O Brasil registra, em 2025, um dos maiores índices de transtornos de ansiedade do mundo. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), cerca de 25% da população adulta brasileira apresenta algum grau de ansiedade diagnosticada, número que mais que dobrou nas últimas duas décadas. O dado acende um alerta para a saúde pública e reforça a necessidade de políticas de prevenção e cuidado emocional.
As causas do aumento são multifatoriais: rotina acelerada, instabilidade econômica, excesso de informação nas redes sociais, pressões profissionais e acadêmicas, além do impacto residual da pandemia. A ansiedade já é a principal queixa nos consultórios de psicologia e psiquiatria, à frente da depressão.
“Estamos falando de um problema silencioso, que muitas vezes é banalizado, mas que pode comprometer gravemente a qualidade de vida. A ansiedade em excesso gera insônia, dificuldade de concentração, dores físicas, crises de pânico e pode levar ao isolamento social”, explica a psicóloga e pesquisadora da Fiocruz, Denise Costa.
Apesar de cada vez mais presente, o transtorno ainda enfrenta barreiras culturais: estigma, desconhecimento e falta de acesso dificultam que muitas pessoas busquem ajuda profissional. Em média, um brasileiro leva até cinco anos desde os primeiros sintomas para receber diagnóstico adequado, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria.
Para especialistas, é essencial ampliar o acesso a terapias, oferecer suporte em ambientes de trabalho e escolas, além de incentivar hábitos que ajudam a manter o equilíbrio emocional, como exercícios físicos regulares, momentos de lazer, técnicas de respiração e redução do tempo de exposição às redes sociais.
Os profissionais de saúde também lembram que a ansiedade não deve ser confundida com simples nervosismo ocasional. Quando os sintomas passam a atrapalhar as atividades diárias e a convivência social, é hora de procurar ajuda especializada.
“Cuidar da mente é tão importante quanto cuidar do corpo. Precisamos falar mais sobre isso e garantir que todos tenham acesso ao apoio necessário”, reforça Denise.
Ansiedade atinge níveis recordes entre brasileiros e reforça importância do cuidado emocional
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