públicas e privadas. Plataformas digitais, booktokers e clubes de leitura também tiveram papel central na divulgação de títulos, ampliando o diálogo entre a literatura e o universo online.

O mercado editorial, que enfrentou retração nos últimos anos, deu sinais de recuperação. Editoras independentes relataram crescimento expressivo nas vendas durante o evento, e as grandes casas confirmaram o bom momento do setor, apostando em autores brasileiros contemporâneos e reedições de clássicos com novas abordagens.

Para a curadora da Bienal, Laura Mendes, a edição de 2025 marca “uma virada de chave”. “O livro volta a ocupar um espaço central na vida cultural do brasileiro, e não apenas como objeto de consumo, mas como símbolo de reflexão e pertencimento”, afirmou.

A Bienal do Livro de São Paulo mostrou que, em meio a um mundo cada vez mais digital e fragmentado, a literatura continua sendo uma ponte poderosa entre gerações, culturas e ideias. E seu papel no fortalecimento da educação, da imaginação e da democracia nunca foi tão urgente.

O espetáculo Fuga, criação da Frente Coletiva, estreia no dia 04 de julho no Sesc Belenzinho. A montagem mistura diferentes linguagens artísticas para propor uma imersão nos efeitos da crise climática. A estreia acontece dia 04 de julho, com sessões às sextas e sábados, às 20h, e aos domingos e feriados, às 18h, até 03 de agosto, com sessões às quintas a partir de 17 de julho. Os ingressos variam de R$15 a R$50.
 

Idealizado pela diretora geral e encenadora Beatriz Barros e pela produtora e atriz Jennifer Souza, o espetáculo parte da premissa de que o capitalismo é um dos motores da degradação ambiental e das desigualdades sociais que dela decorrem. Desde 2023, as criadoras em conjunto com a Frente Coletiva (coletivo de artistas transdisciplinares) pesquisam o tema, tendo como ponto de partida o romance Parábola do Semeador, da escritora afro-americana Octavia Butler (1947–2006), referência central do afrofuturismo. Publicado em 1993, o livro retrata o mundo em 2025 em puro colapso climático, e essa atmosfera foi o ponto de partida para a construção de narrativas mais próximas do cotidiano contemporâneo. "Usamos essa ideia como base para criar situações que o público pudesse reconhecer como parte de sua própria realidade", explica Beatriz.
 

A dramaturgia original - escrita por Louise Belmonte com colaboração da diretora e das intérpretes - se constrói por meio de uma linguagem cênica que provoca sensações físicas e emocionais: sons de chuvas intensas, trovões, falhas de energia, vento e água em cena criam um ambiente de instabilidade constante. Beatriz destaca que o som tem um papel fundamental nessa narrativa e que a presença da água no cenário interfere diretamente nas interpretações, tornando a encenação uma verdadeira orquestração de experiências sensoriais.
 

A história se passa dentro de um museu em São Paulo, durante uma tempestade que paralisa a cidade. Quatro trabalhadoras de um Museu ficam presas no trabalho, enquanto outras tentam chegar na instituição museológica à qualquer custo. Impedidas de retornar para casa por conta do desastre climático, elas seguem trabalhando ou seguem tentando chegar de qualquer forma ao trabalho, movidas pela urgência de garantir o sustento em meio ao caos. "Pois nem todas trabalhadoras trampam no museu e nem todas já estão lá, algumas estão tentando chegar ainda no trabalho".
 

Suas presenças no local revelam como o racismo ambiental afeta, de forma desigual, a população periférica. "Elas seguem trabalhando porque não têm escolha: a necessidade de garantir o sustento falou mais alto que o medo da catástrofe. Isso diz muito sobre o sistema em que vivemos", observa Jennifer, que também atua na peça ao lado de Julia Pedreira, Joy Catharina e Tricka Carvalho.
 

