'Abin Paralela': governistas e opositores reagem ao indiciamento de Bolsonaro, Carlos e Ramagem

Política
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Na manhã desta terça-feira, 17, a Polícia Federal (PF) concluiu o inquérito sobre o aparelhamento da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para a espionagem de opositores durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). O indiciamento dos envolvidos no caso conhecido como "Abin paralela" provocou repercussões tanto de aliados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como de opositores ao governo.

A PF concluiu pelo indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin, e do vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL).

Carlos Bolsonaro se pronunciou nas redes sociais já nesta terça sobre seu indiciamento: "Alguém tinha alguma dúvida que a PF do Lula faria isso comigo?", ironizou o filho "02" do ex-presidente.

"Justificativa? Creio que os senhores já sabem: eleições em 2026? Acho que não! É só coincidência!", escreveu vereador no X (antigo Twitter).

Bolsonaro pretende lançar Carlos ao Senado por Santa Catarina, onde venceu o presidente Lula e mantém um dos governadores aliados.

Irmão de Carlos, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também reagiu ao inquérito, afirmando se tratar de uma "perseguição" contra a sua família. "Mais uma acusação mentirosa, sem pé nem cabeça", disse o senador na manhã desta terça-feira em seu perfil no X.

"Bastou ontem Carlos Bolsonaro ter se manifestado em suas redes sociais sobre a intenção de concorrer ao Senado e, hoje, a Polícia Federal vaza a notícia de seu indiciamento", escreveu Flávio.

Jair Bolsonaro compartilhou no Instagram uma publicação do deputado estadual de Santa Catarina Alex Brasil (PL), destacando que o indiciamento ocorre após Carlos Bolsonaro ser cotado para o Senado.

"Mais uma vez, a máquina estatal parece operar com uma precisão cirúrgica contra aqueles que desafiam o establishment", escreveu na legenda da publicação.

Governistas comemoram o inquérito da PF

Em contrapartida, políticos e figuras da esquerda reagiam positivamente ao inquérito da PF. O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) criticou o uso "de estruturas oficiais para fins privados e políticos".

O petista também afirmou que "a 'Abin Paralela' não era um desvio isolado, mas um instrumento da estratégia golpista de controle da informação, intimidação de opositores e manipulação da opinião pública", disse o deputado.

"Trata-se de mais uma evidência de que o bolsonarismo operou de forma coordenada para corroer as bases da democracia brasileira por dentro."

A deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) disse em seu perfil do X na manhã desta terça que "a 'Abin paralela' é mais uma peça do projeto bizarro de poder de Bolsonaro".

"Liderada por Carluxo e Ramagem, essa máquina ilegal espionou cidadãos, produziu dossiês clandestinos e atacou Judiciário, Legislativo, imprensa e até presidenciáveis. É caso grave de terrorismo de Estado", sustentou a deputada.

"Não adianta ficar de mimimi, vai todo mundo pra cadeia", escreveu o deputado federal André Janones (Avante-MG) no X, também na manhã desta terça.

Vereador de Belo Horizonte (MG) e sobrinho da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), Pedro Rousseff (PT) pediu "prisão preventiva dessa quadrilha", se referindo a Bolsonaro, Carlos e Ramagem. O mineiro também compartilhou em seu perfil do X uma foto dos três indiciados em preto e branco: "Tic-Tac", escreveu na legenda.

O deputado federal paulista Ivan Valente (PSOL) comemorou em seu perfil no X: "Indiciado de novo!", escreveu o parlamentar.

"A PF indiciou Jair Bolsonaro, o filho Carlos, Alexandre Ramagem e Luiz Fernando Corrêa, diretor da Abin no governo do golpista, no inquérito da 'Abin paralela', que invadiu celulares e computadores de pessoas e autoridades públicas, durante a gestão de Bolsonaro. Como eu sempre digo, vai ter cadeia!", declarou.

Deputada federal pelo Rio Grande do Sul, Maria do Rosário (PT) disse que "Bolsonaro transformou a Abin num covil de milícia digital. Usaram o Estado para espionar ilegalmente opositores, jornalistas e até os Três Poderes".

"Vergonha nacional! Agora, só resta uma resposta à altura: #SemAnistia para Golpistas!", disse a deputada.

Desde as investigações, o caso é conhecido como "Abin paralela". A Abin é um órgão destinado à produção de informações estratégicas ao Palácio do Planalto.

O inquérito da PF apurou a existência de um núcleo "paralelo", com a estrutura do órgão, para a produção de diligências que atendessem a interesses políticos e pessoais de Jair Bolsonaro e seus familiares. Entre as atividades ilícitas da "Abin paralela" estariam, segundo a PF, espionagens ilegais contra opositores do ex-presidente.

Também constam entre os indiciados o atual diretor-geral da Abin, o delegado federal Luiz Fernando Corrêa, nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o número dois do órgão, Alessandro Moretti.

A PF aponta que houve "conluio" entre a atual gestão da Abin e a direção anterior para evitar que os monitoramentos ilegais viessem a público. Corrêa é um nome de confiança do PT e já havia chefiado a PF entre 2007 e 2011, durante o segundo mandato de presidencial de Lula.

