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O consumo de eletricidade no Brasil deve ser de 81.302 megawatts médios (MWmed) em 2025, montante que representa uma alta anual de 1,58%, segundo estimativas do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) divulgadas nesta quinta-feira, 27. A projeção é inferior que a anterior, de 82.389 MWmed, que equivaleriam, se confirmadas, a um aumento anual de 2,94%.

No recorte para o próximo mês, o ONS estima uma carga de 82.225 MWmed, elevação de 2,7% em relação ao verificado em dezembro de 2024. Assim como nas expectativas para o ano, as projeções para dezembro também foram reduzidas. Antes, o ONS esperava um consumo de 82.657 MWmed no País, que representariam uma alta anual de 3,3%.

Segundo técnicos do ONS informaram durante reunião do Programa Mensal de Operação (PMO), que está em andamento nesta tarde, a diminuição nas projeções do SIN como um todo tem forte relação com o comportamento da carga no submercado Sudeste/Centro-Oeste, principal centro de carga do País, onde as temperaturas mais baixas afetaram o consumo de eletricidade nos grandes centros ao longo do segundo semestre.

Nestas regiões, a previsão de carga para o ano agora é de 45.576 MWmed, alta anual de 0,48%. Antes, o ONS estimava uma alta de 2,19% na mesma base de comparação, com um consumo de 46.351 MWmed. Já no recorte para dezembro, o ONS espera um consumo de 45.557 MWmed, aumento anual de 0,8%, mantendo os números previstos anteriormente.

No Sul, o ONS espera um consumo de 14.011 MWmed no ano, aumento anual de 2,26%, portanto, menor que os 3,57% previstos anteriormente. Para dezembro, a previsão é de 14.097 MWmed, ampliação anual de 5,2%. Antes, o Operador esperava uma alta de 8,5% em comparação com o último mês de 2024.

No Nordeste, o ONS estima uma carga de 13.426 MWmed para 2025, alta anual de 1,85%. Antes, a previsão era de aumento de 2,89% ante 2024. No recorte de dezembro, a expectativa foi mantida em 13.923 MWmed consumidos, alta de 2,5% frente ao último mês do ano passado.

Por fim, no Norte, a previsão é de um consumo de 8.289 MWmed no ano, aumento anual de 6,36%. O subsistema é o único no qual a previsão subiu, antes esperava-se uma alta de 6,28% em relação a 2024. Em dezembro, a carga esperada continua é de 8.628 MWmed, aumento anual de 9,8%.

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta quinta-feira, 27, que a autoridade monetária está "contente" com o câmbio flutuante como linha de defesa. Sobre a possibilidade de uma forte saída de dólares no fim deste ano, por antecipação de remessas de dividendos após a aprovação das mudanças no Imposto de Renda (IR), ele afirmou apenas que a autarquia monitora o mercado.

"O Banco Central é muito contente com a linha de defesa do câmbio flutuante, ele segue acompanhando os indicadores para saber quando que se faz necessário, por algum tipo de disfuncionalidade, fazer algum tipo de intervenção. Mas nada que a gente tenha de diferente do que já aconteceu nos outros anos", disse o banqueiro central, durante um evento da Itaú Asset.

Segundo Galípolo, a preocupação do ponto de vista da política cambial é que a nova regra da tributação de dividendos seja compreendida por todos os agentes.

O presidente do Banco Centra relembrou no evento que a partir do "liberation day" houve uma perda mais acentuada do valor do dólar, por hedge.

Ele ponderou que inicialmente o movimento parecia ser uma saída de exposição aos Estados Unidos, mas que gradativamente foi se revelando mais uma posição para se proteger da desvalorização do dólar, mas sem sair dos ativos americanos. "Até porque o tamanho do mercado de títulos é incontornável nos Estados Unidos", disse.

Galípolo ponderou que, em sua visão, a concentração no mercado de equities é anterior a esse movimento e disse que cada vez mais faz sentido comprar uma empresa no mercado emergente e fazer a abertura nos Estados Unidos. "Você vê menos IPO não só no Brasil, me parece."

Títulos soberanos

O presidente do Banco Central afirmou que há uma redução na demanda por títulos soberanos no mundo, com uma alta na oferta. O banqueiro central classificou esse desbalanceamento como estrutural.

"Você tem uma redução na demanda, seja por questões demográficas, envelhecimento de população e fundos de pensão tradicionais japoneses ou de outros países vão reduzindo a demanda gradativamente, e por outro lado você tem um aumento de oferta, seja porque você teve um juros mais alto, seja porque você teve um aumento de endividamento, que vem provocando uma dificuldade na trajetória das dívidas dos diversos países e isso permanece ali", afirmou Galípolo.

O Congresso Nacional passou a analisar, em sessão conjunta nesta quinta-feira, 27, o Projeto do Congresso Nacional (PLN) 14/2025, que abre crédito suplementar de R$ 42,2 bilhões no Orçamento de 2025 para garantir o pagamento de benefícios previdenciários e do programa Bolsa Família até o fim do ano.