Em mês de aniversário, a Itaú Cultural Play abre programação ligada a festivais com mostras do In-Edit Brasil e do Guarnicê de Cinema

Cultura
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Ao completar três anos, o streaming do Itaú Cultural reforça a proposta de tornar acessíveis filmes exibidos em grandes eventos de cinema pelo país. Do festival internacional de documentário musical, exibirá produções como Funk favela e Eu sou o samba, mas pode me chamar de Zé Ketti, enquanto do longevo festival do Maranhão disponibiliza, entre outros, Bença e Mar.Ina, além de conceder o Prêmio Itaú Cultural Play a um dos curtas-metragens maranhenses selecionados das mostras competitiva

 

Dois importantes festivais abrem a programação que a Itaú Cultural Play www.itauculturalplay.com.br recebe em junho, vinda de eventos de cinema de diferentes pontos do Brasil. De 13 a 23 do mês, a plataforma de streaming do Itaú Cultural, dedicada ao cinema nacional, recebe um recorte da 16ª edição In-Edit Brasil – Festival Internacional do Documentário Musical, de São Paulo, com longas e curtas-metragens brasileiros inéditos. Do dia 14 ao 30, também exibe oito produções em um recorte da programação oficial do 47º Festival Guarnicê de Cinema – este é realizado presencialmente no Maranhão e um dos mais antigos do Norte e do Nordeste do país.

 

Neste mês, a Itaú Cultural Play completa três anos de existência e celebra com programação focada em festivais de todo o país e em mostra de filmes organizada pela curadoria da plataforma sobre o cinema brasileiro. O seu catálogo foi ampliado. Iniciado com 135 filmes, atualmente, possui cerca de 360 títulos, entre longas e curtas-metragens, séries e documentários.

 

No catálogo se encontram, ainda, filmes com recursos acessíveis (Libras, legendas e audiodescrição), em um processo recém iniciado. No dia 21, entrará na plataforma a cópia acessível de O menino e o mundo

 

A IC Play, agora também está disponível nas smart TVs da LG e da Samsung e na Apple TV, além dos aplicativos para dispositivos móveis (Android e iOS) e Chromecast.

 

No ritmo

Em mais um ano de parceria com a plataforma, o In-Edit Brasil leva para a IC Play uma seleção de filmes das diversas mostras do festival, que acontece presencialmente de 12 a 23 de junho, em São Paulo, e fica na IC Play de 13 a 23 do mês.

 

Funk favela, de Kênya Zanatta, aborda as multiplicidades e contradições do movimento do funk em São Paulo. São levantadas, ainda, pautas como preconceito e a presença feminina, buscando identificar as raízes sociais deste gênero, que ainda encontra sua maior potência criativa nas periferias das grandes cidades.

 

Eu sou o samba, mas pode me chamar de Zé Ketti, dirigido por Luiz Guimarães de Castro, explora a trajetória do compositor que dá nome ao filme. Sua história é recontada em depoimentos do artista, de familiares e amigos próximos, além de performances musicais e diversas facetas do compositor, ator e cantor.

 

No rastro do pé de bode é um road movie que acompanha o músico Rato Branco pelo sertão da Bahia, em busca de instrumentistas que preservam a tradição dos oito baixos. Com direção de Marcelo Rabelo, o filme revela a memória musical da região, da sanfona e desse instrumento que se tornou uma lenda a partir do músico Januário, pai de Luiz Gonzaga, mas caiu em desuso.

 

O documentário O carnaval de rua é festa do povo, de Uilton Oliveira, conta a história do Pula Roleta, um bloco clandestino no Rio de Janeiro. Ele foi criado em 2012 em meio à luta pelo transporte público gratuito na cidade e tem sua trajetória contada por diretores e frequentadores.

 

Por sua vez, É d'Oxum: força que mora n'água, de Day Sena, se dedica à composição É D'Oxum, assinada por Gerônimo Santana e Vevé Calasans. Uma das canções mais populares na Bahia, é considerada por muitos o hino extra-oficial de Salvador.

 

Por fim, De par em par, de Tais Melo, tem como ponto de partida os serviços de personal dancers – profissionais pagos para acompanhar mulheres nas danças e procurados por muitas frequentadoras dos salões de baile de São Paulo. O filme traz o encontro inusitado do personal Tony e sua cliente Marilena.

