Gesto de braço estendido de Musk gera controvérsia entre extremistas de direita e críticos

Internacional
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Um gesto de braço estendido feito por Elon Musk durante um discurso ontem na Capital One Arena, relacionado por usuários de redes sociais a uma saudação nazista, gerou controvérsia. Apesar de a intenção de Musk não estar clara, extremistas de direita comemoraram o gesto, enquanto especialistas e organizações de direitos humanos pediram cautela ao interpretá-lo.

"Eu só quero agradecer a vocês por terem tornado isso possível", disse Musk, referindo-se à vitória de Donald Trump na eleição presidencial. Após bater a mão no peito, ele estendeu o braço para frente e para cima com a palma voltada para baixo, repetindo o gesto em outra direção. "Meu coração está com vocês", completou.

A semelhança com a saudação nazista levantou críticas e suspeitas. Musk, porém, não negou explicitamente as acusações e ironizou as interpretações em postagens no X: "O ataque do tipo todo mundo é Hitler está tão desgastado".

O gesto foi celebrado por figuras nacionalistas, como Keith Woods, que comentou: "Talvez a agenda woke realmente esteja morta". Woke é um termo político de origem afro-americana, refere-se a uma percepção e consciência das questões relativas à justiça social e racial.

A Liga Antidifamação (ADL) classificou o gesto como "desajeitado" e pediu prudência antes de conclusões precipitadas. Jared Holt, analista do Instituto para o Diálogo Estratégico, também destacou a falta de clareza na intenção de Musk: "Tenho dúvidas de que foi intencional. Seria um ato de auto-sabotagem que realmente não faria muito sentido". Holt sugeriu que o gesto pode ter sido um agradecimento à plateia, considerando a declaração de Musk de que seu "coração estava com a plateia".

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O presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), deputado estadual André do Prado (PL-SP), foi internado nesta quarta-feira, 2, após passar por duas cirurgias para desobstruir artérias. "Uma placa de gordura existia em minhas veias, ela estava comprometida em cerca de 70%", explicou o parlamentar.

"Passei hoje por um procedimento de cateterismo seguido de angioplastia, com colocação de dois stents, após exames detectarem obstrução significativa em uma das artérias coronárias", detalha o político em vídeo publicado no seu perfil no Instagram.

O deputado ainda ressaltou que apesar da sua permanência no hospital por dois dias, "a Alesp segue funcionando normalmente, com minha equipe cuidando de tudo com responsabilidade". Ele também afirma que está bem de saúde e que o procedimento médico ocorreu como planejado.

No dia 25 de junho, André do Prado comandou sessão na Alesp que aprovou a criação de 1344 cargos públicos em apenas 93 segundos. Além das novas posições, que serão ocupadas no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), nesta ocasião os deputados estaduais permitiram reajustes de 5% e 7%, respectivamente, para os servidores do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) e para os que trabalham na própria Alesp.

Após a votação, a Alesp afirmou, por meio de nota, que "todos os projetos pautados em Plenário, conforme disciplina o Regimento Interno, têm garantidos os direitos a discussão e votação".

André do Prado pode se candidatar como vice na chapa à reeleição de Tarcísio de Freitas (Republicanos). O nome do político, no entanto, também é cotado como possível candidato a governador, caso Tarcísio dispute a Presidência da República em 2026. O apoio de Jair Bolsonaro (PL), que se encontra inelegível até 2030, a Tarcísio, no entanto, ainda é incerto.

Os advogados da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) apresentaram nesta quarta-feira, 2, a defesa do seu processo de cassação. Fábio Phelipe Garcia Pagnozzi e Pedro Paulo Pagnozzi pediram, no documento, para que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) ouça o hacker Walter Delgatti Neto, que teria ajudado Zambelli a invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

"A deputada Zambelli sofreu com ação penal, que, em sua ausência, baseou-se apenas no discurso de um delator cuja credibilidade é altamente questionável. Este indivíduo, que já foi qualificado como 'mitomaníaco' e 'mentiroso compulsivo' pela própria Polícia Federal, demonstrou incapacidade de manter uma narrativa coesa", afirma a defesa por meio do documento, se referindo a Delgatti.

