Zelensky diz em Conferência de Munique que chegou a hora de criar as 'forças armadas da Europa'

Internacional
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O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse neste sábado, 15, durante a Conferência de Segurança de Munique, que chegou a hora da criação de "forças armadas da Europa" e que a luta de seu país contra a Rússia provou que já existe uma base para isto. O líder ucraniano afirmou que o continente europeu não pode descartar a possibilidade de que "os americanos possam dizer não à Europa em questões que a ameaçam", e observou que muitos líderes já falam sobre como a Europa precisa de suas próprias forças armadas. "Eu realmente acredito que chegou a hora. As forças armadas da Europa devem ser criadas", disse em painel.

Zelensky também fez alusão a uma conversa telefônica entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente russo, Vladimir Putin, após a qual Trump disse que os dois líderes provavelmente se encontrariam em breve para negociar um acordo de paz sobre a Ucrânia.

Trump mais tarde garantiu a Zelensky que ele também teria um assento à mesa para acabar com a guerra que foi desencadeada pela invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia em 2022. "A Ucrânia nunca aceitará acordos feitos pelas nossas costas sem o nosso envolvimento, e a mesma regra deve se aplicar a toda a Europa", afirmou. "Alguns dias atrás, o presidente Trump me contou sobre sua conversa com Putin. Ele não mencionou nenhuma vez que a América precisa da Europa na mesa. Isso diz muito. Os velhos tempos acabaram, quando a América apoiava a Europa só porque sempre apoiou." Fonte: Associated Press.

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A proposta de um minuto de silêncio para vítimas da operação policial no Rio virou um bate-boca entre vereadores na Câmara Municipal de São Paulo nesta quarta-feira, 29. A homenagem não foi aprovada.

A discussão ocorreu no plenário da Casa. A vereadora Luna Zarattini (PT) propôs o tributo aos mais de 100 mortos na operação. A proposta tinha apoio de outros parlamentares da esquerda. Mas vereadores de direita defenderam a homenagem apenas aos quatro policiais assassinados.

"Quem atira em polícia tem que morrer mesmo", declarou Lucas Pavanato (PL). "(Espero) que os bandidos vão chorar no colo do capeta", afirmou Rubinho Nunes (União). "Criminoso não vai ter um minuto de silêncio nessa casa", disse Adrilles Jorge (União).

"Não existe pena de morte no Brasil", rebateu Luna. "Vocês não são juízes. Bandido é só depois do devido processo legal. Aqui não é faroeste", criticou Luana Alves (Psol). "É um absurdo ter que dizer nessa Casa que na favela não tem só bandido", defendeu Keit Lima (Psol).

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira, 29, a recondução da advogada da União, Daiane Nogueira de Lira, ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do procurador do Distrito Federal, Edvaldo Nilo de Almeida, ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

Daiane Nogueira de Lira foi aprovada por 388 votos a favor, 22 contrários e 11 abstenções. Já Edvaldo Nilo recebeu 411 votos favoráveis, 6 contrários e 8 abstenções.

Após a aprovação na Câmara, os indicados passarão por sabatina no Senado Federal. A partir da liberação, ambos exercerão mandato de dois anos em seus respectivos conselhos. Ambos já representam a Câmara dos Deputados em seus respectivos órgãos, conforme previsto na Constituição Federal.

Quem é Edvaldo Nilo?

Edvaldo Nilo de Almeida é professor do Ibmec e procurador do Distrito Federal. Graduado pela Universidade Salvador (Unifacs), é mestre pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP) e doutor pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Quem é Daiane Nogueira?

Daiane Nogueira de Lira é advogada da União. Graduada pela Universidade de Fortaleza (Unifor), é mestre em Direito e Políticas Públicas pelo Centro Universitário de Brasília (UniCeub) e doutoranda em Direito Constitucional pela Universidade de São Paulo (USP).

A Justiça de São Paulo condenou nesta terça-feira, 28, Hudson Luiz da Cruz de Menezes a pagar uma indenização de R$ 1.412 ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por ironizar a morte do neto do chefe do Executivo em uma publicação feita nas redes sociais em 2019.

Na postagem, Hudson afirmou que a morte do neto de Lula seria uma espécie de "castigo" para o petista.

"Lula tá só começando a pagar pelo tanto de vida que ele matou ao roubar dinheiro público da saúde. A Justiça de Deus não falha…", escreveu Hudson no perfil Hudson du Mato.

O neto do presidente, Arthur Araújo Lula da Silva, morreu aos sete anos, em 1º de março de 2019, em um hospital de Santo André (SP), vítima de meningite. Na época, o irmão de Lula, Genival Inácio da Silva, havia morrido três meses antes, e o então ex-presidente estava preso em decorrência de condenação pela Operação Lava Jato.

Na sentença, o juiz Fernando de Oliveira Domingues Ladeira, da 7ª Vara Cível de São Bernardo do Campo, destacou que Hudson utilizou a morte de um familiar "e o momento de dor para fazer considerações políticas", o que, segundo ele, "destoa do debate de ideias livres em um contexto de civilidade básica, cujo preceito primário é respeitar o interlocutor".

"Debater não é apenas falar, isso é discurso, não é debate. No debate, ouvir é tão importante quanto dizer, e para ouvir (e não apenas escutar) é preciso respeitar o debatedor enquanto indivíduo. Isso implica respeitar momentos de fragilidade, notadamente o luto", afirmou o magistrado.

O valor da indenização é o mesmo pedido na ação, que na época era equivalente a um salário mínimo. A decisão ainda será publicada no Diário de Justiça e pode ser alvo de recurso no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).