O Des Cars reconhece que, embora os alarmes e os vídeos tenham funcionado, eles não conseguiram detectar a chegada dos criminosos "com antecedência".
Ele alerta sobre as "deficiências" no sistema de vigilância externa do edifício e afirma que muitas das câmeras são "obsoletas".
MADRID, 22 out. (EUROPA PRESS) -
A ministra da Cultura da França, Rachida Dati, rejeitou na quarta-feira a renúncia do presidente e diretor do Museu do Louvre, Laurence des Cars, após o roubo de joias da galeria de arte da capital parisiense no domingo, sem que nenhuma prisão tenha sido feita no caso até o momento.
"Estamos vivenciando um terrível fracasso no Louvre hoje, pelo qual assumo minha parcela de responsabilidade", disse Des Cars, que compartilhou sua "imensa dor" e "choque" com os senadores durante uma sessão da Comissão de Cultura do Senado.
Des Cars elogiou o "profissionalismo" da equipe do Louvre, que "seguiu diligentemente o protocolo de segurança", embora tenha reconhecido que, embora os alarmes e vídeos tenham funcionado, eles não conseguiram detectar a chegada dos criminosos "com antecedência suficiente".
Nesse sentido, ele se referiu às "deficiências" no sistema de vigilância externa do edifício e detalhou que, no momento do roubo, a única câmera instalada na lateral da galeria Apollo - que abriga a coleção real de joias da coroa - estava voltada para o oeste e, portanto, não cobria a varanda por onde os criminosos passaram.
A equipe só tomou conhecimento do arrombamento quando eles chegaram à varanda e atacaram a janela da galeria. "Os protocolos de segurança foram seguidos à risca", enfatizou, reiterando que muitas das câmeras de vigilância são "obsoletas".
"Desde que assumi o cargo em setembro de 2021, continuei a chamar a atenção para o estado geral de degradação do Louvre", explicou, acrescentando que o museu tem uma "infraestrutura envelhecida" que não permite que "equipamentos modernos" para vigilância por vídeo "de última geração" sejam "incorporados".
Ele também lembrou que, há dois anos, a principal preocupação era se antecipar às ações de ativistas climáticos que jogavam tinta e sopa nas pinturas, embora o objetivo agora deva ser "adaptar os sistemas de segurança a novos tipos de ataque", à luz do roubo registrado no último domingo, que "coincide completamente em seu modus operandi com o crime organizado".
"Gostaria de pedir ao Ministério do Interior que considerasse a possibilidade de instalar uma delegacia de polícia dentro do museu", disse ele, observando que o Louvre é "imensamente grande" e que "o trabalho de renovação exige políticas de longo prazo".
A administração do Louvre defendeu as vitrines instaladas em 2019, das quais foram roubadas oito peças de joalheria e que, de acordo com as estimativas do museu, estão avaliadas em 88 milhões de euros. As autoridades ainda não divulgaram nenhuma pista sobre os possíveis autores do crime, que tiveram acesso ao prédio por meio de uma empilhadeira em plena luz do dia.
O Louvre reabriu suas portas aos visitantes na quarta-feira, depois de ordenar uma evacuação apressada das instalações na madrugada de domingo em resposta ao assalto, que ocorreu logo após a abertura das portas.