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O presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Galassi, disse, nesta terça-feira, 11, que a assinatura do decreto de regulamentação do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) é "histórica" e terá impacto no setor com potencial de redução de preços para o consumidor.

"Hoje é um dia histórico, uma mudança fundamental. Esse governo decidiu descentralizar e fortalecer o PAT no País. O programa a partir de hoje ganhará muito mais força e adeptos, mais desconcentração. É um marco histórico", declarou.

O decreto foi assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em reunião fechada no Palácio da Alvorada. Foram poucos os participantes. Além de Galassi, participaram os ministros do Trabalho, Luiz Marinho, da Fazenda, Fernando Haddad, e da Casa Civil, Rui Costa, além do vice-presidente Geraldo Alckmin.

Lula optou por um evento menor. O próprio Marinho reconheceu, em entrevista coletiva ao lado de Galassi ao fim do encontro, que não foi possível fazer um acordo com todos os envolvidos.

"Mas o governo não pode aceitar a lógica de preservação do lucro que dizem que tem em prejuízo dessa cadeia de empresas pequenas, médias e grandes e prejudicando o trabalhador na ponta", disse o ministro.

Galassi elogiou o governo pela decisão. Disse que promove "menos intermediação, mais alimentação". "Esse é o movimento claro e transparente do setor. Qual a grande diferença do Brasil para outros setores de outros países. Somos amplamente desconcentrados. Há alta desconcentração no setor", afirmou, comparando com outros países, como Argentina, Peru e Chile, onde poucas empresas do setor de supermercados representam a imensa maioria de faturamento do País.

Segundo ele, as mudanças promovidas pelo governo federal vão "trazer empresas do arranjo aberto para competir com as outras" e, por meio da ampliação da concorrência, trazer maior valor no voucher alimentação e refeição.

Galassi afirmou que haverá "transferência de mais de R$ 10 bilhões que ficam na intermediação para milhões de estabelecimentos em todo o País" e que "todos poderão compartilhar isso com os consumidores no dia-a-dia". Também reforçou que a redução no prazo do repasse das operadoras de VA e VR para os estabelecimentos para 15 dias deve fazer com que "pequenas empresas possam também aceitar os vouchers, porque muitas nem aceitam".

"Com o arranjo aberto, automaticamente, o País inteiro, todos os pequenos supermercados passarão a aceitar o VA e VR com o arranjo aberto, o que vai acontecer em seis meses", disse, reforçando que em até um ano todas as mudanças estarão em vigor, de acordo com o decreto assinado por Lula nesta terça.

A Cury Construtora apresentou lucro líquido de R$ 255,3 milhões no terceiro trimestre de 2025, uma alta de 49,6% ante o mesmo período de 2024, conforme balanço publicado há pouco.

O crescimento do lucro vem da expansão dos lançamentos e das vendas de imóveis, aproveitando o momento favorável do Minha Casa Minha Vida e dos programas estaduais que oferecem subsídios para a população dar entrada na compra da moradia. Além disso, a empresa avançou no repasse de clientes para os bancos e nas entregas de obras, contribuindo para expansão do faturamento e diluição de custos.

O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 337,2 milhões, crescimento de 53,7% na mesma base de comparação anual. A margem Ebitda chegou a 23,8%, expansão de 3,0 p.p. A margem bruta bateu em 40,0%, subida de 1,2 pp.

A receita líquida totalizou R$ 1,417 bilhão, avanço de 34,2%. O ritmo de subida foi maior que o das despesa. A construtora informou que as despesas operacionais totalizaram R$ 237,5 milhões, expansão de 19,8%.

O resultado financeiro (saldo entre receitas e despesas financeiras) ficou negativo em R$ 8,7 milhões, montante 14,5% maior na comparação anual.

A Cury apresentou geração de caixa de R$ 233,1 milhões, um aumento de 58,6%. A empresa destacou que este foi o 26º trimestre consecutivo de geração de caixa positiva. Com isso, chegou ao fim de setembro com caixa líquido (mais dinheiro que dívidas) de R$ 450,2 milhões.

Operacional

A Cury vem expandindo os lançamentos e as vendas de imóveis ao longo do ano. De janeiro a setembro, os lançamentos foram de R$ 6,3 bilhões, aumento de 35,9% em relação aos mesmos meses do ano passado. As vendas líquidas somaram R$ 5,5 bilhões, evolução de 28%. Atualmente, a empresa tem um estoque avaliado em R$ 2,6 bilhões, dos quais 98% estão na planta ou em obras, e apenas 2% são moradias já prontas. A construtora realizou a produção de 12.317 unidades no ano, aumento de 14%. Neste momento, são 79 obras em andamento.

Entre os destaques do trimestre, a construtora lançou seu primeiro empreendimento na região de São Cristóvão, no Rio de Janeiro. O projeto conta com 384 unidades, avaliadas em R$ 126,1 milhões, mais de 60% já vendidas. A Cury antecipou que começou o quarto trimestre com ritmo forte de lançamentos e citou como exemplo um empreendimento no Alto Chácara Antônio, em São Paulo, com 552 unidades, no total de R$ 204,4 milhões, 60% vendido desde outubro.

A EcoRodovias registrou lucro líquido de R$ 289,8 milhões no terceiro trimestre de 2025, alta de 48,3% ante igual intervalo de 2024.

O Ebitda ajustado somou R$ 1,486 bilhão, alta anual de 22,5%. A margem Ebitda ajustada ficou em 79,7%, 2,6 pontos porcentuais maior do que no mesmo período do ano passado.

Já a receita líquida ajustada da EcoRodovias atingiu R$ 1,865 bilhão, um crescimento de 18,5% em relação ao terceiro trimestre de 2024.

O capex, por sua vez, cresceu 14,9% ano contra ano, para R$ 1,284 bilhão. O caixa disponível, por outro lado, subiu 6,2%, ficando em R$ 4,127 bilhões.

Já a dívida líquida registrou um crescimento de 31,1% na mesma base comparativa, somando R$ 20,4 bilhões. A alavancagem, medida por dívida líquida sobre Ebitda ajustado dos últimos 12 meses, ficou em 3,8 vezes.