Um estudo divulgado pelo Ministério da Saúde esta semana revelou um dado preocupante: mais de 47% dos brasileiros adultos não praticam a quantidade mínima de atividade física recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de pelo menos 150 minutos semanais de exercícios moderados. O fenômeno, que já vinha sendo observado nos últimos anos, se agravou com o aumento do trabalho remoto e hábitos mais sedentários adotados durante a pandemia.
O sedentarismo está diretamente ligado a uma série de problemas de saúde, entre eles obesidade, hipertensão, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e até mesmo certos tipos de câncer. Além disso, a falta de movimentação diária impacta negativamente a saúde mental, favorecendo quadros de ansiedade e depressão.
“É importante entender que não estamos falando apenas de esportes intensos ou academia. Atividades simples, como caminhadas regulares, pedalar, subir escadas ou praticar alongamentos já contribuem para manter o corpo ativo e reduzir os riscos à saúde”, explica o cardiologista André Nunes, do Hospital do Coração.
O levantamento mostrou ainda que o índice de sedentarismo é maior entre mulheres e pessoas com mais de 50 anos, além de ter forte correlação com níveis de escolaridade e renda. Em contrapartida, cidades que investem em espaços públicos bem estruturados, ciclovias e programas comunitários de atividade física têm conseguido reduzir a inatividade da população.
Entre as recomendações para quem deseja sair do sedentarismo estão começar com metas realistas, adaptar os exercícios à rotina diária e, sempre que possível, buscar orientação de um profissional para evitar lesões. Pequenas mudanças no dia a dia, como trocar o elevador por escadas ou caminhar até a padaria, podem representar o início de um hábito mais saudável.
A OMS alerta que o sedentarismo já é considerado a quarta principal causa de morte no mundo e que pode ser combatido com políticas públicas bem direcionadas e conscientização da sociedade. “Cuidar do corpo é investir em anos a mais de vida e qualidade para viver esses anos com autonomia e bem-estar”, reforça André.
Com atitudes simples e constância, qualquer pessoa pode sair do círculo vicioso da inatividade e colher os benefícios de uma vida mais ativa. E nunca é tarde para começar.
Sedentarismo avança entre brasileiros e acende alerta para riscos cardiovasculares e metabólicos
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