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Apetite por risco estimula Ibovespa a alcançar os 161 mil pontos e alta é quase geral

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O Ibovespa sobe e saltou quase 2.100 pontos, e tenta defender a marca dos 161 mil pontos da máxima desta sexta-feira, 12. O apetite por risco é estimulado em parte pela perspectiva de Selic mantida em 15% ao ano pelo menos até janeiro após a decisão na quarta-feira. Já o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) cortou suas taxas pela terceira vez seguida e sinalizou pausa na queda no primeiro mês de 2026, mas analistas acreditam que o ciclo de baixa prosseguirá depois. Desta forma, investidores aproveitam o diferencial de juros para aportar no mercado brasileiro, segundo analistas.

A alta de cerca de 1% do principal indicador da B3 só não é mais intensa devido ao recuo de 0,33% do minério de ferro, que deixa algumas ações ligadas ao setor de metais no negativo, caso de Vale, que tem a maior participação no Ibovespa, de 12,41%. Além do recuo do minério, hoje as ações da Vale negociam "ex" dividendos, o que também dá espaço para desvalorização. Outro ponto que impede ganhos maiores do principal indicador da B3 é o recuo da maioria das bolsas de Nova York, com investidores atentos a falas de dirigentes do Fed hoje.

No Brasil, o destaque da agenda é a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS). O volume de serviços prestados subiu 0,3% em outubro em relação a setembro. O dado ficou igual à mediana das estimativas encontrada em pesquisa Projeções Broadcast. Na comparação com outubro de 2024, houve expansão de 2,2%, ante mediana de 2,8%.

"O setor de serviços segue aquecido, com desempenho positivo generalizado", avalia a Terra Investimentos, acrescentando que estima alta de 0,1% para o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de outubro ante setembro, e de 0,7% no confronto interanual para o dado que será divulgado na segunda-feira.

Já o Itaú Unibanco avalia que os dados da PMS de hoje mostraram que os segmentos mais importantes para o monitoramento do Produto Interno Bruto (PIB) feito pelo banco permanecem relativamente estáveis, reforçando visão de uma desaceleração da atividade econômica.

A despeito de certa resistência da atividade, os juros futuros caem em meio a perspectivas de que o início de corte da taxa Selic ocorrerá em breve. Essa percepção existe apesar de o Comitê de Política Monetária (Copom) não ter indicado quando começará o processo de flexibilização dos juros, após manter a taxa Selic em 15% ao ano na quarta-feira.

"Eu vinha falando que não teríamos corte da Selic em dezembro e não cai em janeiro, só em março, dependendo se não tivermos anúncio de medidas populistas pelo governo, dependendo de como estiver o comportamento do emprego e da inflação", diz Alvaro Bandeira, coordenador de Economia da Apimec Brasil.

Após a divulgação, pesquisa feita pelo Projeções Broadcast mostra que 21 instituições, de um total de 34, esperam que os cortes da Selic comecem depois de janeiro: 17 acreditam que será em março enquanto outras quatro veem queda a partir de abril de 2026. Segundo o levantamento, 13 estimam recuo em janeiro.

Para Bandeira, alguns investidores já começam a se preparar para o final do ano e início de 2026, ajustando seus ativos, buscando fechar suas carteiras o quanto antes. Esse preparo ocorre ao mesmo tempo em que o diferencial de juros segue elevado por aqui, atraindo recursos.

Ontem, o Ibovespa fechou em alta de 0,07%, aos 159.189,10 pontos.

Às 11h36 desta sexta-feira, subia 1,01%, aos 160.795,40 pontos, ante alta de 1,30%, na máxima em 161.263,40 pontos. De 82 ações, seis caíam, como Usiminas PNA (-0,84%) e Vale ON (-0,63%), por exemplo.

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