No Centro das Atenções
A Aliança Espanhola de Saúde Privada (ASPE) propôs a criação de um grupo de trabalho para lidar com a escassez de profissionais que, em sua opinião, está afetando atualmente o Sistema Nacional de Saúde (NHS).
"Propomos um grupo de trabalho para fornecer ao sistema um planejamento de saúde em termos de recursos humanos com maior previsão e estabilidade a longo prazo. Por esse motivo, sempre pedimos uma parceria público-privada leal e constante ao longo do tempo. O planejamento conjunto é uma questão de eficiência e bom senso", enfatizou o presidente da associação de empregadores, Carlos Rus.
Essa proposta foi apresentada no Congresso de RH na Saúde Privada, organizado pela ASPE. De acordo com a Aliança, trata-se de um apelo dirigido tanto a instituições públicas quanto a entidades privadas, incluindo a Associação Médica Espanhola (OMC) e outras associações profissionais, bem como a Confederação Espanhola de Organizações Empresariais (CEOE).
Durante a conferência, realizada em Madri, chefes de grupos hospitalares, associações profissionais e empresas líderes compartilharam seus diagnósticos e propostas sobre como atrair, treinar e reter profissionais de saúde.
Os especialistas concluíram que a sustentabilidade do sistema "inevitavelmente" exige repensar os modelos de planejamento, liderança e desenvolvimento de talentos. Rus explicou que esse acordo estadual "nos permitirá ter uma visão de futuro" no planejamento de saúde que o sistema precisa. "O que queremos é que, daqui a dez anos, não estejamos arrastando conosco os problemas de hoje ou, pior ainda, que eles se agravem ou se consolidem com o tempo", disse ele.
A primeira parte da reunião concentrou-se no gerenciamento de talentos como uma prioridade estratégica. De acordo com os especialistas, o surgimento de novas demandas na área de saúde, o envelhecimento da força de trabalho e a concorrência global por profissionais qualificados estão forçando as organizações de saúde a evoluir.
O PAPEL FUNDAMENTAL DO ENFERMEIRO
Um dos destaques foi a mesa redonda dedicada à enfermagem como força motriz para a mudança na humanização do sistema de saúde. Executivos e representantes de entidades profissionais concordaram com a necessidade de dar à profissão um papel mais proeminente na tomada de decisões, promovendo novas competências, itinerários de treinamento mais flexíveis e espaços reais para a liderança na área de saúde.
"Em um momento em que o cuidado centrado no paciente se tornou um eixo transversal, a enfermagem está emergindo como uma alavanca essencial para a transformação dos modelos de cuidado", destaca a ASPE.
A conferência também serviu de palco para um diálogo entre instituições, saúde privada e empresas líderes. A participação de personalidades das esferas política, empresarial e da área de saúde ressaltou a importância dos recursos humanos na saúde como uma questão de Estado. A colaboração entre as administrações e o setor privado foi apresentada como um instrumento essencial para obter informações confiáveis, melhorar o planejamento e articular respostas comuns à escassez de profissionais.
Além disso, também foram abordados aspectos como a incorporação de novas tecnologias na gestão de pessoal, a necessidade de estruturas mais flexíveis que se adaptem às diferentes fases da vida dos trabalhadores e a promoção de políticas ativas para atrair talentos estrangeiros. A diversidade, a liderança feminina e o cuidado emocional das equipes surgiram como fatores-chave para a criação de organizações mais resilientes e sustentáveis.