Haddad reitera preocupação do governo com fake news e alerta sobre novas notícias falsas

Política
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a discussão para regulação de big techs e multinacionais é fruto de um acordo internacional. Ele reiterou, no entanto, que a maior preocupação do governo é com a propagação de fake news e alertou para o alinhamento das plataformas digitais com a extrema direita que, segundo ele, é um fator que contribuirá para a disseminação de notícias falsas.

"Aquilo é uma orientação da OCDE, não é nem do Brasil. Todo mundo está se organizando em torno da regulação, tanto das big techs quanto das multinacionais. A questão das multinacionais o Congresso já se manifestou, agora falta a questão das big techs. Mas isso é um acordo internacional em torno do problema", disse a jornalistas ao deixar a sede da Fazenda.

Na semana passada, o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) mostrou que o governo articula uma reação em quatro frentes como resposta às mudanças anunciadas pela empresa Meta em relação à checagem de fatos nos Estados Unidos.

Haddad relembrou que foi alvo de um deep fake na semana passada. O vídeo com a imagem de Haddad em conversa com jornalistas na saída da sede da Fazenda foi alterado para trazer declarações mentirosas sobre a criação de novos impostos.

Ele disse que nesta terça, mais uma vez, uma notícia falsa simulando o cabeçalho de um site de notícias circulou com a informação mentirosa de que o governo criaria uma taxa ambiental sobre veículos com mais de 20 anos de uso.

"Já estou prevenindo vocês que parece que depois desse alinhamento das big techs com a extrema direita nós vamos ter efetivamente dias difíceis pela frente. E isso consome energia do governo, consome energia do Estado, funcionários públicos e tudo mais para combater um tipo de barbaridade que, na minha opinião, com esse alinhamento com o fascismo deve acontecer mais. Então existe uma extrema direita hoje organizada no mundo, com um poder de fogo bastante grande e isso é muito delicado para a democracia", afirmou Haddad.

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O furacão Melissa deixou dezenas de mortos e destruição generalizada em Cuba, Haiti e Jamaica, onde casas sem telhado, postes de luz caídos e móveis encharcados dominavam a paisagem nesta quarta-feira, 29.

Na Jamaica, um deslizamento de terra bloqueou as principais vias de Santa Cruz, na região de Santa Elizabeth, onde as ruas se transformaram em lamaçais. Moradores retiravam a água de suas casas enquanto tentavam salvar seus pertences.

Os ventos arrancaram parte do telhado de uma escola de ensino médio, que servia de abrigo público. "Em todos os anos que moro aqui, nunca vi nada parecido", disse a moradora Jennifer Small.

O Melissa, de categoria 5, atingiu o solo jamaicano na terça-feira, 28, como um dos furacões mais fortes já registrados no Atlântico, com ventos máximos de 295 km/h, antes de perder força e seguir para Cuba. Mesmo países fora da trajetória direta da tempestade sentiram seus efeitos devastadores.

O coordenador da Organização das Nações Unidas (ONU) para diversos países do Caribe, Dennis Zulu, disse que a devastação causada pelo furacão na Jamaica atingiu "níveis sem precedentes".

"Pelo que sabemos até agora, houve uma destruição imensa e sem precedentes de infraestrutura, propriedades, estradas, redes de comunicação e energia", afirmou ele. "Há pessoas em abrigos por todo o país e, neste momento, o que estamos vendo nas avaliações preliminares é um país devastado a um nível sem precedentes".

Impacto

No Haiti, as inundações causadas pelo Melissa mataram pelo menos 25 pessoas na cidade costeira de Petit-Goâve, no sul do país, informou o prefeito Jean Bertrand Subrème. Ele disse que dezenas de casas desabaram quando o rio La Digue transbordou e que pessoas ainda estavam presas sob os escombros na manhã desta quarta-feira.

Apenas um funcionário da Agência de Proteção Civil do Haiti estava na área, enquanto os moradores lutavam para se retirar em meio às fortes águas da enchente.

Em Cuba, autoridades relataram casas desabadas, estradas de montanha bloqueadas e telhados arrancados nesta quarta-feira, com a maior destruição concentrada no sudoeste e noroeste do país. As autoridades disseram que cerca de 735 mil pessoas permaneciam em abrigos.

