No Centro das Atenções
Os EUA e a Ucrânia estão perto de um acordo que entregaria direitos minerais valiosos aos EUA, já que a administração Trump tem procurado compensação pela ajuda militar para combater a invasão da Rússia, disseram pessoas familiarizadas com o assunto.
A Ucrânia recusou-se a assinar tal acordo no início desta semana, desencadeando uma guerra de palavras entre o presidente Trump e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e temores de uma ruptura nas relações entre Washington e Kiev.
Em um aparente aceno a um acordo iminente, Zelensky disse, em um discurso em vídeo na noite de sexta-feira, 21, (horário local), que equipes de negociadores dos EUA e da Ucrânia estavam trabalhando em um projeto de acordo.
"Este é um acordo que pode fortalecer as nossas relações e a chave é acertar os detalhes para garantir a sua eficácia", disse. "Estou ansioso pelo resultado - um resultado justo."
Zelensky recebeu um acordo do secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, em Kiev, na semana passada, mas se recusou a assiná-lo, dizendo que o lado ucraniano precisava estudá-lo mais a fundo e que o acordo deveria conter alguma forma de garantias de segurança para a Ucrânia.
Um acordo poderá ser assinado já no sábado, embora ainda não esteja completo, disseram pessoas informadas sobre as negociações. Não foi possível ter acesso aos termos exatos do acordo.
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que está bem de saúde, após ter passado por um check-up de exames na quinta-feira, 20. Sem citar nominalmente o ex-presidente Jair Bolsonaro, o petista afirmou que se alguém pensava "como o aloprado que fez um plano para me matar, se prepare porque Lulinha está melhor aos 79 anos".
"Ontem, fui fazer um check-up. Foram 5h30 dentro do hospital. Fiz tudo que um ser humano tem que fazer. Exame de tudo: da cabeça, do coração e tudo que possa imaginar", contou o presidente em evento de assinatura da concessão de Terminal do Porto de Itaguaí (RJ) nesta sexta-feira, 21. "Quando eu terminei os exames, às 23h30, os médicos falaram: 'Lulinha, você tem 70 [anos], com saúde de 30 e com vontade política de 20'", completou.
"Se alguém pensava como o aloprado, que fez um plano para me matar, se alguém pensava que eu ia parar de fazer política por causa da cabeça, eu quero dizer: se preparem que o Lulinha está melhor aos 79 [anos] do que quando tinha 50", disse. Segundo ele, a partir de agora, "quem quiser disputar comigo, tem que ir para a rua, me enfrentar na rua".
A fala de Lula em referência a Bolsonaro ocorre dias depois de o procurador-geral da República, Paulo Gonet, denunciar o ex-presidente e outras 33 pessoas no inquérito do golpe. Após analisar as provas reunidas pela Polícia Federal (PF), que indiciou Bolsonaro, Gonet concluiu que o ex-mandatário não apenas tinha conhecimento do plano golpista, como liderou as articulações para dar um golpe de Estado. Se for condenado, o ex-presidente pode pegar mais de 43 anos de prisão.
"A organização tinha por líderes o próprio presidente da República e o seu candidato a vice-presidente, o General Braga Neto. Ambos aceitaram, estimularam, e realizaram atos tipificados na legislação penal de atentado contra o bem jurídico da existência e independência dos poderes e do Estado de Direito democrático", diz um trecho da denúncia.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta sexta-feira, 21, ter exagerado ao dizer no dia anterior que "cagou" para uma possível prisão por conta das investigações sobre sua eventual participação numa tentativa de golpe. A nova declaração foi dada no encerramento de um seminário de seu partido, o PL, voltado para comunicação digital.
Na quinta-feira, 20, em sua primeira aparição pública após ser denunciado por tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro havia afirmado que estava com a "consciência tranquila", pois o documento de 272 páginas apresentado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) seria, em sua visão, uma mera narrativa contra a direita. "Vão prender o Bolsonaro? Caguei para a prisão", afirmara.
Desta vez, o ex-presidente modulou o discurso: "Ontem eu exagerei aqui um pouquinho, falando que estou assim para uma possível prisão. Mas você às vezes dá uns coices por aí", disse ele para uma plateia cheia no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.
Bolsonaro também defendeu eleger uma superbancada no Senado em 2026 para fazer frente a "quem extrapolar suas funções", numa referência ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator das investigações contra ele.
O Senado se tornou obsessão da direita uma vez que se trata da Casa responsável por julgar pedidos de impeachment contra ministros do STF. Parlamentares do PL passaram a defender abertamente construir uma maioria para contra-atacar Moraes, tornado desafeto número um do bolsonarismo desde os inquéritos contra ataques virtuais, atos democráticos e, mais recentemente, o 8 de Janeiro.
