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A cidade de Ponta Grossa, no Paraná, pareceu coberta de neve no final da tarde desta segunda-feira, 24. Mas era um fenômeno bem mais comum no Brasil: uma chuva de granizo. O volume de pedras de gelo que caiu do céu foi tão grande que cobriu ruas e telhados, fazendo parecer que o município havia sido atingido por uma nevasca. Vídeos publicados nas redes sociais mostraram o cenário.

Os estragos na cidade ainda estão sendo mapeados pela Defesa Civil do Paraná, em parceria com a Prefeitura de Ponta Grossa e o Corpo de Bombeiros. As pedras de gelo, com cerca de 3 cm de diâmetro, danificaram telhados de casas e comércios e causaram infiltrações. Também houve registro de alagamentos.

Ainda não há estimativas oficiais de desabrigados ou desalojados na cidade. Houve registros de granizo nos bairros Uvaranas, Cará-Cará, Olarias, Oficinas, Boa Vista, 31 de Março, Vila Princesa, Vila Marina e Jardim Carvalho, entre outros. O governo paranaense enviou na noite desta segunda um caminhão com lonas e kits dormitório (lençol, travesseiro, cobertor, fronha, entre outros itens) para Ponta Grossa.

A prefeitura separou três pontos para distribuir os itens a quem necessitar: a sede do corpo de bombeiros no Centro, o quartel do corpo de bombeiros do bairro Uvaranas e o ginásio de esportes do Santa Mônica. Nesta terça-feira, 25, o governo estadual deve enviar 2.600 telhas e 300 colchões para a cidade.

O cabeleireiro José Roberto Silveira, de 59 anos, conhecido como Betto Silveira, foi encontrado morto no sobrado onde morava, no Alto de Pinheiros, zona oeste de São Paulo, no sábado, 22. Ele estava amordaçado, com punhos e joelhos amarrados por fios e com sinais de asfixia, segundo boletim de ocorrência obtido pelo Estadão. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.

No mesmo imóvel onde morava, Betto também tinha um salão de cabeleireiro. Ele exercia a atividade há quase 40 anos. Nascido em Garça, no interior de São Paulo, Betto chegou a São Paulo em 1991. À época, ele trabalhou na Vila Madalena. Onze anos depois da chegada, o cabeleireiro se mudou para o Alto de Pinheiros, onde estava há 22 anos.

Em suas redes sociais, Betto afirmava que sua profissão era uma espécie de "hobby remunerado". Ele foi descrito em uma publicação como "um cara que ama ver o sorriso no rosto das pessoas" e que encontrou na profissão uma "forma de produzir tais sorrisos com sua criatividade, empenho e paciência".

No sobrado, Betto morava com a mãe, uma idosa de 98 anos, que dependia de seus cuidados. Em outro quarto da residência, conforme o boletim de ocorrência, mora um venezuelano que alugou o cômodo. Esse homem relatou à polícia que a vítima foi até o seu quarto para pedir seda para fazer um cigarro por volta das 2h do sábado.

"Segundo o apurado, a vítima era homossexual e costuma trazer homens que conhecia em aplicativos ou na rua, para fazer sexo na sua casa", informou trecho do BO. Uma vizinha relatou em depoimento que era comum a presença de outras pessoas na residência.

"Relata que ouviu José conversando com outra pessoa por longo período, além de sons de chuveiro ligado, televisão e música. Narra que, já por volta das 4h, ouviu ruídos de objetos quebrando e movimentação intensa no quarto, mas que tais sons não lhe causaram estranhamento, justamente por ser rotineiro o elevado movimento na casa da vítima. Assim, voltou a dormir", contou a testemunha.

Fim de relacionamento

Duas testemunhas relataram à polícia que Betto havia terminado um relacionamento com outro homem recentemente. Uma delas disse que a relação acabou há dois meses.

"A vítima desejava reatar, porém o ex-companheiro já estava envolvido em outra relação e não demonstrava interesse, situação que deixou José muito triste à época. Entretanto, relata que, com o passar do tempo, ele superou o término e passou a se relacionar com outro homem."

