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A primeira-dama da França, Brigitte Macron, chamou de "vadias estúpidas" as ativistas feministas que interromperam o show de um comediante acusado de estupro. Segundo a equipe de Brigitte, ela pretendia criticar esse "método radical" de protesto com a declaração.
As ativistas interromperam o show de comédia do ator Ary Abittan, de 51 anos, no último sábado, 6, usando máscaras com a palavra "estuprador" e gritando "Abittan estuprador".
Em 2021, uma mulher acusou o ator de estupro, mas em 2023 os investigadores arquivaram o caso por falta de provas. A decisão foi confirmada em recurso em janeiro deste ano, segundo a imprensa francesa.
Brigitte Macron assistiu ao show no domingo, 7, com sua filha Tiphaine Auzière e conversou com Abittan antes de ele subir ao palco, de acordo com um vídeo publicado na segunda-feira, 8, pelo canal de notícias local Public.
Brigitte perguntou a ele como ele estava se sentindo. "Estou com medo", ouve-se Abittan dizer no vídeo. "Se houver alguma vadia estúpida por aí, vamos expulsá-las", responde Brigitte Macron em tom de brincadeira, usando uma expressão vulgar em francês.
O gabinete da primeira-dama afirmou em um comunicado que ela estava tentando acalmá-lo. "Como o vídeo mostra, a única intenção da Sra. Macron era tranquilizar um artista que, em seu camarim antes de subir ao palco, acabara de lhe dizer 'estou com medo', porque seu show havia sido interrompido na noite anterior".
"De forma alguma ela está atacando uma causa", argumentou a equipe de Brigitte Macron. "Ela desaprova, no entanto, os métodos radicais usados para impedir um artista de se apresentar no palco, como foi o caso no sábado à noite."
O grupo feminista "Nous Toutes" ("Todas Nós") afirmou que suas ativistas interromperam o show de Abittan para protestar contra o que descreveram como "a cultura da impunidade" em relação à violência sexual na França.
Em um comunicado no Instagram, o Nous Toutes declarou: "Denunciamos locais que estendem tapete vermelho para homens acusados de estupro, normalizando a violência sexista e sexual. É um insulto público às vítimas. Vítimas, acreditamos em vocês. Estupradores, não os perdoamos!"
Opositores do presidente Emmanuel Macron na ala esquerda do espectro político francês criticaram o uso de um termo sexista por sua esposa e alguns disseram que ela deveria se desculpar.
A França tem sido abalada nos últimos anos por uma série de acusações de estupro e agressão sexual contra figuras proeminentes da cultura.
O ator Gérard Depardieu foi condenado em maio por agredir sexualmente duas mulheres em um set de filmagem em 2021, acusações que ele nega.
Em 2023, o presidente francês Emmanuel Macron expressou sua admiração por Depardieu, afirmando que o ator foi alvo de uma "caça às bruxas" e que ele defendia a presunção de inocência.
*Com informações das agências internacionais.
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