Haddad reitera preocupação do governo com fake news e alerta sobre novas notícias falsas

Política
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a discussão para regulação de big techs e multinacionais é fruto de um acordo internacional. Ele reiterou, no entanto, que a maior preocupação do governo é com a propagação de fake news e alertou para o alinhamento das plataformas digitais com a extrema direita que, segundo ele, é um fator que contribuirá para a disseminação de notícias falsas.

"Aquilo é uma orientação da OCDE, não é nem do Brasil. Todo mundo está se organizando em torno da regulação, tanto das big techs quanto das multinacionais. A questão das multinacionais o Congresso já se manifestou, agora falta a questão das big techs. Mas isso é um acordo internacional em torno do problema", disse a jornalistas ao deixar a sede da Fazenda.

Na semana passada, o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) mostrou que o governo articula uma reação em quatro frentes como resposta às mudanças anunciadas pela empresa Meta em relação à checagem de fatos nos Estados Unidos.

Haddad relembrou que foi alvo de um deep fake na semana passada. O vídeo com a imagem de Haddad em conversa com jornalistas na saída da sede da Fazenda foi alterado para trazer declarações mentirosas sobre a criação de novos impostos.

Ele disse que nesta terça, mais uma vez, uma notícia falsa simulando o cabeçalho de um site de notícias circulou com a informação mentirosa de que o governo criaria uma taxa ambiental sobre veículos com mais de 20 anos de uso.

"Já estou prevenindo vocês que parece que depois desse alinhamento das big techs com a extrema direita nós vamos ter efetivamente dias difíceis pela frente. E isso consome energia do governo, consome energia do Estado, funcionários públicos e tudo mais para combater um tipo de barbaridade que, na minha opinião, com esse alinhamento com o fascismo deve acontecer mais. Então existe uma extrema direita hoje organizada no mundo, com um poder de fogo bastante grande e isso é muito delicado para a democracia", afirmou Haddad.

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O Fundo Monetário Internacional (FMI) e as autoridades ucranianas chegaram a um acordo preliminar ontem sobre um conjunto de políticas macroeconômicas para um novo arranjo de US$ 8,1 bilhões em 48 meses sob o Mecanismo de Financiamento Ampliado (EFF,a sigla em inglês).

Segundo comunicado divulgado na quarta-feira, a instituição mantém seu compromisso de engajamento com a Ucrânia, e um novo programa pode ser submetido ao Conselho Executivo para aprovação, após a conclusão das ações prévias. "O FMI acolhe todos os esforços para garantir uma paz duradoura, e o programa será recalibrado conforme necessário em cada revisão, dependendo do progresso em direção a uma resolução da guerra", acrescentou.

Nesta quinta-feira, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andriy Sybiha, pediu aos parceiros da União Europeia (UE) que aprovem uma decisão para usar ativos russos congelados, visando apoiar 140 bilhões de euros em empréstimos à Kiev.

"É importante para nós receber um resultado positivo em relação ao empréstimo de reparação, ou seja, o uso efetivo dos ativos russos congelados", disse Sybiha a repórteres, segundo a Reuters.

Em paralelo, o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, anunciou nesta quinta que delegações de seu país e dos Estados Unidos se reunirão esta semana para avançar as negociações em Genebra, visando trazer paz e fornecer garantias de segurança para Kiev, também conforme a Reuters.

Um ataque a tiros em Washington, próximo à Casa Branca, deixou dois soldados da Guarda Nacional gravemente feridos na quarta-feira, 26. Um cidadão do Afeganistão é apontado como o principal suspeito do crime.

Pouco após o ataque, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que "o animal" responsável pelos disparos "pagará um preço muito alto". Veja a seguir o que se sabe sobre o ataque.

Quem é o suspeito?

A procuradora do Distrito de Columbia, Jeanine Pirro, afirmou que o atirador é o afegão Rahmanullah Lakanwal, de 29 anos. Ele chegou aos EUA em 2021, após a retirada das forças americanas do Afeganistão e o retorno do Taleban ao poder.

Lakanwal chegou ao país por meio de um programa conhecido como "Operação Aliados Bem-Vindos", desenvolvido em 2021, durante o governo de Joe Biden, para permitir a entrada de afegãos nos EUA com concessões de permanência temporária de dois anos, mas sem nenhum tipo de status de imigração permanente.

O suspeito morava na cidade de Bellingham, no estado de Washington, com a esposa e cinco filhos.

Como ocorreu o ataque?

Segundo Jeanine, Lakanwal cruzou os EUA de carro para chegar à capital americana. Câmeras de segurança registraram que o homem virou a esquina da rua onde os guardas estavam parados e começou a atirar.

Pelo menos um agente da Guarda Nacional revidou, de acordo com uma autoridade que teve a identidade preservada. O chefe assistente executivo do Departamento de Polícia Metropolitana de Washington, Jeffery Carroll, no entanto, disse que não está claro se o agente que baleou o suspeito era integrante da Guarda Nacional ou de outra força de segurança pública.