 

Mostra e fomento

A 47ª edição do Guarnicê de Cinema, que acontece presencialmente de 7 a 14 de junho, em São Luís do Maranhão, chega pela primeira vez na Itaú Cultural Play com uma mostra que expande o festival para o streaming. De 14 a 30 do mês, logo após a realização do festival, a plataforma exibe um recorte de oito produções que participam da programação oficial.

 

Essa parceria inédita vai além da mostra. O Guarnicê conta ainda com a segunda edição do Prêmio Itaú Cultural Play, que vai contemplar com R$ 15 mil um dos 12 curtas-metragens maranhenses selecionados para as mostras competitivas do festival, pelo licenciamento da produção para a Itaú Cultural Play pelo período de 24 meses.

 

Os filmes vêm de diferentes partes do país, além do estado anfitrião. A animação fantástica baiana Jussara, de Camila Ribeiro, conta a história da personagem que dá nome ao título. Ela é a memória viva da vila onde mora, conselheira e contadora de histórias, mas que um dia se percebe cansada de carregar tantas narrativas e decide viver a sua própria.

 

O documentário Pirenopolynda trata da Festa do Divino, que é realizada na cidade goiana de Pirenópolis há 200 anos. Ao revisitar as memórias afetivas preciosas guardadas sobre a festa, anos depois, a artista local Tita pretende reconstruir e retradicionalizá-la sob um viés afetivo decolonial.

 

O filme carioca Deixa, de Mariana Jaspe, reúne um elenco encabeçado pela cantora e atriz Zezé Motta no papel de Carmen, uma mulher que vive seu último dia de liberdade antes do marido sair da prisão. Dirigido por Manu Cappu, o drama paranaense Bença, mostra a sacralidade do dia de visita para os presos. Em um desses momentos, Antônio está ansioso para ver sua esposa, Vera. Entretanto, ao caminhar rumo ao pátio para encontrá-la, seu mundo começa a ruir ao ver também saindo de uma das celas Rodrigo, seu filho. As relações paternas entre pai e filho são como um campo seco e sem vida.

 

A seleção conta, ainda, com três produções maranhenses. O documentário João de Una tem um Boi, de Pablo Monteiro, parte da relação entre a devoção e a brincadeira de bumba-meu-boi na Tenda Nossa Senhora Aparecida. A morte do Boi de João de Una é uma das festas do calendário do terreiro, chefiado por Joseph Joan, o Pai Joan e ganha destaque pelo toque das caixas, tambores, radiolas, matracas e pandeiros do lugar.

 

Não existem mártires, apenas marketing é uma ficção científica dirigida por João Luciano. No filme, três jovens testemunham um fenômeno misterioso nos céus da cidade de Imperatriz (MA), para onde voltam depois de um ano de ausência e descobrem que famílias estão sendo secretamente evacuadas da cidade. Diante desse mistério, eles questionam se conseguem acordar uma cidade que é obrigada a dormir.

 

O último é Mar.Ina, uma paródia-crítica de A Pequena Sereia, vivida pela menina trans Marina. Ela é cazumba, personagem do bumba-boi que também é de entremundos. Nicolas a observa dançando e se interessa por ela, que, surpreendida, foge sem revelar sua identidade. No dia seguinte, eles se cruzam, mas o rapaz não a reconhece como caxumba – para ele, uma menina cisgênero. Marina começa a se questionar sobre sua imagem de trans não binária e, como a pequena sereia, muda de forma. Suas amigues e seu cazumba (seu alterego) a ajudam a reencontrar suas essências.

Em outra categoria

Em meio a um cenário de otimismo cauteloso, o turismo brasileiro vive um novo momento em 2025. Impulsionado pela valorização do turismo sustentável, pelas viagens de experiência e pela alta do dólar, que favorece o turismo doméstico, o setor registra uma recuperação robusta e cheia de oportunidades.

Segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o faturamento do setor cresceu 8,5% no primeiro trimestre de 2025, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Entre os destaques estão o Nordeste e o Centro-Oeste, que têm atraído visitantes em busca de ecoturismo, cultura regional e gastronomia típica.

A força do turismo interno

Com o dólar oscilando acima dos R$ 5,50, muitos brasileiros estão optando por conhecer melhor o próprio país. Destinos como Jalapão (TO), Chapada Diamantina (BA) e Alter do Chão (PA) estão no topo das buscas, segundo dados recentes da plataforma de viagens Booking.com.

“Estamos percebendo um novo perfil de turista, mais consciente e interessado em experiências autênticas, longe das multidões e com maior contato com a natureza”, afirma Paula Rezende, diretora de marketing de uma agência de viagens especializada em roteiros personalizados.