"Foi um inferno. A noite toda foi terrível", disse Reinaldo Charon, em Santiago de Cuba, no leste do país. O homem foi uma das poucas pessoas que se aventuraram a sair nesta quarta-feira, coberto por uma lona plástica sob a chuva intermitente.

Na Jamaica, mais de 25 mil pessoas estavam abrigadas em refúgios nesta quarta-feira, e outras chegaram ao longo do dia depois que a tempestade arrancou telhados de suas casas e as deixou temporariamente desabrigadas. A ministra da Educação da Jamaica, Dana Morris Dixon, disse que 77% da ilha estava sem energia elétrica.

Jamaica apressa avaliação de danos

Autoridades jamaicanas relataram dificuldades na avaliação dos danos devido a interrupções no fornecimento de energia, observando um "apagão total de comunicação" em algumas áreas, disse o diretor-geral interino do Escritório de Preparação para Desastres e Gestão de Emergências da Jamaica, Richard Thompson, à Nationwide News Network.

"Não será fácil, Jamaica", disse o vice-presidente do Conselho de Gestão de Riscos de Desastres da Jamaica, Desmond McKenzie.

Pelo menos uma morte foi relatada no oeste da ilha quando uma árvore caiu sobre um bebê, disse a ministra de Estado, Abka Fitz-Henley, à Nationwide News Network.

O primeiro-ministro Andrew Holness planeja sobrevoar as áreas mais afetadas, onde equipes ainda tentavam acessar os locais e determinar a extensão dos danos, disse a ministra da Educação do país.

Perto dali, David Muschette estava sentado entre os escombros de sua casa sem teto. Ele disse que perdeu tudo, apontando para suas roupas molhadas e móveis espalhados pela grama do lado de fora, enquanto parte do telhado bloqueava parcialmente a rua. "Preciso de ajuda", implorou.

O governo disse que espera reabrir todos os aeroportos da Jamaica já nesta quinta-feira, 30, para garantir a rápida distribuição de suprimentos de emergência.

Os Estados Unidos estão enviando equipes de resgate e resposta para auxiliar nos esforços de recuperação no Caribe, anunciou o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, na semana passada. Ele afirmou que autoridades governamentais estão coordenando ações com líderes da Jamaica, Haiti, República Dominicana e Bahamas.

Cuba resiste à tempestade

Moradores da província de Santiago de Cuba começaram a remover os escombros ao redor das paredes desabadas de suas casas nesta quarta-feira, após o furacão Melissa atingir a região horas antes.

"A vida é o que importa", disse o pescador Alexis Ramos enquanto observava sua casa destruída e se protegia da chuva intermitente com uma capa de chuva amarela. "Reparar isso custa dinheiro, muito dinheiro."

Enquanto isso, a mídia local mostrou imagens do Hospital Clínico Juan Bruno Zayas com graves danos: vidros espalhados pelo chão, salas de espera em ruínas e paredes de alvenaria desmoronadas.

Partes da província de Granma, especialmente a capital, Jiguaní, ficaram submersas, disse a governadora Yanetsy Terry Gutiérrez. Mais de 40 centímetros de chuva foram registrados no povoado de Charco Redondo, em Jiguaní.

O furacão pode agravar a grave crise econômica de Cuba, que já teve apagões prolongados, além da escassez de combustível e alimentos. "Haverá muito trabalho a fazer. Sabemos que haverá muitos danos", disse o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, em um pronunciamento televisionado. Ele pediu à população que não subestimasse o poder do Melissa.

Na tarde desta quarta-feira, o furacão apresentava ventos máximos sustentados de 155 km/h e se deslocava a 22 km/h, segundo o Centro Nacional de Furacões dos EUA. O centro do furacão estava cerca de 245 quilômetros ao sul da região central das Bahamas.

O diretor do Centro Nacional de Furacões, Michael Brennan, afirmou que a tempestade começou a afetar o sudeste das Bahamas nesta quarta-feira. "A tempestade está aumentando de tamanho", disse, observando que os ventos com força de tempestade tropical agora se estendem por quase 320 quilômetros a partir do centro.

