Musk e Trump atacam agência de ajuda internacional dos EUA e principais diretores são afastados

Internacional
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O bilionário Elon Musk chamou neste domingo, 2, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) de "organização criminosa". A declaração foi feita através da sua conta no X (antigo Twitter). Pouco depois, o presidente Donald Trump afirmou que a agência é "administrada por lunáticos radicais (e) vamos tirá-los de lá". Também disse que está reconsiderando seu futuro no governo.

 

No mesmo dia, John Voorhees e Brian McGill, diretor e vice-diretor da agência, respectivamente, foram colocados em licença forçada pelo governo após impedirem que funcionários do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) acessassem documentos confidenciais. A conta da agência no X foi desativada e seu site permaneceu fora do ar no domingo.

 

A USAID é responsável pelo envio de ajuda humanitária dos EUA para outros países. Uma das primeiras ações de Trump ao retornar à Casa Branca em 20 de janeiro, foi congelar a ajuda de Washington a outros países por três meses, enquanto é determinado se os gastos são ou não do interesse do país.

 

Musk, que é o chefe do DOGE, chamou a agência de "organização criminosa" ao responder a um vídeo no a USAID acusada de supostamente estar envolvida "em trabalho sujo para a Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA)" e em "censura" da "Internet".

 

Em outro post, Musk, sem evidências, questionava aos seus seguidores se sabiam que "a USAID, (está) usando SEUS impostos, financiou pesquisas sobre armas biológicas, incluindo a Covid-19, que matou milhões de pessoas?". O empresário não deu mais detalhes sobre as alegações, que autoridades do governo Joe Biden vincularam a uma campanha de desinformação russa.

 

Com ajuda internacional suspensa, trabalhadores humanitários dizem que há incerteza e que o impacto da medida já está sendo sentido entre países mais vulneráveis do mundo.

 

À frente do DOGE, Musk foi encarregado por Trump de cortar empregos no governo e o que ele vê como gastos desnecessários. Alguns relatos sugerem que o presidente republicano quer incorporar a USAID à estrutura do Departamento de Estado, mas sua equipe não respondeu a um pedido de comentário da AFP.

 

A USAID tem um orçamento de US$ 42,8 bilhões para ajuda humanitária e assistência ao desenvolvimento em todo o mundo. (Com agências internacionais).

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), é alvo de uma ação na Justiça dos Estados Unidos por suposta violação à soberania americana.

A ação judicial é movida pelas empresas Trump Media, ligada ao presidente Donald Trump, e pela plataforma Rumble. O caso tramita em um tribunal de Justiça Federal sediado na Flórida. A informação é do jornal Folha de S.Paulo. Moraes não se posicionou sobre o caso. O Estadão contatou o ministro via assessoria de imprensa do STF.

Rumble é uma plataforma para o compartilhamento de vídeos que funciona de forma similar ao YouTube. A rede já foi citada em decisões do STF para a remoção de conteúdo, mas não cumpriu as determinações da Justiça brasileira por não contar com representação no País. Com a proposta de ser "imune à cultura do cancelamento", o Rumble passou a abrigar produtores de conteúdo restritos em outras redes sociais, como os bolsonaristas Paulo Figueiredo, Rodrigo Constantino e Bruno Aiub, conhecido como Monark.

Segundo as empresas autoras da ação conjunta, Moraes violou a legislação americana ao ordenar à Rumble a suspensão da conta do blogueiro Allan dos Santos. "Moraes agora está tentando contornar completamente o sistema legal americano, utilizando ordens sigilosas de censura para pressionar redes sociais americanas a banir o dissidente político (Allan dos Santos) em nível global", afirmou à Folha Chris Pavlovski, CEO da Rumble.

Allan dos Santos é investigado pelo STF por propagação de desinformação e por ofensas à ministros da Corte brasileira. Contra ele, há um mandado de prisão preventiva, mas o blogueiro mora nos Estados Unidos e está foragido da Justiça brasileira.

O endereço residencial de Allan no Brasil já foi alvo de busca e apreensão pela Polícia Federal (PF). Um pedido da justiça brasileira para a extradição de Santos foi negado pelo governo americano em março do ano passado.

A Trump Media se aliou à Rumble na ação. Os advogados da empresa ligada ao presidente americano argumentam que a restrição das operações do Rumble no Brasil também a prejudica, pois a plataforma de vídeos fornece à Trump Media serviços necessários à manutenção da rede social Truth Social.

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) divulgou uma nota na noite desta terça-feira, 18, rebatendo as acusações da Procuradoria-Geral da República (PGR). O procurador-geral da República Paulo Gonet denunciou Bolsonaro como líder do plano de golpe para se manter no poder após a derrota nas eleições de 2022. Os advogados do ex-presidente afirmam que não há provas que o conectem à trama golpista.

Um dos argumentos da defesa é que, mesmo após a apreensão dos telefones do ex-presidente, não foram encontradas mensagens sobre o plano de golpe.

"A despeito dos quase dois anos de investigações - período em que foi alvo de exaustivas diligências investigatórias, amplamente suportadas por medidas cautelares de cunho invasivo, contemplando, inclusive, a custódia preventiva de apoiadores próximos -, nenhum elemento que conectasse minimamente o presidente à narrativa construída na denúncia, foi encontrado", diz a manifestação.

Os advogados de Bolsonaro afirmam também que a denúncia é baseada no acordo de colaboração do tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens. A delação é classificada pela defesa do ex-presidente como "fantasiosa".

