Deputado do PT posta foto com líder do Hamas em evento pró-Palestina

Política
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O deputado federal João Daniel (PT-SE) publicou neste sábado, 11, uma foto ao lado de Basem Naim, porta-voz do grupo terrorista Hamas. O registro ocorreu no evento "Conferência Global Anti-Apartheid pela Palestina", sediado em Johanesburgo, na África do Sul.

O congresso foi organizado pelo Comitê Anti-Apartheid Sul-Africano, que é gerido por Frank Chikane, líder religioso que lutou contra o regime de segregação racial no país. O evento teve manifestações anti-apartheid e pedidos de paz na região da Palestina.

Em nota enviada ao Estadão, João Daniel afirmou que a informação está "fora de contexto" e tem como objetivo "fazer ilações". "Estiveram presentes centenas de lideranças políticas de todo o mundo, além de ativistas, líderes inter-religiosos, comunicadores e intelectuais. Eu cumprimentei e tirei fotos com diversas pessoas lá, é óbvio que não tem como saber quem são todas as pessoas", disse o deputado, que nega que o evento tenha tido caráter antissemita.

Porta-voz do Hamas agradeceu apoio de Lula

Basem Naim é responsável pela comunicação do grupo terrorista e já afirmou se sentir "honrado" com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à causa palestina. Em fevereiro, o presidente brasileiro comparou a incursão de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto.

"O que está acontecendo em Gaza não aconteceu em nenhum outro momento histórico, só quando Hitler resolveu matar os judeus", disse Lula em 18 de fevereiro em Adis Abeba, capital da Etiópia, ao responder a uma pergunta sobre o aumento do montante destinado pelo Brasil à Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos. Semanas depois, o porta-voz do Hamas agradeceu ao petista pela declaração.

"Estamos muito honrados por todas as declarações recentes dos funcionários do governo (brasileiro), particularmente as declarações do presidente Lula sobre seu compromisso e sua postura corajosa de apoiar a causa palestina", afirmou Basem Naim em vídeo gravado a uma conferência virtual do Partido da Causa Operária (PCO).

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O Serviço Federal de Segurança (FSB, na sigla em inglês) da Rússia, principal agência de segurança do país, disse que prendeu quatro suspeitos acusados de envolvimento em uma suposta conspiração da Ucrânia para assassinar oficiais militares de alto escalão do Ministério da Defesa russo. O anúncio acontece uma semana depois do assassinato do tenente-general Igor Kirillov, morto em 17 de dezembro por uma bomba escondida em uma scooter elétrica.

O FSB disse que os suspeitos estavam planejando matar um dos oficiais com um carro-bomba controlado remotamente e que outro seria assassinado por um dispositivo explosivo escondido em um envelope. A agência não revelou o nome dos oficiais militares que foram alvos da suposta conspiração, mas divulgou um vídeo mostrando a prisão e o interrogatório dos presos. Fonte: Associated Press.

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que considera "totalmente" a possibilidade de deixar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) se o seu país não obtiver um "acordo justo" e os demais aliados não "pagarem suas contas".

Em entrevista à Rádio Eldorado, Gunther Rudzit, professor de Relações Internacionais da ESPM, disse não acreditar na saída americana da aliança militar, mas ressaltou que Trump tem razão quanto aos custos, pois os membros da Otan não cumpriram até agora o compromisso de destinar no mínimo 2% do PIB de cada país para a Defesa. "Em 2025 todos prometem chegar nesse patamar", afirmou.

Para Rudzit, o mais provável é que Trump utilize outras estratégias para afetar o funcionamento da aliança, como não indicar ou não enviar um embaixador e um comandante militar para a organização. "Na Otan, as medidas precisam ser aprovadas por unanimidade", observou. Na avaliação do especialista, Trump poderá pressionar por um cessar-fogo entre a Rússia e a Ucrânia, não pela diplomacia, mas "ameaçando os dois lados".

Cinco jornalistas da emissora de TV palestina Al Quds Today morreram depois que um míssil israelense atingiu o veículo de transmissão em que estavam na noite desta quarta-feira, 25, informou a mídia palestina. O automóvel estava no campo de refugiados de Nuseirat, na Faixa de Gaza. O ataque foi descrito como "preciso" pelas força aérea israelense.

Em comunicado, a televisão lamentou a morte dos colaboradores, chamando-os de "mártires" que morreram "no cumprimento do seu dever jornalístico e humanitário". Na nota publicada, a Al Quds Today reafirmou a "nossa missão de continuar a nossa mensagem como meio de resistência". Os jornalistas mortos foram identificados como Faisal Abu Al Qumsan, Ayman Al Jadi, Ibrahim Al Sheikh Khalil, Fadi Hassouna e Mohammed Al Lada'a.

O exército israelense disse que sua força aérea conduziu um ataque "preciso" durante a noite ao veículo que continha uma "célula terrorista" da Jihad Islâmica. "Antes do ataque, foram tomadas diversas medidas para mitigar o risco de afetar os civis, incluindo o uso de munições precisas, vigilância aérea e inteligência adicional", informou.

O veículo, com a palavra "PRESS" (imprensa, em inglês) escrita em letras maiúsculas vermelhas, foi bombardeado perto dos portões do Hospital Al Awda.

Em outubro, o exército israelense afirmou que nunca atacou jornalistas deliberadamente, mas que considera membros de "um grupo armado organizado", como a ala militar do Hamas, ou aqueles que participam de conflitos, como alvos legais.

No mesmo mês, as forças israelenses acusaram seis repórteres da Al Jazeera em Gaza de serem combatentes da Jihad Islâmica Palestina e do Hamas.

O Sindicato dos Jornalistas Palestinos afirmou na semana passada que mais de 190 jornalistas foram mortos e pelo menos 400 feridos desde o início da guerra em Gaza, em 7 de outubro de 2023. Organizações de imprensa internacionais pediram proteção a jornalistas presentes no conflito. (Com agências internacionais).