Zelensky diz em Conferência de Munique que chegou a hora de criar as 'forças armadas da Europa'

Internacional
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O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse neste sábado, 15, durante a Conferência de Segurança de Munique, que chegou a hora da criação de "forças armadas da Europa" e que a luta de seu país contra a Rússia provou que já existe uma base para isto. O líder ucraniano afirmou que o continente europeu não pode descartar a possibilidade de que "os americanos possam dizer não à Europa em questões que a ameaçam", e observou que muitos líderes já falam sobre como a Europa precisa de suas próprias forças armadas. "Eu realmente acredito que chegou a hora. As forças armadas da Europa devem ser criadas", disse em painel.

Zelensky também fez alusão a uma conversa telefônica entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente russo, Vladimir Putin, após a qual Trump disse que os dois líderes provavelmente se encontrariam em breve para negociar um acordo de paz sobre a Ucrânia.

Trump mais tarde garantiu a Zelensky que ele também teria um assento à mesa para acabar com a guerra que foi desencadeada pela invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia em 2022. "A Ucrânia nunca aceitará acordos feitos pelas nossas costas sem o nosso envolvimento, e a mesma regra deve se aplicar a toda a Europa", afirmou. "Alguns dias atrás, o presidente Trump me contou sobre sua conversa com Putin. Ele não mencionou nenhuma vez que a América precisa da Europa na mesa. Isso diz muito. Os velhos tempos acabaram, quando a América apoiava a Europa só porque sempre apoiou." Fonte: Associated Press.

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), entrou com um processo na Justiça Federal da Paraíba solicitando a retirada de outdoors espalhados pela cidade no contexto da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Blindagem, mas seu pedido foi negado.

A decisão foi emitida pela 4ª Vara da Justiça Federal, com julgamento do juiz federal Vinícius Costa Vidor. No despacho, o magistrado também marcou uma audiência para esta quarta-feira, 27, reunindo as partes envolvidas, mas não houve conciliação entre elas.

Os outdoors exibiam fotos de Hugo Motta acompanhadas de frases como "Eles votaram sim para proteger políticos que cometeram crimes" e "O povo não vai esquecer isso", além da logomarca do Sindicato dos Trabalhadores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica da Paraíba (Sintef-PB).

Nas redes sociais, o Sintef-PB afirmou: "A tentativa de silenciar manifestações revela medo do debate público. Mas seguimos firmes: manifestação não é crime, é direito constitucional, e ninguém vai cercear a voz do povo".

A defesa de Motta, realizada por advogados da Câmara dos Deputados, argumentou que os outdoors violavam os limites da liberdade de expressão e poderiam ser difamatórios.

No entanto, o magistrado destacou que, como figura pública ocupando um cargo público, Motta está mais sujeito a críticas, e que o material não configurava intenção de difamação, sendo apenas críticas contundentes a uma proposta legislativa e ao comportamento do presidente da Câmara durante sua tramitação.

Os conteúdos foram espalhados pelas cidades de Campina Grande e Cajazeiras, no Sertão, e incluíam nomes de outros deputados paraibanos.

A reportagem entrou em contato com a Advocacia da Câmara dos Deputados, mas não obteve resposta até a publicação. O canal permanece aberto. Os outdoors já foram retirados de circulação.

O presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), anulou nesta quinta-feira, 27, o voto do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) na sessão referente à análise dos vetos do governo Lula à Lei de Licenciamento Ambiental e ao projeto de socorro aos estados endividados, conhecido como "Propag".

Eduardo Bolsonaro havia votado a favor da derrubada de vetos impostos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na justificativa, Alcolumbre informou que o regimento não permite a votação de forma remota por parlamentares fora do País, exceto em missão oficial.

"Foi constatado o registro irregular de votação pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro. Esta presidência declara a nulidade do referido registro de votação e determina a retificação de seu resultado", afirmou Alcolumbre.

Eduardo está nos Estados Unidos desde o início deste ano. Nesta quarta-feira, 26, o Supremo Tribunal Federal (STF) formalizou a decisão que tornou Eduardo réu, com o entendimento de que o parlamentar contribuiu para obstruir o processo da trama golpista, na qual seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, é apontado como o principal articulador.

Na decisão, Alcolumbre mencionou uma determinação do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), desta terça-feira, 25, que proíbe a participação e votação pelo aplicativo de deputados que estejam fora do país sem integrar missão oficial autorizada.

A decisão de Hugo Motta referia-se ao deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), mas também se aplica a Eduardo.

Ramagem integra o "núcleo 1" dos condenados pela trama golpista que tentou abolir o Estado Democrático de Direito. Ele deixou o país em setembro, após ser condenado pelo Supremo, e atualmente é considerado foragido pela Justiça brasileira. Sua defesa não foi localizada. O parlamentar ainda corre o risco de ter o mandato cassado.

O governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou ser simpático à prisão perpétua no Brasil diante do elevado número de sucessivos crimes que são praticados por um único criminoso. As declarações foram feitas nesta quinta-feira, 27, no Annual Meeting realizado pela XP Asset Management.

"Já chegamos a prender ladrão do celular aqui 33 vezes e esse cara é liberado em audiência de custódia", afirmou, acrescentando que o cidadão quer ver o recurso de bens apreendidos voltando para o Estado e sendo utilizado no combate ao crime organizado.

"E aí a mudança de legislação é bem-vinda e necessária, algumas mudanças que sejam até radicais. Eu não acho, por exemplo, nenhum absurdo você ter a prisão perpétua no Brasil", disse.

Tarcísio citou como exemplo a eventualmente ser seguido a política de segurança pública do presidente Nayib Bukele, de El Salvador, de tolerância zero ao crime organizado e uso da força bruta para seu combate. "Veja o que foi feito em El Salvador, o que era e o que é", disse. O presidente de El Salvador é frequentemente criticado por adotar política autoritárias para ampliar seu poder, com violações de direitos humanos nas prisões.