Trump critica bispa que pediu 'misericórdia' para a comunidade LGBT+ e imigrantes

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chamou nesta quarta-feira (22) de "esquerdista radical linha dura" a bispa episcopal de Washington, Mariann Budde, que pediu "misericórdia" à comunidade LGBT+ e aos imigrantes do país durante cerimônia religiosa com a presença de Trump, na véspera.

 

"Em nome do nosso Deus, peço que tenha misericórdia das pessoas em nosso país que agora estão assustadas", disse a líder religiosa durante a cerimônia, que faz parte do rito de posse presidencial.

 

"Ela a bispa trouxe sua igreja para o mundo da política de uma forma muito desagradável. Ela tinha um tom desagradável e não era convincente ou inteligente. Ela não mencionou o grande número de imigrantes ilegais que entraram em nosso país e mataram pessoas", afirmou Trump em publicação na plataforma Truth Social (da qual é dono).

 

"Além de suas declarações inapropriadas, o serviço foi muito chato e pouco inspirador. Ela não é muito boa em seu trabalho! Ela e sua igreja devem um pedido de desculpas ao público", acrescentou o presidente americano. Fonte: Associated Press.

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino determinou que a Controladoria-Geral da União (CGU) faça uma auditoria dos recursos enviados via "emendas Pix" em 2024 que não tiveram sua aplicação detalhada por meio de um plano de trabalho. Ele deu prazo de 60 dias. Dino citou nota técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) que aponta que 644 planos de trabalho não foram apresentados, o que corresponde a cerca de R$ 469 milhões.

No fim do ano passado, o ministro liberou a execução das emendas parlamentares, que haviam sido bloqueadas pelo Supremo por falta de transparência. Naquele despacho, Dino ressaltou que deviam ser apresentados os planos de trabalho das "emendas Pix" já enviadas, sob pena de novos bloqueios.

Na decisão desta terça-feira, 18, Dino também determinou que o TCU apresente até 28 de março uma nota técnica para avaliar se a determinação de "imprescindível" apresentação dos planos de trabalho de 2020 a 2023 foi cumprida pelos parlamentares.

O ministro ainda cita dado apresentado pelo TCU segundo o qual, nos últimos seis anos, apenas 19% das emendas executadas por meio de transferências permitem rastrear o percurso do recurso desde o autor da emenda até o beneficiário final utilizando extratos bancários. De acordo com o órgão, aproximadamente 86% das emendas parlamentares pagas foram executadas por transferências nesse período, enquanto 14% ocorreram por aplicação direta.

"É importante lembrar que, anteriormente, não havia tais registros eficazes quanto à execução das "emendas Pix", dando ensejo à utilização de recursos de forma desconectada com as necessidades locais e com as prioridades estabelecidas nos planos de desenvolvimento regional", pontuou Dino.

O deputado federal Mario Frias (PL-SP) se envolveu em discussões nas redes sociais após o Estadão revelar que ele utiliza verba da cota parlamentar da Câmara dos Deputados para alugar um imóvel em Limeira (SP) que pertence ao cunhado do seu chefe de gabinete, que até o momento recebeu R$ 41 mil pela locação.

No X, Frias culpou o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e o ex-deputado federal Deltan Dallagnol pela reportagem. Procurado, Moro disse que desconhece o assunto.

"Deitan [sic] e Moro, suas merdinhas covardes, eu sei que isso aqui é coisa de vocês", escreveu o deputado, se referindo à matéria em uma publicação da Transparência Internacional no Brasil. Antes da matéria ser publicada, Frias havia preferido não se posicionar sobre o caso. "Sim, eu alugo anualmente uma sala comercial para meu escritório parlamentar, onde atendo a população paulista, conforme a lei determina. É um aluguel de três mil reais mensais, já incluindo IPTU e outros gastos (quem conhece São Paulo sabe que é um valor normal, até barato). Sim, a sala é do cunhado de um funcionário meu, é crime alugar propriedade alheia?", continuou Frias.

Ao contrário do que ele disse, o aluguel mensal é de R$ 7.500, conforme nota fiscal apresentada pelo próprio parlamentar à Câmara dos Deputados. "Agora, seus m..., eu sei que vocês querem insinuar que eu estou recebendo algo por isso, sei qual é a de vocês. Então, vocês acham mesmo que as pessoas irão acreditar que eu administrei bilhões de reais como ministro e não me corrompi, não! Que eu esperei ser deputado para roubar três mil reais por mês", questionou Frias.

Ele também se envolveu em um bate-boca com o ex-deputado federal Xico Graziano, com quem já havia discutido anteriormente. Graziano fez uma publicação sobre a matéria do Estadão, xingou Mario Frias e disse que é "uma honra ser atacado por gente da sua laia".

