Por que a Rússia, potência olímpica, não participa dos Jogos de Paris-2024?

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Os atletas da Rússia participam como "neutros" nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. É um status diferente do que aconteceu em Tóquio, há três anos, quando o país competiu como Comitê Olímpico Russo (ROC). Isso reduziu o número de esportistas russos a 17 participantes. O ponto-chave é a Guerra na Ucrânia. Antes disso, contudo, a relação entre Rússia e Comitê Olímpico Internacional (COI) já era marcadas por atritos e acusações por questões de doping.

 

O cenário deste ano contrasta com a história da nação, que é uma potência olímpica. São 423 medalhas na Era Moderna dos Jogos, todas entre 1994 e 2016. O número coloca o país em 12º lugar na soma geral. Acrescentando também Império Russo (8), União Soviética (1.204), Equipe Unificada (112), e ROC (71), o total é 1.818, ocupando o segundo lugar geral, atrás dos Estados Unidos, com 2.629. Sozinha, a antiga URSS é a segunda colocada.

 

A diferença é agora é que, na prática, não há Rússia em Paris-2024 como nação. Sem hino e bandeira em 2020, os atletas foram selecionados pelos mesmos critérios que os adversários de outros países, como rankings mundiais ou disputa de torneios pré-olímpicos. Em 2024, o COI convidou 36 atletas russos, mas apenas 15 aceitaram participar. Da Belarus, que apoio a vizinha Rússia na invasão à Ucrânia, foram chamados 24, e 17 participam. O mais famoso da lista é o tenista Daniil Medvedev, número 5 do mundo e ex-líder do ranking.

 

Dos 32 atletas, há novatos e destaques de torneios europeus e até mundiais. Quatro (dois russos e dois belarussos) já foram medalhistas olímpicos. Entre os 15 russos, não há nenhum remanescente dos Jogos de Tóquio.

 

TENSÃO ENTRE COI E RÚSSIA VEM DE ANTES

A União Soviética transformou atletas em ferramentas de propaganda para o Estado. A relação geopolítica da Guerra Fria com os Jogos é evidenciada no boicote do Ocidente à Olimpíada de Moscou-1980. E a resposta soviética na edição de Los Angeles-1984.

 

Os episódios mais tensos (e até violentos) envolvendo geopolítica, porém, não tinham as potências do século 20 como protagonistas. Após a queda e dissolução da URSS, o movimento de abertura ao ocidente foi refletido no esporte. Isso foi gradual e, por vezes, truncado.

 

Uma reaproximação entre russos e COI foi tentada em 2014, quando a Rússia sediou os Jogos de Inverno de Sochi. Foi uma forma de buscar essa integração e também de resgatar a grandeza que o país já teve, agora sob comando de Vladimir Putin. Dias depois do fim dos Jogos, a Rússia invadiu a Crimeia, após uma revolução pró-Ocidente em Kiev, na Ucrânia.

 

A tomada do território pelos russos buscava mostrar aos países ocidentais que aquela área era de influência do governo de Putin, o que vai ao encontro de demonstrar grandeza, mas dificulta o estreitamento de relações com outras potências.

 

No esporte, a tensão aumentou no final daquele ano, com a acusação de manipulação no antidoping em Sochi. Segundo a Agência Mundial Antidoping (WADA, na sigla em inglês), um "sistema de doping de Estado" afetou 30 modalidades entre 2011 e 2015 e envolveu o serviço secreto russo, o FSB. A Rússia negou e afirmou que aquilo se tratava de um "complô ocidental".

 

Casos de espionagem e mortes suspeitas de ex-funcionários da Agência Russa Antidoping (Rusada) fizeram com que o ex-diretor do laboratório antidoping de Moscou, Grigori Rodchenkov, fugisse para os Estados Unidos e confessasse a ocultação do doping russo, em coordenação com o Ministério dos Esportes e o FSB, sucessor da KGB. Em dezembro de 2017, veio a suspensão do Comitê Olímpico Russo pelo COI.

 

O curioso é que, um ano depois, a Copa do Mundo foi à Rússia. Seria uma nova tentativa de nova abertura da Rússia ao mundo. Isso foi acompanhado pela derrubada da suspensão da WADA à Rusada, decidida em 2015, desde que os dados do laboratório antidoping de Moscou pudessem ser acessados.

 

Isso indicava um novo caminho para o esporte, mas, em 2018, a WADA acusou o país de falsificar os dados cedidos. Do outro lado, as acusações foram rejeitadas. Quando o diretor-geral da Rusada, Yuri Ganus, acusou publicamente a manipulação feita por autoridades desportivas, ele foi afastado do posto.

 

Veio então a exclusão por dois anos dos Jogos Olímpicos. Assim, criou-se a participação do ROC, substituindo a Rússia. A exclusão virou banimento com a invasão da Ucrânia. Ainda não há clareza se o país está banido apenas desta edição ou se o caso é tratado como permanente até segunda ordem. É possível que isso dependa do desenrolar político, diplomático e bélico.

 

Simultaneamente, perde o esporte com menos nomes relevantes na disputa de competições. Na tentativa de responder de alguma forma, a Rússia se dispôs a criar os Jogos da Amizade, uma dissidência da Olimpíada. O COI desdenha e considera que isso não passa de "propaganda política".

