Quando os supostos mandantes do assassinato de Marielle serão julgados? Entenda

Política
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O primeiro passo para a responsabilização dos responsáveis pelos assassinatos da ex-vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes foi dado nesta quinta-feira, 30, pelo Tribunal do Júri do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) com a condenação dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, executores confessos do crime. Agora, familiares e amigos da ex-parlamentar aguardam a resposta para a principal dúvida que paira sobre os homicídios: "Quem mandou matar Marielle?".

A resposta ficará a cargo do Supremo Tribunal Federal (STF). A Polícia Federal (PF) acusa o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ), Domingos Brazão, o irmão dele, o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), e o delegado da Polícia Civil fluminense Rivaldo Barbosa de serem os mentores do crime. O policial militar Ronald Paulo Alves Pereira e o ex-assessor do TCE Robson Calixto da Fonseca também são réus no processo que tramita na Corte. Eles negam as acusações.

Domingos Brazão, Chiquinho Brazão, Rivaldo Barbosa e o ex-policial Ronald Paulo de Alves são réus por homicídio qualificado e tentativa de homicídio da ex-assessora de Marielle, Fernanda Chaves. Os irmãos Brazão e o ex-assessor Robson Calixto Fonseca, conhecido como "Peixe", também se tornaram réus por organização criminosa.

Nesta terça-feira, dia 29 de outubro, encerrou-se a fase de instrução processual, em que a acusação e a defesa dos réus foram ouvidos para tentar provar se os fatos apontados pela Procuradoria-Geral da República (PGR), responsável pela denúncia contra o grupo, são verdadeiros ou falsos.

Os ministros ouviram os depoimentos das testemunhas de acusação, de defesa e os cinco réus. Agora, o processo entra na reta final. A PGR e os advogados de defesa têm cinco dias, contados a partir da intimação do ministro relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes, para pedir novas diligências para a coleta de novas provas que corroborem as teses de acusação ou dos réus.

O artigo 11 do Código de Processo Penal, que disciplina o rito da ação penal em curso no Supremo, prevê que, caso a PGR e as defesas não solicitem novas diligências, o relator deve intimar a acusação e a defesa para apresentarem, no prazo de quinze dias, as alegações finais por escrito.

Por fim, o processo fica liberado para julgamento, que será pautado pelo ministro responsável pelo caso. Como o processo contra os supostos mandantes do crime contra Marielle e Anderson tramita na Primeira Turma do STF, os réus serão julgados pelos ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Flávio Dino e Luiz Fux.

Família cobra respostas

Ainda não há um prazo estimado para que o caso seja levado ao julgamento. As famílias das vítimas querem celeridade no processo. Nesta quinta-feira, 31, a família da ex-vereadora cobrou que a Justiça avance na condenação dos mandantes dos homicídios.

"Quem matou Marielle e Anderson foi a primeira pergunta. Hoje, nós tivemos a resposta com a condenação dos réus confessos. Para nós, era de suma importância a condenação deles porque se a Justiça não tivesse condenado esses dois assassinos cruéis, que assassinaram covardemente a nossa filha e o Anderson, nós não teríamos um minuto de sossego. Não acaba aqui porque tem mandantes. Agora, a pergunta que nós vamos fazer é quando serão condenados os mandantes", disse o pai de Marielle Franco, Antônio Francisco da Silva.

Os acusados de serem os mentores do crime estão presos desde março deste ano em penitenciárias federais. Eles foram presos preventivamente na operação Murder Inc., deflagrada de forma conjunta por PF, Procuradoria-Geral da República e Ministério Público do Rio de Janeiro.

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O governo de Donald Trump intensificou a pressão sobre o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ao designar o Cartel dos Sóis como uma organização terrorista estrangeira. No entanto, a entidade que o governo dos EUA alega ser liderada por Maduro não é um cartel propriamente dito.

A designação, publicada nesta segunda-feira, 24, no Federal Register, é a ação mais recente na campanha de Trump para combater o tráfico de drogas. Antecipando a medida há quase uma semana, o secretário de Estado, Marco Rubio, acusou o Cartel dos Sóis de ser "responsável pela violência terrorista" no hemisfério ocidental.

A medida ocorre enquanto Trump considera se deve tomar ação militar contra a Venezuela, algo que não descartou, apesar de mencionar a possibilidade de conversações com Maduro.

Os venezuelanos começaram a usar o termo Cartel dos Sóis na década de 1990 para se referir a comandantes militares que se enriqueceram com o tráfico de drogas. À medida que a corrupção se expandiu a nível nacional, primeiro com o falecido presidente Hugo Chávez e depois com Maduro, seu uso se ampliou de maneira vaga para policiais e funcionários governamentais, bem como para atividades como mineração ilegal e tráfico de combustível.

O termo geral foi usado para descrever uma organização de tráfico de drogas liderada por Maduro em 2020, quando o Departamento de Justiça dos EUA, no primeiro mandato de Trump, anunciou a acusação contra o líder da Venezuela e seu círculo íntimo por narcoterrorismo e outros crimes.