"Oh seu m..., eu não xinguei sua mãe, a pobre coitada não tem culpa de ter uma escória como você como filho", respondeu Frias. "E vou dizer mais, ainda que eu realmente fosse o corrupto burro que você está insinuando que eu sou, ainda assim, isso não mudaria o fato de que você é o pior tipo de ser humano possível, o que defendeu a prisão de pessoas inocentes", continuou ele.

O juiz Marcelo Bretas, que atuou na Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, também criticou o parlamentar. "Para apontar erros alheios, postura rara hoje em dia, tem que ser capaz de dar bons exemplos, um 'bom testemunho'. Qualquer mínima falha ou obscuridade servirá de munição para os adversários, não importa o tamanho do erro de cada um", escreveu o magistrado.

Frias respondeu: "Bretas, até acho louvável você defender seus amigos, mas fica feito você falar de um aluguel de três mil reais quando você recebe auxílio de nove mil. Para apontar erros alheios, deve ser capaz de dar bons exemplos".

Frias nomeou Diego Garcia Ramos como chefe de seu gabinete na Câmara em abril do ano passado. O assessor, que até então atuava com o deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP), foi lotado em um cargo de nível SP-25, com salário de R$ 17,6 mil, um dos maiores na escala dos gabinetes da Casa.

Quatro meses depois, em agosto, o gabinete de Frias alugou o imóvel em Limeira que pertence ao advogado Paulo Sérgio Ramos Merli Júnior. Ele é cunhado de Diego Ramos - o assessor é casado com a irmã dele. "Pode ir lá e conhecer o gabinete dele. Tem uma sala lá. Eu tenho um prédio em Limeira e ele [Mário Frias] usa a hora que ele precisa", disse Paulo Merli Júnior ao Estadão.

O aluguel mensal da sala é de R$ 7.500. Com exceção de agosto, quando pagou apenas a metade, o valor foi quitado integralmente até janeiro, último mês com dados disponíveis, totalizando R$ 41.250.

O escritório de Paulo Sérgio fica no mesmo endereço, em uma rua do centro de Limeira com imóveis residenciais e salas comerciais. O espaço alugado, segundo o recibo de pagamentos, fica no segundo andar. O prédio não tem identificação na fachada e também abriga a clínica de cardiologia da esposa de Ramos e irmã do chefe de gabinete de Frias.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que o seu candidato à Presidência da República em 2026 é o ex-mandatário Jair Bolsonaro (PL). "Foi a pessoa que me abriu as portas", disse o republicano em um vídeo compartilhado nas redes sociais após a divulgação de que, nos bastidores, ele tem dito que aceitaria disputar a Presidência.

Tarcísio compartilhou um trecho de uma entrevista à Revista Oeste em que exalta sua relação com o ex-presidente e questiona os motivos que levaram Bolsonaro à inelegibilidade.

"Eu tenho uma admiração e uma amizade profunda com o presidente Bolsonaro. Foi a pessoa que me abriu as portas. Bolsonaro é o detentor do capital político, então a direita tá com Bolsonaro. É o grande líder da direita né, é a grande referência, construiu esse capital", afirmou Tarcísio.

Segundo o governador paulista, ele tem interesse em se manter na gestão estadual e torce para que o ex-presidente possa retornar a Brasília. "O que que me daria conforto hoje? A gente tem um projeto muito bacana para São Paulo [...] Então, eu ficaria muito feliz de estar trabalhando aqui em São Paulo por essa continuidade. E uma coisa que me ajudaria muito, ter o Bolsonaro lá de novo em Brasília porque seria outra coisa", disse o republicano.

Nos bastidores, como publicado pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, Tarcísio teria admitido em uma conversa em Nova York que deve ser o candidato à presidência no próximo pleito. Tarcísio nega.

Com Bolsonaro inelegível, o nome do chefe do Executivo estadual é ventilado como um dos possíveis substitutos da direita. Um levantamento divulgado nesta terça-feira, 18, pelo Instituto Paraná Pesquisas sobre as intenções de voto para a eleição presidencial de 2026 mostrou empate técnico entre Tarcísio e Lula em um eventual segundo turno. Caso a disputa fosse entre Bolsonaro e o petista, Lula perderia. O levantamento foi contratado pelo PL.

Apesar de estar presente entre as intenções de votos dos eleitores, Bolsonaro está inelegível até 2030. No vídeo publicado, Tarcísio questiona o processo. "Os motivos que afastaram Bolsonaro do cenário político, da inelegibilidade, são absolutamente patéticos, não tem nada importante, não tem. Procuraram questões muito simplórias e sem sentido para afastar uma grande liderança do jogo democrático", disse o governador.

Bolsonaro foi declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral após ser condenado por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação em razão da reunião em que atacou as urnas eletrônicas diante de diplomatas. Desde então, parlamentares e aliados do ex-presidente têm se movimentado para reduzir o prazo de inelegibilidade, abrindo espaço para uma possível candidatura.