 

Confira as medalhas da Rússia em Olimpíadas de Verão:

 

Império Russo (Jogos de 1900 a 1912): 8

União Soviética (Jogos de 1952 a 1988): 1.204

Equipe Unificada (Barcelona-1992): 112

Rússia (Jogos de 1994 a 2016): 423

ROC (Tóquio): 71

Total: 1.821

 

Atletas Individuais Neutros em Paris-2024 que já foram medalhistas olímpicos:

 

Mahamedkhabib Kadzimahamedau (Belarus) - prata em Tóquio no wrestling

Ivan Litvinovich (Belarus) - ouro em Tóquio na ginástica de trampolim

Elena Vesnina (Rússia) - ouro no Rio-2016 no tênis em duplas e prata em Tóquio no tênis em duplas mistas

Alexey Korovashkov (Rússia) - bronze em Londres-2012 na canoagem C2 1.000m

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Dormir bem é importante para a saúde de homens e mulheres com sobrepeso, mostra um estudo publicado recentemente no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism. Pessoas com excesso de peso que ficam acordadas até muito tarde tendem a ter um risco maior de síndrome metabólica - conjunto de condições que elevam o risco de doenças cardíacas, diabete, derrame e outros problemas crônicos.

 

"Nossa pesquisa mostra que as interrupções no relógio biológico interno do corpo podem contribuir para consequências negativas à saúde de pessoas que já podem ser vulneráveis pelo peso", disse a principal autora do estudo, Brooke Shafer, pesquisadora de pós-doutorado do Laboratório de Sono, Cronobiologia e Saúde da Universidade de Saúde e Ciência do Oregon. Além disso, o sono ruim produz diferentes riscos à saúde entre homens e mulheres, mostram os resultados.

 

A PESQUISA

 

Para o estudo, foram recrutados 30 voluntários com um IMC maior que 25, o que os colocou na categoria de sobrepeso ou obesidade. A equipe usou amostras de saliva para descobrir o horário da noite em que o corpo de cada pessoa começava a produzir o hormônio melatonina, que inicia o processo de adormecer. Os participantes registraram então seus hábitos de sono nos sete dias seguintes.

 

Os pesquisadores avaliaram a diferença de tempo entre o início da melatonina e o tempo médio de sono para cada voluntário para determinar se a janela entre esses fatores era estreita ou ampla. Uma janela estreita significa que alguém adormece pouco após o início da melatonina, e uma ampla significa o oposto. A estreita sugere ainda que a pessoa está ficando acordada até muito tarde para o seu relógio biológico interno, conforme o estudo.

 

HOMENS E MULHERES

 

Homens que adormeciam mais perto do início da melatonina tendiam a ter níveis mais altos de gordura abdominal, mais triglicerídeos gordurosos no sangue e um risco geral mais alto de síndrome metabólica do que homens que dormiam mais cedo e melhor, mostram os resultados.

 

Mulheres com uma janela de sono curta tinham maior gordura corporal geral, níveis elevados de açúcar no sangue e frequência cardíaca de repouso mais alta, descobriram os pesquisadores.

 

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Eli Lilly anunciou nesta terça-feira, 20, que os dados preliminares de um estudo em estágio final mostraram que seu medicamento para perda de peso reduziu significativamente o risco de progressão para diabetes tipo 2 entre adultos com pré-diabetes e obesidade ou sobrepeso. Após o anúncio, a ação da empresa avançava 2,27% no pré-mercado em Nova York, Às 9h10 (de Brasília).

 

Em nota, a farmacêutica americana afirma que os resultados derivam de uma pesquisa de três anos para avaliar a eficácia e segurança de uma dose semanal de tirzepatide, ingrediente da injeção Zepbound e do medicamento para diabetes Mounjaro. O levantamento foi conduzido com 1.032 adultos com pré-diabetes e obesidade ou sobrepeso.

 

Segundo a Eli Lilly, a aplicação do medicamento em tratamento de longo prazo conseguiu "reduzir significativamente" o risco de progressão para diabete tipo 2, em 94%. Além disso, o medicamento também levou a uma redução significativa do peso em uma média de 15% a 22,9%, dependendo da dosagem, em comparação com a redução de 2,1% em pacientes que receberam placebo.

 

No entanto, pacientes que abandonaram o tratamento com tirzepatide após um período de 17 semanas voltaram a ganhar peso e a ampliar riscos de progressão para diabetes tipo 2. Contudo, esses participantes ainda mantiveram 88% menos probabilidade de desenvolver a doença, em comparação aos adultos que tomaram o placebo.

 

As vendas dos medicamentos para diabetes e perda de peso Mounjaro e Zepbound, da Eli Lilly, tornaram-se um fator fundamental para o desempenho da farmacêutica, com os lucros do segundo trimestre superando amplamente as expectativas. Somente as vendas do Mounjaro mais do que triplicaram, passando para US$ 3,09 bilhões no segundo trimestre deste ano, de US$ 979,7 milhões no ano anterior. *Com informações da Dow Jones Newswires.