Casos de hipertensão aumentam entre jovens e acendem alerta para prevenção precoce

Um levantamento recente do Ministério da Saúde mostra que a hipertensão arterial deixou de ser uma preocupação exclusiva da população idosa e tem avançado entre os jovens brasileiros. Segundo os dados mais recentes, cerca de 12% dos adultos com menos de 35 anos já apresentam pressão arterial acima dos níveis recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O cenário preocupa especialistas porque a hipertensão é considerada uma doença silenciosa: muitas vezes sem sintomas, ela aumenta significativamente o risco de infartos, acidentes vasculares cerebrais (AVCs), insuficiência renal e perda de visão a longo prazo. O diagnóstico precoce e o controle adequado da pressão arterial podem evitar até 80% dessas complicações, mas nem sempre os jovens procuram avaliação médica regular.

“Estamos observando uma combinação perigosa de fatores: dieta rica em sódio e ultraprocessados, sedentarismo, estresse crônico e abuso de álcool e cigarro. Tudo isso contribui para que cada vez mais jovens recebam o diagnóstico de hipertensão”, explica a cardiologista Silvia Rangel, do Instituto do Coração (InCor).

O excesso de peso também é apontado como vilão: cerca de 60% dos hipertensos jovens estão acima do peso ideal, segundo o levantamento. Além disso, a baixa adesão ao tratamento e a negligência com exames periódicos dificultam o controle da doença nessa faixa etária.

Para prevenir ou controlar a hipertensão, os especialistas recomendam manter uma alimentação equilibrada, reduzir o consumo de sal, praticar atividades físicas regularmente, evitar o tabagismo e limitar bebidas alcoólicas. Para quem já tem histórico familiar, a medição regular da pressão arterial deve fazer parte da rotina, mesmo sem sintomas aparentes.

As campanhas de conscientização reforçam que cuidar da saúde cardiovascular não é um hábito exclusivo da terceira idade. “Começar cedo é a melhor forma de garantir qualidade de vida no futuro”, conclui Silvia.