A encenação propõe uma espécie de visita mediada a esse museu fictício. O público acompanha, em tempo real, um dia de trabalho que é rompido por uma emergência climática. A estrutura dramatúrgica se transforma junto com a narrativa: o que começa como uma cena cotidiana evolui para um espaço extracotidiano, mais instável, quase apocalíptico. Jennifer destaca essa transição ao dizer que "o espetáculo começa com duas pessoas em seu ambiente de trabalho, mas aos poucos tudo se altera — a espacialidade, a relação com o corpo, o tom das falas". "O colapso também toma conta da linguagem", conclui.
 

Sobre a encenação

O trabalho corporal ganha cada vez mais importância ao longo da encenação. Por isso, Castilho trouxe em sua pesquisa práticas como mindfulness, terapia somática e atividades ao ar livre. Ao mesmo tempo, o grupo estudou a maneira como o corpo se comporta após eventos traumáticos, como catástrofes naturais.

 

O cenário concebido por Maíra Sciuto também usou os elementos naturais ao longo do espetáculo: água, vento, lama e até o meteorito de Bendegó, o maior encontrado no Brasil e que estava exposto no Museu Nacional, dominam a cena, contribuindo para a sensação de angústia do público.

 

A sonoplastia segue essa mesma linha, como se a natureza estivesse se comunicando. A trilha de Lua Oliveira brinca com o efeito da água e constrói uma espacialidade tridimensional no espaço cênico. "Pensamos em muitas coisas que pudessem deixar Fuga bem sensorial. Não queremos que os espectadores saiam indiferentes do teatro", defende Beatriz.

 

Para a Frente Coletiva, o apocalipse não é uma questão, porque o planeta já está em colapso. "A obra pretende dar forma a tudo que vemos e escutamos. De dizer que sim, ouvimos: cada queimada, cada deslizamento, cada espécie desaparecida, cada corpo que afunda", completa.

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa, disponibiliza feiras de troca e doação de livros nesta semana, começando na quarta-feira (25) com atividades que se estendem até sábado (28), em nove bibliotecas administradas pela pasta, sendo oito bibliotecas de bairro da Coordenadoria do Sistema Municipal de Bibliotecas (CSMB): Paulo Setúbal, Ricardo Ramos, Sérgio Buarque de Holanda, Cora Coralina, Jovina Rocha Álvares Pessoa, Paulo Sérgio Duarte Millet, Gilberto Freyre e Lenyra Fraccaroli, todas da zona leste da capital, e Biblioteca Mário de Andrade, na região central. A medida visa ampliar o acesso à leitura na cidade e ainda incentivar o uso continuado das bibliotecas como pontos culturais e de lazer.

O “Pegue, Leve e Leia” é um projeto de feira de doação de livros do Sistema Municipal de Bibliotecas, onde o munícipe pode retirar gratuitamente qualquer livro selecionado da estante. Reunindo todos os acervos das bibliotecas que farão parte da feira de doação, são mais de 200 títulos nacionais e internacionais que estarão disponíveis, desde ficção a biografia. Cada pessoa pode retirar até dois livros.

Todas as feiras de “Pegue, Leve e Leia” acontecem nas dependências das bibliotecas, com exceção da Sérgio Buarque de Holanda, que desta vez estará na Praça Itaquera, ao lado da biblioteca. Com horários de funcionamento diferentes entre as bibliotecas, confira abaixo a duração e o endereço de cada biblioteca e programe-se:

Biblioteca Mário de Andrade realiza tradicional feira de troca de livros

No último sábado de cada mês, a Biblioteca Mário de Andrade promove sua célebre Feira de Troca de Livros, marcada para acontecer neste sábado (28), das 14h às 17h, no Saguão da Estátua, também gratuito.

Com o objetivo da Feira fomentar a leitura e sua atividade, os frequentadores interessados são incentivados a trazerem livros de quaisquer gêneros literários, como poesia, romance policial, romance histórico, entre outros, desde que estejam em bom estado de conservação. Cada livro trazido dá o direito a outro título do mesmo gênero, de acordo com uma classificação dos organizadores da atividade. Não são aceitos livros didáticos e livros técnicos.

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