Turismo sustentável em alta

Outro destaque de 2025 é o crescimento do turismo sustentável. Projetos de hospedagem ecológica, trilhas com guias locais capacitados e parcerias com comunidades tradicionais estão se tornando diferenciais importantes na hora de escolher um destino.

A cidade de Bonito (MS), por exemplo, implementou um sistema de controle de visitantes em suas principais atrações naturais, equilibrando preservação ambiental e geração de renda para a população local.

Tecnologia e inteligência artificial como aliadas

A tecnologia também tem papel de protagonista na retomada do setor. Aplicativos de roteiros personalizados, guias virtuais com inteligência artificial e o uso de realidade aumentada em museus e atrações têm melhorado a experiência dos turistas e ajudado a descentralizar o fluxo de visitantes.

“A integração de ferramentas tecnológicas permite que o turista tenha mais autonomia, segurança e acesso a informações atualizadas em tempo real”, destaca Rafael Oliveira, pesquisador em turismo digital da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Perspectivas para o futuro

O cenário para o turismo em 2025 é promissor, mas requer atenção à qualificação da mão de obra, infraestrutura de acesso e políticas públicas de incentivo ao turismo sustentável.

Com a chegada do segundo semestre, o setor se prepara para a alta temporada e aposta na diversificação de roteiros e no fortalecimento do turismo de base comunitária como pilares de um crescimento duradouro.

O ano de 2025 está sendo generoso para quem busca por uma brecha no calendário para viajar. Isso porque há quatro feriados prolongados e oito pontos facultativos nacionais, que é quando as empresas podem ou não liberar os funcionários. O primeiro prolongado aconteceu em abril, mas durante todo o ano há oportunidades para viajar, e os roteiros de turismo sustentável vem ganhando espaço na agenda do brasileiro. Além de serem opções responsáveis e que se preocupam com o meio ambiente, quem os realiza também ganha ao se conectar com a natureza.

O ecoturismo cresce cerca de 20% todos os anos no Brasil, de acordo com o Brasilturis. Um dos motivos pela escolha da modalidade são os benefícios, principalmente ao bem estar mental e na conexão com si mesmo. É comprovado que a exposição à natureza diminui o estresse, regulando os níveis de cortisol no corpo e baixando a pressão arterial. A rotina do dia a dia faz com que seja difícil parar para contemplar um fim de tarde, o cair da chuva, o cantar dos pássaros ou pisar na grama e, assim, esquecemos o quão bom esse contato pode fazer. 

“Viagens em meio a natureza são como uma terapia em meio a um mundo digital, cheio de telas e obrigações profissionais. O ecoturismo vem se tornando um estilo de vida para aqueles que priorizam qualidade de vida, na qual saúde física e mental são inegociáveis”, ressalta Cecília Fortunatti, cofundadora da VaiViver - Ecoturismo e Aventura. 

Para quem busca uma pausa da rotina agitada das cidades, a VaiViver — iniciativa voltada para viagens com propósito — criou roteiros com saídas exclusivas durante os feriados prolongados. Em maio, no Dia do Trabalho (01), acontecem as primeiras expedições para explorar mais de 150 cachoeiras escondidas no coração da Serra da Canastra, em Delfinópolis (MG). Já em junho, durante o feriado de Corpus Christi, o destino é Nobres (MT), no coração do cerrado mato-grossense. 

Foco na experiência

Buscando mais do que apenas um destino, e sim vivências transformadoras em meio à natureza, Sandra de Araujo Rodrigues, de 53 anos, decidiu romper barreiras pessoais e encontrou na VaiViver a segurança e o acolhimento necessários para viajar sozinha pela primeira vez. Após o divórcio e em busca de um novo ciclo de vida, ela escolheu a Chapada dos Guimarães como ponto de partida para essa jornada. Lá, além de se reconectar consigo mesma, fez amizades e viveu momentos que marcaram sua trajetória. Foi nessa viagem que surgiu o convite para comemorar seu aniversário, em 2022, na Chapada das Mesas — uma experiência que, segundo ela, mudou sua vida. “Você tem noção do que foi iniciar um novo ciclo na Chapada das Mesas? Foi simplesmente emocionante”, conta.