Outra testemunha afirmou que o ex de Betto registrou um boletim de ocorrência contra o cabeleireiro em razão de ameaças. Essa testemunha também disse que desde o término da relação, o cabeleireiro passou a conhecer "diferentes homens com certa frequência, por aplicativos de encontro".

De acordo com a polícia, o boletim de ocorrência contra a vítima foi registrado por lesão corporal e ameaça, em agosto deste ano, "inclusive com aplicação de medida protetiva". O atual namorado do ex dele também o acusou de ameaça, e uma amiga da vítima relatou que este homem também ameaçou Betto.

Investigação

Uma câmera de segurança flagrou o momento em que dois suspeitos de envolvimento, ambos de roupa preta, saem a pé pelo portão da casa da vítima. Ainda não se sabe a motivação do crime.

A ocorrência foi registrada como homicídio no 14.º Distrito Policial (Pinheiros). Depois, foi solicitado apoio ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), com sede no centro.

Conforme o boletim de ocorrência, José Roberto saiu de casa por volta das 1h40 de sábado e retornou ao local pouco depois, às 2h13. Ele estava de carro, um Hyundai HB20 de cor preta.

Algumas horas depois, às 5h53, dois suspeitos são flagrados por uma câmera de segurança da rua abrindo o portão frontal da casa e saindo a pé. Eles ainda não foram identificados pela polícia.

A Polícia Militar informou que recuperou na noite do último sábado, 22, todos os itens que haviam sido roubados de uma joalheria no Shopping Iguatemi Campinas, no interior de São Paulo, na quinta-feira, 20. A PM afirma que os itens encontrados no fim de semana, após nova troca de tiros com suspeitos, incluíam joias e relógios de luxo que foram avaliados em R$ 2,5 milhões.

Outros relógios, de marcas como Cartier e TAG Heuer, já haviam sido recuperados pela polícia anteriormente e devolvidos à loja.

Segundo o 1º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (BAEP), no sábado, após receberem informações sobre o paradeiro de suspeitos que estariam envolvidos no roubo à joalheria, os agentes foram até o Distrito de Sousas, no mesmo local onde já tinham detido outros indivíduos no dia do crime.

Ao entrarem em uma área de mata, os policiais teriam sido recebidos a tiros por três suspeitos, reagindo e se abrigando para aguardar a chegada de reforço. Depois, teria sido realizada uma varredura na área, quando os agentes teriam encontrado um homem que portava uma arma longa caído no chão. Ele foi declarado morto no local.

Os policiais também encontraram as joias e relógios de luxo avaliados em R$ 2,5 milhões, que foram então devolvidos aos representantes da joalheria. O caso foi registrado no 1° DP de Campinas.

Seis homens já haviam sido presos e um adolescente apreendido em flagrante pela polícia. O BAEP afirma que, além dos sete presos e do homem supostamente morto em confronto, ainda há pelo menos dois foragidos.

Roubo a joalheria

O crime aconteceu na semana passada, com o shopping movimentado pelo feriado de 20 de novembro. Os assaltantes invadiram a loja, renderam três funcionárias e fizeram uma delas refém para roubar diversos produtos. Houve troca de tiros dos suspeitos com seguranças e guardas municipais. De acordo com o BO, os disparos foram dentro e fora do estabelecimento.

Um dos suspeitos foi atingido na saída da joalheria e acabou sendo preso na sequência. Os criminosos usaram dois carros na fuga, um deles roubado na saída do shopping. Outros três suspeitos foram presos em Pedreira (SP), a cerca de 40 km de Campinas, sendo que um deles também se feriu em confronto. Mais três criminosos foram localizados escondidos em um clube de Campinas.

Os presos foram autuados por roubo majorado e associação criminosa. A polícia solicitou a prisão preventiva deles à Justiça. Imagens de câmeras de segurança da loja e do shopping foram solicitadas pelos agentes e a Polícia Civil ainda investiga a possível participação de outros suspeitos.

Na ocasião, o Shopping Iguatemi Campinas afirmou que o empreendimento acionou imediatamente as autoridades competentes, que encerraram o caso. "O shopping esclarece que todos os clientes e colaboradores estão bem e em segurança, e reforça que está contribuindo com as investigações", disse, em nota enviada ao Estadão. O shopping acrescentou que seguiu funcionando até às 20h no dia do assalto.