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A doença celíaca, uma condição autoimune causada pela intolerância permanente ao glúten, tem ganhado cada vez mais atenção entre profissionais de saúde e na população brasileira. A proteína — encontrada em alimentos comuns como trigo, aveia, cevada, centeio e seus derivados — provoca uma reação intensa no intestino delgado, dificultando a absorção de nutrientes essenciais como vitaminas, minerais e água.
Apesar de ser uma condição conhecida há décadas, especialistas alertam que grande parte dos casos permanece sem diagnóstico. Muitas pessoas convivem com sintomas leves ou atribuídos a outros problemas gastrointestinais, o que retarda o tratamento e favorece o surgimento de doenças associadas.
Início dos sintomas pode ocorrer na infância ou apenas na vida adulta
A doença celíaca pode se manifestar em qualquer fase da vida. Em crianças, os primeiros sinais costumam aparecer após a introdução de alimentos que contêm glúten. Já em adultos, o quadro pode surgir de forma tardia e confundir até mesmo profissionais de saúde, já que os sintomas variam muito de pessoa para pessoa.
A demora no diagnóstico é um dos maiores desafios. Quando não tratada, a doença pode evoluir para quadros de anemia severa, osteoporose, infertilidade, alterações hormonais, perda de peso sem explicação e até desnutrição. Em casos mais graves e prolongados, aumenta também o risco de linfomas malignos e câncer gastrointestinal.
Sintomas vão além do intestino
Embora diarreia, vômito, inchaço abdominal e perda de peso sejam sinais comuns, muitos pacientes apresentam manifestações pouco óbvias, como:
- Fadiga crônica
- Alterações na pele
- Queda de cabelo
- Fraqueza das unhas
- Diminuição da fertilidade
- Alterações menstruais
Essa variedade de sintomas faz com que a doença seja frequentemente confundida com gastrite, síndrome do intestino irritável, doenças hormonais ou deficiência de vitaminas.
Tratamento é para a vida inteira
A doença celíaca não tem cura, e o único tratamento eficaz é a eliminação total do glúten da dieta — uma mudança que deve ser seguida rigorosamente pelo resto da vida. Isso inclui evitar alimentos industrializados que contenham traços da proteína e estar atento aos perigos da contaminação cruzada, comum em cozinhas compartilhadas.
Para garantir segurança alimentar, muitos celíacos contam com o apoio de nutricionistas, que orientam sobre substituições, rótulos e equilíbrio nutricional. Já os médicos reforçam a importância do acompanhamento regular para monitorar possíveis complicações.
Conscientização é fundamental
Organizações de saúde destacam que a falta de informação ainda é um obstáculo para celíacos no Brasil. Mesmo com o avanço na oferta de produtos sem glúten, há pouca divulgação sobre sintomas e riscos da doença quando não tratada. A conscientização da população — e até de profissionais da saúde — é essencial para reduzir o tempo até o diagnóstico e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Com a popularização de dietas sem glúten por razões estéticas, especialistas também alertam para a diferença entre modismo alimentar e necessidade médica, reforçando que somente pessoas com diagnóstico confirmado devem retirar completamente o glúten.
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