A PF também identificou uso do aparato paralelo para atividades do "gabinete do ódio", revelado pelo Estadão em 2019. O grupo, coordenado por Carlos Bolsonaro, especializou-se em difamar reputações de inimigos políticos de Jair Bolsonaro e disseminar informações falsas nas redes sociais.

Segundo a PF, entre os monitorados de forma ilegal, estão os ministros Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-governador de São Paulo João Doria, e os deputados federais Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Maia (União Brasil-RJ), ex-presidentes da Câmara.

Em outubro de 2023, a PF deflagou a Operação Última Milha, cujo nome faz referência ao software "espião" First Mile, desenvolvido por uma empresa israelense e especializado em rastreio de celulares. Segundo a investigação, o programa foi utilizado 60 mil vezes pela Abin entre 2019 e 2023, com um pico de acessos em 2020, ano de eleições municipais.

Meses depois, em janeiro de 2024, os endereços de Alexandre Ramagem foram alvos de busca e apreensão na Operação Vigilância Aproximada.

Bolsonaro e Ramagem são réus no STF pela tentativa de um golpe de Estado após as eleições de 2022. Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), a Abin foi aparelhada durante a gestão do ex-diretor-geral para a produção de dossiês caluniosos ao sistema eletrônico de votação.

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O ministro da Defesa da China, Dong Jun, condenou a hegemonia e a intimidação estrangeiras durante uma reunião com seu homólogo iraniano na quarta-feira, 25, embora Pequim tenha dado poucos sinais de que estaria disposta a fazer mais para ajudar Teerã caso o conflito com Israel volte a se intensificar.

A China recebeu nesta semana os chefes da Defesa do Irã e da Rússia na cidade portuária de Qingdao, como parte dos encontros da Organização para Cooperação de Xangai. O ministro da Defesa do Irã, Amir Nasirzadeh, disse a Jun que espera que a China desempenhe um papel maior na redução das tensões regionais e na manutenção do atual cessar-fogo, segundo a agência estatal Xinhua.

Teerã e Pequim são parceiros próximos e, embora a China tenha criticado duramente o ataque dos EUA ao Irã, Pequim tem mostrado pouco apetite para se envolver diretamente no conflito. Questionado nesta quinta-feira (26) sobre se a China estaria disposta a oferecer mais ajuda a Teerã, um porta-voz do ministério da Defesa chinês evitou se comprometer.

"A China está disposta a trabalhar com todas as partes para desempenhar um papel construtivo na preservação da paz e da estabilidade no Oriente Médio", disse o porta-voz em uma coletiva de imprensa. Fonte: Dow Jones Newswires*.

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Um barco afundado do século XVIII foi descoberto por acaso perto das majestosas muralhas de pedra da cidade medieval de Dubrovnik, na Croácia.

Ivan Bukelic estava trabalhando em uma tubulação de água no antigo porto de Dubrovnik em abril, quando encontrou uma estrutura de madeira enterrada no fundo do mar.

A embarcação estava a cerca de 60-80 centímetros abaixo do fundo do mar, segundo Bukelic, que é mergulhador e construtor submarino.

'Game of Thrones'

Um importante porto comercial no Mar Adriático na época medieval, Dubrovnik foi declarado patrimônio histórico protegido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Atrai grandes multidões de turistas, especialmente durante o verão, e também é conhecida como local de filmagem da série Game of Thrones da HBO.

Os restos do barco no antigo porto de Dubrovnik foram protegidos para exames adicionais.

"Ainda não podemos falar sobre o tipo de embarcação ou suas dimensões, mas podemos dizer com certeza, com base nos resultados da análise de radiocarbono, que ela era do final do século XVIII", disse a arqueóloga marinha Irena Radic Rossi.

Rossi disse que o objetivo é continuar com a pesquisa em cooperação com o Ministério da Cultura da Croácia: "precisamos protegê-lo para o futuro".

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão. Saiba mais em nossa Política de IA.

Um ônibus de dois andares que transportava alunos do ensino médio caiu em um rio na cidade de Eastleigh, perto da costa sul da Inglaterra, nesta quinta-feira, 26. O motorista e dois passageiros precisaram ser hospitalizados e mais de 12 pessoas tiveram ferimentos leves, de acordo com as autoridades.

O ônibus transportava alunos da Barton Peveril Sixth Form College, uma escola para jovens de 16 a 18 anos. A causa do acidente está sendo investigada.

"Relatórios sugerem que o ônibus saiu da rodovia e caiu em um rio raso", disse Richard Tyldsley, gerente geral da Bluestar Bus, empresa responsável pelo ônibus. "Nosso motorista e pelo menos dois dos passageiros confirmaram ferimentos, e estamos aguardando mais atualizações sobre o status dos outros a bordo."

Todos os 19 passageiros a bordo saíram do ônibus e cerca de 14 foram atendidos no local por paramédicos, disse um porta-voz do Serviço de Ambulância da Região Centro-Sul.

Dois helicópteros, cinco ambulâncias e equipes de bombeiros foram até o local do acidente.

A empresa de ônibus não sabia imediatamente as circunstâncias do ocorrido, mas estava buscando informações e cooperando com a polícia na investigação do incidente. (Com informações da Associated Press).

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão. Saiba mais em nossa Política de IA.