"O presidente Jair Bolsonaro confia na Justiça e, portanto, acredita que essa denúncia não prevalecerá por sua precariedade, incoerência e ausência de fatos verídicos que a sustentem perante o Judiciário."

Além do ex-presidente, outras 33 pessoas também foram denunciados por cinco crimes - tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de estado, organização criminosa armada, dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima, e deterioração de patrimônio tombado. Caso o Supremo Tribunal Federal (STF) aceite a denúncia, eles se tornarão réus numa ação penal.

Leia a íntegra da nota da defesa de Bolsonaro:

A defesa do Presidente Jair Bolsonaro recebe com estarrecimento e indignação a denúncia da Procuradoria-Geral da República, divulgada hoje pela mídia, por uma suposta participação num alegado golpe de Estado.

O Presidente jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam.

A despeito dos quase dois anos de investigações - período em que foi alvo de exaustivas diligências investigatórias, amplamente suportadas por medidas cautelares de cunho invasivo, contemplando, inclusive, a custódia preventiva de apoiadores próximos -, nenhum elemento que conectasse minimamente o Presidente à narrativa construída na denúncia, foi encontrado.

Não há qualquer mensagem do Presidente da República que embase a acusação, apesar de uma verdadeira devassa que foi feita em seus telefones pessoais.

A inepta denúncia chega ao cúmulo de lhe atribuir participação em planos contraditórios entre si e baseada numa única delação premiada, diversas vezes alteradas, por um delator que questiona a sua própria voluntariedade. Não por acaso ele mudou sua versão por inúmeras vezes para construir uma narrativa fantasiosa.

O Presidente Jair Bolsonaro confia na Justiça e, portanto, acredita que essa denúncia não prevalecerá por sua precariedade, incoerência e ausência de fatos verídicos que a sustentem perante o Judiciário.

Deputados e senadores bolsonaristas criticaram nesta terça-feira, 18, a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O procurador-geral da República, Paulo Gonet, concluiu que o ex-chefe do Executivo federal liderou as articulações para dar um golpe de Estado.

O líder da Oposição na Câmara, deputado Luciano Zucco (PL-RS), afirmou que a denúncia "carece de fundamentação jurídica sólida" e questionou a imparcialidade e a isenção da PGR.

"É imperativo destacar que tal denúncia carece de fundamentação jurídica sólida e parece estar alicerçada em interpretações subjetivas, desprovidas de evidências concretas que sustentem as graves acusações imputadas", afirmou o líder da oposição.

Zucco disse ainda que a oposição vai seguir "vigilante e atuante" para garantir que Bolsonaro não seja alvo de uma "perseguição política disfarçada de procedimento legal".

"A Liderança da Oposição reafirma seu total apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, um líder que sempre se pautou pelo respeito à Constituição e ao Estado Democrático de Direito. Rejeitamos com firmeza qualquer tentativa de criminalização de sua trajetória política e denunciamos essa ação como uma ofensiva seletiva com motivações que transcendem o campo jurídico", disse Zucco.

A líder da Minoria na Câmara, deputada Caroline de Toni (PL-SC), também disse que Bolsonaro é alvo de uma "perseguição política". Segundo a parlamentar, as provas fundamentadas pela PGR com base no inquérito da Polícia Federal (PF) que investigou uma tentativa de golpe de Estado são "claramente políticas".

"A perseguição política no Brasil tem patronos - e todos sabem quem são. Hoje, o maior líder deste País torna-se formalmente vítima da ditadura. Um processo cujos fundamentos são claramente políticos demonstra que o Estado Democrático de Direito não passa de letra morta. Quem coloca sua digital nisso não tem qualquer respeito pelo Brasil", disse De Toni.

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou que a denúncia da PGR reforça a necessidade de se aprovar o projeto de lei que anistia os condenados pelos atos do 8 de Janeiro. Publicamente, bolsonaristas haviam afirmado que a proposta buscava isentar "pessoas comuns" que foram punidas pela depredação dos prédios públicos.

"A denúncia da PGR contra o ex-presidente Bolsonaro só reforça a necessidade de aprovarmos a anistia. O Brasil não pode permitir que a perseguição política se torne arma contra aqueles que apenas expressaram sua indignação e lutaram por um país mais justo", afirmou Zambelli.

De acordo com a denúncia da PGR, Bolsonaro liderou uma organização criminosa "baseada em projeto autoritário de poder" e "com forte influência de setores militares". Também foi apontado como comandante da trama o ex-ministro da Defesa general Walter Braga Netto, que está em prisão preventiva.

"A organização tinha por líderes o próprio presidente da República e o seu candidato a vice-presidente, o general Braga Neto. Ambos aceitaram, estimularam, e realizaram atos tipificados na legislação penal de atentado contra o bem jurídico da existência e independência dos poderes e do Estado de Direito democrático", diz um trecho da denúncia.

Em nota, os advogados José Luis Oliveira Lima e Rodrigo Dall'Acqua, que representam Braga Netto, chamam a denúncia de "fantasiosa". O texto diz ainda que o general "está preso há mais de 60 dias e ainda não teve amplo acesso aos autos, encontra-se preso em razão de uma delação premiada que não lhe foi permitido conhecer e contraditar". "A defesa confia na Corte, que o STF irá colocar essa malfadada investigação nos trilhos", conclui.