Os advogados negam envolvimento da deputada com o hacker e afirmam que ouvi-lo é necessário para "dirimir eventuais contradições e confrontar as versões apresentadas".

Além de Delgatti, a defesa de Zambelli também pede para que o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ex-ministro da Defesa, Michel Spiero, assistente técnico da defesa, Flávio Reis, delegado da Polícia Federal, e Felipe Monteiro, que fundamentou as acusações, sejam ouvidos.

De acordo com os representantes da deputada, ocorreram "graves vícios processuais e violações constitucionais que comprometem diretamente seus direitos fundamentais ao contraditório e à ampla defesa".

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou em entrevista que "o PL não abandona nenhum de seus soldados", apoiando a parlamentar. Ele ainda chamou Zambelli de "soldada ferida guerreira" e disse que lutará pelo mandato "de uma mulher, a mais votada na última eleição do Brasil".

Processo contra Zambelli corre na CCJ

A CCJ deve analisar a cassação de Zambelli e dar parecer positivo ou negativo para a perda de mandato. Em seguida, o processo será submetido à votação no plenário da Câmara dos Deputados. Para que a deputada seja efetivamente seja destituída de seu cargo, 257 parlamentares precisam votar a favor.

Zambelli enfrenta o processo de perda de mandato devido à sua condenação, em 14 de maio, pela invasão do sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça. A sentença do Supremo Tribunal Federal (STF) também determinou que a congressista fosse presa por dez anos.

Zambelli deixou o País dias após a decisão e se refugiou na Itália, país em que possui nacionalidade. O juiz Alexandre de Moraes, do STF, decretou prisão preventiva da deputada por motivo de fuga, a captura ainda não se cumpriu.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) exibiu cartaz que pedia a "taxação dos super ricos" durante evento que celebrou a independência da Bahia nesta quarta-feira, 2. O petista compartilhou foto do ato em suas redes sociais, na imagem, ele aparece ao lado da primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, a Janja, e do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT).

"Mais justiça tributária e menos desigualdade. É sobre isso", publicou o presidente em seu perfil no X (antigo Twitter). A postagem foi endossada por membros do governo, como o Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e por apoiadores, como o deputado o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP).

Lula adotou a oposição entre pobres e ricos como uma estratégia do governo. O partido do presidente iniciou uma campanha que pede aumento de impostos sobre os "BBB", que seriam bilionários, bancos e bets. Para divulgar a ideia, o PT criou um vídeo usando Inteligência Artificial para questionar os impostos que recaem mais ricos.

O plano é se preparar para a corrida presidencial de 2026 e inflamar a visão de "nós contra eles", defendendo que uma pequena parcela privilegiada, os mais ricos, desejam que a carga tributária permaneça como é atualmente.

Lula chegou a afirmar que há uma "rebelião dos mais ricos por causa do PL da isenção do IR" para quem ganha até R$ 5 mil. "Queremos apenas diminuir os privilégios de alguns para dar um pouco de direito aos outros", declarou o petista durante o lançamento do Plano Safra.

As críticas também se estendem à Câmara dos deputados, que derrubou, em 25 de julho, o decreto do governo que impunha aumento ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). No X (antigo Twitter), a deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) chamou o Congresso de "inimigo do povo" e afirmou que o decreto promovia justiça tributária ao onerar "quem pode e deve pagar mais".

Na última segunda feira, 30 de junho, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), criticou a estratégia governista de acusar o Congresso de trair interesses do povo. "Quem alimenta o nós contra eles acaba governando contra todos", afirmou o deputado por meio de um vídeo publicado em seu Instagram. "A polarização política no Brasil tem cansado muita gente, e agora querem criar a polarização social", completa.