"No ano que vem vocês vão me dar mais de 50% na Câmara e no Senado. Nós vamos voltar", pediu ao público, para adiante voltar ao assunto. "Vamos investir ano que vem numa bancada grande no Senado. Uma bancada que não vai perseguir ninguém, mas (que será) forte para alguém que porventura queira extrapolar as suas funções".
Bolsonaro tentou se desvincular da insurreição de 8 de janeiro de 2023, quando seus apoiadores depredaram os prédios dos Três Poderes clamando por um golpe contra o governo Lula, ao dizer que "aquilo surpreendeu a todos".
"Me botaram no processo como tendo participado do 8 de Janeiro. Não existe sequer uma mensagem minha. Aquilo surpreendeu a todos", declarou.
Antes de seu discurso de 25 minutos, Bolsonaro chorou com um vídeo contendo depoimento dos seus três filhos mais velhos, o senador Flávio, o deputado federal Eduardo e o vereador Carlos, o único presente no evento. Mais cedo, Carlos também chorou duas vezes ao comentar sobre o pai no palco do evento, uma delas quando mencionava o cerco que o ex-presidente tem tido por conta das investigações.
Na terça-feira, 18, o chefe da PGR, Paulo Gonet, denunciou Bolsonaro e outras 33 pessoas no inquérito do golpe (24 são militares). Após analisar durante três meses as provas reunidas pela Polícia Federal (PF), que indiciou o ex-presidente, Gonet concluiu que Bolsonaro não apenas tinha conhecimento do plano golpista como liderou as articulações para dar um golpe de Estado. Se for condenado, o ex-presidente pode pegar mais de 43 anos de prisão.
O vereador carioca Carlos Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), chorou ao lembrar do início da carreira política em discurso no Seminário de Comunicação do partido, em Brasília. Ele se emocionou ao lembrar que, aos 17 anos, disputou o pleito municipal contra a mãe, Rogéria Nantes. Bolsonaro também estava no evento do PL nesta sexta-feira, 21.
"Confesso que não sabia onde estava me metendo. [Comecei] simplesmente porque amava uma pessoa [Jair Bolsonaro], fiz uma tatuagem no meu braço com 17 anos de idade. E ele me deu a oportunidade de ser candidato a vereador na cidade do Rio de Janeiro, em uma separação com minha mãe", disse Carlos.
Ele disputou a primeira eleição em 2000. O então deputado federal Jair Messias Bolsonaro escalou Carlos para concorrer com a mãe a eleição que poderia levá-la ao terceiro mandato na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Também mãe do senador Flávio (PL-RJ) e do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), ela foi a primeira pessoa da família que Bolsonaro introduziu na vida pública.
Carlos se elegeu o vereador mais jovem da história do município, com 16.053 votos - o triplo dos eleitores de Rogéria, que teve 5.109. Na época, Jair Bolsonaro disse ao Estadão que atribuía a vitória à "transferência de votos" e que não considerava o ocorrido uma eleição de filho contra mãe, "mas sim de filho com o pai".
Durante seu discurso no evento, o "filho zero dois" também falou sobre sua filha, que nasceu nos Estados Unidos, e sobre supostos ataques sofridos pelo pai.
"Eles não querem calá-lo [a Bolsonaro], querem calar vocês. Ele não precisava estar passando pelo que ele passa hoje. Atualmente, a gente dá um tiro e toma dez, mas o importante é que está fazendo parte ainda da mudança do nosso país", declarou.
Segundo dados da Câmara Municipal do Rio de Janeiro de 2024, em 23 anos de legislatura como vereador Carlos havia aprovado 67 propostas em que aparece como autor ou coautor: seis emendas à Lei Orgânica, cinco Leis Complementares, 43 Leis Ordinárias, sete Decretos Legislativos e seis Resoluções.
Como mostrado pelo Estadão, trata-se de menos de um projeto de lei de autoria própria - e sem coautoria de outros parlamentares - por ano. Apenas 19 são assinadas apenas pelo vereador.
Ativo nas redes sociais, Carlos era considerado o "cabeça" por trás das estratégias de comunicação do clã Bolsonaro. Diante da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra seu pai e outras 33 pessoas, ele saiu em defesa do ex-presidente e de si mesmo nas redes sociais.
Carlos criticou o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens no governo Bolsonaro. Em acordo de delação premiada, Cid afirmou que o vereador do Rio de Janeiro era o líder do gabinete do ódio, revelado pelo Estadão em 2019, que funcionava em uma "salinha pequenininha" que "não tinha nem janela" no mesmo andar do gabinete do ex-presidente.
"Cada segundo fica mais claro que o coronel das Forças Especiais, com 'curso de bolinhas de gude e peteca', conhecido como Mauro Cid, não é apenas um pobre coitado que sofria ameaças para delatar. Em suas colocações assinadas, expõe falsas acusações sem provar nada a todo momento", afirmou Carlos em postagem no X, antigo Twitter.