"Não é um grupo", afirmou Adam Isaacson, diretor de supervisão de defesa na organização Escritório em Washington para Assuntos Latino-Americanos. "Não é como um grupo em que as pessoas se identificam como membros. Não têm reuniões regulares. Não têm uma hierarquia".

(*Fonte: Associated Press)

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação da Broadcast, Sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou nesta segunda-feira, 24, uma ordem executiva que orienta os laboratórios nacionais a construir uma plataforma de inteligência artificial (IA) para acelerar descobertas científicas e de engenharia.

Batizada de Missão Gênesis, o diretor do Escritório de Política de Ciência e Tecnologia da Casa Branca, Michael Kratsios, chamou-a de "a maior mobilização de recursos científicos federais desde o programa Apollo".

A ordem descreveu a Missão Gênesis como "um esforço nacional dedicado e coordenado para desencadear uma nova era de inovação e descoberta aceleradas por IA, capaz de resolver os problemas mais desafiadores deste século".

"Neste momento crucial, os desafios que enfrentamos exigem um esforço nacional histórico, comparável em urgência e ambição ao Projeto Manhattan, que foi fundamental para nossa vitória na Segunda Guerra Mundial e serviu como base crítica para a fundação do Departamento de Energia (DoE) e seus laboratórios nacionais", enfatizou a Casa Branca.

A ordem faz parte da implementação do "Plano de Ação de IA da América", assinada por Trump este ano e que reconhece a necessidade de investir em IA para acelerar o avanço científico nos EUA e tomar a liderança na corrida do setor tecnológico.

Negociadores presentes em Genebra, na Suíça para discutir o plano de 28 pontos apoiado por Rússia e Estados Unidos para encerrar a guerra na Ucrânia disseram ter havido avanços nesta segunda-feira, 24, depois que partes da proposta foi desidratada. Apesar disso, Moscou ainda não endossou as mudanças, propostas após países europeus e Kiev terem se reunido às pressas com enviados americanos.

As discussões de alto nível realizadas em Genebra desde domingo têm sido uma tentativa de abordar as preocupações da Ucrânia e de seus aliados europeus sobre uma versão preliminar da proposta, que muitos ucranianos consideraram excessivamente favorável a Moscou

O presidente Volodmir Zelenski afirmou que a Ucrânia se encontra em um "momento crítico" e que em breve definirá seus próximos passos.

A Casa Branca e a presidência da Ucrânia divulgaram uma declaração conjunta durante a madrugada, afirmando que "progressos significativos" haviam sido feitos em direção ao "alinhamento de posições".

Ainda de acordo com o comunicado, as conversas resultaram em uma versão "atualizada e refinada" do acordo, e que "trabalho intenso" continuaria nos próximos dias.

Em meio ao otimismo oficial, Oleksandr Bevz, assessor do presidente da Ucrânia que participou das negociações em Genebra entre autoridades americanas e ucranianas, disse que eles conseguiram discutir quase todos os pontos do plano, e uma questão não resolvida é a do território, que só pode ser decidida em nível de chefe de Estado.

Segundo ele, os EUA demonstraram "grande abertura e compreensão" de que as garantias de segurança são a pedra angular de qualquer acordo para a Ucrânia. Ele afirmou que os EUA continuariam trabalhando no plano e que, em seguida, os líderes da Ucrânia e dos EUA se reuniriam. Depois disso, o plano seria apresentado à Rússia.

Bevz não quis dizer quais concessões, se houver, a Ucrânia fez nas negociações e acrescentou que "todos chegaram estressados".

Autoridades europeias, que dizem ter sido pegas de surpresa pelo plano americano e que sua própria segurança está em risco, pressionaram Washington por mudanças nas negociações de Genebra. "As negociações representaram um passo em frente, mas ainda existem questões importantes a serem resolvidas", escreveu o presidente finlandês Alexander Stubb nas redes sociais.

O presidente Donald Trump - que está pressionando a Ucrânia para que aceite um plano de acordo até o Dia de Ação de Graças, mas indicou que as negociações podem continuar se estiverem indo bem - disse que "algo bom pode estar acontecendo". Autoridades americanas afirmaram que desejam fechar um acordo com a Ucrânia que possa ser apresentado à Rússia.

O secretário de Estado Marco Rubio disse a jornalistas no domingo que as questões não resolvidas na proposta de paz não eram "insuperáveis", expressando otimismo antes de deixar Genebra de que um acordo pudesse ser alcançado em breve.

Ainda assim, ele reconheceu que a Rússia "terá que concordar com isso", e não estava claro quando as negociações chegariam a Moscou.

O Kremlin disse nesta segunda-feira, 24, que ainda não havia recebido "oficialmente" nenhuma informação sobre o resultado das discussões em Genebra. A Rússia está aberta a contatos e negociações, mas "não tem detalhes concretos sobre conversas que nos envolvam", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, a jornalistas. Ele disse que a Rússia não planejava realizar conversas com autoridades americanas esta semana.

*Com agências internacionais.