Brasil saúda acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas em Gaza

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O governo brasileiro saudou o anúncio do acordo de cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza. Em nota, o Ministério de Relações Exteriores também reconheceu "o importante papel desempenhado pelos Estados Unidos" no plano e disse valorizar "a atuação dos demais países mediadores: Catar, Egito e Turquia".

"O governo brasileiro ressalta a dimensão humanitária do acordo e enfatiza que o cessar-fogo deverá resultar em alívio efetivo para a população civil. Reitera a necessidade de assegurar acesso pleno, imediato, seguro e desimpedido da assistência humanitária e das equipes das Nações Unidas que atuam no terreno", disse o Itamaraty por meio de nota.

E continua: "O Brasil exorta as partes a cumprirem todos os termos do acordo e a engajarem-se de boa-fé em negociações para assegurar a efetivação da retirada completa das forças israelenses de Gaza, o início do urgente processo de reconstrução da Faixa, sob coordenação e supervisão palestina, e a restauração da unidade político-geográfica da Palestina sob seu legítimo governo, em consonância com o direito inalienável de autodeterminação do povo palestino."

O Hamas e Israel concordaram com um cessar-fogo costurado pelos Estados Unidos, mas os termos ainda precisam ser aprovados pelo governo israelense para que a trégua entre em vigor. O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu reuniu seu gabinete de segurança mais cedo e agora levará o tema para votação. A expectativa é de que seja aprovado com folga, apesar de objeções do bloco de extrema direita.

Se aprovado, Israel terá um prazo de 24 horas para que suas forças recuem inicialmente e mantenham o controle de apenas 53% da Faixa de Gaza. A partir desse prazo, o Hamas terá 72 horas para libertar os reféns restantes em Gaza.

Esta é a primeira fase prevista do acordo, na qual todos os reféns israelenses serão libertados pelo Hamas. Cerca de 48 estão em Gaza, mas apenas 20 são considerados vivos. Em troca, Israel libertará cerca de 2 mil prisioneiros palestinos. Esta fase também permitirá a redistribuição parcial de tropas israelenses em Gaza e um aumento na ajuda humanitária no território.

Este acordo inicial entre o Hamas e Israel aborda apenas alguns dos 20 pontos de um plano proposto por Trump no mês passado, e algumas das questões mais difíceis parecem ter sido deixadas para uma fase futura das negociações. Entre elas, quem governaria a Faixa de Gaza do pós-guerra e se, em que medida e como o Hamas deporia suas armas.

Trump, em sua própria reunião de gabinete na Casa Branca, disse que a libertação dos reféns de Gaza é um processo complexo, mas que acontecerá na segunda, 13, ou terça-feira, 14. Ele disse também que os restos mortais de cerca de 28 reféns serão recuperados, mas não deu detalhes nem prazos.

A assinatura oficial do acordo está prevista para ocorrer em Sharm el-Sheikh, no Egito. "Teremos uma assinatura, uma assinatura adicional. Já tivemos uma assinatura em meu nome, mas vamos ter uma assinatura oficial", disse Trump em sua reunião de gabinete. O presidente disse que viajará ao Egito, mas seu calendário da sua viagem ainda será definido.

Nesta quinta, Um dos líderes do Hamas, o negociador Khalil al-Hayya, disse que o acordo de cessar-fogo assinado com Israel no dia anterior levará a uma trégua sustentada na Faixa de Gaza e que mediadores e os Estados Unidos forneceram garantias de que o acordo levaria ao fim da guerra. Israel ainda precisa ratificar o acordo em seu gabinete.

Khalil al-Hayya fez um discurso ao público palestino, dizendo que Israel e o Hamas "chegaram a um acordo para acabar com a guerra e a agressão contra nosso povo". Al-Hayya disse que o acordo inicial levaria a um cessar-fogo sustentado, à entrada de ajuda e à abertura da passagem de fronteira de Gaza com o Egito.

*Com informações das agências internacionais.

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O líder do governo Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), afirmou nesta quinta-feira, 9, que o presidente enfrentará um desafio para escolher o substituto "à altura" do ministro Luís Roberto Barroso, que anunciou sua saída do Supremo Tribunal Federal (STF) durante a sessão plenária de hoje.

"Acho que nós temos muitos bons nomes colocados. Tem o nome do (ex) presidente (do Senado) Rodrigo Pacheco (PSD-MG), tem o nome do advogado-geral da União, o ministro (Jorge) Messias", declarou Randolfe.

"O presidente vai dialogar. A escolha é um ato unilateral do presidente da República. O presidente do Senado (Davi Alcolumbre) deverá conversar com o presidente da República nas próximas horas, e o presidente encontrará um nome à altura de Barroso", continuou Randolfe.

Além disso, o senador Randolfe Rodrigues destacou o papel que Luís Roberto Barroso exerceu no STF. "Barroso foi um homem público que cumpriu suas atribuições com enorme amor ao Brasil, dedicação e zelo à Justiça e aos brasileiros", afirmou.

Randolfe também fez uma brincadeira ao mencionar o ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco. "Acredito que será uma decisão breve. O presidente vai encontrar alguém à altura de Luís Roberto Barroso. O presidente Pacheco é mais alto", brincou.

Barroso, de 67 anos, se despede do Supremo apesar de ainda ter direito a permanecer no cargo até os 75 anos, idade-limite prevista pela Constituição de 1988. O nome indicado por Lula precisará ser aprovado após sabatina no Senado Federal, como exige o rito constitucional.

O presidente da Câmara dos Deputados e deputado federal pela Paraíba, Hugo Motta (Republicanos), elogiou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, que anunciou sua despedida da Corte nesta quinta-feira, 9. Para Motta, Barroso "fará falta".

"Registro meu reconhecimento pelo seu trabalho e desejo muito sucesso nesta nova caminhada. Fará falta na mais alta Corte do Brasil", escreveu o deputado em publicação na rede social X (antigo Twitter).

Motta também destacou o trabalho de Barroso no STF. "Atuou com maestria e equilíbrio na defesa da Constituição e da democracia brasileira".

Barroso, de 67 anos, se despede do Supremo apesar de ainda ter direito de permanecer no cargo até os 75 anos, idade-limite prevista pela Constituição de 1988. O nome indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para substituí-lo precisará passar por sabatina e aprovação no Senado Federal, como exige o rito constitucional.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, destituiu nesta quinta-feira, 9, os advogados de Marcelo Costa Câmara, ex-assessor direto do ex-presidente Jair Bolsonaro, e Filipe Martins, ex-assessor especial da Presidência, que integram o "núcleo 2" da trama golpista.

Na decisão, Moraes afirmou que as defesas atuaram de forma "inusitada" e com "nítido caráter procrastinatório" ao deixar de apresentar as alegações finais no prazo, mesmo após intimação - o que, segundo o ministro, configurou litigância de má-fé e tentativa de retardar o andamento da ação penal que apura a tentativa de golpe de Estado. Martins é representado por Jeffrey Chiquini e Câmara, por Eduardo Kuntz.

Procurados, os advogados ainda não se manifestaram.

Moraes determinou o envio imediato dos autos à Defensoria Pública da União (DPU), para que um defensor apresente as alegações finais em nome de ambos os réus. O ministro disse que a medida é necessária "para evitar nulidade e garantir o direito de defesa", mas criticou o uso do processo "como instrumento de procrastinação".

Com a manifestação da DPU, o processo ficará pronto para sentença. A ação penal integra a investigação do núcleo 2 e refere-se aos acusados de operacionalizar a tentativa de permanência no poder.