A experiência com a VaiViver foi um ponto central na jornada de transformação de Sandra. Desde o início, ela se sentiu segura e amparada para explorar atividades que jamais imaginou realizar — como tirolesa e passeios por cachoeiras, mesmo sem saber nadar. “Pode ter certeza que o meu ciclo, que se iniciou naquele período, foi um dos mais lindos que eu tive”, relembra. Segundo ela, o cuidado e o suporte da equipe fizeram toda a diferença: “É uma das empresas que dá mais segurança, principalmente para a mulher que viaja sozinha. Quando ela fala assim: ‘quero que você só se preocupe em fazer a mala’, é exatamente isso”, complementa.  

Opções para o Dia do Trabalho

A VaiViver oferece um roteiro de quatro dias para a cidade, que é ideal para quem busca uma imersão profunda no ecoturismo. Iniciando na quinta-feira (01), o grupo se reúne em São Paulo (SP), na estação Vergueiro com a equipe e segue direto para a pousada. A aventura começa na sexta-feira, após um típico café mineiro, com pão de queijo e café quentinho. 

Para os amantes de queijo, o roteiro contempla uma parada em diversas queijarias premiadas para provar o queijo canastra e conhecer um pouco mais da região. Os viajantes ainda adentram o Parque Nacional da Serra da Canastra, recebendo as boas energias da água sagrada e conhecendo a biodiversidade local. O destino é uma opção repleta de belezas naturais e trilhas, indicadas para iniciantes no esporte e com nível de preparação baixo. Ao total, são aproximadamente 12 km de trilhas divididos durante o roteiro, mas sem grandes desníveis. 

Quem escolhe Delfinópolis como destino conhece ainda o Condomínio de Pedra, Vale da Gurita, Complexo do Ouro e do Claro e lindas cachoeiras, como a Cachoeira do Tombo, da Gruta e Tenebroso. Está incluído no roteiro todos os passeios e tickets de entrada, transfer ida e volta da sua cidade de origem em ônibus semi leito, transfer em 4x4 para os passeios na Serra, ônibus rural, hospedagem em pousada em Delfinópolis - próxima ao centrinho e barzinhos -, e as principais refeições com típicos cafés e almoços mineiros. 

 

Com uma rica herança africana presente na cultura, na história e na gastronomia, o Rio de Janeiro foi eleito o Melhor Destino Nacional de Afroturismo durante a 3ª edição do Prêmio Afroturismo, realizada nesta segunda-feira (14.04), em São Paulo. O anúncio foi feito na World Travel Market Latin America (WTM-LA) - um dos mais relevantes eventos globais do setor turístico. A premiação é promovida pela plataforma Guia Negro, que tem a valorização das raízes afro-brasileiras como um de seus pilares estratégicos.

A escolha do Rio reforça o papel da cidade na valorização da cultura afro e no fortalecimento de experiências turísticas ligadas à ancestralidade. Entre os roteiros destacados pelo júri estão a Pequena África, na região portuária, e o bairro de Madureira – trajetos que resgatam e celebram a contribuição da população negra na formação da identidade carioca.

Outro reconhecimento importante foi para o Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (Muhcab), localizado na Gamboa. Inaugurado em 2021, o espaço foi premiado como a Melhor Atração Turística do segmento, sendo descrito pelos jurados como um “local de resistência”, dedicado à preservação, promoção e celebração da cultura afro-brasileira, por meio de exposições, rodas de conversa e atividades culturais.

A premiação também reconheceu outros esforços que impulsionam o afroturismo no Brasil. São Luís (MA) foi destaque pelos investimentos no setor, recebendo o título de Destaque Guia Negro. A turismóloga Thaís Rosa Pinheiro, fundadora da agência Conectando Territórios e consultora do Ministério do Turismo, foi eleita a melhor profissional do segmento. 

ROTAS NEGRAS - O fortalecimento do Afroturismo também se reflete nas políticas públicas voltadas para a promoção internacional do Brasil. Como parte desse esforço, o Ministério do Turismo, em parceria com o Ministério da Igualdade Racial e outros órgãos do Governo Federal, lançou o Programa Rotas Negras.

A iniciativa tem como objetivo fomentar experiências turísticas que valorizem a ancestralidade africana em diferentes territórios – urbanos e rurais –, impulsionando oportunidades de inclusão e protagonismo para as populações negras. Com foco na economia criativa, circular e sustentável, o programa também visa fortalecer os destinos turísticos de matriz afro-brasileira presentes no Mapa do Turismo.

Além disso, o Rotas Negras prevê ações voltadas à educação e sensibilização dos turistas sobre a história e a cultura afro-brasileira, à capacitação de comunidades locais na gestão dos seus produtos turísticos e ao enfrentamento de estereótipos, contribuindo para a autoestima das populações envolvidas.