A previsão é de que o centro do Melissa atravesse o sudeste das Bahamas ainda nesta quarta-feira, gerando uma maré de até dois metros na região. No final da quinta-feira, espera-se que o Melissa passe a oeste das Bermudas.

Antes de atingir a costa, o Melissa já havia sido responsável por três mortes na Jamaica, três no Haiti e uma na República Dominicana. *COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Coreia do Norte lançou mísseis de cruzeiro mar-terra de sua costa oeste nesta terça-feira, 28, informou a mídia estatal norte-coreana, um dia antes do presidente dos Estados Unidos Donald Trump iniciar uma visita à Coreia do Sul.

Os mísseis foram lançados verticalmente e voaram por mais de duas horas, informou a agência de notícias KCNA nesta quarta-feira, 29, no horário local.

A agência informou que Pak Jong Chon, vice-presidente da Comissão Militar Central da Coreia do Norte, supervisionou o teste, e não Kim Jong-un, com quem Trump manifestou interesse em se encontrar durante sua visita à Coreia do Sul esta semana.

O último encontro entre Kim e Trump ocorreu em 2019 na zona desmilitarizada que divide as duas Coreias. Embora não tenha havido nenhum anúncio oficial, as autoridades sul-coreanas restringiram as visitas turísticas à área.

Kim disse no mês passado que tem "boas lembranças" de Trump e está aberto a negociações se os Estados Unidos recuarem em sua exigência de que a Coreia do Norte desista de seu arsenal nuclear.

O ministro das Relações Exteriores da Coreia do Sul, Chung, pediu a ambos os líderes que "não deixassem a oportunidade escapar".

A viagem de Trump marca o primeiro giro do presidente americano pela Ásia desde que retornou à Casa Branca em janeiro, e ocorre em meio a uma nova onda de tensões comerciais e discussões diplomáticas envolvendo China e Coreia do Norte.

Em visita ao Japão nesta terça-feira, 28, Trump elogiou a nova primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, a primeira mulher a ocupar o cargo no país. Trump destacou o papel do Japão como "aliado no mais alto nível" e afirmou que Washington está disposto a "ajudar em tudo o que for possível".

Durante o encontro, no Palácio de Akasaka, os dois líderes assinaram acordos voltados ao fortalecimento da aliança bilateral. Um deles prevê a criação de um fundo de US$ 550 bilhões para investimentos japoneses nos Estados Unidos e a manutenção de tarifas de 15% sobre produtos importados do Japão. Outro documento estabelece uma estrutura de cooperação para garantir o fornecimento de minerais críticos e terras raras, insumos essenciais para tecnologias avançadas.

Takaichi, que assumiu o cargo há poucos dias, ressaltou a importância da relação com Washington e citou o ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, seu mentor político, que manteve laços estreitos com Trump durante o primeiro mandato do republicano. A líder japonesa anunciou ainda a doação de 250 cerejeiras aos EUA, em homenagem ao 250º aniversário do país.

Trump, que costuma criticar o baixo consumo de veículos americanos no Japão, foi recebido com uma exibição de caminhonetes Ford F-150. A primeira-ministra, segundo a Casa Branca, avalia adquirir parte da frota.

Após compromissos no Japão, Trump deve seguir para a Coreia do Sul, onde está previsto um encontro com o presidente chinês, Xi Jinping, à margem da cúpula da Apec.

*Com agências internacionais.

A taxa de desaprovação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, atingiu nova mínima desde sua posse para o segundo mandato.

Pesquisa realizada pela The Economist mostrou que a parcela de eleitores que aprova seu desempenho no cargo menos a parcela que desaprova ficou em -18%, uma queda de 1,3 ponto desde a semana passada e três pontos porcentuais abaixo do registrado em qualquer momento de seu primeiro mandato.

O levantamento mostrou que 39% aprovam o governo, 57% desaprovam e 5% não têm certeza.

Os americanos não estão apenas decepcionados com a forma como Trump lida com questões básicas como inflação e economia. Eles também não gostam da maneira como ele lida com questões que eram centrais de seu discurso de campanha, como imigração e criminalidade, segundo a publicação.