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Eventos climáticos extremos desafiam infraestrutura elétrica em SP, diz Abradee

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Dentre as consequências do vendaval registrado em São Paulo nos últimos dias, milhares de casas ficaram sem energia elétrica. Às 13h32 desta sexta, 669.497 estão sem luz, segundo a concessionária de energia Enel. Em entrevista à Rádio Eldorado, Marcos Madureira, presidente da Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee) afirmou que esse é um problema que deve ser pensado em conjunto.

"O que derruba normalmente a rede não é o vento. Normalmente são árvores que caem sobre a rede e interrompem a energia, portanto é um assunto que deve ser resolvido de maneira conjunta", afirmou.

Em nota, a Enel Distribuição São Paulo afirmou que o evento causou "danos severos à infraestrutura elétrica" e que será necessário reconstruir trechos da rede. Como solução, uma das propostas é o enterramento de fios da rede aérea de energia elétrica. O grande problema é o custo alto - a estimativa é de que redes subterrâneas sejam cerca de 10 vezes mais caras do que os fios nos postes.

"É um caminho, sem dúvida nenhuma, mas ele tem um custo mais alto e ele tem que ser absorvido na tarifa da energia elétrica. Não significa dizer que você tem que trocar todas as redes. O volume de rede subterrâneas que tem no Brasil é muito pequeno", conta Madureira.

Desde quando foi criado, em 2017, o programa SP Sem Fios enterrou 46,5 km de rede subterrânea até agora.

Para Madureira, o enterramento poderia ocorrer em parte da rede elétrica "com tarifas diferenciadas em determinadas regiões".

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) diz, em nota, que a escolha do tipo de infraestrutura cabe às distribuidoras. "Visto que o custo de redes subterrâneas é cerca de 10 vezes maior que o de redes aéreas, a adoção poderia provocar uma elevação da tarifa para níveis não toleráveis", afirma. "Uma vez que os recursos são escassos, seu direcionamento a projetos não prioritários pode resultar na piora da prestação do serviço".

"Nós estamos tendo um aumento dos eventos climáticos extremos tanto em intensidade quanto frequência. A gente está indo pro 3 ano seguido com eventos bastante diferentes de um advento que vc aguarda para uma infraestrutura urbana - própria rede, própria estrutura arbórea e outras que existem na cidade. Ou seja, estamos vivendo um momento diferente", afirmou Madureira.

"Essa nova realidade implica em maiores investimentos e o setor está fazendo isso. Se você olhar basicamente o segmento de distribuição, falando agora de uma maneira geral: nos saímos de patamares de investimentos da ordem de 20 bilhões até cerca de 2020 e agora são cerca de 45 bilhões por ano. Ou seja mais do dobro do que se investia no final da ultima década."

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