Na sequência, os soldados correram na direção de Lakanwal e o imobilizaram.

Quem são as vítimas?

Os soldados da Guarda Nacional baleados foram identificados como a especialista Sarah Beckstrom, de 20 anos, e o sargento Andrew Wolfe, de 24. Eles estão internados em estado crítico.

A dupla faz parte da Guarda Nacional da Virgínia Ocidental, que enviou soldados para Washington para apoiar uma operação contra o crime deflagrada por Trump.

O governador da Virgínia Ocidental, Patrick Morrisey, chegou a dizer que ambos tinham morrido. No entanto, a informação foi corrigida. Morrisey afirmou que estava "recebendo informações conflitantes" e não deu mais detalhes sobre o caso.

O que aconteceu com o suspeito?

Após ser imobilizado durante o ataque, o suspeito está sob custódia. Trump chegou a dizer que ele estava gravemente ferido. No entanto, autoridades ouvidas pela Associated Press afirmaram que ele não corre risco de morte.

Como está a investigação?

O diretor do FBI, Kash Patel, disse nesta quinta-feira, 27, que o ataque é investigado como um ato de terrorismo. "Trata-se de uma investigação em curso por terrorismo", disse Patel em entrevista coletiva.

Até o momento, as autoridades acreditam que Lakanwal agiu sozinho.

O que Trump falou sobre o ataque?

Trump se referiu a Lakanwal como "animal" e disse que ele pagaria "um preço muito alto". "Deus abençoe nossa Grande Guarda Nacional e todas as nossas Forças Armadas e Órgãos de Aplicação da Lei. Essas são pessoas verdadeiramente ótimas", afirmou.

O republicano também determinou o envio de mais 500 soldados da Guarda Nacional para Washington, mas sem deixar claro de onde viriam essas tropas.

*Com informações das agências internacionais.

Em sua primeira viagem internacional, o papa Leão XIV fez um apelo pela paz e pediu ao presidente da Turquia, onde desembarcou nesta quinta-feira, 26, que desempenhe um papel "estabilizador" em um contexto mundial "fortemente conflituoso".

O pontífice chegou a Ancara pouco depois do meio-dia. Ele foi recebido no palácio presidencial pelo chefe de Estado, Recep Tayyip Erdogan, com a execução dos hinos do Vaticano e da Turquia e salvas de canhão. "Senhor presidente [Erdogan], que a Turquia seja um fator de estabilidade e aproximação entre os povos, a serviço de uma paz justa e duradoura", afirmou o pontífice.

"Hoje, mais do que nunca, precisamos de pessoas que promovam o diálogo e o pratiquem com firmeza e paciência. Depois da época da construção das grandes organizações internacionais, que se seguiu às tragédias das duas guerras mundiais, estamos atravessando uma fase de grande conflito a nível global, em que prevalecem estratégias de poder econômico e militar", alimentando o que o papa Francisco chamou de "terceira guerra mundial em pedaços" - ou seja, aos poucos, de forma fragmentada.

A viagem ocorre em meio a tensões no Oriente Médio e forte atenção da mídia dos Estados Unidos, já que ele é o primeiro papa americano. Na Turquia, Leão participa das comemorações dos 1.700 anos do Concílio de Niceia, rezará com o patriarca ecumênico Bartolomeu e assinará uma declaração conjunta como gesto de unidade entre católicos e ortodoxos.

Ao chegar, o papa cruzou uma capital tomada pelas forças de segurança até o mausoléu de Mustafa Kemal Atatürk (1881-1938), fundador da Turquia moderna e símbolo da República laica.

Nos últimos anos, o status laico do país tem sido questionado pelo aumento do nacionalismo religioso e pela politização de símbolos como a basílica de Santa Sofia, em Istambul, transformada em mesquita em 2020. Apesar disso, o Vaticano busca manter o diálogo com Ancara, que considera fundamental para a paz na região.

A Santa Sé reconhece o esforço feito pela Turquia para acolher em seu território mais de 2,5 milhões de refugiados, em sua grande maioria sírios, segundo as autoridades. Nesse sentido, o líder dos católicos seguiu os passos de seu antecessor, Francisco, ao criticar recentemente o tratamento "extremamente desrespeitoso" dirigido aos migrantes pela administração americana de Donald Trump.

No Líbano, buscará apoiar cristãos e outras comunidades afetadas pela crise, além de rezar no local da explosão do porto de Beirute, em 2020. O papa falará em inglês na Turquia e em inglês e francês no Líbano, abandonando o italiano. O Vaticano diz que não houve medidas extras de segurança, embora a região viva novo aumento de tensão após ataques recentes.

Leão também deverá tratar de paz regional, relações inter-religiosas e migração. Líderes locais esperam que ele cobre justiça por uma explosão no porto de Beirute, em 2020, e ofereça apoio aos jovens libaneses diante da crise econômica.